Theresa May enfrenta prova de fogo. Vem aí uma moção de censura

Pelo menos 48 deputados conservadores admitem ter perdido a confiança na líder do Governo britânico, desencadeando uma moção de censura. A votação é esta noite.

Theresa May vai mesmo enfrentar a prova de fogo de uma moção de censura convocada pelo seu próprio partido, esta quarta-feira à noite, depois de ter adiado a votação do acordo do Brexit para evitar o chumbo do documento no Parlamento. A notícia foi avançada pela Reuters, pelo The Guardian e pela Bloomberg e confirmada em comunicado pelo Partido Conservador. A primeira-ministra deverá discursar ainda esta manhã.

Pelo menos 48 deputados do Partido Conservador, 15% dos deputados do partido, escreveram cartas ao líder do grupo parlamentar em Westminster, Sir Graham Brady, demonstrando a perda de confiança na líder do Governo, desencadeando um processo que poderá fazer cair a primeira-ministra britânica na reta final do processo do Brexit. Para passar este desafio, mais de metade dos deputados da bancada conservadora terão de votar contra a moção.

Se a moção de censura for chumbada, a liderança de May fica reforçada e não pode voltar a ser posta em causa no espaço de um ano, dando à primeira-ministra mais confiança para fechar o acordo do Brexit e conduzir o Reino Unido até à porta de saída do bloco europeu. Mas, se for aprovada, May é obrigada a demitir-se e começa o processo para escolher um novo chefe para o Governo.

Os termos do acordo têm merecido forte contestação por parte da oposição e até mesmo do próprio partido do Governo. Alguns dos deputados tinham até já enviado a carta para o líder do grupo parlamentar, mas para outros o adiamento da votação foi a última gota. A moção de censura será votada entre as 18h e as 20h desta quarta-feira, sendo que a contagem irá ocorrer imediatamente a seguir.

A chefe do Governo britânico voltou a dialogar com os líderes europeus, antes da cimeira desta semana, marcada para quinta-feira, para tentar esclarecer os termos do mecanismo de salvaguarda previsto para evitar o regresso de uma fronteira na ilha da Irlanda, o tema mais difícil das negociações e que originou as maiores divergências. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, garantiu no Parlamento Europeu que o texto do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia não vai ser renegociado.

O que acontece se a moção for aprovada?

Não é certo que a queda de May tenha de resultar, necessariamente, em eleições antecipadas. Por exemplo, quando David Cameron se demitiu em 2016, na sequência do referendo que desencadeou o Brexit, Theresa May foi escolhida pelos deputados para liderar o Governo na era pós-Cameron (May convocou eleições antecipadas depois, para 8 de junho de 2017, sendo eleita com 42,4% dos votos).

No caso de a moção de censura ser aprovada, só são convocadas eleições antecipadas se o Parlamento for incapaz de gerar um novo Governo no período de 14 dias. Caso isso aconteça, o Parlamento é dissolvido e começam os preparativos para novas eleições legislativas no país. Jeremy Corbyn, líder da oposição e a cara do Partido Trabalhista, é apontado como um dos favoritos a suceder a Theresa May, caso a atual primeira-ministra seja forçada a abandonar o cargo.

(Notícia atualizada pela última vez às 9h10)

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Governo dá tolerância de ponto à Função Pública a 24 e 31 de dezembro

Os funcionários públicos vão ter tolerância de ponto nas vésperas do dia de Natal e do primeiro dia de 2019. A decisão foi tomada pelo primeiro-ministro.

O Governo decidiu dar tolerância de ponto aos funcionários públicos nos dias 24 e 31 de dezembro, revela o despacho assinado pelo chefe do Executivo, divulgado esta quarta-feira.

Trata-se de dois dias de segunda-feira, véspera do dia de Natal e do primeiro dia do Ano Novo, respetivamente.

No despacho, a tolerância é justificada por António Costa com a “tradicional deslocação de muitas pessoas para fora dos seus locais de residência no período natalício e de ano novo tendo em vista a realização de reuniões familiares”, com a prática “ao longo dos anos” e a “tradição existente” de dar tolerância de ponto.

No ano passado, os dias anteriores a estas festividades aconteceram a um domingo, tendo o Executivo optado por dar tolerância de ponto a 26 de dezembro.

A tolerância abrange os trabalhadores que exercem “funções públicas nos serviços da administração direta do Estado, sejam eles centrais ou desconcentrados, e nos institutos públicos”.

Os serviços que, por razões de interesse público, têm de estar abertos não são abrangidos pela tolerância, ficando o membro do Governo responsável com a obrigação de definir o modo de funcionamento naqueles dias.

 

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Airbnb entregou 5,5 milhões de euros em taxas turísticas a Lisboa e ao Porto até setembro

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2018

Nos primeiros nove meses deste ano, a Airbnb entregou 3,7 milhões de euros à Câmara de Lisboa e 1,8 milhões de euros à Câmara do Porto.

A plataforma ‘online’ de alojamento Airbnb anunciou esta quarta-feira que, nos primeiros nove meses deste ano, entregou 3,7 milhões de euros à Câmara de Lisboa e 1,8 milhões de euros à Câmara do Porto, relativos à taxa turística.

Numa nota, a plataforma de alojamento revela que os hóspedes que usaram a Airbnb nas duas maiores cidades de Portugal contribuíram com mais de 5,5 milhões de euros em taxa turística nos primeiros nove meses de 2018.

A Airbnb revela que, desde maio de 2016, quando começou a cobrar taxa turística em Lisboa aos hóspedes que usaram a plataforma, e até ao final de setembro deste ano, entregou um total superior a 11 milhões de euros às Câmaras de Lisboa e do Porto.

No Porto, a taxa turística, de dois euros por dormida, começou a ser cobrada em 1 de março deste ano, tendo sido entregues, desde abril até ao final de setembro, 1,8 milhões de euros, de acordo com a Airbnb.

Lisboa, que aplica uma taxa turística de um euro por dormida, recebeu um total acumulado de 9,3 milhões de euros em taxas turísticas através da plataforma, distribuídos por 1,7 milhões de euros entre maio e dezembro de 2016, 3,8 milhões de euros em 2017 e mais 3,7 milhões de euros entre janeiro e o final de setembro deste ano.

Num balanço relativo ao primeiro semestre de 2018, a Airbnb revelou que entregou à Câmara de Lisboa 2,6 milhões de euros relativos à Taxa Municipal Turística.

Aprovada em 2014, a Taxa Municipal Turística começou a ser aplicada em janeiro de 2016 sobre as dormidas de turistas nacionais (incluindo lisboetas) e estrangeiros nas unidades hoteleiras e de alojamento local de Lisboa, sendo cobrado um euro por noite até um máximo de sete euros.

Desde abril de 2016 que a Airbnb recolhe este dinheiro junto dos seus anfitriões e o entrega ao município. Durante o ano de 2017, a Câmara de Lisboa encaixou 18,5 milhões de euros com esta taxa. Já este ano foi celebrado também um acordo com a Câmara do Porto, que começou a ser implementado em abril.

Segundo informação transmitida à Lusa, a Airbnb entregou à Câmara Municipal do Porto “mais de 963 mil euros em taxa turística”, cobrada entre abril e junho.

Em 1 de março, a taxa turística do Porto (de dois euros por dormida) começou a ser aplicada a hóspedes com mais de 13 anos, num máximo de sete noites seguidas, para “mitigar o impacto da pegada turística” na cidade, definiu a autarquia.

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Imprensa Estrangeira escolhe Centeno como personalidade do ano

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2018

Objetivo deste prémio é o de "distinguir a pessoa ou a instituição que mais contribuiu para promover a imagem do país no estrangeiro durante o ano”.

A Associação de Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP) escolheu o ministro das Finanças, Mário Centeno, como personalidade do ano, segundo adiantou o organismo em comunicado.

“Os correspondentes estrangeiros atribuíram o prémio ao ministro das Finanças português, que se destacou na imprensa internacional depois da sua chegada no início do ano à presidência do Eurogrupo”, lê-se na mesma nota.

A AIEP explicou que “o prémio personalidade do ano/Martha de la Cal tem como objetivo distinguir a pessoa ou a instituição que mais contribuiu para promover a imagem do país no estrangeiro durante o ano”.

Esta distinção foi criada em 1990 e é atribuída todos os anos por 60 jornalistas estrangeiros acreditados e inscritos na associação.

“Para os correspondentes, Mário Centeno, enquanto presidente do Eurogrupo, um cargo internacional de relevo, com uma forte projeção internacional, que colocou o nome de Portugal em muitas reportagens na imprensa estrangeira, enquadra-se perfeitamente nos critérios do prémio”, refere o presidente da AIEP, Levi Fernandes.

O 29.° prémio da AIEP será agora entregue numa cerimónia no início de 2019.

Em anos anteriores, o galardão foi atribuído a personalidades como o escritor José Saramago, a fadista Mariza, os capitães de abril, o antigo Presidente Mário Soares, o futebolista Cristiano Ronaldo e o secretário-geral da ONU, António Guterres, recordou a AIEP.

No ano passado venceram os irmãos Luísa e Salvador Sobral, vencedor do Festival da Eurovisão.

O prémio, denominado Martha de La Cal, é uma homenagem a esta jornalista norte-americana, que trabalhou durante vários anos em Portugal para a revista Time e que foi uma das fundadoras da Associação.

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Hasta pública dos terrenos da Feira Popular de Lisboa é retomada hoje

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2018

Depois de sucessivos adiamentos da hasta pública, é a quarta vez que a CML tenta alienar duas parcelas e dois lotes de terreno da antiga Feira Popular.

A Câmara de Lisboa tenta, pela quarta vez, alienar duas parcelas e dois lotes de terreno da antiga Feira Popular, depois de sucessivos adiamentos da hasta pública, que é esta quarta-feira retomada.

A primeira tentativa de alienação destes terrenos esteve agendada para o dia 12 de novembro, mas foi adiada por duas semanas, depois de a Câmara ter recebido, no dia 7, um ofício do Ministério Público (MP), que levantava questões relativamente ao projeto de requalificação da zona, conhecido como Operação Integrada de Entrecampos.

No documento de sete páginas, e assinado pela procuradora Elisabete Matos, eram elencadas cinco questões: a percentagem de habitação que será incluída no projeto, a figura de operação integrada, a unidade de execução, a edificabilidade de área da antiga Feira Popular e ainda a eventual ausência de um parecer da Autoridade Nacional de Aviação Civil.

Já no dia 9 de novembro, a Câmara de Lisboa respondeu às questões colocadas pela procuradora, considerando que tinham ficado esclarecidas “quaisquer dúvidas” relativamente à legalidade do projeto.

Porém, no dia 22 de novembro, o MP endereçou um novo ofício ao município, maior do que o primeiro, onde aprofundava as primeiras dúvidas e aconselhava a Câmara de Lisboa a “reponderar” o projeto de requalificação, “com vista a acautelar possíveis ilegalidades”.

Por isso, a hasta foi aberta no dia 23 de novembro, mas acabou por ser interrompida para os candidatos poderem analisar as questões colocadas, tendo ficado previsto que retomasse a 3 de dezembro, o que não aconteceu. A hasta pública ficou então reagendada para hoje, às 10:00, no edifício do município no Campo Grande.

De acordo com fonte oficial do município, a hasta pública de duas parcelas e dois lotes de terreno que fazem parte da chamada Operação Integrada de Entrecampos foi adiada para os candidatos terem ainda “mais tempo para analisar o processo e a resposta da CML às críticas do MP”, mas os “três concorrentes mantêm-se”, não podendo ser apresentadas quaisquer outras.

As propostas foram apresentadas pelas empresas Fidelidade Property Europe, SA., Dragon Method, SA., e MPEP – Properties Escritórios Portugal, SA..

Já no final de novembro, em reunião pública do executivo, o presidente da Câmara Municipal, Fernando Medina (PS), considerou que “não deve haver precipitação” nem “adiamentos injustificáveis” relativamente à hasta pública, pelo que o município iria “conduzir esta importante e exigente operação” dentro “deste equilíbrio”.

A CML já tinha tentado vender estes terrenos em 2015, mas tal acabou por não acontecer por falta de propostas de interessados, mesmo depois de várias tentativas.

Entretanto, o presidente da Câmara solicitou uma reunião com a procuradora Elisabete Matos, “com caráter de urgência”, para esclarecer as dúvidas apresentadas.

Na semana passada, a Assembleia Municipal revogou, com os votos favoráveis dos eleitos do PS e de nove deputados independentes, deliberações de julho de 2015 que levaram às primeiras hastas públicas dos terrenos onde funcionou a Feira Popular.

Uma das deliberações em causa prendia-se com uma recomendação, de há três anos, que levou a Câmara de Lisboa a estabelecer que nos terrenos onde funcionou a feira deveria nascer, pelos menos, 25% de habitação.

Este é um dos pontos levantados pelo MP, que alegava que os 23,31% de habitação efetiva prevista na operação integrada desrespeitava essa recomendação.

Nessa reunião plenária, o vice-presidente do município indicou que o encontro entre Medina e a procuradora já tinha decorrido, sem esclarecer em que dia. Na altura, Duarte Cordeiro referiu que, mesmo assim, a “câmara terá respondido ontem [segunda-feira, dia 3 de dezembro] ao final do dia” ao segundo conjunto de questões do MP.

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5 coisas que vão marcar o dia

Depois de, na semana passada, ter anunciado um corte na produção de petróleo, a OPEP revela o relatório mensal do mercado petrolífero. Por cá, é dia de se conhecer a inflação referente a novembro.

Depois de, esta terça-feira, o petróleo ter fechado a valorizar 1,37% para os 60,79 dólares por barril em Londres, a OPEP vai revelar o relatório mensal do mercado petrolífero. O documento é conhecido uma semana depois de a OPEP ter aprovado um corte na produção de petróleo e deverá confirmar esta tendência. Enquanto isso, por cá, o Instituto Nacional de Estatística divulga os dados da inflação referentes a novembro. A Mastercard, por seu turno, apresenta as conclusões sobre os “Hábitos e atitudes face à evolução dos meios de pagamento” dos portugueses com idades compreendidas entre os 60 e os 74 anos. No parlamento, a Associação Portuguesa de Bancos fala sobre o endividamento das famílias. A nível empresarial destaque para os trabalhadores da Soares da Costa que vão reunir-se com a DGERT para perceberem de que medidas dispõem face à falta de pagamento de salários.

OPEP relatório mensal do mercado de petróleo

A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) revela, esta quarta-feira, o relatório mensal do mercado petrolífero. O documento onde constam as estimativas para a procura e para a produção de petróleo é divulgado depois de, na semana passada, a OPEP ter aprovado um corte na produção de petróleo, o que deverá acontecer no primeiro semestre do próximo ano. O tema está em cima da mesa depois de o barril de petróleo negociado em Londres ter já desvalorizado mais de 20 dólares desde outubro, quando chegou a superar a fasquia dos 85 dólares.

Taxa de inflação continua a abrandar?

Estarão os preços a abrandar em Portugal? A questão será respondida pelo Instituto Nacional de Estatística aquando da publicação do índice de preços ao consumidor referentes ao mês de novembro. Segundo a estimativa rápida já divulgada pelo INE, a taxa de inflação em novembro foi de 0,9%, desacelerando face ao 1% registado em outubro.

Mastercard apresenta estudo sobre “Hábitos e atitudes face à evolução dos meios de pagamento”

Com os meios de pagamento em profunda evolução, a Mastercard levou a cabo um estudo para perceber como é que os portugueses entre os 60 e os 74 anos de idade estão a reagir face a estas alterações e como é que encaram as mais recentes inovações e perspetivam o futuro. A iniciativa conta com a participação de Paulo Raposo, country manager da Mastercard Portugal.

Associação Portuguesa de Bancos fala sobre o endividamento das famílias

Os dados do Banco de Portugal divulgados esta terça-feira demonstram um agravamento do endividamento das famílias. Nos primeiros 10 meses do ano, os novos empréstimos às famílias ascenderam a 13.480 milhões de euros, mais 15,3% do que em igual período do ano passado. Porque o endividamento das famílias continua a ser uma preocupação, a Associação Portuguesa de Bancos (APB) vai ao parlamento falar desta temática.

Trabalhadores da Soares da Costa reúnem com a DGERT

Com os salários em atraso, os trabalhadores da Soares da Costa reúnem-se com a DGERT- Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho. Em cima da mesa estarão as medidas que podem ser tomadas para resolver a situação. A construtora, que está num Processo Especial de Revitalização (PER) deixou de pagar salários e os trabalhadores têm optado por soluções como a suspensão dos contratos de trabalho.

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Ano Novo, preços novos. Isto é tudo o que muda

Ano novo, preços novos. Telecomunicações, eletricidade, rendas, portagens, combustíveis ou tabaco. Saiba tudo o que muda de preço a partir do dia 1 de janeiro de 2019.

No próximo ano, a evolução da inflação e algumas mudanças fiscais previstas no Orçamento do Estado para 2019 vão trazer uma subida dos preços em várias áreas. Será o caso das telecomunicações, das rendas, das portagens ou do tabaco. Mas também haverá descidas. A eletricidade, as propinas universitárias ou os bilhetes dos espetáculos são algumas das faturas que vão ficar mais baratas no próximo ano. Veja quais as mudanças que poderão afetar o seu bolso em 2019.

O que sobe?

Os preços das telecomunicações vão agravar-se no início de janeiro 2019. A Altice Portugal já antecipou que vai atualizar os preços praticados pela Meo em linha com a taxa de inflação, mas apenas para os clientes que tenham essa condição prevista no contrato. Já a Nos prevê aumentar alguns tarifários em 1,37%, enquanto a Vodafone não prevê fazer qualquer aumento. Os dados foram avançados pelo Jornal de Negócios, depois de um período de dois anos em que os preços das telecomunicações não foram atualizados pelas operadoras (em 2016, aumentaram duas vezes, devido às compras milionárias dos direitos do futebol).

Os preços das portagens deverão agravar-se em 0,89%, uma atualização feita à luz da subida da inflação. É o segundo ano consecutivo de subida dos preços, após um período de três anos em que o custo das portagens permaneceu relativamente estável. O aumento é feito por troço, em múltiplos de cinco cêntimos, o que poderá significar que o valor real seja superior ao que resultaria da simples aplicação da taxa de inflação. Apesar da subida, há que ter em conta que o Governo aprovou uma alteração legislativa que faz com que os automóveis SUV passem a pagar Classe 1 nas portagens a partir de 2019. Isso significa que o preço das portagens vai baixar para quem conduz automóveis deste tipo. Esta descida não será, contudo, automática. A aplicação do desconto exige a verificação e validação por parte da Via Verde.

Segundo a informação já disponibilizada pela Infraestruturas de Portugal, haverá um aumento das taxas cobradas aos utilizadores das autoestradas em 111 das 500 tarifas praticadas. Mas apenas a A4 (Túnel do Marão), a A23 (entre Torres Novas e Abrantes), a A21 (Ericeira – Venda do Pinheiro), a A19 (Litoral Oeste), a A13 (Pinhal Interior), a A16 (Grande Lisboa), a A41 e a A42 (Grande Porto) não irão apresentar variações nos preços.

Já as autoestradas da Brisa terão uma atualização média, considerando todas as classes de veículos e todos os trajetos, de 0,94% das tarifas. Fazer o percurso Lisboa-Porto pela A1, por exemplo, ficará 15 cêntimos mais caro. Já o percurso Lisboa-Algarve, pela A2, vai obrigar a pagar mais 25 cêntimos.

Para quem anda de carro, as portagens não são o único custo que vão pesar mais. A inspeção automóvel também vai ficar mais cara a partir e 1 de janeiro, em cerca de 1%, elevando o valor a pagar por um veículo ligeiro em cerca de 30 cêntimos. Já uma inspeção extraordinária aumenta mais de um euro.

Worldwide Harmonized Light Vehicle Test Procedure, ou WLTP. Para quem não sabe, este é o novo standard para uma medição mais fiel das emissões de gases poluentes para a atmosfera. Procura defender os consumidores, mas fez disparar os valores das emissões, gerando receios de que tal viesse a traduzir-se em mais impostos sobre a indústria automóvel, nomeadamente em países como Portugal em que a fiscalidade tem uma componente ambiental. O Governo prometeu que iria tentar encontrar uma solução para que a alteração para o WLTP fosse fiscalmente neutra. E cumpriu, tanto no Imposto Sobre Veículos (ISV), pago na altura da compra do automóvel, como no Imposto Único de Circulação (IUC), pago anualmente.

Para isso, no caso do ISV, o Governo decidiu aplicar descontos no imposto a pagar que começam nos 24% para veículos a gasolina com emissões até 99 gramas e a gasóleo com emissões até 79 gramas, reduzindo-se progressivamente até chegar a apenas 5% para os modelos mais poluentes, independentemente do combustível. No caso do IUC, a lógica adotada foi a mesma. Haverá uma redução percentual a aplicar às emissões de CO2 que vai dos 21% para veículos com emissões até 120 gramas de CO2 por quilómetro, baixando para 5% no caso dos carros mais poluentes.

Por via do WLTP, os impostos que recaem sobre os veículos, seja a compra, seja a posse, não mexem. Haverá, no entanto, uma atualização dos impostos em si à taxa de inflação (1,3%), como acontece habitualmente, que agravarão os valores de venda dos automóveis, bem como o “selo do carro” que é pago no mês da matrícula.

O preço do tabaco vai subir, em média, 2,46 cêntimos, segundo cálculos da consultora EY. No entanto, em alguns casos, a subida do preço do maço de tabaco poderá chegar aos dez cêntimos, uma vez que a subida acontece em múltiplos de cinco cêntimos. Em causa está um aumento da carga fiscal sobre o tabaco, previsto no Orçamento do Estado para 2019.

Os bilhetes dos transportes públicos poderão sofrer aumentos de até 1,14% no ano que vem, como resultado da atualização regular das tarifas dos títulos de transporte, de acordo com a Autoridade Metropolitana dos Transportes. Esta atualização diz respeito aos transportes ferroviário, rodoviário e fluvial de passageiros e a subida real pode mesmo ser superior, se incorporar atualizações tarifárias extraordinárias determinadas pelas autoridades de transportes competentes.

A CP já confirmou que irá acompanhar este aumento de 1,14%, mas apenas para os bilhetes dos comboios de longo curso (Intercidades e Alfa Pendular), enquanto os comboios regionais e inter-regionais vão manter o mesmo preço. Em Lisboa, também os transportes urbanos ficarão mais caros: o bilhete Carris/Metro vai aumentar de 1,45 para 1,50 euros. O bilhete diário, válido por 24 horas, sobe em 10 cêntimos, para 6,40 euros; o diário Carris/Metro/Transtejo aumenta em 15 cêntimos, para 9,50 euros; e o diário Carris/Metro/CP sobe também em 15 cêntimos, para os 10,55 euros. Veja aqui a tabela completa com a atualização de preços dos transportes em Lisboa.

O aumento dos preços dos transportes em 2019 é, ainda assim, inferior à subida verificada no início de 2018 e há que ter em conta a novidade introduzida pelo Orçamento do Estado: os novos passes sociais de Lisboa e Porto, que custarão um máximo de 40 euros mensais e permitirão que as crianças até aos 12 anos viajem gratuitamente.

As rendas dos contratos já existentes poderão ser atualizadas em 1,15% no próximo ano. O aumento resulta da taxa média de inflação sem considerar os preços da habitação, que acelerou a este ritmo. Este valor será publicado, no início do ano, em Diário da República. Após essa publicação, os senhorios que o entenderem (uma vez que a atualização não é obrigatória) poderão comunicar aos inquilinos o aumento das rendas. Assim, uma renda de 500 euros, por exemplo, passará a ser, com esta atualização, de 505,75 euros no próximo ano, o que corresponde a um aumento acumulado de 69 euros no conjunto do ano.

O preço da água vai aumentar uma média de 45 cêntimos por mês para a maioria dos consumidores domésticos, a partir do dia 1 de janeiro. Aqui, segundo a informação disponibilizada pela EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres, estão considerados os clientes domésticos que tenham um consumo médio mensal de oito metros cúbicos e um contador de 15 milímetros.

Para as famílias com carências económicas, a tarifa social prevê descontos que podem ir até aos 93%, não estando, para já, especificado qual o aumento dos preços para estes grupos. Existe ainda a tarifa familiar da água para os agregados familiares com cinco ou mais pessoas.

A tabela com o tarifário completo para o próximo ano ainda não está disponibilizada no site da EPAL.

Utilizar o crédito ao consumo passa a ser mais caro a partir de janeiro, pela via do Imposto do Selo que incide sobre este tipo de operações. A subida da taxa do Imposto do Selo sobre a utilização deste tipo de financiamento chega a ser de 60%, segundo o determinado pelo Orçamento do Estado para 2019. Os créditos inferiores a um ano passarão a ser alvo de uma taxa de Imposto do Selo de 0,128% face aos 0,08% ainda em vigor. Nos empréstimos com prazos iguais ou superiores a um ano, a taxa sobe dos atuais 1% para 1,6%. Por sua vez, no crédito utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou qualquer outra forma em que o prazo de utilização não seja determinado ou determinável (onde se incluem os cartões de crédito) a taxa aumenta de 0,08% para 1,6%. Este agravamento acontece numa altura marcada pela escalada dos níveis de concessão de crédito às famílias e pelos alertas relativamente aos riscos que daí podem advir.

As bebidas açucaradas vão ter um agravamento fiscal, com a introdução de novas taxas. Esta é uma das medidas que consta do Orçamento do Estado para 2019, que implica que as bebidas sejam taxadas consoante a quantidade de açúcar: bebidas com menos de 25 gramas por litro passam a pagar uma taxa de euro euro por cada 100 litros; bebidas com 25 a 50 gramas de açúcar por litro pagarão uma taxa de seis euros por cada 100 litros; entre os 50 e os 80 gramas de açúcar por litro, a taxa será de oito euros por cada 100 litros; por fim, para as bebidas com 80 ou mais gramas de açúcar por litro, a taxa será de 20 euros por cada 100 litros.

Também poderá haver aumentos em produtos básicos, como o pão. Ao ECO, fonte da Associação do Centro dos Industriais de Panificação (ACIP) refere que ainda é prematuro antecipar a evolução dos preços deste produto, mas aponta que tanto o preço da farinha como os custos da energia vão aumentar, o que deverá influenciar o valor do pão. Já o presidente da Associação dos Industriais da Panificação, Pastelaria e Similares do Norte refere à Lusa que a subida de 10% do preço da farinha nos últimos três meses, bem como a atualização do salário mínimo para 600 euros a partir de 1 de janeiro, o que poderá levar as empresas a “ter que repercutir isso no preço dos produtos comercializados”.

A Associação dos Produtores de Leite de Portugal (Aprolep), por seu lado, defende que o preço mínimo do leite pago aos produtores deve ascender a 37 cêntimos em 2019, aproximando-se do custo de produção. Atualmente, o preço médio do leite em Portugal é de 31,1 cêntimos por litro, valor que fica cinco cêntimos abaixo da média da União Europeia. A concretizar-se esta reivindicação, os preços de venda do leite poderão repercutir-se para os consumidores.

O que desce?

Depois de terem caído ligeiramente este ano, as tarifas da eletricidade para os consumidores domésticos vão voltar a baixar no próximo ano. A redução, que será de 3,5% logo a partir de janeiro, acontece depois de o Governo ter enviado à Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) um despacho que aprova a transferência de mais 189 milhões de euros para o sistema elétrico, permitindo que os preços baixem. Esta redução representa, para as famílias que estão no mercado regulado, uma poupança média de 1,5 euros por mês.

Já as tarifas do gás natural não vão sofrer alterações para já, uma vez que a atualização tarifária só acontecer a 1 de julho para os consumidores que se mantêm no mercado regulado.

A gratuitidade dos manuais escolares vai estender-se, no próximo ano, até ao ensino secundário, passando, assim, a incluir toda a escolaridade obrigatória para todos os alunos do ensino público. Quem quiser prosseguir os estudos também passará a ter menos custos, já que a propina máxima que pode ser cobrada no ensino superior passará a ter o valor de dois Indexantes dos Apoios Sociais (IAS), fixando-se nos 856 euros, uma redução superior a 200 euros relativamente ao valor atual.

O IVA dos espetáculos vai ser reduzido dos 13% para os 6% no próximo ano e o alívio fiscal deverá ser refletido nos preços dos bilhetes. Ainda que esta não seja uma obrigatoriedade, a Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (Apefe) já referiu, em declarações à Lusa, que “os promotores devem ter [essa descida] em conta”. Estão abrangidos por esta descida os espetáculos de canto, dança, música, teatro, cinema, circo e tauromaquia.

A queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais tem-se traduzido numa descida acentuada dos valores de venda dos combustíveis nos postos de abastecimento nacionais. Tanto o gasóleo, o combustível mais utilizado pelos portugueses, como a gasolina têm vindo a recuar, estando nos níveis mais baixos de cerca de um ano. O novo ano deverá trazer mais boas notícias na hora de pagar a fatura, pelo menos para quem tem automóvel a gasolina. O Governo vai baixar em três cêntimos por litro a taxa do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e energéticos (ISP) que é aplicado a este combustível, anulando, desta forma, o aumento de seis cêntimos realizado em 2016 — sendo que o mesmo não acontece com o gasóleo, já que a decisão, diz o Governo, tem por base “razões de natureza ambiental”. Tendo em conta que sobre o ISP recai ainda o IVA, há margem para uma descida de 3,7 cêntimos no valor a pagar pelos consumidores.

Contudo, no Orçamento do Estado para 2019 está previsto que haja um agravamento da Taxa de Carbono, outra das taxas que recaem sobre os combustíveis. Esta deverá ditar um aumento de cerca de um cêntimo por litro tanto na gasolina como no gasóleo, atenuando a descida na primeira e, muito possivelmente, agravando o valor de venda do diesel. Isto porque dificilmente este cêntimo será compensado com a descida da taxa de incorporação de biocombustíveis de 7,5% para os 7%.

E o que não mexe?

Há também duas áreas onde, pelo menos para já, não há previsões de mexidas nos preços: os correios e os medicamentos.

Ao ECO, fonte oficial da Infarmed refere que não existe ainda uma estimativa para a mudança de preços dos medicamentos em 2019. Seja como for, os dados dos últimos anos mostram variações muito ligeiras no preço médio das embalagens de medicamentos dispensadas em farmácias de rua. Entre janeiro e outubro deste ano, o preço médio era de 12,17 euros por embalagem, pouco acima do 12,16 euros registados no ano passado.

Já fonte oficial dos CTT indica que “não estão previstas alterações ao preço de correio no virar do ano“. “Eventuais alterações” poderão acontecer em abril ou maio, mas não há ainda uma decisão.

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Arranca hoje novo período de candidaturas ao programa de arrendamento jovem Porta 65

Tem a partir das 10h00 de hoje e até às 18h00 do próxima dia 7 de janeiro para submeter a sua candidatura ao programa de arrendamento jovem, que oferece um apoio financeiro aos jovens arrendatários.

Começa esta quarta-feira a nova fase de candidaturas ao programa Porta 65 Jovem, de acordo com as informações que constam do Portal da Habitação. Tem a partir das 10h00 de hoje, e até às 18h00 do próxima dia 7 de janeiro, para submeter a sua candidatura ao programa de arrendamento jovem.

“O Porta 65 Jovem tem como objetivo regular os incentivos aos jovens arrendatários”. Trata-se de uma iniciativa do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) com vista a promover estilos de vida mais autónomos por parte de jovens sozinhos, em família ou em coabitação jovem, e, também, a reabilitação de áreas urbanas degradadas. Além disso, este sistema de apoio financeiro pretende ainda dinamizar o mercado do arrendamento.

Para se candidatar, é necessário que preencha alguns requisitos. Um deles é que tenha idade igual ou superior a 18 anos e inferior a 35 anos. Já no caso de um jovem casal, um dos elementos pode ter até 37 anos e o outro elemento até 35 anos (no limite, um dos elementos pode ter 36 anos e o outro 34 anos).

Há, ainda, uma lista de condições que devem ser consideradas, como por exemplo:

  • Não usufruírem, cumulativamente, de quaisquer subsídios ou de outra forma de apoio público à habitação;
  • Nenhum dos jovens membros do agregado pode ser proprietário ou arrendatário para fins habitacionais de outro prédio ou fração habitacional;
  • Nenhum dos jovens membros do agregado pode ser parente ou afim do senhorio;
  • O rendimento mensal do jovem ou do agregado não pode ser superior a quatro vezes o valor da renda máxima admitida para cada zona.

Em Lisboa, por exemplo, as rendas máximas admitidas para o ano de 2018, variam entre os 568 euros, no caso dos T0 e T1, os 739 euros, para os T2 e T3, e os 850 euros, se se tratar de um T4 ou T5. Mais a norte, no Porto, as rendas estabelecidas são ligeiramente mais baixas, chegando, no caso dos T4 e T5, até ao valor máximo de 739 euros.

Já para os candidatos que tenham casa arrendada em Coimbra ou em Faro, a renda máxima para os T0 e os T1 é 457 euros, para os T2 e T3 pode ir até aos 568 euros e, por fim, para os T4 e T5 não deverá ultrapassar os 739 euros. A tabela das rendas máximas, ordenadas por município, pode ser consultada aqui.

Ainda assim, se no momento da candidatura surgirem dúvidas, o IHRU — tanto em Lisboa como no Porto — pode ajudar a esclarece-las, seja presencialmente ou por chamada telefónica. A linha IHRU é o 808 100 065 e funciona, nos dias úteis, das 09h30 às 12h30 e, da parte da tarde, das 14h30 às 17h00. Também a linha da juventude o poderá ajudar: 800 203 050, nos dias úteis, das 09h00 às 18h00.

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Da ideia à mesa: os números do acelerador mais ambicioso da Startup Lisboa

Incubadora lisboeta lançou programa From-Start-to-Table em outubro deste ano. Vinte e dois projetos foram acelerados, 31% dos quais com fundadores estrangeiros.

21 equipas disputaram a final de pitch do programa de aceleração From-Start-to-table, que durou nove semanas.Miguel Ribeiro Fernandes

Vinte e uma startups e 36 participantes. O From-Start-to-Table, programa de aceleração mais ambicioso da Startup Lisboa, chegou ao fim esta terça-feira. Em noite de demo day — o dia em que as startups fazem o pitch final perante o júri –, houve dois vencedores — tech e não tech — e uma surpresa.

A Breadfast, startup de entrega de pequenos-almoços (que, há menos de um mês, saiu vencedora do concurso de pitch da Taxify), levou para casa o prémio de “Best team” entre as 21 participantes. Na categoria “não tech”, os alemães Nils Schwentkowski, Stephanie Hunstock e Hendrik Reaufmann levaram para casa o primeiro lugar com a sua Lemon’Mate, bebida energética natural certificada e biológica e produzida em Portugal, e a primeira marca da Why Not Beverages. Já na categoria “tech”, o primeiro lugar foi para a TempJobs, um marketplace de trabalhadores independentes em tempo real fundada por Tiago Pereira.

“No primeiro segundo do programa, as pessoas viam-se como concorrentes. Mas, desde o segundo segundo até ao final, foi notório que passámos a apoiar-nos uns aos outros”, explica Mário Tarouca, fundador da Breadfast, em conversa com o ECO. Para a startup de entregas de pequenos-almoços ao domicílio — que recentemente comprou a concorrente no mercado –, o programa de aceleração foi uma forma de abrandar o ritmo e repensar processos.

“Foi um passo ao lado, abrandámos um pouco as nossas operações para dar agora saltos enormes para o futuro. Sempre tivemos uma posição de transparência e de abertura para mostrar os projetos e os processos e a maneira como fazemos as coisas. E essa partilha foi recompensadora porque as pessoas deram-nos feedback, conseguimos aprender com elas. Falámos com dezenas de mentores, recebemos feedback, implementámos muitas coisas e agora temos de perceber quais são os próximos passos”, acrescenta.

“É muito compensador ver a fase em que os projetos entraram, a dedicação, tudo o que aconteceu de bom e menos bom. Mais do que termos uma ideia que tentámos que fosse inovadora e diferenciadora em relação a outros projetos de aceleração, não só no setor mas também tech e não tech. Marta Miraldes, diretora do programa, fez o balanço dos últimos dois meses de trabalho.

Dos 22 projetos selecionados de entre mais de 100 candidaturas, metade foram tech e a outra metade não tech. Do total dos 36 participantes, 58% são homens e 42% mulheres, sendo a participação maioritariamente nacional (69%). Ainda assim, dos 31% estrangeiros, os participantes vieram de oito países: Reino Unido, Alemanha, França, Nicarágua, Síria, Tailândia, Filipinas e Brasil.

“Viajei durante 25 horas para vir para Lisboa”, conta Gerardo Escudero Samara, que chegou a Lisboa, diretamente do México há nove semanas, para acelerar o seu Chillout Lounge. O empreendedor com dupla nacionalidade, Nicarágua e México, é fundador de um dos projetos estrangeiros acelerados. “Todos os dias procuro oportunidades e vi esta, candidatei-me e entrei. Foram nove semanas muito intensas mas definitivamente, foi a melhor experiência da minha vida. Sou agora um melhor ser humano e um melhor empreendedor”, disse.

Marta Miraldes sublinha que a alta presença de projetos fundados por estrangeiros está relacionada com vários fatores: “Lisboa e Portugal estão cada vez mais a ser procuradas por founders estrangeiros. Depois, pela diferenciação do próprio programa, por ter como base a cocriação e por juntar os tech e os não tech. Tudo isso potenciou termos oito nacionalidades.”

O acelerador talvez tenha sido o mais ambicioso da história de mais de seis anos de Startup Lisboa: o programa incluiu, logo na abertura, um team building culinário, uma espécie de Master Table com direito a provas práticas… na cozinha e na mesa.

Sabíamos que tínhamos uma enorme responsabilidade: pôr de pé um programa com enormes desafios. Desde logo, o setor a que se destinava”, analisa Miguel Fontes, diretor da Startup Lisboa, a promotora do programa. “Temos um histórico de acelerar e incubar projetos essencialmente tecnológicos, com modelos de negócio ligados à tecnologia e com enorme escalabilidade. E sabíamos que aqui íamos apanhar uma franja do empreendedorismo diferente, nomeadamente uma das partes com novos conceitos, novas ideias, mas que nasceu de uma necessidade concreta. Percebemos nos últimos tempos que havia uma procura grande, uma grande necessidade e que era também nossa responsabilidade poder qualificar esta oferta”, explica Miguel Fontes, diretor da Startup Lisboa, ao ECO.

Havia uma procura grande, uma grande necessidade e que era também nossa responsabilidade poder qualificar esta oferta.

Miguel Fontes

Diretor da Startup Lisboa

“Depois não quisemos perder o nosso ADN: criámos um programa de co-criação, tendo uma parte de projetos tecnológicos com o foco de desenvolverem soluções para o setor da restauração (…) Foi um programa super intensivo: para quem não está tão familiarizado com os nomes, aceleração significa pegar em projetos numa fase muito inicial e percorrer todas as dimensões críticas de qualquer modelo de negócio. E muitos deles foram questionados de A-Z e reinventados”, acrescenta.

Durante as nove semanas em que durou o programa, os participantes contaram com o apoio de mais de 40 mentores, 60 oradores, 23 workshops e nove inspirational talks, além de quatro debates sobre inovação e tendências do setor. O programa integrou ainda oito visitas a locais relevantes para o ecossistema da restauração e 44 horas de check point individual aos projetos.

Em perspetiva está a realização de uma segunda edição, que dependerá sobretudo da garantia de apoios. “É um programa ainda exigente do ponto de vista financeiro, e que só é possível a uma incubadora como a Startup Lisboa, graças a parceiros como o Turismo de Portugal. O orçamento ultrapassa a centena de milhar de euros”, conclui Fontes.

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CFO da Huawei sai em liberdade com caução de 7,5 milhões de dólares

  • ECO
  • 11 Dezembro 2018

A administradora financeira da Huawei foi libertada, mas tem de pagar caução de 7,5 milhões de dólares.

Um juiz canadiano decretou a libertação da administradora financeira e herdeira do fundador da Huawei, mas exigiu uma caução de 7,5 milhões de dólares, revela o Financial Times (acesso pago). Esta decisão contrariou as expectativas das autoridades judiciais americanas, que temem uma fuga de Meng Wanzhou.

De acordo com a decisão do juiz canadiano, a CFO da Huawei vai estar muito limitada na sua liberdade. Vai ter de pagar a uma empresa de segurança para ter a companhia permanente de dois seguranças, vai ter de usar uma pulseira eletrónica e está também limitada a movimentar-se fora de determinadas áreas da cidade de Vancouver.

As medidas de coação foram tomadas no terceiro dia de julgamento da avaliação da possibilidade de libertação de Meng Wanzhou, detida no Canadá a pedido das autoridades americanas por ter, alegadamente, participado na venda de material ao Irão, país que está sob embargo comercial dos EUA.

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O líder mais europeísta ameaça regras do euro. Itália à espreita

  • Vasco Gandra, em Bruxelas
  • 11 Dezembro 2018

Aumento de 100 euros no salário mínimo francês será inteiramente financiado pelo Estado: medida poderá fazer disparar o défice além dos 3% do PIB, ou seja, além das regras de Bruxelas.

As novas promessas de Emmanuel Macron para acalmar os “coletes amarelos” em França podem fazer disparar o défice para além dos 3% do PIB em 2019. Ainda não se conhecem todos os contornos do financiamento das medidas mas é irónico, se acontecer com um presidente francês reformista e defensor do estrito cumprimento das regras europeias em matéria de contas públicas que aparece agora mais fragilizado com o possível impacto das suas medidas.

“Emmanuel Macron fez sair a França do procedimento por défice excessivo e introduziu reformas que estavam a dar resultados”, afirma Eric Maurice da Fundação Robert Schuman, um centro de investigação política em Bruxelas e Paris. O responsável nota que o presidente francês sempre quis fazer uma política em linha com as obrigações europeias mas que poderá vir a enfrentar um défice para além das regras no próximo ano.

Também a Comissão Europeia seria posta à prova. Após agitar a ameaça de um procedimento por défice excessivo a Roma devido a um orçamento para 2019 além dos limites, Bruxelas poderá ter de lidar com um défice francês superior ao italiano. “Vai fazer uso de regras estritas ou de flexibilidade política?”, questiona Eric Maurice. Será curioso ver como agirá a Comissão: no caso francês, está perante o líder mais europeísta dos 27. Já no caso italiano, enfrenta um governo populista, nacionalista e eurofóbico. “A Itália já notou que a França pode ter um défice mais elevado. E pode perguntar: então eles podem ter e nós, italianos, não?”, nota Guntram Wolff do Bruegel, o principal think tank económico em Bruxelas.

Outra ironia: os governos de Emmanuel Macron e de Matteo Salvini, o vice-primeiro-ministro italiano — que já protagonizaram várias polémicas e representam duas visões opostas da Europa — poderão vir a encontrar-se do mesmo lado da barricada em termos de cumprimento as regras europeias. E, nesse caso, vai o plano social do presidente francês, que fez das próximas eleições europeias uma disputa entre forças europeístas e nacionalistas, dar força ao orçamento expansionista do executivo da Liga/Movimento 5 Estrelas?

Por outro lado, as opiniões ouvidas pelo ECO em Bruxelas, convergem na análise de que o atual momento que o líder francês atravessa dificulta o processo negocial para reformar a Zona Euro — reformas cujas negociações Mário Centeno tem conduzido no Eurogrupo. “O atual momento é complexo”, afirma Guntram Wolff. Quer a situação política em França, quer o braço de ferro em torno do orçamento italiano “podem reduzir o apetite para reformas”, assinala.

Para Eric Maurice, “a capacidade de fazer reformas de Macron está enfraquecida”. “Se o principal defensor das reformas não cumpre o requerido, vai ser mais difícil”, prevê o responsável da Fundação Schuman.

10 mil milhões de euros em promessas

As promessas de Emmanuel Macron, anunciadas esta segunda-feira para relançar o poder de compra dos franceses e esvaziar os protestos, podem custar “entre oito mil milhões e 10 mil milhões de euros”, segundo o porta-voz do governo gaulês que garantiu existir “alguma margem” no défice para aquela fatura. Também o ministro das Contas Públicas, Gérald Darmanin, informou o Senado de que o impacto das medidas deverá alcançar os 10 mil milhões. Ou seja, a confirmar-se, o défice ficará acima do limite das regras, podendo disparar para 3,4% do PIB, segundo valores na imprensa francesa.

A Comissão Europeia “seguirá com atenção” o impacto das medidas anunciadas pelo presidente francês, afirmou o comissário dos Assuntos Económicos e Financeiros em declarações à agência de notícias AFP. “Estamos em contacto constante com as autoridades francesas”, disse Pierre Moscovici. Entretanto, um porta-voz do executivo comunitário esclareceu que a Comissão avaliará o impacto orçamental das medidas quando publicar as próximas previsões económicas, na primavera.

O projeto de orçamento francês e as mais recentes previsões económicas da Comissão Europeia apontam para um défice de 2,8% em 2019. Mas isto foi antes das medidas — que representam despesa adicional — terem sido apresentadas.

O presidente francês anunciou o aumento do salário mínimo em 100 euros, a partir de 2019, financiado pelo Estado e sem custos suplementares para as empresas, horas extra isentas de tributações e isenções do imposto que financia a segurança social para parte dos reformados.

Nas suas recomendações, no âmbito do processo de coordenação de políticas económicas, a Comissão Europeia colocou a França — juntamente com Portugal, Bélgica e Eslovénia — no grupo de países “em risco de incumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento em 2019”.

Ao abrigo das recomendações europeias, a França deveria reduzir o seu défice estrutural no próximo ano mas, no projeto orçamental, Paris prevê apenas um corte de 0,2%. O plano orçamental francês pode “conduzir a um desvio significativo relativamente às trajetórias de ajustamento no sentido da realização do respetivo objetivo orçamental a médio prazo”, afirmava Bruxelas nas recomendações. Na semana passada, o Eurogrupo presidido por Mário Centeno confirmou esta opinião.

Ora, as múltiplas medidas entretanto apresentadas por Macron relançam dúvidas sobre a forma como vão ser financiadas mas também sobre o impacto na trajetória orçamental.

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Wall Street fecha misto. Guerra comercial acalma, mas Trump ameaça paralisar governo

O otimismo face às negociações comerciais entre EUA e China, mas a ameaça de Donald Trump de paralisar o governo se não conseguir financiar o muro com o México penalizou as bolsas.

As principais bolsas norte-americanas fecharam entre perdas e ganhos ligeiros, numa sessão de elevada volatilidade. Por um lado, os investidores mostraram otimismo quanto às negociações comerciais entre EUA e China, mas, por outro, a ameaça do presidente norte-americano, Donald Trump, de paralisar o governo se não conseguir financiamento para construir o muro na fronteira com o México penalizou as bolsas.

A China estará disponível para cortar as tarifas alfandegárias sobre os automóveis norte-americanos para 15%, dos atuais 40%, mas espera ainda documentação formal e acordar um prazo com a administração Trump, segundo noticiou esta terça-feira a agência Reuters.

Wall Street abriu a sessão em alta graças às notícias de que autoridades norte-americanas e chinesas estariam mais próximas de delinear um roteiro para a próxima fase das negociações comerciais, a que Trump chamou de “muito produtivas”. Os ânimos acalmaram-se, no entanto, quando Trump discutiu publicamente com os líderes democrata, Chuck Schumer e Nancy Pelosi, ameaçou uma paralisação do governo numa reunião sobre o financiamento do muro fronteiriço.

Os principais condutores da volatilidade da sessão foram as notícias políticas e geopolíticas“, afirmou Carol Schleif, vice-chefe de investimentos, da Abbot Downing, à agência Reuters. Apontou para a incerteza face ao governo dos EUA, as negociações com a China e o Brexit, mas sublinhou que pode ser uma oportunidade para os investidores. “Não podemos controlar as notícias, mas aquilo em que nos podemos apoiar é que os fundamentos subjacentes permanecem sólidos“, acrescentou.

O índice industrial Dow Jones perdeu 0,22% para 24.370,24 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 caiu 0,94% para 2.636,78 pontos. Por outro lado, o tecnológico Nasdaq subiu 0,16% para 7.031,83 pontos.

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