Vendas da Jerónimo Martins sobem 3,5% e grupo distribui 20 milhões aos trabalhadores

Apesar da pandemia, as vendas da Jerónimo Martins subiram 3,5% em 2020, para 19.293 milhões de euros. Grupo distribui 20 milhões de euros aos colaboradores.

As vendas do grupo Jerónimo Martins cresceram 3,5% em 2020 e alcançaram 19.293 milhões de euros. O “forte desempenho” da dona do Pingo Doce foi registado num ano atípico de pandemia, marcado por confinamentos em toda a Europa e por restrições generalizadas no comércio.

Numa nota sobre as vendas preliminares, enviada à CMVM, o grupo indica que fecha 2020 “com forte desempenho marcado por uma ação mais do que nunca focada nas necessidades do consumidor, num contexto particularmente difícil”

Este crescimento, que foi de 6,7% a taxas de câmbio constantes, assenta sobretudo no negócio na Polónia. As vendas da cadeia Biedronka subiram 6,7%, para o equivalente a 13.465 milhões de euros, enquanto as vendas do Pingo Doce em Portugal caíram 1,9%, para 3.869 milhões de euros.

Em simultâneo, as vendas do Recheio afundaram 15,9%, para 847 milhões de euros. As da cadeia Ara, na Colômbia, cresceram 8,9%, para 854 milhões de euros.

“A exigência sem precedentes de 2020 colocou-nos à prova e convocou-nos a darmos o melhor de nós. Num contexto pandémico marcado por uma incerteza muito elevada, as nossas equipas superaram-se e asseguraram um notável crescimento ao nível do grupo, ao mesmo tempo que reforçaram a competitividade em todas as insígnias”, considera o presidente executivo da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, numa mensagem que acompanha o relatório.

Restrições no fim do ano pesaram mais

No que respeita ao negócio em Portugal, o grupo declara que as “regras de confinamento em vigor no quarto trimestre foram, para o setor do retalho alimentar, as mais restritivas desde o início da pandemia”.

“A partir do segundo fim de semana de novembro, a imposição do recolher obrigatório à uma da tarde aos sábados e domingos, com obrigação de encerramento à mesma hora das lojas alimentares com mais de 200 metros quadrados, em grande parte dos municípios do país (incluindo Lisboa e Porto), afetou significativamente a atividade económica”, confessa a empresa.

Apesar do período mais desafiante, o Pingo Doce “reforçou a sua dinâmica comercial e de comunicação e manteve a sua expansão, conseguindo mitigar o impacto da perda de horas de vendas ao fim de semana e entregar as vendas do trimestre sensivelmente em linha com o quarto trimestre de 2019″.

Grupo distribui 20 milhões aos colaboradores

Na mesma mensagem que acompanha o relatório, o líder do grupo Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, informa que foi aprovada a distribuição de 20 milhões de euros pelos colaboradores por ocasião do Natal.

“Foram doze meses de superação conquistados pelo trabalho dedicado das nossas equipas, especialmente das que trabalham nas lojas e nos centros de distribuição, que deram o seu melhor para servir os consumidores em circunstâncias de grande imprevisibilidade e de fortíssima pressão”, indica.

Assim, “neste contexto excecionalmente difícil, que exigiu das nossas equipas na linha da frente uma grande resiliência, o Conselho de Administração aprovou, em reconhecimento do seu compromisso e sentido de missão, a distribuição, por ocasião do Natal, de um valor equivalente a cerca de 20 milhões de euros ao nível do grupo”, conclui.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h01)

Evolução das ações da Jerónimo Martins em Lisboa:

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Descontos no 1 de Maio, abertura às 6h30 e uma “música irritante”, as polémicas à volta do Pingo Doce

Não é de agora, com a polémica da abertura às 6h30. Ao longo dos últimos anos, foram algumas as controvérsias a envolver a marca Pingo Doce. Da corrida aos descontos à música "irritante".

O Pingo Doce decidiu alargar o horário de funcionamento nos próximos dois fins de semana, abrindo as portas às 6h30 e encerrando às 22h00. Mas a decisão da marca do grupo Jerónimo Martins, que visa diluir a afluência de público, está a gerar polémica.

São várias as críticas nas redes sociais, com alguns utilizadores a considerarem que o horário é demasiado cedo e castiga os trabalhadores. O assunto já chegou também ao plano político, com o Bloco de Esquerda a classificar a medida de “um abuso” e de “concorrência desleal” para com o pequeno comércio. E algumas autarquias já avançaram unilateralmente com um travão à intenção da empresa.

Esta não é, porém, a primeira polémica a envolver a marca Pingo Doce. Ao longo dos anos, a cadeia retalhista da Jerónimo Martins tem-se visto envolvida noutras situações mediáticas, que incluíram descontos agressivos e até multas. O ECO recorda algumas delas.

Corrida ao Pingo Doce de 2012

A corrida ao Pingo Doce no Dia do Trabalhador de 2012, bem como a polémica que se gerou à volta dela, foi de tal dimensão que até mereceu a sua própria página na Wikipédia. Além disso, envolveu o antes, o durante e o depois.

No antes: os sindicatos do setor avançaram com um pré-aviso de greve para 1 de maio, para que “todos os trabalhadores pudessem comemorar o Dia Internacional do Trabalhador”. A Jerónimo Martins, mas também a Sonae, foram então acusadas de não respeitarem o direito à greve, por manterem a decisão de abrir portas no feriado de 1 de maio de 2012.

No durante: o Pingo Doce decidiu não só abrir portas como lançar uma mega campanha de descontos de 50% para todos os clientes que adquirissem mais de 100 euros em compras. A promoção atraiu milhares de clientes para as centenas de lojas do grupo por todo o país, gerando confusão e vários confrontos entre clientes.

Segundo noticiou o Expresso na altura, a Polícia de Segurança Pública (PSP) tomou nota de 40 ocorrências só nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto. Mas foram registadas “ocorrências em quase todos os distritos do país” relacionadas com a campanha de descontos do Pingo Doce.

Concretamente, um desentendimento entre dois clientes no Pingo Doce da Senhora da Hora, no Norte do país, levou mesmo a que ambos tivessem de ser transportados para o hospital.

Milhares de clientes aproveitaram os 50% de desconto do Pingo Doce em compras acima de 100 euros a 1 de maio de 2012. As autoridades registaram ocorrências em todos os distritos do país.PAULO NOVAIS/LUSA

No depois, o tema manteve-se nas notícias, esteve na base de sketches humorísticos e até chegou ao Parlamento. Nesse mesmo mês, Alexandre Soares dos Santos, então presidente do grupo Jerónimo Martins, explicou que a campanha visava recuperar “vendas perdidas” e que teria rendido entre 25 milhões e 27 milhões de euros.

Uma investigação da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) concluiu terem havido ilegalidades nessa campanha promocional do Pingo Doce. O processo foi então remetido à Autoridade da Concorrência (AdC), que multou a Jerónimo Martins em menos de 30 mil euros.

Um ano depois, a 1 de maio de 2013, as lojas do Pingo Doce ainda abriram com filas de clientes e policiamento reforçado, na expectativa de mais descontos. Mas a marca não avançou com qualquer campanha, noticiou o Sol.

Descontos de 50%, mas em light

A 1 de maio de 2014, o Pingo Doce voltou a aparecer nas notícias por causa das promoções durante o Dia do Trabalhador, mas agora numa versão mais light.

Segundo escreveu o Diário de Notícias nessa altura, a marca voltou a enviar uma mensagem aos clientes a dar conta de descontos de 50%, mas num conjunto limitado de 50 produtos. A promoção era acumulável com os descontos da semana.

Também por esta promoção o Pingo Doce foi multado. A ASAE aplicou uma coima de 500 mil euros por vendas com prejuízo (dumping) durante a campanha, já ao abrigo de uma nova lei sobre as práticas individuais restritivas de comércio que tinha entrado em vigor em fevereiro desse mesmo ano.

“Pingo Doce, venha cá”

A polémica remonta a outubro de 2009 e envolveu o então novo anúncio da marca, realizado pela agência brasileira Duda Propaganda, envolvendo o slogan “Pingo Doce, venha cá”. Muitos portugueses consideraram que o anúncio estava repleto de clichês e que a música, cantada por Cuca Roseta (Venha ao Pingo Doce de janeiro a janeiro / o preço é sempre baixo a loja toda, o ano inteiro), era “irritante”.

Um utilizador do Facebook decidiu criar o grupo “Gente que não grama o anúncio do Pingo Doce do Duda”, que chegou a contar com mais de 4.000 membros e a vender t-shirts contra a campanha. Outros se sucederam, nomeadamente o “Acabar com a Música do Pingo Doce” e “Movimento Fartinhos da Música do Pingo Doce”.

Segundo o Jornal de Negócios, um cliente dirigiu uma carta aberta ao Pingo Doce, pedindo à Jerónimo Martins e à agência que parassem de “maltratar” a marca. Na altura, a agência reagiu e afirmou: “Falem bem ou falem mal, o importante é que falem de mim.”

Contudo, apesar da polémica, aquele que o Diário de Notícias considerou “um dos anúncios mais irritantes do ano” foi também “o preferido de 70% dos consumidores”, de acordo com um estudo da GfK. O jornal noticiava, em dezembro, que a notoriedade da marca estava “no máximo, apesar das críticas”.

A controversa campanha foi imortalizada neste vídeo no YouTube. Mas abra por sua própria conta e risco: provavelmente, ficará com a música na memória durante alguns dias.

Abertura de lojas às 6h30

É a nova polémica a envolver o Pingo Doce: a empresa decidiu que, nos próximos dois fins de semana, por causa do estado de emergência, abrirá as lojas às 6h30 e encerrá-las-á às 22h00. O objetivo, segundo a marca, é o de diluir a afluência dos clientes para mitigar o risco de contágio pelo novo coronavírus.

Mas o anúncio não caiu bem junto dos sindicados, nem da esquerda nem de alguns portugueses. As Câmaras Municipais de Cascais, Matosinhos e Lisboa já se chegaram à frente e decretaram que as lojas não poderão abrir às 6h30. Vila Nova de Gaia prepara-se para fazer o mesmo.

Depois do apelo da coordenadora bloquista Catarina Martins, que considera a abertura às 6h30 “um abuso” para com os trabalhadores e “concorrência desleal” para com o pequeno comércio, o tema estará a ser debatido no Conselho de Ministros em curso. O partido exigiu a intervenção do Governo para travar a pretensão da empresa de retalho.

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Jerónimo Martins corta dividendos em 40%. Admite compensar acionistas se crise passar

A Jerónimo Martins reviu em baixa a proposta de remuneração acionista. "Para já", propõe distribuir 30% dos lucros, em vez da metade previamente anunciada. O valor passa para 20,7 cêntimos por ação.

A administração da Jerónimo Martins decidiu rever em baixa a proposta de distribuição de dividendos aos acionistas, relativos aos lucros de 2019. A empresa tenciona pagar 130,1 milhões de euros, sendo que esta nova proposta representa um corte de 40% (ou menos 86,7 milhões de euros) face à anterior remuneração acionista prevista de 216,8 milhões de euros.

“Para já”, segundo o grupo, a proposta corresponde ao pagamento de um dividendo bruto de 20,7 cêntimos por cada título, em vez dos 35 cêntimos propostos antes da pandemia. O valor representa payout de 30% dos lucros que contrasta com os 50% anteriores, de acordo com informação presente no relatório de contas da empresa referente ao primeiro trimestre, enviado esta quarta-feira à CMVM.

“Dado o atual contexto mundial e a elevada incerteza prevalecente, o Conselho de Administração decidiu propor na Assembleia Geral, a realizar a 25 de junho, a distribuição, para já, de dividendos no montante de 130,1 milhões de euros, revendo a distribuição de 216,8 milhões de euros anunciada a 20 de fevereiro de 2020. Esta distribuição corresponde a um dividendo bruto de 0,207 euros por ação”, avançou a empresa.

Como avançou o ECO em meados de abril, o grupo retalhista estava a decidir o que fazer aos dividendos dado o atual contexto de recessão no horizonte, provocada pelo choque económico da pandemia. “Ainda estamos a discutir entre nós”, tinha dito aos jornalistas Pedro Soares dos Santos, presidente executivo da Jerónimo Martins, depois de uma reunião com o Presidente da República, nessa altura.

Grupo admite compensar acionistas se crise passar

Numa altura em que o país tenta uma reabertura gradual da economia, todas as atenções estão postas sobre a possibilidade de uma segunda vaga da pandemia. Uma hipótese que tem levado a uma maior cautela da parte das gestões de algumas empresas.

No caso da Jerónimo Martins não é diferente. A empresa retém agora este valor, para reforçar as reservas em plena pandemia, mas não exclui pagar o payout total dos 50% inicialmente propostos, caso se verifique um alívio da situação e uma recuperação.

“O Conselho de Administração não exclui a possibilidade de vir a propor, com base nas reservas livres da sociedade, a distribuição, até ao final do ano, do valor da diferença para o payout de 50% inicialmente previsto, se a evolução da situação epidemiológica e os seus impactos o permitirem”, indica também a empresa.

Segundo a informação divulgada esta quarta-feira, os lucros da dona do Pingo Doce caíram 43,8% no trimestre, para 35 milhões de euros. “Os primeiros impactos da crise sanitária mundial começaram a fazer-se sentir — ainda que com intensidades diferentes consoante o estádio de evolução da situação epidemiológica e cada país”, reconhece Pedro Soares dos Santos numa mensagem aos acionistas.

“Neste momento, existe ainda uma visibilidade muito reduzida sobre a escala e a profundidade que os efeitos desta pandemia poderão assumir. Num contexto que é de elevada incerteza, garantiremos todo o apoio às nossas pessoas”, remata o gestor português.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h14)

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Lucros da Jerónimo Martins caem para quase metade. Ganha 35 milhões até março

Quebra dos lucros da dona do Pingo Doce foram "fortemente impactados pelas diferenças cambiais decorrentes da aplicação da IFRS16", revela a empresa.

A Jerónimo Martins viu os seus lucros caírem no primeiro trimestre. O resultado líquido da retalhista ascendeu a 35 milhões de euros, uma quebra de 43,8% face ao período homólogo, “fortemente impactados pelas diferenças cambiais decorrentes da aplicação da IFRS16″, mas também já afetados pelos primeiros efeitos da pandemia em março.

Em enviado à Comissão do Mercado de valores Mobiliários (CMVM), esta quarta-feira, a Jerónimo Martins revela que os seus lucros se fixaram nos três primeiros meses do ano nos 35 milhões de euros, valor que compara com os 62 milhões de euros registados no mesmo período do ano passado.

O resultado alcançado compara com a estimativa do CaixaBank BPI que antecipava um crescimento de 5% dos lucros da retalhista naquele período, para 76 milhões de euros.

Em termos operacionais, o EBITDA (lucro antes de impostos depreciação e amortização) atingiu 214 milhões de euros, uma redução de 0,6% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, “refletindo os primeiros efeitos da pandemia ao nível dos custos operacionais”, justifica a dona do Pingo Doce.

Já ao nível das vendas a tendência foi oposta, com estas a crescerem em termos consolidados 11%, para 4.715 milhões de euros, com as vendas em LFL (vendas comparáveis) a crescerem 9,5%. A Jerónimo Martins revela que, antes do início da pandemia, o LFL crescia a 12,1% (acumulado a fevereiro).

“Fechámos o primeiro trimestre do ano com um crescimento de vendas assinalável, o que traduz a força competitiva dos vários negócios e a flexibilidade e resiliência das nossas operações, mesmo quando postas à prova por uma ameaça sem precedentes, como é o caso da pandemia por Covid-19″, diz Pedro Soares dos Santos no comunicado enviado ao regulador da bolsa.

O CEO da retalhista diz ainda que “os primeiros impactos da crise sanitária mundial começaram a fazer-se sentir – ainda que com intensidades diferentes consoante o estádio de evolução da situação epidemiológica em cada país (Polónia, Portugal e Colômbia) – a partir da primeira quinzena de março“.

"Fechámos o primeiro trimestre do ano com um crescimento de vendas assinalável, o que traduz a força competitiva dos vários negócios e a flexibilidade e resiliência das nossas operações, mesmo quando postas à prova por uma ameaça sem precedentes, como é o caso da pandemia por Covid-19.”

Pedro Soares dos Santos

De forma desagregada, a polaca Biedronka registou um crescimento de vendas de 12,6% para os 3,3 mil milhões de euros (+13,2% em moeda local), “com uma boa evolução da quota de mercado”, explica a Jerónimo Martins. Também no mercado polaco, a Hebe — especializada no Bem Estar e Saúde — aumentou as vendas em 14,6% para os 64 milhões de euros (+15,2% em moeda local), também “impactada pelo desempenho de março, já no contexto da pandemia”.

Já no mercado nacional, a retalhista salienta que “o ano arrancou com uma envolvente de consumo positiva, tendo-se começado a observar, à medida que o mês de março avançava, sinais de trading down”. Nesse contexto, as vendas totais do Pingo Doce subiram em 3,5%, para os 936 milhões de euros. Quanto ao Recheio, as vendas cifraram-se em 214 milhões de euros, um ligeiro acréscimo de 0,2% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Relativamente a essa unidade, é adiantado pela empresa que “a partir da segunda metade de março, o encerramento dos restaurantes e a paragem da atividade turística impactaram de forma material as vendas ao canal HoReCa”.

No seu terceiro mercado — a Colômbia — é salientado que “o ano iniciou-se com um enquadramento económico favorável“, tendo as medidas de confinamento no contexto da pandemia mundial começado a ganhar força ao longo do mês de abril. Daí que a Ara tenha aumentado as vendas, em moeda local, em 52,3%. Em euros, as vendas nessa unidade cresceram 38,9% para os 235 milhões de euros, “respondendo à estratégia reforçada de preço” implementada em 2019 e que “continua a ser fundamental para o seu desempenho”.

(Notícia atualizada às 18h30)

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Dona do Pingo Doce pede desconto nas rendas das lojas por causa do vírus

Administração do Pingo Doce enviou cartas a senhorios onde tem lojas a pedir um corte nas rendas. Empresa diz que procurou "sensibilizá-los para as fortes limitações à utilização dos espaços".

A Jerónimo Martins está a contactar senhorios dos espaços onde tem instaladas algumas das suas lojas para lhes pedir uma redução parcial do valor das rendas durante a pandemia. “Revisão de rendas” é o assunto que surge no topo das cartas que a dona do Pingo Doce enviou a proprietários dos imóveis, explicando que na base deste pedido está a o “decréscimo significativo da atividade” em resultado das “fortes limitações à utilização dos espaços com que se debate”.

Numa das cartas a que o ECO teve acesso, datada de 3 de abril e assinada pela administração do Pingo Doce, a empresa lembra os senhorios dos “tempos de uma exigência sem precedentes” provocados pelo Covid-19. E também dá conta das diversas medidas que tiveram que ser adotadas pela empresa para se ajustar às implicações da declaração de estado de emergência, a 19 de março, entretanto prorrogada por mais 15 dias, até 17 de abril.

"Pingo Doce pediu aos senhorios que considerassem a possibilidade de, em conjunto, se analisar a viabilidade de uma revisão em baixa do valor da renda a aplicar enquanto durassem as restrições à circulação das pessoas na rua e nos estabelecimentos.”

Jerónimo Martins

Fonte oficial

O “Pingo Doce contactou os proprietários dos imóveis comerciais que tem arrendados para a sua operação no sentido de sensibilizá-los para as fortes limitações à utilização dos espaços com que se debate”, diz fonte oficial ao ECO, reconhecendo o envio destas cartas onde explica aos senhorios que o estado de emergência implicou uma redução da área comercial disponível, bem como a diminuição da respetiva taxa de ocupação, com a imposição de um limite de quatro pessoas por cada 100 m2. E que “aos horários reduzidos de abertura ao público juntou-se o encerramento pelo Pingo Doce das áreas de restauração e cafetaria”.

Foi perante este quadro que a Jerónimo Martins “pediu aos senhorios que considerassem a possibilidade de, em conjunto, se analisar a viabilidade de uma revisão em baixa do valor da renda a aplicar enquanto durassem as restrições à circulação das pessoas na rua e nos estabelecimentos”, diz a empresa. O ECO contactou a Sonae para perceber se está a fazer o mesmo, mas a dona do Continente não respondeu.

Na carta enviada aos senhorios, o Pingo Doce diz que em março tomou a decisão de “suspender temporariamente a cobrança de rendas aos seus inquilinos de espaços comerciais“, pedindo que em seu favor seja tomada uma medida semelhante. “Vimos, pelo presente, solicitar o V. Exas. que considerem também rever em baixa, durante o mês de abril, o valor das rendas e encargos devidos, com vencimento a partir do mês seguinte, pelo período que durarem os constrangimentos à livre circulação de pessoas nas vias públicas e nos estabelecimentos”, lê-se na missiva.

Pandemia está a ter impacto “significativo”

Desde o dia 1 de abril que os estabelecimentos, os serviços e as entidades que foram obrigados a fechar devido à pandemia deixaram de ter de pagar as rendas do espaço em que funcionam até um mês depois do fim do estado de emergência. Os supermercados não tiveram de encerrar, mas a Jerónimo Martins pediu aos senhorios um “desconto” na renda, justificando-o com o forte impacto que todos os constrangimentos resultantes do estado de emergência estão a ter no seu negócio.

“Estas medidas têm como consequência imediata um decréscimo significativo da atividade” do Pingo Doce, nota a empresa na carta enviada aos senhorios. Questionada pelo ECO sobre o impacto efetivo no negócio, a Jerónimo Martins não quis revelar dados.

Segundo a Nielsen, nas últimas semanas tem-se assistido a um crescimento das vendas nos super e hipermercados com as famílias a procurarem abastecer as despensas neste período em que se pede isolamento social para travar a propagação do vírus. As vendas cresceram 65% entre 9 e 15 de março e 7% na semana de 16 a 22 de março.

Mais dinheiro para os funcionários

Estas cartas a pedir uma redução do valor das rendas foram enviadas praticamente ao mesmo tempo que a empresa anunciou um aumento de 5% no prémio anual extraordinário que vai distribuir pelos colaboradores: são 500 euros a entregar a cada um dos seus 71.500 colaboradores em Portugal (num total de 21 mil), na Polónia e na Colômbia.

A decisão de aumentar os bónus aos funcionários tem por base os bons resultados alcançados no ano passado pela Jerónimo Martins: apresentou um crescimento dos lucros de 7,9% para 438 milhões de euros. Pedro Soares dos Santos, que em 2019 ganhou mais de dois milhões de euros, vai entregar 37,5 milhões aos colaboradores, mais 216,5 milhões de euros aos acionistas, valor esse cujo pagamento está dependente da realização da assembleia geral de acionistas, entretanto adiada por causa da pandemia.

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Em dois dias, coronavírus passa fatura de 3,7 mil milhões à bolsa de Lisboa

Investidores nacionais tiraram 3,7 mil milhões de euros da bolsa lisboeta nas últimas duas sessões, perante os receios com a propagação do coronavírus na Europa.

Cresce o medo com a propagação do coronavírus na Europa, avolumam-se as perdas nos mercados acionistas. A bolsa de Lisboa não foi exceção. Em apenas duas sessões — esta segunda e terça-feira — as principais cotadas portuguesas “encolheram” 3,67 mil milhões de euros, tal foi a dimensão da aversão ao risco no PSI-20. É uma perda superior ao valor de mercado do BCP (vale hoje 2,6 mil milhões), por exemplo.

Esta terça-feira, o pânico regressou aos mercados com mais países europeus a registarem os primeiros casos. Itália, onde reside o principal foco de tensão no Velho Continente, já soma mais de 320 infetados e lamenta a morte de dez pessoas. Em Espanha, mil turistas estão isolados num hotel em Tenerife, como medida de precaução porque havia hospedado um doente com o Covid-19. Por cá, não se confirmou ainda nenhuma das suspeitas.

As bolsas europeias voltaram a registar perdas acentuadas. O PSI-20, o principal índice português, cedeu mais de 2%. Isto depois de ter registado esta segunda-feira a pior sessão desde o referendo britânico sobre o Brexit, em junho de 2016.

Nestes dois dias, o principal perdedor na bolsa de Lisboa foi a EDP. As ações da elétrica liderada por António Mexia tinham acabado de atingir máximos de sempre na semana passada. Mas, um ápice, tudo mudou. Tombam mais de 7% esta semana, o equivalente a 1,2 mil milhões de euros do valor em bolsa da utility nacional, atualmente nos 16,5 mil milhões.

EDP perde 1,2 mil milhões em dois dias

Fonte: Reuters

EDP Renováveis e Galp viram os respetivos market caps cederem na ordem dos 500 milhões de euros. A empresa de renováveis contrai 4,6% desde segunda-feira. A petrolífera cede quase 5%.

A Jerónimo Martins, quarta maior cotada da bolsa, registou uma desvalorização de 360 milhões de euros em dois dias. A retalhista é atualmente a quarta maior cotada, com um valor de mercado de 10,44 mil milhões de euros.

Outra grande cotada, o BCP “encolheu” 250 milhões de euros, ficando avaliado em 2,6 mil milhões de euros após perder 8,75% nas últimas duas sessões.

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Polónia acelera vendas da Jerónimo Martins. Faturou mais de 18,6 mil milhões

As vendas da retalhista portuguesa aceleraram 7,5% em 2019, superando os 18,6 mil milhões de euros. Em Portugal, o negócio pouco cresceu. Mas mercado polaco acabou por ser o principal motor.

As vendas da Jerónimo Martins JMT 5,81% aceleraram 7,5% no ano passado, superando os 18,6 mil milhões de euros, à boleia do crescimento do negócio na Polónia. A retalhista polaca Biedronka viu a faturação aumentar quase 8% para 12,6 mil milhões. Já o negócio no mercado português pouco cresceu, confirmando sinais de maturação e de elevada concorrência.

“Em 2019, a execução bem sucedida das nossas estratégias nos três mercados em que operamos somou 1,3 mil milhões de euros às vendas do grupo, com fortalecimento das posições competitivas”, indicou a Jerónimo Martins em comunicado em enviado ao mercado com as vendas preliminares de 2019.

Além de Portugal e Polónia, a Jerónimo Martins também está presente na Colômbia, onde opera com a marca Ara.

Por mercados, o negócio da Polónia continua a ser o motor de crescimento da retalhista nacional. O volume de negócios da Biedronka atingiu os 12.621 milhões de euros, representando 67% de toda a faturação do grupo. A Biedronka fechou 2019 com uma rede de 3.002 lojas, mais 102 lojas do que no ano anterior. A Jerónimo Martins diz que apesar da nova regulamentação ter restringido a abertura de lojas ao domingo, a “forte dinâmica comercial” aumentou as vendas e a quota de mercado.

Já polaca Hebe, especializada no Bem Estar e Saúde, aumentou as vendas em quase 25% para 259 milhões.

Em Portugal, a Jerónimo Martins opera com as marcas Pingo Doce e Recheio. O Pingo Doce registou um crescimento de 2,9% do volume de negócios, atingindo os 3.945 milhões. “Manteve a boa dinâmica comercial e registou um desempenho positivo no ano, para o qual contribuíram também a inovação na oferta e as melhorias introduzidas na experiência de compra”, justifica o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos.

Quanto ao Recheio, as vendas atingiram o marco dos 1.000 milhões de euros, “refletindo a força da proposta de valor da insígnia orientada para os seus clientes profissionais”.

Por fim, no mercado colombiano, a Jerónimo Martins viu a Ara aumentar as vendas em 31% para 784 milhões de euros.

“Em suma, 2019 foi um muito bom ano que nos permitiu fortalecer as nossas propostas de valor nos três mercados em que operamos e beneficiar em pleno de um ambiente de consumo favorável, particularmente na Polónia e na Colômbia”, sintetiza a Jerónimo Martins. “O Grupo, entra, assim, em 2020 com um momentum positivo e determinado a continuar a crescer”, acrescenta.

A Jerónimo Martins apresenta as contas anuais no dia 20 de fevereiro.

(Notícia atualizada às 17h25)

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BPI aposta na EDP, Jerónimo Martins e Navigator em 2020

Analistas do CaixaBank/BPI mantêm EDP, Jerónimo Martins e Navigator na lista das favoritas para o próximo ano, com potencial de valorização até 40%. Nos salta fora das preferidas nacionais.

O CaixaBank/BPI mantém as ações da EDP, Jerónimo Martins e Navigator na lista das favoritas para o próximo ano, apontando para potenciais de valorização que podem chegar aos 40%. Em sentido contrário, a Nos salta fora das preferidas na bolsa de Lisboa. Mas há mais oportunidades na praça nacional.

O banco publicou esta semana o Iberian Book, onde lança as suas “previsões” para os mercados português e espanhol em 2020. No PSI-20, onde se esperam valorizações atrativas em grande parte das cotadas, há um trio que continua a despertar a atenção dos analistas do CaixaBank/BPI.

A EDP é uma delas. “A estratégia sólida traz crescimento acelerado através da rotação de ativos no valor de quatro mil milhões e da venda de ativos no valor de dois mil milhões, permitindo um plano de investimento (capex) de 12 mil milhões até 2022 sobretudo focado nas energias renováveis”, explicam os analistas do banco. Atribuem ao título um preço alvo de 4,50 euros, antecipando um potencial de valorização de 21% para a elétrica portuguesa.

Recomendam “comprar” EDP com base nos “catalisadores potenciais de fusões e aquisições, crescimento atrativo, dividendo superior, múltiplos poucos exigentes e fundamentais em alta”, reforça o banco.

Em relação à Jerónimo Martins, o preço alvo de 18,65 euros traz consigo um potencial de subida de 25%, com os analistas a darem “like” às operações da retalhista na Polónia e na Colômbia. “A operação polaca continua a ter um melhor desempenho em relação a um mercado que deverá manter os padrões de crescimento em 2020. Colômbia é um importante driver em 2020-2021”, frisa o CaixBank/BPI. Recomendação: “comprar”.

Sobre a Navigator, a subida dos preços do papel faz augurar um bom ano para a papeleira que será liderada por António Redondo. “A companhia enfrenta perspetivas de resultados mais favoráveis, oferecendo uma sólida geração de cash flow e um dividendo sustentável”, com a taxa da dividend yield a rondar os 8%, assinala o banco. Dá aos papéis da Navigator um preço alvo de 5,10 euros, o que confere um potencial de ganhos de 40%.

Semapa a valorizar 80%, Sonae quase 60%

A Nos deixa de figurar na chamada “core list” do CaixaBank/BPI, devido à concorrência no mercado das telecoms em Portugal. Ainda assim, a operadora liderada por Miguel Almeida mantém a recomendação “compra”, apresentando um potencial de 26%.

No geral, os analistas deixam perspetivas positivas para aquilo que será o desempenho das cotadas portuguesas no ano que vem. As avaliações para as 14 cotadas da bolsa de Lisboa apresentam em média um potencial de crescimento de 32%, com 11 delas a terem uma recomendação de “comprar”.

Fora das preferidas do banco há avaliações com maior potencial. A Semapa (que detém a favorita Navigator e ainda o negócio da cimenteira Secil) tem um preço alvo de 25,10 euros e um potencial de subida de 78%. Poderá ser a estrela da bolsa portuguesa no próximo ano, à boleia da subida dos preços do papel e da retoma no cimento.

Logo atrás surge a Sonae. Os analistas dizem que a dona da cadeia de hiper e supermercados Continente está “barata”. Vêm a ação a cotar nos 1,45 euros, perspetivando-se uma subida de 56%.

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Regulador abre nova investigação à Jerónimo Martins na Polónia

  • ECO
  • 18 Outubro 2019

Em causa está o facto de a Biedronka, a retalhista da Jerónimo Martins, apresentar alegadamente preços dos produtos nas estantes diferentes daqueles que os clientes pagam na caixa.

O regulador polaco UOKiK anunciou esta sexta-feira que vai investigar a forma como os preços na Biedronka, a cadeia de retalho polaca da Jerónimo Martins JMT 5,81% , são apresentados aos clientes. Foram várias as queixas de consumidores que pagaram um valor mais elevado na caixa face ao apresentado nas prateleiras. A multa pode ascender a 10% do volume de negócios da empresa.

“As alegações referem-se à visibilidade de preços mais baixos ao lado do produto, seguido pela cobrança de um preço mais elevado no balcão em lojas da cadeia Biedronka”, referiu a autoridade da concorrência do país, citada pela agência Reuters.

Na prática, o UOKik alega que os clientes pagam mais pelo produto na caixa registadora do que o preço que é exibido nas estantes, irregularidades que foram detetadas após ter recebido queixas dos consumidores e após inspeções das autoridades. “Pode ser uma prática injusta de mercado”, referiu Marek Niechciuk, presidente do UOKiK.

O regulador da concorrência disse ainda que a empresa pode ser alvo de uma coima de até 10% do volume de negócios. Em 2018, a Biedronka faturou 11,7 mil milhões de euros, representando 67% do total das vendas da Jerónimo Martins.

Contactada, a Biedronka não esteve disponível para responder imediatamente a um pedido de comentário. Entretanto, a Jerónimo Martins já reagiu. À Lusa disse estar a “analisar de forma cabal” a carta do regulador polaco, salientando que o grupo tem “uma preocupação grande com o rigor”.

“Sublinhamos, no entanto, que, tendo em conta a escala de operações da Biedronka – mais de 2.900 lojas, mais de 67.000 colaboradores, que servem diariamente cerca de quatro milhões de clientes, num total de mais de 1,3 mil milhões de transações anuais –, há sempre a possibilidade de, por erro humano, faltarem alguns preços ou estarem mal colocados”, explicou fonte oficial da retalhista.

Ainda recentemente a mesma autoridade anunciou que estava a investigar a retalhista por por suspeitas de práticas comerciais desleais, explicando que a empresa arrisca-se a uma multa equivalente a 3% da faturação.

As ações da Jerónimo Martins terminaram a sessão a desvalorizar 1,42% em Lisboa, negociando nos 14,965 euros. O PSI-20 recuou 0,73% para 4.977,16 pontos.

(Notícia atualizada às 17h49 com reação da Jerónimo Martins)

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Na nova loja do Pingo Doce não há caixa para pagar. Usa-se uma app

A Jerónimo Martins instalou em Carcavelos uma nova loja do Pingo Doce que permite aos clientes entrarem e saírem do estabelecimento, sendo o pagamento processado automaticamente através de uma app.

Na nova loja do Pingo Doce, em Carcavelos, não se pode usar dinheiro. A marca da Jerónimo Martins lançou um conceito que permite aos clientes entrar no espaço, tirar os produtos das estantes e sair por um canal. O pagamento é feito através de uma app para o telemóvel, ou com o cartão bancário num terminal de pagamentos.

O Pingo Doce & Go, a nova “loja laboratório” da marca, é um estabelecimento com produtos focados nas necessidades dos mais jovens. Também vai servir à retalhista para “testar novas soluções tecnológicas”, num setor em crescente digitalização. Independentemente do sistema operativo, todos podem fazer o download da aplicação.

Como funciona? Os utilizadores vão poder registar-se na aplicação e fazer check in à entrada da loja, o que permite abrir a cancela. Depois, podem ir adicionando os produtos a um cesto virtual, fazendo scan dos códigos de barras disponíveis nos produtos e nas prateleiras, com a câmara do aparelho. Para quem tem Android com NFC, basta aproximar o aparelho da etiqueta com o preço, uma comodidade que a empresa também quer disponibilizar no iPhone no futuro.

Feitas as compras, basta terminar a compra na aplicação e o valor é debitado na conta do cliente. A app fornece, de seguida, um novo código para poder sair da loja. No caso de não ter um meio de pagamento associado à aplicação, pode pagar com cartão bancário num terminal físico que existe no interior do estabelecimento.

Se está confuso, não se preocupe. Em caso de problemas ou dúvidas, os clientes poderão recorrer aos funcionários do Pingo Doce. A empresa emprega cerca de 20 pessoas nesta unidade, que, apesar de se situar no campus da Nova SBE, pode ser usada pelo público em geral.

A nova loja é uma aproximação distante do conceito Amazon Go, um tipo de loja física da cadeia norte-americana, que permite entrar e sair da loja “sem pagar”, porque os produtos são automaticamente reconhecidos e o débito é feito de forma automática. No entanto, a solução da Amazon recorre a câmaras inteligentes no topo das lojas para reconhecer que produtos são retirados das estantes pelos clientes, enquanto a alternativa do Pingo Doce recorre à tecnologia já massificada dos códigos QR.

O Pingo Doce também as tem. São mais de 100 espalhadas por calhas no teto do estabelecimento e nas extremidades de algumas prateleiras. Mas a empresa ainda está a “treinar” as máquinas, pelo que estes sensores estão apenas a recolher e a interpretar os dados dos clientes.

A nova loja não é a única novidade. À entrada do Pingo Doce & Go, a Jerónimo Martins instalou um novo conceito de vending machine para satisfazer as necessidades dos estudantes nos horários em que a loja não está aberta. Os utilizadores vão poder usar a aplicação para desbloquear a porta da máquina, retirar os produtos de que precisam e, quando fecham a porta, o pagamento é processado.

Estes dois novos conceitos do Pingo Doce foram desenvolvidos pela Jerónimo Martins em conjunto com a Forcom, a Reckon, a TrueWind e a OutSystems. A empresa não especificou o valor do investimento, mas indicou ter estado a desenvolver os conceitos durante “mais de um ano e meio”.

(Notícia atualizada às 17h32 com mais informações)

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Jerónimo Martins soma e segue. Forte subida anima bolsa de Lisboa

A retalhista brilha na praça lisboeta, sendo a principal responsável pela subida do PSI-20. Desde o início do ano, os títulos da Jerónimo Martins já avançam mais de 45%.

Depois de dispara na última sessão de agosto, a Jerónimo Martins está a entrar com o “pé direito” em setembro, dando um forte contributo para a valorização do índice principal da praça portuguesa, isto num dia de ganhos na generalidade dos índices da Europa.

A retalhista está a avançar 2,47% para 15,38 euros naquela que é a primeira sessão de setembro, liderando destacada os ganhos na praça portuguesa que, assim, apresenta uma subida de 0,5% para 4.911 pontos. Na Europa, a tendência é idêntica.

Jerónimo Martins brilha em bolsa

Já no final da semana passada a dona do Pingo Doce tinha registado uma forte valorização, isto depois da revisão em alta da avaliação para a retalhista por parte do Goldman Sachs. De acordo com a Reuters, o grupo financeiro com sede em Nova Iorque aumentou o preço-alvo de 14 para 16,50 euros, elevando a recomendação de “neutral” para “comprar”.

Na base da revisão em alta estão as estimativas de vendas da Jerónimo Martins, especialmente na Polónia, onde está presente através da Biedronka. Recorde-se que nos primeiros seus meses do ano, as vendas líquidas do grupo aumentaram 5,7% para 8,9 mil milhões de euros no primeiro semestre do ano. Numa base comparável like-for-like (LFL), excluindo novos negócios, aberturas e desinvestimentos, o aumento foi de 3,9% no semestre.

Com esta subida em bolsa, a Jerónimo Martins acentua ainda mais a subida desde o início do ano. O ganho acumulado pela empresa liderada por Pedro Soares dos Santos supera os 45%, o que coloca a retalhista na liderança das valorizações na bolsa de Lisboa.

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Jerónimo Martins aumenta lucro para 181 milhões com ajuda da Polónia. Vendas na Colômbia disparam 32%

A retalhista registou um aumento de 0,7% nos resultados líquidos dos primeiros seis meses do ano. Apesar de as lojas terem trabalhado menos dias, o negócio polaco continuou a crescer.

A Jerónimo Martins aumentou os resultados líquidos para 181 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano. Face ao período homólogo, foi uma subida de 0,7%, impulsionada pelo crescimento da atividade na Polónia. Só no segundo trimestre do ano, os lucros do grupo ascenderam a 109 milhões (mais 14% que em igual período do ano passado), beneficiando do efeito positivo da Páscoa.

“Em linha com a nossa estratégia, o foco no consumidor e o crescimento das vendas mantêm-se como as principais prioridades do Grupo, sem comprometer a disciplina de custos e a filosofia de eficiência que garantem a competitividade e rentabilidade dos nossos modelos de negócio. Estas opções estratégicas permitem-nos apresentar um primeiro semestre de forte crescimento, quer ao nível das vendas, quer do EBITDA“, disse o CEO, Pedro Soares dos Santos, em comunicado.

As vendas aumentaram 5,7% nos primeiros seis meses do ano para 8.908 milhões de euros, crescendo 3,9% em termos comparáveis (like-for-like). A polaca Biedronka aumentou as vendas em 7% apesar da redução de oito dias de vendas devido a mudanças na lei do país, enquanto o negócio especializado em Saúde e Beleza, Hebe, na Polónia, registou um aumento de 26,4%. A colombiana Ara, por seu lado, cresceu 31,6%

Em Portugal, o Pingo Doce aumentou as vendas em 4,1% (3,4% em like-for-like) para 1,9 mil milhões de euros nos primeiros seis meses, tendo o crescimento sido mais expressivo no segundo trimestre do ano devido ao efeito positivo de calendário relativo à Páscoa. No caso do Recheio registou-se um aumento de 2%.

O EBITDA — lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — situou-se em 471 milhões de euros no semestre (mais 5,6% que no período homólogo). No trimestre, foram 446 milhões de euros (mais 11,3%).

“Ao longo do resto do ano, queremos manter-nos a crescer acima dos mercados nos quais desenvolvemos os nossos negócios. Para isso, continuaremos a reforçar as nossas operações e a trabalhar para ter as melhores propostas comerciais, que mereçam, cada vez mais, o reconhecimento e a preferência dos consumidores”, acrescentou Soares dos Santos, que mantém a projeção de investimento para a totalidade do ano entre 700 e 750 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 17h55)

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