Sonae reabre Aqualuz Lagos após requalificação de 2,3 milhões de euros

A um ano de abrir um hotel de cinco estrelas no Algarve, o grupo nortenho renovou as 125 unidades de alojamento, o restaurante e as piscinas deste aparthotel familiar de quatro estrelas em Lagos.

A Sonae investiu cerca de 2,3 milhões de euros na requalificação do Aqualuz Lagos by The Editory, no Algarve, que incluiu a renovação total de 125 unidades de alojamento e a requalificação e ampliação do restaurante e do bar junto às duas piscinas exteriores, que também foram alvo de intervenção.

O aparthotel familiar de quatro estrelas, que tem uma operação sazonal, acaba de reabrir para a temporada primavera/verão, que se estende até 31 de outubro, anunciando novidades de serviço como o reforço do regime de APA (alojamento e pequeno-almoço) e a possibilidade de suplemento de meia pensão no restaurante do hotel, com 280 lugares.

Aqualuz Lagos by The EditoryBooking

Este investimento acontece pouco mais de três anos depois de a Sonae Capital ter acordado a venda do ativo imobiliário onde opera o Aqualuz Lagos ao fundo Imofumento (gerido pelo BPI) por 20,65 milhões de euros. A operação, comunicada à CMVM em novembro de 2020, foi realizada através da subsidiária Bloco Q.

Também o Aqualuz Troia, inserido no Troia Resort, nesta península do concelho de Grândola (distrito de Setúbal) já tinha sido alvo de um investimento de 1,5 milhões de euros por parte da gestora. Foi concluído no verão de 2022 e transformou este ativo numa unidade de luxo com 132 apartamentos.

A Norte, o grupo liderado por Miguel Mata Gil – opera também na área industrial (Adira), da energia (Capwatt) ou do fitness (Solinca) – está igualmente a requalificar o histórico Porto Palácio, na avenida da Boavista. Envolve a remodelação das salas de reuniões e do centro de congressos e a intervenção nos cerca de 220 quartos do hotel.

Como o ECO adiantou em fevereiro, a Sonae vai avançar com dois novos hotéis de cinco estrelas na Madeira e no Algarve, com aberturas previstas para o primeiro trimestre do próximo ano. Estes novos projetos vão acrescentar 300 camas à oferta turística do grupo, que tem atualmente perto de 1.300 quartos num total de dez unidades espalhadas pelo Porto, Lisboa, Troia e Lagos.

No Algarve, o grupo nortenho vai explorar na mesma cidade o empreendimento que há dois anos está a ser construído de raiz pelo grupo Ferreira Building Power. Além de um hotel de luxo com 204 quartos, terá também uma vertente residence. Situado sobre a falésia na Ponta da Piedade, o futuro The Editory By The Sea Lagos vai empregar diretamente cerca de 50 pessoas e tem abertura prevista para março de 2025.

Para um mês antes (fevereiro de 2025) está agendada a estreia na Madeira com uma unidade de luxo de 98 quartos no Lugar da Ajuda, na zona do Lido, que vai permitir a criação de 30 postos de trabalho diretos. A Sonae Capital vai ficar com a exploração hoteleira do The Editory By The Sea Funchal, cujas obras arrancaram em dezembro e que resulta da reabilitação de um edifício que estava abandonado.

As receitas de alojamento do grupo ascenderam a 30 milhões de euros em 2023, prevendo chegar aos 33 milhões de euros no final deste ano. Quando arrancou com esta área de negócio há mais de 35 anos, com a abertura do Porto Palácio, a operação estava associada à Solinca Eventos. Mais tarde, os hotéis passaram a integrar a Sonae Turismo, que acabou por desaparecer. Pelo meio surgiu a S.Hotels Collection como marca interna de comercialização, até que em 2021 adotou a marca agregadora The Editory Collection Hotels.

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Clã Azevedo foi às compras e já gastou 200 milhões em plena pandemia

Os negócios sucedem-se em plena pandemia: a família Azevedo, dona da Sonae, já investiu mais de 200 milhões de euros em compras nos últimos meses: Salsa, Sonae Indústria, Sonae Capital e Nos.

Cláudia Azevedo e Paulo Azevedo.

Se a pandemia tem feito mossa na economia e em muitas empresas, os negócios da família Azevedo vão no sentido oposto e não têm parado de crescer com novas aquisições em 2020. Ora por questão de estratégia, ora por necessidade da circunstância (como foi o caso mais recente da Nos), os investimentos no universo Sonae superam já os 200 milhões de euros desde o início do ano.

O valor é já considerável tendo em conta a realidade portuguesa e ainda mais dado o período de grande incerteza causado pelo vírus, que poderia aconselhar maior cautela em novos investimentos. Mas a família Azevedo, cujo ativo de referência é a Sonae, tem contrariado a tendência do mercado este ano.

A Sonae, holding que detém a cadeia de hipermercados Continente, anunciou esta quarta-feira o maior investimento até agora: adquiriu uma participação de 7,38% na operadora Nos NOS 0,13% que estava nas mãos do BPI. Não foram revelados valores da operação, mas tendo em conta o preço de fecho das ações da telecom, o negócio terá sido feito por um valor a rondar os 137 milhões de euros.

O reforço na Nos surge depois de a Sonae, que passa a deter 33,45% da operadora portuguesa, ter anunciado o fim da parceria com Isabel dos Santos na Zopt. Era este veículo garantia à Sonae uma posição de controlo na telecom portuguesa. Porém, mesmo desfeita a união com a empresária angolana, a Sonae vai manter-se em situação de domínio após ter comprado os tais 7,38% ao BPI, passando a deter 33,45% da Nos.

Duas OPA de uma cajadada só

Antes disso, no último dia de julho, a Efanor, a holding familiar dos Azevedo que controla 25,9% da Sonae, “bisou” na bolsa ao lançar duas ofertas públicas de aquisição (OPA) em simultâneo: uma sobre a Sonae Capital (que reúne interesses em várias áreas, desde o turismo, fitness, imobiliário) e outra sobre a Sonae Indústria (empresa industrial do setor dos derivados de madeira).

Para concretizar as duas operações, o esforço financeiro da Efanor deverá situar-se à volta dos 81,2 milhões de euros: 65 milhões de euros na aquisição de 37,2% do capital da Sonae Capital e outros 16,2 milhões de euros na compra das ações que não detém na Sonae Indústria.

Tendo sucesso, tanto a Sonae Indústria como a Sonae Capital deixarão de estar cotadas na bolsa de Lisboa, sendo que esta última está incluída no principal índice nacional, o PSI-20.

Negócios com pitada de Salsa

Ainda antes das ofertas sobre as Sonae Indústria e Capital, em abril, em pleno confinamento, a Sonae decidiu juntar mais “Salsa” aos seus negócios: passou a controlar 100% da marca de vestuário, depois de ter adquirido os 50% à Wonder Investments. Não foram conhecidos valores do negócio.

Na altura, a Sonae destacou a marca de “renome internacional” que é a Salsa, como confirmam os seus números: os seus produtos podem ser encontrados em mais de 35 países e mais de 60% do seu volume de negócios tem origem em mercados internacionais”.

Do ponto de vista operacional e de desempenho financeiro, a Salsa registou vendas de mais de 200 milhões de euros em 2019, tendo obtido “níveis assinaláveis de rentabilidade e de geração de cash flow“, segundo sublinhou ainda a Sonae.

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Família Sonae sustenta bolsa. EDP avança com entrada de fundo ativista

Praça lisboeta contrariou sentimento negativo lá fora. Cotadas da família Sonae continuam a evidenciar apetite comprador após falhanço da OPV do retalho. EDP também esteve em destaque.

A bolsa portuguesa avançou pela segunda sessão consecutiva, com a família Sonae em destaque. Também as ações da EDP foram protagonistas do dia, depois de o fundo Elliot Management do investidor ativista Paul Singer ter anunciado que comprou uma posição qualificada na elétrica nacional superior a 2%.

O PSI-20, o principal índice português, somou 0,30% para 5.058,08 pontos, com dez cotadas a fechar acima da linha de água. A Sonae avançou 3,27% e a Sonae Capital ganhou 2,67%, nos melhores desempenhos do dia (juntamente com os CTT), mantendo-se atrativas para os investidores depois do falhanço da venda da unidade de retalho Sonae MC.

Outro destaque do dia: a EDP, que chegou a ganhar mais de 2% durante a manhã, mas fechou o dia em alta de 0,67% para 3,14 euros, isto depois de ter comunicado ao mercado que o fundo Elliot Management passou a deter quase 2,3% do capital da elétrica, num investimento avaliado em 260 milhões de euros.

EDP avança após a entrada do fundo abutre

Entre as grandes cotadas, também a Galp e Jerónimo Martins tiveram um dia positivo, com ganhos entre 0,2% e 0,4%. E as ações do BCP ganharam 0,21% depois de a Moody’s ter melhorado o rating do banco.

A travar maiores ganhos em Lisboa esteve a papeleira Altri (-3,29%) e a Semapa (-2,22%). A Navigator disse na segunda-feira que a passagem do furacão Leslie por Portugal vai obrigar à paragem da sua fábrica na Figueira da Foz durante uma semana.

Lá por fora, grande parte dos principais índices fechou no vermelho. Em Milão, o FTSE-Mib caiu 1,31% e registou a maior queda no Velho Continente, perante notícias de que a Comissão Europeia vai rejeitar a proposta orçamental submetida pelo Governo no início desta semana. Em Paris e Frankfurt, as quedas foram de 0,5%. O índice de referência europeu Stoxx 600 perdeu 0,44%.

(Notícia atualizada às 16h53)

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Ações da Sonae disparam após fracasso da OPV da Sonae MC

Investidores estão a transferir capital para as outras cotadas da Sonae, isto após a empresa ter deixado cair a oferta de venda de ações da unidade de retalho devido à turbulência nas bolsas.

Tanto a Sonae como a Sonae Capital estão a brilhar na bolsa de Lisboa, atraindo os investidores que contavam participar na oferta pública de venda (OPV) da unidade de retalho, entretanto cancelada devido “às condições adversas do mercado”.

A Sonae SGPS, a holding que detém a Sonae MC que se preparava para ir para a bolsa, está a somar 4,22% para 0,864 euros. Também a Sonae Capital está a disparar 5,28% para 0,758 euros, tendo chegado a ganhar um máximo de 6,8%. Ambos os títulos evidenciam elevada liquidez face ao normal.

“Em Portugal a grande notícia é que a Sonae MC já não vai entrar em bolsa. A justificação é não ser uma boa fase do mercado e por isso não terem encontrado grandes investidores iniciais”, diz Carla Maia Santos, broker da XTB Portugal. “Os investidores transferem assim o capital para a Sonae Capital levando esta a apresentar valorizações acima de 5%“, acrescenta a expert.

Sonae atrai investidores da OPV

Uma semana depois de ter recebido “luz verde” do regulador, a Sonae MC cancelou esta quinta-feira a oferta de venda de ações que estava em curso e que iria culminar com a estreia no mercado no próximo dia 23 de outubro. A turbulência observada nas bolsas nos últimos dias fez com que os planos fossem por água abaixo.

“A Sonae SGPS informa que, face às condições adversas nos mercados internacionais, a oferta institucional não se concretizará, o que determinará, consequentemente, a não execução da oferta pública de venda de ações da Sonae MC”, disse a empresa no comunicado enviado à CMVM.

A Sonae MC pretendia dispersar até 21,7% do capital, correspondentes a 217 milhões de títulos, a um preço entre 1,40 euros e 1,65 euros. A oferta para o retalho e institucionais tinha arrancado apenas esta segunda-feira.

"Em Portugal a grande notícia é que a Sonae MC já não vai entrar em bolsa. A justificação é não ser uma boa fase do mercado e por isso não terem encontrado grandes investidores iniciais. Os investidores transferem assim o capital para a Sonae Capital levando esta a apresentar valorizações acima de 5%.”

Carla Maia Santos

Broker da XTB Portugal

(Notícia atualizada às 11h20)

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Sonae Capital substitui Navigator na lista das preferidas do BPI

Sonae Capital permite exposição direta ao mercado imobiliário em ascensão em Portugal, dizem os analistas do BPI Caixabank. Navigator abandona lista das preferidas depois de ter cumprido o seu papel.

Máximos históricos no investimento imobiliário em Portugal. Iminência de venda de ativos relevantes. Retorno do dividendo atrativo. São estes os motivos que levam o BPI Caixabank a incluir a Sonae Capital SONC 0,00% na lista das preferidas para a Península Ibérica em detrimento da Navigator. Já a Sonae mantém-se.

Os analistas até cortaram ligeiramente a avaliação dos títulos da Sonae Capital dos 1,32 euros para os 1,30 euros. Mas a recomendação “Comprar” mantém-se tendo em vista um potencial de valorização de 41%. Porquê?

“Baixas taxas de juro e fortes dinâmicas no turismo deverão levar o investimento no setor imobiliário em Portugal a um novo recorde em 2018”, começam por justificar os analistas numa nota de research divulgada aos clientes esta terça-feira. “Acreditamos que a Sonae Capital está prestes a vender ativos relevantes nos próximos meses. No Troia Resort, a UNOP 3 (20 milhões de euros?) parece ser o ativo mais atraente. Excluindo Tróia, os esforços de marketing da Sonae Capital estão focados no seu ativo mais relevante, o projeto Efanor (30 milhões de euros?) nos arredores do Porto”, acrescentam ainda.

"Acreditamos que a Sonae Capital está prestes a vender ativos relevantes nos próximos meses. No Troia Resort, a UNOP 3 (20 milhões de euros?) parece ser o ativo mais atraente. Excluindo Tróia, os esforços de marketing da Sonae Capital estão focados no seu ativo mais relevante, o projeto Efanor (30 milhões de euros?) nos arredores do Porto.”

BPI Caixabank

Nota de research

Para o BPI CaixaBank, a Sonae Capital é a única empresa cotada na bolsa que permite uma exposição direta e relevante ao mercado imobiliário em Portugal, que enfrenta um quadro muito favorável para realizar negócios significativos com a venda de mais ativos.

Sonae Capital avança em Lisboa

Por outro lado, a papeleira Navigator sai depois de ter cumprido o seu papel: valorizou 13% desde a sua inclusão na CoRe List, a 15 de fevereiro.

Mantém-se, entretanto, a Sonae, com um preço-alvo de 1,45 euros. “O bom momento dos resultados tem sido atraente, as perspetivas macroeconómicas deverão continuar a alimentar as tendências de consumo e o possível IPO do negócio do retalho poderá estabelecer avaliações de referência acima das atuais perspetivas do mercado”, argumenta o banco de investimento. “O único travão tem sido o desempenho da ação da Nos, que nos levou a cortar a avaliação”, acrescenta a equipa de research do BPI Caixabank.

Segundo avançou o ECO em primeira mão, a Sonae já escolheu os bancos para colocar a sua unidade de retalho no mercado de capitais: Barclays, BNP Paribas e Deutsche Bank foram as entidades selecionadas pela empresa liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério. Negócio poderá estar avaliado em mais de dois mil milhões de euros.

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Estas cinco empresas dão tudo o que lucraram aos acionistas. Incluindo a Sonae Capital, que teve prejuízos

Classificar estas cotadas de generosas talvez seja pouco: vão dar todos os lucros e mais alguns aos acionistas. Mesmo a Sonae Capital, cujo prejuízo não impede 15 milhões em dividendos.

Novabase, Sonae Capital, Nos, CTT e Jerónimo Martins: não há cotadas como estas.

Define-se payout como a parte dos lucros de uma empresa que vai para os acionistas. Mas quem teve prejuízos e mesmo assim vai distribuir dividendos pelos seus acionistas? Na bolsa de Lisboa, há uma empresa que apesar de ter fechado 2017 com as contas no vermelho vai remunerar os investidores. E também há aquelas vão dar o que lucraram e o que não lucraram para deixar os acionistas mais contentes. Classificar estas cotadas de generosas talvez seja pouco.

A Sonae Capital, empresa de capital de risco do grupo Sonae, registou prejuízos de 6,5 milhões de euros no ano passado. Mas isso não impediu a comissão executiva liderada por Cláudia Azevedo, filha de Belmiro de Azevedo, de manter o dividendo de seis cêntimos por ação. Ou seja, em cima da mesa estão 14,7 milhões de euros em remunerações aos acionistas, tornando mais difícil explicar o conceito por detrás de payout…

Os CTT e a Nos tão pouco ajudam a esclarecer o termo anglo-saxónico que define a parcela dos lucros que a empresa vai distribuir aos acionistas sob a forma de dividendo.

As cotadas mais generosas do PSI-20

Fonte: Reuters e CMVM

Por exemplo, o operador postal vai dar o dobro aos acionistas face ao resultado que obteve no ano passado: lucro 27 milhões de euros mas aos acionistas serão distribuídos 57 milhões de euros. Feitas as contas, o payout dos CTT supera mesmo os 200%, um cenário que não deverá voltar a repetir-se tão cedo, conforme já disse o presidente Francisco Lacerda.

Na Nos, cujo payout de 123,87% nos indica que também vai dar mais dividendos do que os lucros que obteve, o incrível é que nem mesmo assim os analistas pareçam ter ficado convencidos com a remuneração acionista: o BPI queria um dividendo maior do que os 30 cêntimos que a operadora liderada por Miguel Almeida propôs.

Mas por que razão as empresas estabelecem este tipo de políticas de remuneração acionista mais generosas? “Penso que traduz essencialmente a confiança das empresas relativamente ao futuro. Por outro lado, há empresas para as quais há diferenças mais significativas entre resultados e fluxos de caixa, sendo que a capacidade para pagar dividendos depende, em última instância, dos fluxos de caixa e não dos resultados“, explica Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos, ao ECO.

Nos casos da retalhista Jerónimo Martins ou da tecnológica Novabase atingem-se pontos de equilíbrio entre lucros e dividendos. Se já compreendeu bem a definição de payout, então saberá que o payout nestas duas cotadas situa-se nos 100% (ou perto disso): tudo o que lucraram no ano passado vai para os bolsos dos investidores.

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Bolsa de Lisboa disparou 6%, no melhor janeiro desde 2015. Assim irá o ano inteiro?

Diz o ditado que "como vai janeiro, assim vai o ano inteiro". Primeiro mês do ano trouxe ganhos superiores a 6% à bolsa de Lisboa e o melhor janeiro desde 2015. Manterá a exuberância ao longo de 2018?

“Como vai janeiro, assim vai o ano inteiro”. A fazer fé no ditado popular, os investidores têm razões para sorrir com um bom desempenho da bolsa de Lisboa ao longo de 2018. É que o primeiro mês do ano trouxe ganhos superiores a 6% à praça nacional. E coloca-se a pergunta: podemos esperar tal exuberância no ano inteiro?

Até fechou a última sessão do mês a perder 0,51% para 5.663,44 pontos, mas nada que tenha impedido o PSI-20 de alcançar o melhor janeiro desde 2015. No primeiro mês de 2018, o principal índice português avançou 6,09%. Principal contributo: o BCP, que liderou os ganhos com uma impressionante subida de 19,30% desde o dia 1 de janeiro. Logo atrás surgem Sonae Capital e Sonae, com altas mensais de 16% e 14,6%, respetivamente.

Não ficarei surpreendido se o PSI-20 chegar a dezembro a negociar a valores mais altos, já que historicamente as avaliações ainda estão baixas e o índice nacional está longe dos máximos”, diz ao ECO o gestor da corretora XTB, Eduardo Silva. “O ano de 2017 foi bastante bom para o nosso país. Há vários fatores que deverão garantir condições para que Portugal continue a crescer este ano, nomeadamente a recuperação da confiança dos investidores e a estabilidade política”, argumenta o analista.

Este sentimento positivo é partilhado por Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos. “A expectativa de um ano de 2018 favorável aos índices de ações é suportada pelo enquadramento macro positivo… e reforçada pelo Plano Fiscal aprovado no final do ano passado nos EUA”, diz o especialista, adicionando mais argumentos à lista que podem potenciar a bolsa de Lisboa. Ou deixar o mercado à beira de um ataque de nervos…

Não ficarei surpreendido se o PSI-20 chegar a dezembro a negociar a valores mais altos, já que historicamente as avaliações ainda estão baixas e o índice nacional está longe dos máximos.

Eduardo Silva

Gestor da corretora XTB

Lembra Albino Oliveira que “múltiplos de mercado encontram-se já num nível relativamente elevado em termos históricos, principalmente nos EUA”, num contexto que foi “agravado pela subida nas yields da dívida de governos que tem sido observada desde o início do ano”.

Por isso, “uma mais forte subida das taxas de juro das obrigações poderá ser vista como um risco para os mercados de ações, principalmente se coincidir com um período de menor otimismo para a evolução da economia global”, alerta o analista da Patris.

BCP liderou os ganhos em Lisboa

Fonte: Reuters

Por cá, foram as ações do BCP a fazer as delícias dos investidores. Dispararam quase 20% à boleia das boas perspetivas que os analistas atribuem ao banco liderado por Nuno Amado. “É uma história de recuperação de resultados”, tinha dito a equipa de research do BPI no final do ano passado. Para o JPMorgan, que vê o título chegar aos 35 cêntimos, o BCP é top pick na Península Ibérica.

Com valorizações de 16% e 14,65%, Sonae Capital e Sonae também beneficiaram do maior otimismo dos analistas. No primeiro caso, há um dividendo que salta à vista — os analistas do BPI dizem que podem subir no próximo ano e subiu a avaliação do título.

Quanto à dona da cadeia de hipermercados Continente, ela está entre as preferidas do CaixaBank BPI para o retalho ibérico, à frente da Jerónimo Martins que se encontra no ranking as maiores valorizações em Lisboa porque, em boa verdade, também beneficia do bom momento económico em Portugal que os analistas argumentam em favor da Sonae.

“O sentimento dos consumidores tem tocado máximos históricos na Ibéria, acionando as unidades de bens mais transacionáveis da Sonae, nomeadamente de bens eletrónicos”, justificou a equipa do BPI. “A perspetiva deverá permanecer positiva, já que o rendimento disponível continuará a melhorar, com o aumento do salário mínimo, desemprego mais baixo, menos impostos e salários mais altos dos funcionários públicos”, vincou ainda.

Em relação à Mota-Engil, são os negócios em África que continuam a puxar pelos títulos da construtora. Somou mais de 8,52% na bolsa depois de engordar a carteira de encomendas na Costa do Marfim.

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Lucros das empresas da bolsa de Lisboa aceleram 10% à boleia da economia

Vem aí a temporada de resultados em Lisboa. Os lucros das grandes cotadas terão acelerado 10%, à boleia do bom momento económico. O ECO preparou um guia para abordar a earnings season nacional.

EDP terminou ano com lucros de quase 1.200 milhões e lidera ranking de resultados em Lisboa.Fotomontagem/ECO

Os lucros das cotadas da bolsa de Lisboa dispararam no ano passado com grande parte das empresas nacionais a recolher frutos da aceleração da economia portuguesa. São muitos os motivos para sorrir à partida para mais uma temporada de resultados no PSI-20. Desta vez até a banca vai ajudar à festa.

De acordo com as estimativas dos analistas sondados pela Reuters, os lucros das cotadas que compõem o índice de referência nacional terão acelerado 9,7% para superarem os 3.500 milhões de euros (ver tabela em baixo). Se há fatores extraordinários que fazem a diferença em algumas contas, o bom desempenho das grandes empresas em 2017 deveu-se, sobretudo, à melhoria das condições económicas em Portugal e lá fora. O argumento é fácil de perceber: quanto maior atividade económica, mais as empresas conseguem faturar. Foi o que aconteceu.

“A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro”, refere João Queiroz, diretor de banca online do Banco Carregosa, ao ECO. “Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais”, acrescenta.

A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro. Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais.

João Queiroz

Diretor de banca online do Banco Carregosa

É o BPI quem dá o pontapé de arranque na earnings season portuguesa. É já esta terça-feira e os analistas estimam que o banco detido pelos espanhóis do CaixaBank tenha obtido um lucro de 70,5 milhões. Mas, ao contrário dos últimos anos, desta vez o banco já não figura no principal índice português. Pelo que a temporada de resultados no PSI-20 só acontece efetivamente na próxima semana, através da Navigator.

Fonte: Reuters

Serão vários os pontos de interesse para os investidores ao longo dos próximos dois meses em que as cotadas nacionais vão a exame. Até porque os resultados fornecem um bom retrato das empresas e ajudam a antecipar tendências de dividendos. “Será importante para perceber se o bom momento económico se está a materializar nas empresas”, sublinha Salvador Alves, analista da Orey iTrade.

E, neste capítulo, logo na segunda semana acontece um dos habituais pontos altos da temporada de resultados lisboeta. O BCP presta contas e a expectativa dos analistas aponta um disparo de 585% do lucro para 164 milhões, depois de um ano que foi decisivo para o futuro do banco — concluiu o aumento de capital de 1.300 milhões de euros que trouxe a Fosun para a ribalta e com isso pagou o que devia das ajudas prestadas pelo Estado.

“O setor bancário da Europa tem capitalizado com a possibilidade de alteração, a médio prazo, da política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Além disso, o BCP beneficia de uma possível recomposição do corpo acionistas e de uma evolução positiva das imparidades, das receitas e respetivas margens”, destaca João Queiroz.

A seguir ao BCP é a vez da Galp e mais boas notícias: os analistas apontam para uma subida de 15% do lucro para 557 milhões de euros, catapultando a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva para o segundo lugar dos maiores lucros em Lisboa.

EDP, EDP Renováveis, CTT… é só fazer as contas

2017 foi também o ano da família EDP. O seu líder António Mexia viu-se envolvido em casos judiciais e falou-se da possibilidade de estar de saída da liderança do grupo. A mãe EDP tentou a aquisição (um pouco hostil) da sua filha EDP Renováveis e ainda vendeu a Naturgas (em Espanha, por 2,6 mil milhões) e Portgás (à REN, por 530 milhões). Tudo fatores extraordinários que baralharam as contas finais. Como ficaram?

Habituada a ser o rei dos resultados, a EDP terá visto o lucro subir 23,6% para 1,19 mil milhões de euros — representando um terço dos lucros do PSI-20 –, mas os olhos dos analistas vão estar virados para o impacto das duas alienações na redução da pesada dívida da elétrica. Já o resultado líquido da EDP Renováveis terá disparado 270% para 208,6 milhões de euros.

“As receitas e lucros da EDP não parecem constituir uma incerteza tão relevante como o potencial de serviço da dívida”, salienta Queiroz. É que “o elevado grau de endividamento pode impactar a geração futura de lucros e de cash-flows da EDP”, justifica.

No annus horribilis dos CTT, a queda do negócio postal fez mossa nos lucros da empresa: terão recuado 27% para os 46,2 milhões. Foi por causa disto que a administração liderada por Francisco Lacerda anunciou um plano de reestruturação que passa por saídas de trabalhadores e fecho de lojas como forma de posicionar os correios postais para o futuro.

“Mas ambas as medidas custam dinheiro e acresce a elevada regulação por ser um serviço público”, lembra Salvador Alves, considerando que os investidores vão estar atentos à “habilidade [de Lacerda] para cortar custos e para fomentar as alavancas de crescimento”.

Outros dois destaques da temporada vão recair no setor do retalho, que continua sob pressão por causa da digitalização do consumo. Ao que tudo indica, tanto a Sonae (dona do Continente) como a Jerónimo Martins (Pingo Doce) viram os lucros tombarem na ordem dos dois dígitos. Mais intensa será a queda do resultado da Jerónimo Martins, mas há que contabilizar a venda da Monterrroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos que fez disparar os resultados do ano passado.

Os investidores vão agora estar atentos a duas coisas essenciais: a habilidade de cortar custos e de fomentar as alavancas de crescimento. De acordo com o plano de reestruturação divulgado em dezembro, a empresa postal terá de fechar agências e despedir colaboradores, ambos custam dinheiro e acresce ainda a elevada regulação por ser um serviço público.

Salvador Alves

Analista da Orey iTrade

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Sonae compra oito ginásios Pump por 8,6 milhões de euros

A Sonae Capital vai investir cerca de 8,6 milhões de euros na aquisição de oito Fintess Clubs em Lisboa e em Faro, da marca Pump. Operação ainda depende da autorização do regulador da concorrência.

A Sonae Capital fechou a compra da “totalidade do capital e direitos de voto” da empresa About, uma companhia que opera “oito fintess clubs sob a insígnia Pump”. O investimento nesta operação está estimado em 8,6 milhões de euros. O negócio acontece através de uma subsidiária integralmente detida pela Sonae.

De acordo com a empresa, destes oito ginásios, sete localizam-se na área da Grande Lisboa e um no sul do país, em Faro. Além da componente fixa do preço da transação, que ainda está sujeita a revisão em função do valor da dívida externa da empresa adquirida, a operação compreende “uma componente variável e diferida associada à concretização do plano de expansão da rede de fintess clubs no horizonte de um ano”, lê-se num comunicado enviado à CMVM.

Segundo a Sonae Capital, a operação ainda está dependente da autorização da Autoridade da Concorrência (AdC). “A concretização da transação está sujeita, entre outros, a notificação prévia à AdC nos termos da legislação em vigor e, consequentemente, apenas produzirá efeitos após a obtenção de decisão da AdC que não obste à referida transação e do cumprimento de um conjunto de condições suspensivas”, indica a mesma nota.

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Mexia não é o único. Metade do PSI-20 também tem gestão em fim de mandato

Mexia não é o único gestor em Lisboa que está em fim de mandato. Metade das cotadas da bolsa de Lisboa também terá de eleger novos membros no próximo ano. Chineses vão ter palavra decisiva.

São oito os CEO cujos mandatos terminam no final do ano (por ordem, da esquerda para a direita): Luís Paulo Salvado (Novabase), Moura Martins (Mota-Engil), Cláudia Azevedo (Sonae Capital), Manso Neto (EDP Renováveis), António Mexia (EDP), Nuno Amado (BCP), Palha da Silva (Pharol) e Rodrigo Costa (REN).

António Mexia não é o único gestor cujo mandato caminha para o fim em 2017. Quase metade das cotadas que compõem o PSI-20 também vai ter de eleger novos presidentes e equipas de gestão assim que os mandatos atuais terminarem no final deste ano, segundo o levantamento realizado pelo ECO. Em muitas destas decisões os chineses vão ter uma palavra importante a dizer. Tal como acontece na EDP.

Além da EDP, onde António Mexia verá o seu lugar de CEO ser discutido em Pequim no próximo dia 22 de outubro, também EDP Renováveis, BCP, REN, Novabase, Sonae Capital, Pharol e Mota-Engil vão ter de levar às próximas assembleias gerais de acionistas os nomes dos membros que vão compor os diferentes órgãos de governo das sociedades para os próximos anos.

Estas oito cotadas são de peso. Em conjunto, apresentam-se com um valor de mercado superior a 24 mil milhões de euros, respondendo por aproximadamente de 40% da capitalização bolsista de 60 mil milhões de um o índice de referência nacional composto, atualmente, apenas por 18 empresas.

Se há incerteza em relação à permanência de alguns dos gestores, há outros casos em que a aposta dos acionistas deverá passar pela continuidade face ao trabalhado apresentado até aqui. Esse deverá ser a situação de Nuno Amado. Foi ele que nos últimos anos empreendeu uma reviravolta no BCP, sobretudo com a libertação da intervenção do Estado depois anos de turbulência na instituição que culminou com o último aumento de capital de 1.300 milhões de euros, realizado em fevereiro.

Foi esta ampliação de capital que trouxe os chineses da Fosun para o primeiro plano no seio do banco — atualmente, o grupo chinês detém 25% do banco, à frente dos angolanos da Sonangol (com 15%). Juntos, estes dois acionistas terão voto de relevância na próxima equipa de gestão.

Quem termina mandato este ano

Chineses decidem

De resto, também o futuro das gestões de EDP e EDP Renováveis vai ser discutido sobretudo em mandarim. O caso de António Mexia na EDP é o mais mediático. A China Three Gorges detém 22,5%, procura alternativas a António Mexia e até já marcou um encontro para o dia 22 deste mês para decidir o futuro CEO, como adiantou em primeira mão o ECO.

Ainda que Mexia, que lidera a elétrica nacional desde 2007, tenha manifestado disponibilidade para continuar, os chineses estarão à procura de caras novas. A investigação judicial à empresa no caso dos CMEC terá pesado nesta decisão de mudança na administração da empresa. Francisco de Lacerda, cujo mandato nos CTT apenas termina em 2019, é um dos nomes falados para suceder ao antigo ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações na EDP. A acontecer, isto obrigaria a mudanças também na liderança da empresa de correio postal. Mais uma. Lacerda Machado também foi apontado, mas disse ao ECO que “não tem perfil para ser CEO da EDP“.

Por outro lado, a permanência de Manso Neto à frente da EDP Renováveis também poderá ser uma incógnita. Ele é o braço-direito de Mexia e o mandato também termina dentro de três meses. E mais de dois terços da empresa de energias limpas é detida pela casa-mãe… onde os chineses mandam. Importa também lembrar que Manso Neto é outro dos arguidos no caso dos CMEC, uma das razões para os chineses pretenderem mudanças na EDP.

Na REN, também há chineses a assumirem papel relevante: a companhia estatal chinesa State Grid assume 25% da gestora de rede elétrica. O mandato de Rodrigo Costa expira igualmente no último mês do ano e acontece numa altura particularmente importante para a empresa: está em vias de diversificar o seu portefólio em Portugal com a aquisição de ativos de gás à EDP, numa operação avaliada em 530 milhões de euros.

Nova dança para o ano

Este ano pode haver mudanças em oito cotadas, numa lista que inclui ainda os nomes de Luís Paulo Salvado (Novabase), Cláudia de Azevedo (Sonae Capital), Luís Palha da Silva (Pharol) e Gonçalo Moura Martins (Mota-Engil). Estas empresas também vão ter eleger brevemente as novas administrações para o próximo ciclo. No caso de Luís Paulo Salvado, a tecnológica indicou esta segunda-feira que os acionistas propuseram o nome de João Bento para liderar a comissão executiva no triénio 2018-2020, enquanto Salvado assumirá apenas o cargo de chairman.

Em 2018, perspetiva-se uma nova dança de cadeiras. Estão na calha mudanças em mais seis empresas da bolsa de Lisboa, valendo 31 mil milhões de euros em valor de mercado (metade do PSI-20), com destaques para petrolífera Galp Energia, as retalhistas Jerónimo Martins e Sonae e a operadora de telecomunicações Nos.

Carlos Gomes da Silva lidera os destinos da Galp desde 2015 e o seu mandato de quatro anos à frente da petrolífera termina no final de 2018. Também Pedro Soares dos Santos (Jerónimo Martins), Paulo Azevedo/Ângelo Paupério (co-CEO na Sonae) e Miguel Almeida (Nos) se encontrarão em fim de ciclo nas respetivas empresas no próximo ano.

Quem termina mandato em 2018

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Sonae Capital passa de lucros a prejuízos de 3,93 milhões de euros no semestre

  • Lusa
  • 28 Julho 2017

No primeiro semestre de 2016 a Sonae Capital tinha registado um lucro de 9,82 milhões de euros no primeiro semestre.

A Sonae Capital fechou o primeiro semestre do ano com um prejuízo de 3,93 milhões de euros, quando em igual período de 2016 havia registado 9,82 milhões de euros de lucro.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonae Capital informa também que o EBITDA (resultados líquidos antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) avançou 3,6% no período em análise, de 5,49 milhões de euros para 5,69 milhões de euros.

Já o volume de negócios consolidado do grupo no primeiro semestre de 2017 ascendeu a 75,5 milhões de euros, registando um decréscimo de 4,7% face ao período entre janeiro e junho do ano anterior (79,2 milhões de euros)

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Sonae Capital compra metalúrgica por mais de nove milhões

Depois de comprar uma empresa de energias renováveis, a Sonae Capital avança agora sobre uma metalúrgica. Negócio deverá ultrapassar os nove milhões de euros.

A Sonae Capital voltou às compras. Depois da aquisição de uma empresa de energias renováveis anunciada no início desta semana, a cotada liderada por Cláudia de Azevedo informou esta sexta-feira que vai comprar uma metalúrgica por nove milhões de euros. Mas o preço da transação poderá aumentar em função do desempenho da metaleira nos próximos quatro anos.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonae Capital adianta que assinou “um contrato de compra e venda relativo à aquisição da totalidade do capital e direitos de voto da sociedade ADIRA – Metal Forming Solutions, SA e da sua participada Guimadira”. O negócio “compreende uma componente fixa de nove milhões de euros, e uma componente diferida e variável em função da performance (EBITDA) da empresa nos próximos quatro anos”, acrescenta ainda.

A ADIRA é uma empresa de base portuguesa e é um player de referência no sector do “Metal Forming”, dedicando-se ao desenvolvimento, conceção, fabrico, produção e comercialização de máquinas-ferramentas, explica a Sonae Capital. A maioria da sua atividade destina-se ao mercado externo. No final do ano passado, a empresa apresentava uma dívida líquida de 6,7 milhões de euros. A concretização da transação encontra-se dependente da aprovação da Autoridade da Concorrência.

Na segunda-feira, a Sonae Capital anunciou a compra da totalidade do capital da empresa de produção de eletricidade Ventos da Serra.

A Sonae Capital teve um prejuízo de 4,85 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, quando tinha tido um prejuízo de 3,88 milhões de euros em igual período do ano passado.

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