Cofina dispara mais de 10% após OPA à Media Capital

Lisboa segue a tendência negativa das restantes praças europeias, com a Galp Energia a pressionar. Fora do PSI-20, a Media Capital não reage à OPA, enquanto a Cofina ganha mais de 10%.

Lisboa arranca a semana em queda, a acompanhar o sentimento negativo das restantes praças europeias. O PSI-20 está a ser penalizado pelo comportamento negativo da Galp Energia, numa sessão em que os restantes “pesos pesados” também perdem valor. O BCP evita uma queda mais expressiva, enquanto fora do índice principal a Cofina acelera após a OPA à Media Capital.

O índice de referência da bolsa nacional cede 0,05% para 5.012,74 pontos, enquanto lá fora as quedas vão dos 0,1% aos 0,36% do DAX, na Alemanha. O Stoxx 600, que serve de referência para o Velho Continente, segue a perder 0,2%.

A Galp Energia destaca-se nas quedas, cedendo 0,5% para 13,855 euros, isto apesar de estar a ser uma sessão de ganhos para o petróleo. Tanto o Brent como o WTI registam valorizações de quase 1%.

A pesar em Lisboa está também a Jerónimo Martins, que perde 0,38% para 15,795 euros, bem como os títulos do setor da pasta e papel, com a Altri a cair 0,9%.

A EDP soma 0,09%, mas é o BCP quem evita uma queda mais expressiva da bolsa ao somar 0,25% para 19,85 cêntimos por ação.

Fora do índice principal, a Cofina destaca-se. Está a subir 10,02% para 53,80 cêntimos, isto depois de no fim de semana ter avançado com a OPA sobre a Media Capital, propondo pagar 2,3336 euros por cada ação da dona da TVI que não é controlada pela Prisa e 2,1322 euros pelas mais de 80 milhões de ações que estão nas mãos do grupo espanhol. A Media Capital ainda não negociou.

Cofina brilha após OPA

A empresa co-liderada por Paulo Fernandes oferece 180 milhões de euros pela TVI, sendo que incluindo a dívida (enterprise value), a operação de compra da Media Capital envolve cerca de 255 milhões de euros. A Impresa, dona da SIC, está inalterada.

(Notícia atualizada ás 8h49 com a valorização de 10,02% da Cofina)

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Hoje nas notícias: Azeredo, quartel e PSA

  • ECO
  • 23 Setembro 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Ministério Público (MP) já tem pronta a acusação do caso de Tancos e o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes deverá ser uma peça central. Na imprensa nacional, destaque também para o interesse que está a ser gerado em torno do Quartel da Graça, com sete privados a quererem converter o edifício num hotel de luxo.

MP diz que Azeredo Lopes teve “exercício perverso” das suas funções

O ex-ministro da Defesa do atual Governo, Azeredo Lopes, pode vir a ser acusado de participação ativa na encenação da recuperação do armamento roubado dos Paióis Nacionais de Tancos. A tese dos procuradores é a de que o então ministro sabia da encenação montada pela Polícia Judiciária Militar para recuperar as armas roubadas. A acusação do caso Tancos está pronta e deverá ser divulgada esta semana. Leia a notícia completa na Renascença (acesso livre).

Sete hoteleiros querem o Quartel da Graça

O Governo recebeu sete propostas de privados que querem transformar o Quartel da Graça num hotel de luxo. Não se conhece a identidade, mas concessão do edifício por um período de 50 anos ao abrigo do programa Revive chegou a merecer 13 manifestações de interesse. Criado como Convento da Graça no século XIII, o imóvel foi convertido em quartel com o fim da ordem religiosa que ali desenvolvia atividade. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

PSA prevê ano recorde com 78 mil veículos fabricados

A fábrica da PSA em Mangualde estima que 2019 seja um ano recorde na produção de automóveis. O grupo prevê fechar o período com 78.000 veículos fabricados, mais do que as 64.065 unidades recorde que tinham sido registadas em 2007. Do total, cerca de 2.000 automóveis deverão ser da marca Opel, mais concretamente o modelo Combo. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Assunção Cristas: Classe média e média-alta “é a mais esquecida”

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, assume como prioridade do partido a redução dos impostos para a classe média e média-alta. “Essa é a faixa da população mais esquecida, a que paga impostos e que muitas vezes também paga do seu bolso cuidados de saúde, a educação e na área social, porque não tem uma reposta eficaz por parte do Estado”, disse a líder centrista. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Venda de carteiras de crédito à habitação deixa famílias desprotegidas

Os bancos têm vendido carteiras de crédito malparado a fundos de investimento e a outras entidades privadas. Mas nestes portefólios têm entrado créditos à habitação “em incumprimento há poucos meses”. A denúncia é da Deco, que garante que tem recebido queixas todos os dias vindas de famílias que temem a possibilidade de perder as suas casas. Quando um empréstimo passa para a esfera dos fundos, as hipóteses dadas aos devedores são muito mais limitadas. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

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Trabalhadores dos registos e notariado começam nova greve

  • Lusa
  • 23 Setembro 2019

Trabalhadores exige uma revisão do sistema remuneratório, progressão e promoções na carreira e abertura de novos concursos internos e externos.

Os trabalhadores dos registos e notariado iniciam hoje um novo período de greve que, no caso de dois sindicatos, durará duas semanas.

A Associação Sindical dos Conservadores de Registos e o Sindicato dos Trabalhadores dos Registos realizam de hoje até 04 de outubro uma greve conjunta “contra o sistema remuneratório que o Governo pretende impor, a falta de adaptação do sistema de avaliação da administração pública (SIADAP), a falta de trabalhadores nos serviços e para exigir melhores condições de trabalho”.

Por sua vez, o Sindicato Nacional dos Registos marcou dois dias de paralisação a cumprir hoje e na próxima segunda-feira, dia em que se realizará uma concentração junto à porta do Palácio de Belém, em Lisboa.

O SNR exige uma revisão do sistema remuneratório, progressão e promoções na carreira e abertura de novos concursos internos e externos.

As greves poderão afetar o funcionamento das conservatórias e outros balcões, designadamente as Lojas do Cidadão.

O Ministério da Justiça já tinha decretado serviços mínimos para os períodos de greves dos trabalhadores, garantindo estar assegurada a entrega de Cartão de Cidadão (CC) urgente e extremo urgente; pedido, emissão e entrega de Cartão de Cidadão provisório; realização de casamentos civis agendados antes do aviso de greve; realização de casamentos civis urgentes, em situação de iminência de parto ou ‘in articulo mortis’ e realização de testamentos ‘in articulo mortis’.

Estarão também disponíveis os serviços de renovação de CC para maiores de 25 anos que não desejem fazer alteração dos dados biométricos (fotografia e impressões digitais), em 76 Espaços Cidadão dispersos por todo território.

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Há sete propostas para transformar Quartel da Graça num hotel de luxo

  • ECO
  • 23 Setembro 2019

Executivo tem em cima da mesa sete propostas para a concessão do edifício por um período de 50 anos. Renda anual é de mais de 332 mil euros.

O Quartel da Graça, imóvel que integra o programa Revive, atraiu muitos. Houve 13 manifestações de interesse no concurso público para a concessão do edifício por um período de 50 anos, terminando com um total de sete propostas para transformar o antigo quartel num hotel de luxo no centro de Lisboa.

De acordo com o DN/Dinheiro Vivo, que cita fonte oficial da Secretaria de Estado do Turismo, depois de terem sido selecionados oito candidatos dos 13 que manifestaram interesse, o Executivo tem em cima da mesa sete propostas para a concessão do edifício por um período de 50 anos.

Esta concessão obrigará à reabilitação do edifício para instalação da unidade hoteleira. Transformá-lo num hotel exigirá, estima o Governo, um investimento na ordem dos 30 milhões de euros, sendo certo que a renda anual é de mais de 332 mil euros.

O Quartel da Graça, com área de construção total é de 15.495 metros quadrados, integra o programa Revive, criado em 2016 com o objetivo de dar uma segunda vida ao património cultural e histórico devoluto através da concessão dos imóveis a privados para desenvolvimento de projetos turísticos.

Este quartel integra a primeira fase do Revive, programa lançado em 2016 com um total de 33 imóveis. Destas mais de três dezenas foram adjudicados nove imóveis, que representam um investimento de 68 milhões de euros, tendo sido lançados 19 concursos públicos.

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Operador turístico britânico Thomas Cook anuncia falência

  • Lusa
  • 23 Setembro 2019

Conselho de Administração concluiu que não tinha escolha, a não ser "tomar medidas para entrar em liquidação com efeito imediato".

O operador turístico britânico Thomas Cook anunciou falência depois de não ter conseguido encontrar, durante o fim de semana, fundos necessários para garantir a sua sobrevivência e, por isso, entrará em “liquidação imediata”.

“Apesar dos esforços consideráveis, as discussões entre as diferentes partes interessadas do grupo e de novas fontes de financiamento possíveis, não resultaram em acordo”, apontou o operador turístico britânico em comunicado.

“Desta forma, o Conselho de Administração concluiu que não tinha escolha, a não ser tomar medidas para entrar em liquidação com efeito imediato“, acrescentou.

As autoridades terão agora que organizar um repatriamento maciço de cerca de 600.000 turistas em todo o mundo, incluindo 150.000 para a Grã-Bretanha.

O grupo precisava de arrecadar 200 milhões de libras (cerca de 227 milhões de euros) em fundos adicionais, reivindicados pelos bancos, como o RBS ou o Lloyds.

A grave situação financeira da empresa teve impacto imediato junto de clientes que gozam pacotes de férias organizados pela operadora de viagens no exterior. Estes não conseguiram sair dos complexos (hotéis e resorts), sem pagar os valores decorrentes das estadas, já depois de terem efetuado o mesmo pagamento à Thomas Cook.

Vários cidadãos que estavam de férias na Tunísia disseram no domingo à BBC que foram impedidos de sair dos hotéis.

A empresa, com 178 anos de atividade, tinha previsto assinar esta semana um pacote de resgate com o seu maior acionista, o grupo chinês Fosun, estimado em 900 milhões de libras (1.023 milhões de euros), mas tal foi adiado pela exigência dos bancos que o grupo tivesse novas reservas para o inverno.

As dificuldades financeiras da empresa acumularam-se no ano passado, mas em agosto foram anunciadas negociações com o grupo chinês Fosun, que detém múltiplos ativos a nível mundial, nos setores de saúde, bem-estar, turismo (como o Clube Med), financeiro e até futebol (o clube inglês Wolverhampton Wanderers, treinado pelo português Nuno Espírito Santo).

Em Portugal é dona da seguradora Fidelidade, que comprou à Caixa Geral de Depósitos (CGD) em 2014 e, através da seguradora, 5% da REN – Redes Energéticas Nacionais, é a maior acionista do banco BCP (com 27,25%) e é a dona da Luz Saúde.

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“A Guerra dos Tronos”, “Fleabag” e “Chernobyl” dominam os Emmy

  • Lusa
  • 23 Setembro 2019

"A Guerra dos Tronos" bateu a competição na categoria mais cobiçada, onde concorria com "Better Call Saul", "Bodyguard", "Killing Eve", "Ozark", "Pose", "Succession" e "This Is Us".

A 71.ª cerimónia dos prémios Emmy coroou esta madrugada “A Guerra dos Tronos” como Melhor Série Dramática do ano, fechando em 59 a soma das estatuetas entregues pela Academia de Televisão durante as oito temporadas da saga.

“Fleabag” recebeu o Emmy de Melhor Série de Comédia e “Chernobyl” conquistou o prémio de Melhor Minissérie, sendo que ambas levaram várias outras estatuetas nas respetivas categorias, emergindo como grandes vencedoras da noite.

Durante as três horas da cerimónia, que este ano não teve apresentador, ficou claro que “A Guerra dos Tronos” não teria a noite de apoteose que se poderia prever por ser a última temporada.

Quando o ator Michael Douglas anunciou a distinção de Melhor Série Dramática, a quarta vez que este Emmy foi entregue aos criadores do título da HBO, foi desfeita a dúvida que pairou no ar do Microsoft Theater, em Los Angeles, durante toda a noite: apesar de ter batido o recorde de mais prémios para uma série, “A Guerra dos Tronos” perdeu quase todas as estatuetas para que estava nomeada em 2019.

A série recebeu apenas dois prémios Emmy, com Peter Dinklage (“Tyrion Lannister”) a ser o único ator a vencer na categoria de representação para que estava nomeado, Melhor Ator Secundário numa Série Dramática.

Entre Emmys de representação, realização e argumento, a série criada por David Benioff e D.B. Weiss perdeu para “Killing Eve”, “Pose”, “Ozark” e “Succession”, respetivamente, depois de uma temporada final que suscitou reações mistas por parte da crítica e dos espectadores.

Ainda assim, “A Guerra dos Tronos” bateu a competição na categoria mais cobiçada, onde concorria com “Better Call Saul”, “Bodyguard”, “Killing Eve”, “Ozark”, “Pose”, “Succession” e “This Is Us”.

A somar aos 10 prémios entregues na semana passada durante os Creative Arts Emmy, a oitava e última temporada da série recebeu um total de 12 estatuetas, tendo sido a mais premiada da 71.ª edição dos prémios.

No discurso de vitória, David Benioff agradeceu a George R.R. Martin por ter criado este universo e ter apostado em dois produtores que nunca tinham feito isto antes.

“É incrível que vocês ainda estejam todos vivos”, disse D.B. Weiss, depois de elogiar o esforço da equipa de produção e dos atores, que filmaram a última temporada em condições muito difíceis, com 70 dias consecutivos em temperaturas extremamente baixas em Belfast, Irlanda.

“Os últimos dez anos foram os melhores da nossa vida, e para todos os que trabalharam nisto, não consigo acreditar que terminámos, não consigo acreditar que o fizemos”, disse Benioff.

Na maior noite da televisão em Hollywood, a série “Fleabag”, criada e protagonizada por Phoebe Waller-Bridge, foi uma das grandes surpresas pela consistência das distinções: quatro Emmy nas categorias de comédia.

O título da Amazon Prime Video levou para casa a estatueta de Melhor Série de Comédia, ultrapassando “Barry”, “The Good Place”, “The Marvelous Mrs. Maisel”, “Russian Doll”, “Schitt’s Creek” e “Veep”.

Phoebe Waller-Bridge também venceu o Emmy para Melhor Atriz numa Série de Comédia e Melhor Escrita para uma Série de Comédia, com Harry Bradbeer a levar a estatueta de Melhor Realização numa Série de Comédia por “Fleabag”.

Nas categorias de Minissérie ou Filme para Televisão, foi “Chernobyl”, da HBO, que levou os prémios mais cobiçados, vencendo Melhor Escrita para Minissérie ou Filme e Melhor Realização em Minissérie ou Filme, além de Melhor Minissérie. A seguir a “A Guerra dos Tronos”, foi segunda série mais premiada nas duas noites de entregas de Emmy, com um total de 10 estatuetas,

Seguiu-se “The Marvelous Mrs. Maisel”, com oito, “Free Solo”, com sete, e “Fleabag”, com seis.

Os Emmy, devido ao número elevado de categorias, são habitualmente entregues em duas cerimónias, com a segunda a ser transmitida ao vivo a partir de Los Angeles.

“Last Week Tonight With John Oliver” levou o Emmy de Melhor Série de Variedades – ‘talk show’ e “Saturday Night Live” recebeu o prémio de Melhor Série de Variedades – ‘sketch’. “Bandersnatch (Black Mirror) foi o Melhor Filme para Televisão.

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5 coisas que vão marcar o dia

A duas semanas das eleições, serão conhecidos novos dados económicos, num dia que será marcado pelo segundo debate entre Rio e Costa. Na bolsa, a OPA da Cofina à Media Capital centra atenções.

As eleições legislativas, a 6 de outubro, são o tema incontornável, especialmente num dia em que os líderes do PS e do PSD voltam a estar frente a frente para um debate logo antes de serem conhecidos novos dados do PIB e do saldo orçamental em 2017 e 2018. A compra da Media Capital pela Cofina está cada vez mais próxima.

OPA da Cofina à Media Capital marca sessão

Uma das principais notícias do fim de semana foi a oficialização da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Media Capital, pela Cofina. A empresa de media dona do Correio da Manhã apresentou o anúncio preliminar, propondo-se a pagar cerca de 180 milhões de euros e a assumir ainda a dívida da dona da TVI de 75 milhões de euros. A operação vale assim 255 milhões. As ações das duas empresas estavam suspensas na bolsa de Lisboa, mas esperam-se novidades no início da semana.

Rio e Costa de novo frente a frente

Os líderes dos maiores partidos em Portugal voltam a estar frente a frente esta segunda-feira. É às 10h, nas rádios Antena 1, Renascença e TSF e segue-se a um debate televisivo que trouxe mais vantagem a Rui Rio que a António Costa. Segundo uma nova sondagem conhecida este domingo, o PS mantém a liderança (com 40,6% das intenções de voto), mas a diferença face ao PSD (26,6%) está mais pequena e situa-se agora em 14 pontos percentuais. O debate decorre uma hora antes de serem conhecidos novos dados macroeconómicos que até podem revelar uma revisão dos valores conhecidos até aqui.

Economia e contas públicas em foco

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar esta segunda-feira a segunda notificação do Procedimento dos Défices Excessivos de Portugal, onde vai atualizar os números do défice em 2018. Irá também publicar os principais agregados das Administrações Públicas, as contas nacionais trimestrais por setor institucional (no segundo trimestre) e as contas nacionais relativas a 2017. Os dados económicos vão permitir medir o pulso à economia e às contas públicas portuguesas e poderão dar um novo impulso aos juros da dívida pública, que continuam a negociar próximos de mínimos históricos. O ministro das Finanças vai reagir a toda a bateria de indicadores que vai ser divulgada ao final da manhã.

Draghi no Parlamento Europeu

Lá fora, o Banco Central Europeu (BCE) irá central atenções. Prestes a abandonar o cargo de presidente da instituição financeira, e depois de ter decidido baixar ainda mais os juros dos depósitos na Zona Euro, o italiano Mario Draghi estará esta segunda-feira no Parlamento Europeu para uma audição na Comissão de Assuntos Económicos e Monetários. No mesmo dia, o Bundesbank vai divulgar os resultados dos testes de resistência aos bancos alemães, num ambiente de baixas taxas de juro do BCE.

Geopolítica continua a afetar o petróleo?

O mercado petrolífero foi, na semana passada, abalado por ataques com drones a duas refinarias da petrolífera Saudi Aramco. O impacto nos preços dos mercados internacionais acalmou — mas não deixou de causar uma forte subida nos combustíveis em Portugal — e a dúvida é se as tensões vão voltar a subir. Apesar de os ataques terem sido reivindicados por rebeldes do Iémen, os EUA acusaram o Irão de estar por trás do acontecimento e reforçou a presença no Golfo Pérsico. O Irão afirmou este domingo que a presença de forças estrangeiras aumenta a insegurança na região.

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Cofina compra TVI… e muito mais. O que vem no “pacote”?

A Cofina avançou com a oferta para comprar o grupo Media Capital, mas a operação engloba muito mais do que a TVI. Conheça todas as marcas que vão passar para a dona do Correio da Manhã.

A Cofina é oficialmente a terceira empresa a tentar comprar a TVI, depois de duas tentativas falhadas nos últimos anos, primeiro pela antiga Ongoing e, mais recentemente, por parte da Altice Portugal. Mas não é só a estação televisiva de Queluz de Baixo que passa a ter novo dono com esta operação avaliada em 255 milhões de euros e que envolve uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) de cerca de 180 milhões de euros e a dívida da própria Media Capital, de cerca de 75 milhões de euros. Caso a dona do Correio da Manhã consiga a aprovação dos reguladores, ficará também com todos os outros ativos da Media Capital.

De longe, a TVI é o ativo mais importante e mais popular do grupo que tem Luís Cabral à cabeça. Mas há outros nomes bem conhecidos dos portugueses. Se a Cofina conseguir comprar a Media Capital aos espanhóis da Prisa, passa a controlar também uma série de rádios, uma produtora audiovisual e as várias plataformas digitais da empresa portuguesa.

A Cofina já fez saber que pretende “manter a linha editorial dos diferentes meios de comunicação social que detém e que passará a deter, bem como todos os profissionais que estejam dispostos a colaborar neste novo projeto”. Mas também “intensificar a criação de conteúdos de perfil exportador, tendo em vista a transposição para a legislação nacional da designada ‘diretiva Netflix’”, referiu a empresa de Paulo Fernandes em comunicado, no dia em que foi feito o anuncio preliminar da OPA.

Abaixo, conheça tudo o que vem no pacote. Incluindo alguns dados financeiros importantes sobre cada um dos negócios, no período de janeiro a junho (primeiro semestre).

1. Televisões

A televisão é o principal negócio do grupo Media Capital, através do qual a empresa explora receitas da publicidade ou da distribuição de canais no cabo, por exemplo. Ao comprar o grupo, a Cofina passará a controlar os canais TVI, TVI24, TVI Internacional, TVI Ficção, TVI África e TVI Reality.

O mais relevante do pacote é o canal generalista TVI, distribuído em sinal aberto em todo o país através da Televisão Digital Terrestre (TDT) e que durante vários anos permaneceu líder de audiências, um estatuto reconquistado este ano pela concorrente SIC, detida pela Impresa. Ainda assim, é o segundo canal mais visto do país, logo, um dos que tem maior influência junto da população portuguesa.

O segundo canal mais relevante da Media Capital é a TVI24, focado na informação e distribuído apenas na televisão por cabo. A par destes, a TVI Internacional tem como alvo a diáspora portuguesa, a TVI Ficção distribui alguns dos conteúdos mais populares produzidos pela Media Capital (já lá vamos), a TVI África é voltada para os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) e a TVI Reality exibe os reality shows comprados pelo grupo, entre os quais se destacou, por exemplo, a Casa dos Segredos.

Dados do negócio de televisão:

  • Receitas totais: 70,27 milhões de euros
  • Receitas com publicidade: 47,34 milhões de euros
  • Gastos operacionais: 61,53 milhões de euros

2. Rádios e música

Dizer que a dona do Correio da Manhã vai comprar a dona da TVI até pode parecer redutor, tendo em conta que o negócio também inclui a totalidade do grupo Media Capital Rádios (MCR) e, consecutivamente, estações como a Comercial, M80, Cidade FM, Smooth FM e Vodafone FM.

No que toca à Rádio Comercial, estamos a falar de uma estação generalista no topo das audiências em Portugal, jogando a liderança taco a taco com a concorrente RFM, do grupo Renascença Multimédia. As restantes estações apelam a diferentes nichos: a M80 foca-se sobretudo nos grandes clássicos dos anos 80, a Cidade FM foca-se nos jovens, a Smooth FM é uma estação de música jazz e a Vodafone FM é uma rádio que transmite apenas nos grandes centros urbanos de Lisboa, Porto e Coimbra. E não esquecer, por fim, a editora de música Farol.

Dados do negócio de rádio e música:

  • Receitas totais: 12,1 milhões de euros
  • Receitas com publicidade: 9,93 milhões de euros
  • Gastos operacionais: 6,32 milhões de euros

3. Produção audiovisual

A Plural é outra das joias da coroa da Media Capital, sendo um dos principais players nacionais no setor da produção audiovisual. É da Plural que sai a ficção nacional da TVI, nomeadamente as novelas, e mais recentemente também alguns concursos.

É também o segundo negócio que mais gera receitas no grupo e, na nova era do streaming, poderá mesmo vir a ser a “galinha dos ovos de ouro” da empresa, ambicionando produzir séries para plataformas como a Netflix.

Dados do negócio da produção audiovisual:

  • Receitas: 15,3 milhões de euros
  • Gastos operacionais: 16,6 milhões de euros

4. Marcas digitais

O “pacote” Media Capital inclui ainda uma série de negócios no mundo digital, agregados debaixo da subsidiária Media Capital Digital. São eles o portal IOL, o IOL Negócios, o TVI Player, o Mais Futebol, o Auto Portal, a Selfie e a plataforma de descontos Planeo, além dos sites da TVI e TVI24.

Dados do negócio no digital:

  • Receitas com publicidade: 1,89 milhões de euros
  • Outras receitas: 6,12 milhões de euros
  • Gastos operacionais: 7,3 milhões de euros

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Advogados de Berardo vão hoje contestar arresto das 2.200 obras

  • ECO
  • 23 Setembro 2019

Arresto foi decretado pelo tribunal na sequência de uma providência cautelar interposta pela CGD, BCP e Novo Banco, credores de Berardo. Representantes do empresário vão contestar em tribunal.

Joe Berardo irá contestar esta segunda-feira o arresto de cerca de 2.200 obras de arte. Em causa estão peças que, há 13 anos, compõem o acervo do Museu Coleção Berardo mas também obras que se encontravam no jardim Bacalhôa Buddha Eden no Bombarral e na Aliança Underground Museum, museu nas caves Aliança-Vinhos de Portugal, em Aveiro, detidos pelo empresário madeirense.

O arresto foi decretado pelo tribunal na sequência de uma providência cautelar interposta pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), pelo BCP e pelo Novo Banco, credores de Berardo. O processo tem como objetivo recuperar uma dívida superior a 962 milhões de euros.

Fonte próxima do colecionador disse à Lusa que a ação de contestação irá acontecer esta segunda-feira pelos advogados do empresário. A Associação Coleção Berardo “vai ser ouvida em tribunal e, nessa altura, será o juiz a decidir se o arresto será levantado ou é mantido”, disse a mesma fonte à agência, na semana passada, sobre este processo.

A associação terá sido notificada da finalização do arresto das obras de arte, cerca de mil, das quais 862 no Centro Cultural de Belém (CCB), e as restantes 1.200 do jardim Bacalhôa Buddha Eden, no Bombarral, e na Aliança Underground Museum, museu nas caves Aliança-Vinhos de Portugal, em Aveiro, segundo noticiou o Jornal Económico.

No entanto, as peças continuarão ainda nas mãos do empresário. A mesma fonte próxima confirmou à Lusa que o que aconteceu foi que as obras foram “apenas referenciadas para o arresto”, mas que estas “continuam no mesmo sítio”.

Governo tenta impedir venda das obras

Não existem garantias de que os bancos possam usar as obras para recuperar a dívida em questão. Numa audição no Parlamento a 10 de maio, Berardo disse que a garantia que os bancos têm é dos títulos de participação da Associação Coleção Berardo, e não das obras em si.

O empresário revelou ainda que houve um aumento de capital na associação, numa reunião que não contou com a presença dos bancos credores, que diluiu os títulos detidos pelos bancos como garantia. Além deste entrave, também o Governo está a tentar travar a possibilidade de a coleção deixar de estar acessível ao público.

Em 2006, o Estado português e o empresário madeirense celebraram um acordo para a criação do museu em seu nome no Centro Cultural de Belém (CCB), que cedia gratuitamente, por dez anos, 862 obras, avaliadas, na altura, em 316 milhões de euros pela leiloeira internacional Christie’s.

São estas obras as que são abrangidas pelo arresto decretado na sequência de uma providência cautelar interposta pelas três instituições financeiras. Além da ordem judicial, a ministra da Cultura Graça Fonseca garantiu que o Governo usaria “as necessárias e adequadas medidas legais” para que a coleção de arte moderna continue inteira e acessível ao público.

Graça Fonseca explicou que Cultura, Justiça e Finanças estão articulados para defender a “imperiosa necessidade de garantir a integridade, a não-alienação e a fruição pública” das obras expostas no CCB. Rejeitou, no entanto, avançar quais as medidas que poderão ser acionadas para não dar a Berardo “a satisfação de as antecipar.

As obras de arte não são o único bem que Berardo que os bancos pretendem ver arrestados. O arresto de parte da Quinta Monte Palace Tropical Garden, na sequência de uma providência cautelar movida pela CGD, tal como o ECO avançou em primeira mão, e de duas casas em Lisboa, também propriedade do empresário, são outros exemplos.

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Cabify em dificuldades e com poucos motoristas. Mas quer dar a volta ao negócio

Longos tempos de espera têm feito os clientes da Cabify "fugirem" para as plataformas concorrentes. A aplicação tem poucos motoristas e a empresa assume que 2019 está a ser um ano "desafiante".

A operação da Cabify em Portugal enfrenta dificuldades. Os utilizadores da plataforma de transporte estão a migrar para os serviços concorrentes, perante a escassez de motoristas disponíveis para completarem as viagens solicitadas pelos clientes. A empresa espanhola não esconde os problemas e está determinada em reconquistar o lugar num setor que é dominado pela Uber.

Há alguns meses que o serviço tem vindo a degradar-se, mas o problema agravou-se nas últimas semanas. Comentários recentes de utilizadores, vistos pelo ECO, mostram o descontentamento com os longos tempos de espera na Cabify. “Não percebo esta aplicação. Podemos esperar entre 10 a 30 minutos por um motorista que não aparece”, aponta um. “Está constantemente a dececionar com um tempo máximo de espera que é prolongado quando chega ao fim”, lê-se noutro.

Nas três vezes que testámos o serviço, só numa foi possível chamar um motorista em tempo razoável — e apenas porque o ponto de recolha se encontrava numa zona de maior afluência da cidade de Lisboa, em Santos. Numa das vezes a aplicação não foi capaz de carregar o mapa com os motoristas, noutra o ECO esperou cerca de dez minutos até a aplicação encontrar um motorista disponível a quase dois quilómetros de distância. Para referência, a Uber é capaz de ligar passageiros a motoristas em poucos segundos.

A primeira imagem mostra a aplicação incapaz de carregar o mapa com os motoristas. As restantes mostram a aplicação à procura de motoristas. Após dez minutos de espera, a viagem foi atribuída a um motorista a 1,7 quilómetros de distância.Montagem ECO

Mas para se compreender como é que a Cabify chegou até aqui, é preciso explicar o que já foi a Cabify em Portugal. A empresa está presente em Lisboa desde 2016 e foi o segundo player do setor a apostar no mercado nacional, dois anos depois da Uber. Por isso, enfrentou alguns dos momentos mais marcantes do processo de regulamentação das plataformas eletrónicas, nomeadamente a grande manifestação de taxistas em outubro de 2016 e a segunda manifestação já em 2018.

Cabify já não tem equipa em Portugal

Durante vários anos, a startup espanhola, que chegou a assumir, no ano passado, a intenção de entrar na bolsa de Madrid em 2019, teve uma equipa sediada em Portugal. Isso mudou em meados de 2018, altura em que a operação portuguesa passou a ser gerida a partir da sede, em Madrid, sabe o ECO.

Frederico Venâncio foi um dos portugueses que acompanhou o percurso da Cabify no mercado nacional desde o arranque, primeiro como diretor de operações e, a partir de janeiro de 2017, como líder da operação no país. Deixou a Cabify Portugal em agosto de 2018 para, em outubro, lançar o serviço de trotinetas elétricas Voi no país. Com ele saiu também Sara Karim, ex-responsável de comunicação da Cabify, que atualmente desempenha o mesmo cargo na Voi.

A reestruturação colocou Daniel Bedoya ao comando de todas as operações europeias da Cabify, incluindo a portuguesa. Documentos consultados pelo ECO mostram que o gestor espanhol assumiu a gerência da empresa em Portugal no dia 11 de setembro de 2018. É ele o homem que desenhou e está a implementar a nova estratégia da Cabify no país. Já este ano, a startup contratou a agência IPSIS para gerir a comunicação do serviço no mercado português.

Empresa oferece 80 euros para atrair motoristas

Ao que o ECO apurou, a nova estratégia da Cabify passa por aliviar ou abandonar de todo aquele que foi o principal fator diferenciador do serviço: a exigência de exclusividade dos motoristas, que permitia à Cabify ter um controlo apertado sobre a qualidade do serviço prestado aos clientes. Para atrair condutores, a empresa também está a oferecer bónus que, de acordo com um motorista sondado pelo ECO que não conduz ao serviço da Cabify, é “extremamente atrativo”.

Atualmente, além da Cabify e da Uber, existem dois outros players de relevo em Lisboa: a Bolt (ex-Taxify) e a Kapten. A chegada destas aplicações, em 2018, com critérios de entrada de motoristas menos exigentes, levou a um cenário em que estes conduzem agora ao serviço de várias plataformas ao mesmo tempo. Os motoristas passaram a aceitar a primeira viagem que lhes for atribuída, independentemente da plataforma, uma forma de reduzirem os “tempos mortos”.

(Numa nota enviada ao ECO após a publicação desta notícia, a Kapten veio recusar ter critérios de entrada menos exigentes. Assegura que os seus motoristas “são bastante profissionais” e que realiza entrevistas com todos antes de estes poderem começar a operar.)

O resto foi a economia a funcionar. Muitos motoristas viram na Cabify um player que, apesar da aposta na qualidade, exigia uma exclusividade que poderia representar rendimentos mais baixos. Daí que muitos tenham apostado, então, nas aplicações concorrentes. Isto explica a escassez de motoristas ao serviço da Cabify, que recentemente decidiu deixar de exigir essa exclusividade no serviço base.

Além do alívio nos requisitos, a Cabify lançou um programa de financiamento das viagens em linha com o praticado por alguns concorrentes. A empresa promete pagar 80 euros a mais por cada 20 viagens completadas por um motorista, de acordo com anúncios que estão a ser promovidos pela Cabify nas duas redes sociais mais populares do país, nomeadamente Facebook e Instagram. O site da empresa também deixou de se focar em atrair clientes e destaca agora um grande botão a dizer “conduza connosco”.

Desta forma, a startup espanhola espera inverter a tendência de “fuga” dos motoristas e reconquistar um mercado no qual já teve outra relevância. E os próximos meses vão ser críticos para determinar o sucesso ou o falhanço da operação nacional. Contactada pelo ECO, a Cabify não escondeu os problemas e mostrou-se determinada em voltar a ganhar espaço e negócio.

A Cabify tem uma campanha em curso nas redes sociais, na qual promete dar aos motoristas 80 euros adicionais por cada 20 viagens efetuadas.Montagem ECO

Cabify assume ano “desafiante” e de “adaptação”

“Sem dúvida que 2019 tem sido desafiante”, refere fonte oficial da Cabify numa declaração enviada ao ECO. “Tem sido um ano de adaptação a um novo paradigma, com nova legislação e crescente número de players, acrescenta. Classificando Portugal como “uma escolha natural” para a Cabify, na medida em que “o mercado português está a crescer”, a Cabify assume uma visão para a operação no país que passa pelo “crescimento sustentável, com foco na qualidade e segurança” do serviço.

A empresa também não esconde o problema do lado da oferta no seu serviço. “Como exemplo de que estamos a materializar este compromisso temos as campanhas que estamos a desenvolver no sentido de angariar mais motoristas para o território nacional. Assumimo-lo, temos os melhores entre nós e vamos continuar a ter os melhores a colaborar connosco”, acrescenta ainda a nota.

A nova estratégia já está delineada e passará por “simplificar e integrar ao máximo as operações”, de forma a “manter a maior coerência possível” no negócio em todos os países. “Com isso, queremos também otimizar processos e aprimorar o desenvolvimento da estratégia para todo o continente. Pretendemos, também, criar sinergias e massa crítica que facilite o desenvolvimento e a implementação dos mais variados projetos inovadores que pretendemos integrar”, conclui.

(Notícia atualizada com reação da Kapten)

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PS é quem mais gasta, PSD quem mais derrapa e PCP o único que não fura o orçamento

Os partidos têm apresentado orçamentos mais comedidos, mas os gastos finais não mudaram muito. PS é quem mais gasta, PSD quem mais derrapa e o PCP o único que nunca fura o orçamento.

As eleições legislativas estão à porta e os partidos já estão no terreno, apesar de oficialmente a campanha eleitoral ainda não ter começado. Mas antes, Marcelo Rebelo de Sousa pediu contenção aos partidos nos gastos durante a campanha, o que motivou a resposta imediata de alguns partidos a garantirem que sempre foram contidos. Mas afinal quanto gastam os partidos? O PS é quem mais gasta, o PSD é quem vê as suas contas derrapar mais e o PCP é o único partido que nunca fura o seu orçamento.

Antes da campanha, todos os partidos têm de submeter o seu orçamento à entidade de contas, onde explicam quanto preveem gastar, onde pretendem gastar esse dinheiro e que receitas estão a contar ter para pagar esses gastos. Os orçamentos iniciais desses partidos partilham várias características: só têm uma página; as maiores receitas são oriundas da subvenção estatal; todos são equilibrados.

Nas últimas duas eleições, em 2011 e 2015, os orçamentos dos maiores partidos tiveram ainda outra característica em comum: quase todos derraparam. Só a CDU (coligação do PCP com Os Verdes) gastou menos do que previa.

Orçamentos têm vindo a diminuir…

Em 2005, os cinco maiores partidos esperavam gastar mais de 20,5 milhões de euros nas eleições legislativas. PSD e CDS-PP eram quem orçamentava mais despesas, com os dois partidos responsáveis por quase três quartos dos gastos de todos os partidos. O PS surgia num distante terceiro lugar.

Aquilo que os partidos acabaram por gastar efetivamente nas suas ações de campanha, entre sondagens, comícios, cartazes e brindes, ficou muito aquém do previsto. No final, foram gastos apenas 11,4 milhões de euros, e quem gastou mais até acabou por ser o PS.

O mesmo aconteceu em 2009. Nessas duas eleições, os partidos fizeram todos estimativas de gastos muito acima do que viriam realmente a gastar nas eleições.

… o dinheiro gasto não tanto

Na única página de orçamento que os partidos entregam no Tribunal Constitucional, há uma mudança fundamental desde as eleições de 2011. Os partidos têm apresentado orçamentos mais contidos do que na década passada.

No entanto, tanto em 2011 como em 2015, aquilo que acabaram por gastar efetivamente na campanha ficou significativamente acima do que estavam a prever. Isso é especialmente verdade nos casos do PSD e do PS.

Os valores efetivamente gastos pelos principais partidos têm diminuído desde 2009, mas não como os orçamentos poderiam sugerir. Em 2009, os partidos esperavam gastar 12,7 milhões de euros mas acabaram por gastar apenas 11,7 milhões de euros. Já em 2011, o valor orçamentado diminuiu para 6,6 milhões de euros, uma redução brusca face ao que se verificava em 2009, mas os gastos ficaram muito acima do previsto, 10,6 milhões de euros.

Em 2015, aconteceu exatamente o mesmo. O valor orçamentado foi de 7,5 milhões de euros, mas no final gastaram-se 9,9 milhões de euros.

Fonte: Orçamentos e contas do PS, PSD, CDS-PP, Bloco de Esquerda e CDU entregues no Tribunal Constitucional

PS é quem mais gasta

O PS é, pelo menos desde 2005, o partido que gasta mais nas eleições legislativas. A diferença foi mais evidente durante os anos em que José Sócrates liderou o partido. Em 2005, por exemplo, a estimativa de despesas era muito inferior à apresenta pelo PSD e até pelo CDS-PP, mas no final acabou por gastar substancialmente mais do que ambos os partidos, 4,6 milhões de euros, contra três milhões de euros do PSD e 2,2 milhões de euros do CDS-PP.

Em 2009, os gastos ainda foram superiores. O PS gastou 5,5 milhões de euros na reeleição de José Sócrates, quando o PSD ficou abaixo dos três milhões de euros, ficando muito próximo daquilo que tinha previsto gastar.

Nas duas eleições seguintes, um pouco como a generalidade dos partidos, o PS gastou menos, mas ainda assim muito acima do orçamento que entregou no Tribunal Constitucional. Em 2011, as contas derraparam 87,9% e, em 2015, mais 24,5%.

PSD é quem mais derrapa

Em 2005 e 2009, apresentou um orçamento muito elevado e ficou muito aquém dos gastos previstos. Em 2011 e 2015, foi completamente ao contrário.

Nas eleições de 2011, o PSD gastou mais 92,4% do que o previsto com a eleição de Pedro Passos Coelho no início da crise financeira, passando de um orçamento de dois milhões de euros para um gasto efetivo de 3,8 milhões de euros.

Já em 2015, em que concorreu coligado com o CDS-PP na coligação Portugal à Frente (PAF), as contas da campanha passaram de 2,8 milhões orçamentados para 4,3 milhões de euros efetivamente gastos. A derrapagem face ao previsto foi de 53%, mais os gastos individuais que estes dois partidos entregaram no Tribunal Constitucional.

PCP é o único que cumpre sempre o orçamento

A CDU — coligação que junta o PCP e Os Verdes — não é a que menos gasta, mas é certamente a mais cumpridora. De todas as campanhas sobre as quais o Tribunal Constitucional divulga dados, o PCP gastou sempre menos que o previsto.

Em 2005 gastou menos 23,1%, em 2009 gastou menos 37,1%, em 2011 gastou menos 7% e, em 2015, menos 5%.

No entanto, com exceção de 2005, esta coligação tem sido sempre a terceira que mais gasta, à frente do CDS e do Bloco de Esquerda.

CDS-PP e Bloco de Esquerda têm sido contidos?

Quando Marcelo Rebelo de Sousa deixou o aviso aos partidos de que deveriam ser contidos nos gastos durante a campanha eleitoral que se avizinha, o CDS-PP e o Bloco de Esquerda responderam de imediato dizendo que têm sido contidos nos gastos que fazem.

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, disse que o CDS “há muitos anos que é dos partidos que menos gasta em campanhas eleitorais”. “Temos uma preocupação de ter campanhas poupadas. Não temos muito dinheiro e, portanto, também temos essa preocupação, por opção e por necessidade”, disse, em entrevista à Lusa.

Já Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, disse que o partido que lidera “tem sempre grande contenção nas suas contas”.

Ambas parecem ter razão nas suas declarações, com algumas nuances. O CDS-PP tem vindo, de facto, a reduzir substancialmente os orçamentos e os gastos em campanhas eleitorais, estando especialmente longe dos gastos nos anos de Paulo Portas. Em 2005, por exemplo, o partido tinha um orçamento de 6,8 milhões de euros e acabou por gastar 2,2 milhões de euros.

Desde então, os orçamentos dos centristas tem sido de entre 700 e 850 mil euros, e os gastos não têm ficado muito longe desse valor, apesar de em 2009 terem superado o milhão de euros e as contas de 2015 com a PAF terem derrapado substancialmente.

Já no caso do Bloco de Esquerda, o dinheiro gasto em campanhas foi muito semelhante nas últimas duas eleições, tendo sido superior no ano de 2009, mas sem chegar ao limiar do milhão de euros.

Mas no que diz respeito à previsão de contas, o caso é diferente. O Bloco tem apresentado orçamentos sempre mais pequenos todos os anos desde 2009, mas em 2011 as contas derraparam 22,6% e em 2015 outros 40%.

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Cristas saúda vitória do centro-direita na Madeira. CDS Madeira decide coligação

  • Lusa
  • 23 Setembro 2019

"O CDS é o partido que, no espaço de centro-direita, consegue garantir uma maioria", afirma Assunção Cristas.

A líder do CDS saudou este domingo o resultado dos centristas e a vitória do centro-direita na Madeira e remeteu para o partido na região a decisão de se coligar com o PSD, que venceu as eleições com maioria relativa.

A Madeira viveu hoje “um dia histórico” com o fim da maioria absoluta de um partido, o PSD, ao fim de 43 anos, e o CDS “é essencial para garantir uma maioria de centro e direita” na região, afirmou Assunção Cristas, numa conferência de imprensa na sede nacional dos centristas, em Lisboa, depois de serem conhecidos os resultados nas legislativas regionais.

Apesar de ter perdido quatro deputados, mais de nove mil votos e passado de segundo para terceiro partido na região, o CDS tornou-se num potencial aliado do PSD/Madeira para formar uma maioria de centro-direita e de um governo maioritário, tendo eleito três deputados que formam maioria (24) com os eleitos dos sociais-democratas.

Ambos os partidos na Madeira já admitiram a hipótese de conversações futuras com o fim de conseguir uma “coligação de governo” e Cristas afirmou respeitar a autonomia do CDS na Madeira e do seu líder, Rui Barreto, a quem enviou um “fortíssimo abraço”.

Por quatro vezes, a presidente dos centristas disse a mesma ideia, embora com algumas cambiantes nas palavras.

“Foi claríssimo o que aconteceu hoje na Madeira: a esquerda saiu derrotada, o centro direita tem condições para governar”, disse, para, nas perguntas aos jornalistas repetir, apontando, indiretamente ao PS e ao seu líder: “Foi clarinho como água: a esquerda saiu derrotada. O modelo que em 2015 teve início em Portugal não teve acolhimento e saiu derrotado na Madeira”.

De pastas e lugares, Assunção Cristas remeteu as decisões para Rui Barreto e o CDS na região, e relativizou o desafio feito pelo candidato do PS, Paulo Cafôfo, de propor uma plataforma de entendimentos entre os socialistas “e a restante oposição” na tentativa de uma solução estável para a Madeira.

“As eleições foram claríssimas: o centro e direita têm maioria, a esquerda foi derrotada”, repetiu.

Assunção Cristas relativizou ainda a perda de votos e de deputados do seu partido no parlamento regional, sublinhando que esta eleição foi “fortemente polarizada” e que “vários partidos”, como o Bloco de Esquerda, foram erradicados da Assembleia Legislativa da Madeira, e o CDS “não só resistiu” como conseguiu tornar-se “essencial” para a formação de uma maioria.

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