BCE estima impacto positivo a curto prazo de reforma fiscal dos EUA

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2018

Para a zona euro, estima-se que a reforma "poderá aumentar a procura por bens e serviços", embora o efeito global se preveja bastante pequeno. É que haverá outros efeitos a ter em conta.

O impacto da reforma fiscal nos Estados Unidos da América sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país será positivo no curto prazo, mas os efeitos a longo prazo são “muito mais incertos, segundo o Banco Central Europeu (BCE).

Num artigo incluído no próximo boletim económico do BCE, divulgado pela agência EFE, é estimado que a reforma melhore o PIB real dos Estados Unidos da América entre 0,5% e 1,3% nos próximos três anos.

Contudo, referem os autores do artigo, os efeitos a longo prazo são “muito incertos” porque dependem de como a reforma tributária é financiada e o impacto de um maior défice nos custos da dívida soberana.

É que o aumento do défice fiscal poderá gerar maiores taxas de juros de longo prazo e aumentar o custo do capital, contrariando alguns dos efeitos positivos do lado da oferta.

Já na zona euro, o artigo estima que a reforma “poderá aumentar a procura por bens e serviços”, pelo aumento da procura dos EUA, embora o efeito global se preveja bastante pequeno. A zona euro também será afetada por mudanças na paisagem fiscal internacional, cujas consequências são muito incertas e complexas, devido à atratividade fiscal que os Estados Unidos ganham com esta reforma.

A reforma aumenta o risco de “uma concorrência fiscal em todo o mundo” e pode gerar uma erosão da base tributável nos países da União Europeia (UE), acrescenta o artigo.

A reforma fiscal dos EUA, em vigor desde 1 de janeiro de 2018, contempla uma redução do imposto sobre as empresas de 35% para 21% e uma deduções os impostos dos investimentos feitos. Há também reduções de impostos sobre o rendimento para os contribuintes individuais. A reforma também facilita o repatriamento de lucros conseguidos por empresas no estrangeiro.

A China já anunciou, no final de dezembro passado, um programa de benefícios fiscais em resposta à reforma fiscal norte-americana.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal escapou em janeiro à redução dos estímulos do BCE

Tal como estava definido, o BCE cortou para metade as compras de dívida na Zona Euro em janeiro. Mas Portugal escapou quase ileso ao início do tapering do banco central em 2018.

O Banco Central Europeu (BCE) cortou as compras de dívida pública na Zona Euro para metade em janeiro, tal como estava decidido, mas Portugal escapou quase ileso à redução dos estímulos: as aquisições portuguesas da parte do banco central caíram apenas 10% no mês passado, conferindo o tal grau de proteção que os investidores e analistas já antecipavam para o país com o início do tapering na região.

Mario Draghi tinha anunciado que as compras do BCE iam baixar dos 60 mil milhões de euros mensais para os 30 mil milhões mensais já a partir do início de 2018. E assim o fez: as compras de obrigações dos governos da região baixaram 54% em janeiro face ao mês anterior, para um total de 20,9 mil milhões de euros, de acordo com os dados disponibilizados esta segunda-feira pelo banco central.

Ainda assim, este corte teve pouco impacto em Portugal. O BCE adquiriu um total de 461 milhões de euros em títulos portugueses, o que representa uma redução de apenas 10,65% face ao montante que a instituição tinha adquirido em dezembro. Feitas as contas, o BCE detinha no final de janeiro 31.524 milhões de euros em obrigações nacionais.

Compras do BCE em Portugal abaixo dos 500 milhões

Fonte: BCE

Muitos analistas já tinham sublinhado que Portugal estava relativamente protegido quando o BCE desse início à redução gradual dos estímulos. Isto porque ao longo de 2017 o banco central já tinha vindo a comprar poucas obrigações portuguesas face àquilo que estava estabelecido. De acordo com a chave de capital de Portugal na instituição, o BCE poderia adquirir cerca de 1.300 milhões de euros por mês em títulos nacionais ao longo do ano passado, mas a média mensal ficou muito aquém do previsto: apenas 537 milhões de euros por mês.

No mercado secundário, a yield associada às obrigações portuguesas a dez anos avançam 2,5 pontos para superarem de novo a fasquia dos 2%, numa sessão em que também os juros das obrigações alemãs estão a subir.

Se o impacto em Portugal foi relativamente diminuto, a maioria dos países da Zona Euro começaram já a sentir os efeitos de um BCE menos expansionista. Por exemplo, na periferia da região, Itália e Espanha viram as compras de dívida recuarem em janeiro em 57% e 55%, respetivamente. Na Alemanha, as aquisições do BCE caíram 54,7%, segundo os dados do BCE.

O programa de compra de ativos públicos terminará, ao que tudo indica, em setembro — o mais tardar, no final do ano, segundo os economistas. Depois disso, o BCE já prometeu reinvestir o dinheiro obtido com os títulos que entretanto vencerem em mais aquisições de obrigações.

(Notícia atualizada às 15h53)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Realidade Virtual chega aos Jogos Olímpicos de inverno

  • Juliana Nogueira Santos
  • 5 Fevereiro 2018

Os entusiastas dos desportos de inverno poderão assistir às provas em qualquer parte do mundo como se estivessem em Pyeongchang.

Não é uma modalidade mas vai, com certeza, deixar os amantes dos desportos de inverno igualmente entusiasmados. Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, algumas das provas desta edição de inverno vão ser transmitidas num cenário de realidade virtual.

A novidade, implementada pelos canais que vão fazer a cobertura dos Jogos Olímpicos de inverno de Pyeongchang, vai permitir assistir, de uma forma imersiva, a mais de 50 horas de programação em direto, bem como repetições on-demand e resumos dos principais momentos.

A experiência de realidade virtual foi assegurada pela Intel True VR que, para além de ser parceira do evento, utiliza um sistema multicâmaras com o objetivo de criar um ambiente de realidade virtual 360.º.

Em Portugal, este serviço vai ser assegurado pelo canal Eurosport que já tem disponível uma aplicação para smartphones e aparelhos de realidade virtual, pelo valor de 0,99 euros. Através desta, o utilizador poderá selecionar os ângulos de visão por entre seis câmaras fixas disponíveis.

Os Jogos Olímpicos de inverno começam a 9 de fevereiro em Pyeongchang, Coreia do Sul, sendo possível assistir à cerimónia de abertura através de realidade virtual. As transmissões dos desportos, onde se incluem esqui alpino, curling, snowboard ou saltos de esqui, entre outros, estende-se até dia 25 de fevereiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maré vermelha nas bolsas deixa Lisboa a cair 2%

Nova maré vermelha nas bolsas europeias e Lisboa não é exceção. PSI-20 cede 2% com Pharol a tombar mais de 10%. Wall Street também iniciou o dia em forte baixa.

Depois da pior semana em mais de um ano, as bolsas europeias continuam sob intensa pressão vendedora esta segunda-feira. Em Lisboa, o índice PSI-20 não escapa ao vermelho intenso: perde quase 2% com quase todas as cotadas abaixo da linha de água. Destaque para as ações da Pharol, que derrapam mais de 10%.

“Todos os mercados estão negativos, pressionados por Wall Street, dando continuidade ao mau momento do final de sexta-feira. A expectativa de que a inflação venha a subir está a pesar bastante e resta saber quando é que o BCE retirará os estímulos”, referiu João Travassos, gestor da Orey iTrade, citado pela agência Reuters.

“Hoje será um dia decisivo na Alemanha, depois das negociações terem falhado no domingo. Tudo indica que no final deste dia já tenhamos um acordo entre os partidos e o índice alemão Dax-30 é o que cai menos na Europa”, acrescentou o analista.

Em Lisboa, o principal índice caiu mais de 4,5% na semana passada no pior desempenho semanal em mais de um ano. Volta esta segunda-feira às quedas acentuadas: cede 1,94% para 5.410,00 pontos. Só a Corticeira Amorim escapa ao vendaval que está a varrer a bolsa: soma 1,6% para 10,16 euros. Todas as restantes cotadas estão no vermelho carregado.

É o caso da Pharol. As ações chegaram a tombar 10,76% para 0,1816 euros, marcando um novo mínimo desde dezembro de 2016, há mais de um ano. Este queda surge depois de na passada sexta-feira a operadora brasileira Oi ter cancelado uma assembleia geral extraordinária que estava marcada para esta quarta-feira a pedido da empresa portuguesa. A Pharol, que detém mais de 20% da Oi mas vai ver a sua posição reduzida na sequência do plano de reestruturação aprovada pelos credores, convocou a assembleia para discutir o estatuto social da operadora brasileira.

Nos pesos pesados, o sentimento é igualmente negativo. O BCP, a cotada com maior peso em Lisboa, cai 1,97% para 0,2982 euros. No setor energético, a EDP e a Galp recuam 2,41% e 1,93%, respetivamente. No caso da petrolífera, anunciou esta manhã que o volume de crude processado caiu 1,5% em 2017.

Lisboa lidera as quedas na Europa, mas a tendência é negativa no Velho Continente e estende-se ao outro lado do Atlântico. Na Alemanha, o Dax-30 cai 0,7%, ao mesmo tempo que o parisiense Cac-40 cede 1,4%. Em Milão e Madrid, os principais índices cedem em torno de 1,3%.

Em Wall Street, os primeiros minutos de negociação deixam o índice de referência mundial, o S&P 500, a cair 1,02%. Os outros dois benchmarks americanos acompanham as quedas: o industrial Dow Jones perde 1,11% e o tecnológico Nasdaq cede 0,94%.

As ações da Apple estão no centro das atenções devido às críticas de muitos utilizadores face às anomalias do último modelo iPhone X. “As vendas do iPhone X deverão sofrer um impacto negativo como consequência deste evento, a cotação em bolsa está em queda e este movimento poderá ser aproveitado com entradas vendedoras no ativo, com target nos 157 dólares”, diz José Bebiano Correia, da corretora XTB. Os títulos da maçã perdem 0,37% para 159,9 dólares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A manhã num minuto

  • Rita Frade
  • 5 Fevereiro 2018

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Isabel dos Santos disse esta segunda-feira, na cerimónia de inauguração da unidade de mobilidade elétrica da Efacec, que “no mundo de amanhã, os carros não vão ter volante“. O Governo deixou algumas pistas quanto ao que pode vir a mudar nos contratos a prazo.

Isabel dos Santos, acionista maioritária da Efacec, afirmou esta segunda-feira que “Portugal é um país de inovação”, o que atribui aos talentos que o país tem na área da engenharia.

O Governo já disse que é preciso reduzir a segmentação do mercado de trabalho. E “entre este mês e o próximo“, é de esperar que sejam apresentadas iniciativas legislativas, nomeadamente a diferenciação da TSU consoante o tipo de contrato, avançou entretanto o primeiro-ministro.

O crédito às famílias está em máximos da década, com mais de 13 mil milhões de euros disponibilizados pela banca nos primeiros 11 meses do ano passado. Contudo, esse nível de concessão não preocupa Fernando Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), que identifica na habitação e nos estrangeiros grande parte da responsabilidade por esse crescimento.

O setor imobiliário está ao rubro, com o aumento dos preços e do número de transações, mas também da aceleração do tempo de venda. Mais de 80% dos imóveis já levam menos de seis meses até serem vendidos.

Se janeiro foi o pior mês de sempre para a Bitcoin, os primeiros dias de fevereiro não parecem querer contrariar essa tendência. A moeda virtual segue em forte queda nesta sessão, mais de 7%, voltando a negociar abaixo da fasquia dos 8.000 dólares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

UTAO aponta para défice de 1,3% no ano passado, sem ajudas extraordinárias

  • Margarida Peixoto
  • 5 Fevereiro 2018

Os peritos do Parlamento já passaram à lupa os números divulgados pela DGO para o défice de 2017. Sem contar com medidas extraordinárias e efeitos pontuais, défice deve ter sido de 1,3%.

Sem contar com efeitos pontuais ou medidas extraordinárias, o défice orçamental de 2017 deverá ter sido de 1,3% do PIB. A conclusão resulta da análise que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), os peritos em contas do Parlamento, fez aos números da execução orçamental do ano passado, numa nota distribuída esta segunda-feira aos deputados e a que o ECO teve acesso. Os especialistas não se comprometem, mas os dados parecem compatíveis com os 1,2% para o défice de 2017, já anunciados pelo primeiro-ministro, António Costa.

Olhando para a execução orçamental de janeiro a dezembro já revelada pela Direção-geral do Orçamento, a UTAO conclui que os números saíram melhores do que o inscrito no Orçamento do Estado para 2017, mas não só: ficaram também melhores do que a estimativa mais recente que tinha sido apresentada pelo ministro das Finanças, a outubro do ano passado, no âmbito do Orçamento do Estado para 2018.

O raciocínio para chegar ao valor que importa em termos de metas políticas assumidas pelo Executivo (que são fixadas em contabilidade nacional, na ótica de compromisso) é complexo e ainda não se pode fazer com certezas absolutas — falta informação “que ainda não se encontra disponível”, explicam os peritos. Mas já é possível ter uma aproximação mais ou menos segura.

A UTAO começa por comparar os resultados de caixa — que servem de base para a ótica de compromisso — e aqui conclui que, após ajustamentos para que os dados sejam comparáveis, “o valor obtido aponta para um défice em torno do limite definido para o objetivo anual de 2017 no âmbito do OE2018″. Sem os ajustamentos, o valor também já era próximo: a diferença são 100 milhões de euros pior do que a estimativa de outubro, conforme explicou já o ECO.

Já “comparado com o OE2017, o défice atingido em 2017 em contabilidade pública revela-se substancialmente mais reduzido que o previsto, com um diferencial de cerca de 1.900 milhões de euros“, completa a UTAO.

E os números que importam para comparar com a meta política?

Nas metas que importam em termos políticos — as que contam para a Comissão Europeia e para o Parlamento português — como é que o défice ficou? A UTAO não responde diretamente, mas deixa pistas.

Numa primeira aproximação à ótica da contabilidade nacional, a estimativa elaborada pela UTAO aponta para um défice de 2.481 milhões de euros em 2017, o qual representa uma melhoria de 1.766 milhões face a 2016“, lê-se na nota enviada aos deputados da Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças. Em rodapé, os peritos adiantam que este valor está ajustado de operações one-off, isto é, de natureza temporária e não recorrente.

Ora, assumindo que o PIB nominal ficará em torno dos 192,5 mil milhões de euros (o que corresponde a um crescimento de 2,6% tal como o Governo tinha previsto em outubro), este valor corresponde a 1,3% do PIB. No Orçamento, o Governo inscreveu medidas pontuais que deveriam ajudar a baixar o défice em 0,2 pontos percentuais. Já se sabe que estas medidas não foram completamente executadas — um exemplo é a recuperação da garantia do BPP que só em parte foi concretizada — mas basta assumir uma ajuda de uma décima para que os 1,2% de défice já anunciados pelo primeiro-ministro António Costa se concretizem.

Em três meses, em que é que o Governo foi surpreendido?

Apesar de o saldo global, em contas públicas, ter ficado próximo do estimado em outubro, houve muitas diferenças quando se olha rubrica a rubrica. A receita total foi menor do que o previsto, mas a despesa total também. Os peritos da UTAO passaram os números a pente fino e revelam o que é que surpreendeu o Executivo. O próximo gráfico mostra as contas.

Desvio face à estimativa de outubro 2017

Fonte: UTAO

No ano passado, a receita fiscal cresceu 4,8% — mais do que os 3% orçamentados, e também acima dos 3,9% estimados em outubro. Face a 2016, foram coletados mais 2.180 milhões de euros, nota a UTAO. A maior surpresa foi nos impostos indiretos (que aumentaram 5,3%, com forte contributo do IVA), mas mesmo os impostos diretos ficaram acima do previsto (cresceram 4,2%, em vez de 3,9%, puxados pelo IRC).

Também a receita de contribuições sociais cresceu mais que o previsto no Orçamento: foram mais 391 milhões de euros a entrar nos cofres da Segurança Social. Já no que toca à receita de capital, aumentou, mas menos que o esperado. Do lado das despesas, os gastos com pessoal penalizaram o défice, cresceram mais 346 milhões do que o ministro das Finanças antecipava no OE2017 e furaram as estimativas de outubro. Já a aquisição de bens e serviços ficou abaixo do esperado.

Como é que isto se explica?

O ECO já tinha questionado o Ministério das Finanças para compreender os motivos dos desvios nos resultados em apenas três meses. Fonte oficial do gabinete de Mário Centeno esclareceu que, no que toca, por exemplo, à estimativa das “outras receitas correntes”, esta “é composta por vários tipos de receita que não obedecem a um padrão linear de execução pelo que é expectável que exista um desvio significativo entre a previsão e a execução final”. E “o mesmo sucedendo com as receitas de capital”, garantiu.

Já “no que respeita às despesas com pessoal”, a mesma fonte desvaloriza: “O desvio identificado não é significativo representando menos de 1% de desvio.” Sobre a “aquisição de bens e serviços, a estimativa utilizada para efeitos do OE2018 foi bastante conservadora antecipando uma execução mais significativa do que se veio a verificar”, assume ainda.

Não era possível antever os 1,2% de défice agora prometidos por Costa?

Mas se o saldo em contas públicas ficou, afinal, praticamente o mesmo que o estimado em outubro, como é que nessa altura não foi logo possível assumir uma meta em contas nacionais de 1,2% do PIB, tendo-se preferido apontar para 1,4%? O Ministério das Finanças aponta o dedo às empresas públicas e autarquias, que se comportaram, afinal, melhor do que o previsto.

“A estimativa do défice para 2017 constante do OE2018 em termos de contas nacionais incluía estimativas mais conservadoras no que respeita, por exemplo, ao nível de endividamento das empresas e autarquias, os quais não têm qualquer impacto em contabilidade pública, mas agravam o défice em contas nacionais,” respondem as Finanças.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Endesa investe 178 milhões em cinco parques eólicos em Espanha

A Endesa vai investir 178 milhões de euros na compra da espanhola Gestinver, que detém cinco parques eólicos na Galiza e na Catalunha. Negócio deverá ficar concluído no primeiro semestre do ano.

Na passada sexta-feira, a Endesa assinou um acordo para a compra da empresa espanhola de parques eólicos Gestinver, através da sua subsidiária Enel Green Power España (EGPE). A aquisição custou à energética 178 milhões de euros, que passará a deter cinco parques eólicos localizados na Galiza e na Catalunha, com uma capacidade de produção de 132 megawatts.

O negócio está a ser realizado com a Elawan Energy e com a Genera Avante, empresas proprietárias da Gestinver, por um total de 178 milhões de euros, que já incluem dívidas, de acordo com a informação anunciada pela Endesa, através de comunicado. Esta aquisição vai permitir à energética aumentar para cerca de 8% a sua participação no mercado de energia renovável espanhol.

Dois dos cinco parques eólicos estão localizados na Catalunha, na província de Tarragona — Les Forques e Montargull –, e têm uma capacidade de produção total de 74 megawatts. Os restantes três localizam-se na Galiza, na província de Lugo — Farrapa, Peña Revolta e Pousadoiro –, e uma capacidade conjunta de 57,5 megawatts. O negócio deverá ficar concluído no primeiro semestre de 2018, de acordo com a Endesa.

Estes novos ativos, de alta qualidade, já estão operativos, o que representa um impacto positivo, significativo e direto no nosso Ebitda“, disse José Bogas, CEO da Endesa. Feita esta aquisição, a energética torna-se, então, responsável por mais de 1.806 megawatts de energia renovável em território espanhol, dos quais 1.749 megawatts são provenientes de energia eólica, 43 megawatts de energia hidráulica e 14 megawatts de outras fontes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Reverter leis laborais é insuficiente. PCP quer despenalizar longas carreiras

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2018

O líder do PCP considera insuficiente a reversão das leis laborais e defende menos penalizações nas longas carreiras contributivas.

O secretário-geral do PCP afirmou esta segunda-feira que a simples reversão das leis laborais introduzidas pelo anterior Governo é insuficiente e insistiu na eliminação de “normas gravosas do Código do Trabalho” e menos penalizações das longas carreiras contributivas.

Não é suficiente reverter as alterações à legislação laboral introduzidas pelo Governo PSD/CDS. É necessário apontar para a eliminação das normas gravosas do Código do Trabalho. É com esse objetivo e para repor direitos e rendimentos injustamente usurpados que o grupo parlamentar do PCP apresenta um conjunto de propostas muito concretas”, afirmou Jerónimo de Sousa.

O líder comunista inaugurava as jornadas parlamentares comunistas, até terça-feira no distrito de Portalegre, e enumerou as diversas iniciativas que o PCP tem em carteira: “reposição de montantes e regras de cálculo nas compensações por cessação e despedimento“, designadamente “garantia do critério de um mês de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade, sem limite máximo de anos“.

Passam pela garantia do período anual de férias para a duração mínima de 25 dias úteis para todos os trabalhadores, pela revogação dos mecanismos de adaptabilidade individual e do banco de horas individual, pela reposição do tratamento mais favorável e a proibição da caducidade dos contratos coletivos de trabalho por via da sua renovação sucessiva até substituição por outro livremente negociado entre partes”, continuou.

Jerónimo de Sousa criticou ainda a “abrangência muito restrita” dos “compromissos assumidos para a valorização das longas carreiras contributivas”, pois “a possibilidade de reforma antecipada para trabalhadores com 48 anos de carreira contributiva ou 46 anos, em certas situações, é uma resposta que ficou muito aquém das expectativas criadas” e “muito longe da proposta do PCP” (direito à reforma sem penalizações para todos os trabalhadores com 40 ou mais anos de descontos para a Segurança Social).

“Na concretização desse objetivo não deixaremos de colocar todo o nosso empenhamento e exigência. O PCP insiste em que quem trabalhou toda a vida tem direito a uma reforma por inteiro e sem penalizações“, disse.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo faz lista nacional de lojas históricas

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2018

Inventário nacional de lojas históricas tem como objetivo consciencializar público local e estrangeiro para o seu "valo material e imaterial". Entre Lisboa e Porto, já há mais de cem classificadas.

O Governo vai mesmo avançar com a criação de um inventário nacional de lojas históricas. Em entrevista o Jornal de Notícias, o secretário de Estado Adjunto e do Comércio sublinhou que o objetivo dessa lista é consciencializar o público local e estrangeiro para o “valor material e imaterial desse património”. Além disso, Paulo Alexandre Ferreira quer que sejam desenvolvidos “produtos específicos para incentivar a preservação” desses negócios.

Em junho do ano passado, o novo regime de “reconhecimento e proteção de estabelecimentos e entidades de interesse histórico e cultural ou social local” entrou em vigor, tendo ficado a cargo das autarquias a identificação dessas lojas. Desde então, no Porto e em Lisboa, mais de uma centena de negócios históricos já foram classificados.

Alexandre Ferreira esclarece que se trata de um “esforço para colocar na agenda política e mediática o interesse que deve existir em defender as lojas de comércio tradicional”, que são um fator diferenciador do país. Como se escolhem esses estabelecimentos? Têm de ter “longevidade reconhecida, assente no exercício da atividade suscetível de reconhecimento há, pelo menos, 25 anos”. Mais, tem de estar em causa património material ou de património imaterial.

O Orçamento do Estado para este ano prevê que estas lojas históricas beneficiem de certas vantagens como da isenção de IMI e da possibilidade de terem as despesas com as obras de conversação e manutenção dos imóveis consideradas em 110% no apuramento do lucro tributável dos estabelecimentos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Famalicão tem 350 vagas para acolher trabalhadores da Ricon

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2018

Várias empresas, na maioria do setor têxtil, comunicaram à Câmara Municipal de Famalicão vagas de emprego. "É muito provável que nos próximos dias esta bolsa cresça ainda mais", diz a Câmara.

Os trabalhadores da Ricon, declarada insolvente, já dispõem de 350 vagas disponíveis para serem ocupadas imediatamente. Cerca de vinte empresas comunicaram as oportunidades de trabalho à Câmara de Vila Nova de Famalicão, sendo a maior parte do setor têxtil.

“Fomos contactados por um conjunto de empresários famalicenses que nos manifestaram as disponibilidades que têm ao nível de recursos humanos e fomos também ao encontro de outros onde suspeitávamos da existência de necessidades a este nível”, assinala o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, explicando que o processo não está encerrado e que “é muito provável que nos próximos dias esta bolsa de disponibilidades de emprego cresça ainda mais”.

A empresa que apresentou mais vagas foi a Coindu, que está à procura de 100 costureiras. A empresa tem capital alemão, mas está instalada na Vila de Joane, e dedica-se à produção de componentes têxteis para a indústria automóvel. Segue-se a têxtil Riopele, que comunicou 58 empregos disponíveis. Malhinter e a Scoop precisam de 35 novos trabalhadores para a sua confeção. Já a Primor, abre as portas a outro setor, o agroalimentar: precisa de 46 colaboradores.

A Câmara Municipal vai agora fazer chegar ao Centro de Emprego de Vila Nova de Famalicão a informação que dispõe de forma a que seja acionada a ligação entre estas empresas e os funcionários da Ricon para a sua eventual contratação. A autarquia disponibiliza ainda outro tipo de apoios para os trabalhadores afetados pelo fecho da Ricon. Oferece apoios sociais, ajuda psicológica e ainda o acesso ao programa Qualifica, onde os trabalhadores podem adquirir novas competências para a sua inserção noutros setores profissionais ou para o relançamento das suas carreiras profissionais.

Ricon apresentou-se à insolvência no final de 2017, tendo um passivo de quase 33 milhões de euros. Os cerca de 800 trabalhadores do grupo, que detém as lojas da Gant em Portugal, receberam na segunda-feira as cartas de despedimento. A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) classifica os recentes encerramentos da ex-Triumph e da Ricon como “uma infeliz coincidência” num dos “períodos mais positivos” do setor, que em 2017 atingirá exportações recorde de 5.200 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Economist revê PIB de Angola em baixa de 2,4% para 1,8% em 2018

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2018

A revisão em baixa é justificada pela depreciação e as pressões da inflação que devem ter um impacto negativo no consumo privado. O Governo prevê, no orçamento para este ano, um crescimento de 4,9%.

A Economist Intelligence Unit (EIU) reviu em baixa a previsão de crescimento da economia de Angola, antecipando para este ano uma expansão de 1,8%, menos 0,6 pontos do que os 2,4% previstos.

Revimos em baixa a nossa previsão de crescimento para 2018, já que a depreciação e as pressões da inflação devem ter um impacto negativo no consumo privado“, escrevem os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.

Na análise mensal à economia angolana, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas dizem que “o PIB deve crescer, em média, 2,4% até 2020 devido ao ajustamento aos preços mais baixos do petróleo, a uma expansão ligeiramente maior no consumo privado e na despesa pública”.

A depreciação e as pressões da inflação devem ter um impacto negativo no consumo privado.

The Economist

A partir daí, acrescentam, “o crescimento deve acelerar ligeiramente, para uma média de 2,9% em 2021 e 2022, já que os preços internacionais do petróleo devem subir cerca de 6,7% ao ano”. No entanto, sublinham, “o investimento fora da área dos hidrocarbonetos vai continuar a ser constrangido pelo difícil ambiente de operações”.

Assim, concluem, “o crescimento médio de 2,4% em 2018 é menos de um quarto da taxa registada na década até 2014, e o PIB real per capita deve contrair a uma média anual de 0,8% neste período”. O Governo prevê, no orçamento para este ano, um crescimento de 4,9%.

Para os analistas da Economist, um reequilíbrio da economia que afaste a dependência do petróleo é fundamental, “mas um processo deste género deve ser demorado, mesmo que as autoridades estejam completamente focadas numa reforma em larga escala”.

Ainda que o Presidente de Angola, João Lourenço, tenha “um apetite reformador maior do que o esperado, continua por esclarecer se tem vontade – ou se é capaz, dados os interesses instalados – de adotar as reformas duras e a transparência que é necessária para um envolvimento genuíno com o Fundo Monetário Internacional“, concluem.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Quem está em mobilidade também vai ter carreira descongelada

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2018

Os funcionários públicos que estejam em mobilidade também vão ser abrangidos pelo descongelamento de carreiras, como se estivessem no posto original.

Os funcionários públicos que se encontram em situação de mobilidade, a desempenhar funções numa categoria ou carreira diferente da sua de origem, também vão ser abrangidos pelo descongelamento de carreiras, segundo esclareceu a Direção Geral da Administração e do Emprego Público, citada pelo Diário de Notícias.

O descongelamento de carreiras para quem está em mobilidade vai decorrer como se o funcionário público estivesse no seu serviço de origem, de acordo com as regras remuneratórias dessa posição. Isto acontece quer a mobilidade seja entre categorias, quer seja entre carreiras.

O Diário de Notícias/Dinheiro Vivo escreve ainda que muitos funcionários públicos que já deveriam ter sentido nas suas remunerações os aumentos relacionados com a progressão nas carreiras ainda não o tiveram, mesmo tendo em conta o faseamento previsto pelo Governo de que apenas 25% do aumento se registará na primeira metade de 2018.

José Abraão, dirigente sindical da Fesap, garantiu ao jornal que estes atrasos nos pagamentos das progressões se deverão manter em fevereiro, mas existe garantia do Governo que os pagamentos chegarão com retroativos relativos a janeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.