Rui Moreira disposto a limitar alojamento local no centro do Porto

  • Lusa
  • 7 Maio 2019

Depois de conhecer um estudo que dá conta do "elevado grau de concentração na Baixa", Rui Moreira disse estar disposto a implementar medidas de contenção para limitar o alojamento local.

O presidente de Câmara do Porto, Rui Moreira, garantiu esta terça-feira estar disposto a implementar medidas de contenção para limitar o Alojamento Local (AL) no centro histórico, após conhecer um estudo feito recentemente na cidade. O estudo científico sobre AL apresentado na Câmara do Porto revela que há “um elevado grau de concentração na Baixa” e que a pressão corrente é o “dobro do valor” observado na cidade como um todo.

“Com este estudo científico podemos agora projetar medidas para conter o Alojamento Local” na cidade, afirmou o independente Rui Moreira, depois de ouvir o pedido do vereador do PSD, Álvaro Almeida, solicitando com “urgência” um regulamento para o AL em áreas denominadas de “zona de contenção”.

A vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, também apelou, na reunião do executivo camarário, “medidas urgentes na zona de contenção da cidade para o Alojamento Local”, sugerindo ainda a Rui Moreira que se faça um debate alargado destinado aos munícipes sobre o turismo na cidade para intervir “sobre o bullying imobiliário” que é um “assunto muito sério”.

“É necessário [aplicar] medidas de contenção urgentes no AL no Porto”, advertiu a vereadora do Porto, alertando que “há pessoas que tiveram de ser hospitalizadas por causa do bullying”, o que “não é nenhuma brincadeira”.

O vereador do PS Manuel Pizarro considerou que o estudo esta terça-feira revelado era “um belo contributo para a discussão do AL” e desenvolvimento turístico, mas frisou, todavia, que o fenómeno da pressão imobiliária sobre as pessoas era um tema “complexo” e que “precisa de uma mais aprofundada reflexão”.

Rui Moreira admitiu que o aumento do AL é um fenómeno à escala europeia e que está também a chegar a algumas cidades dos Estados Unidos da América (EUA), afirmando que seria preciso ir mais longe nas medidas legislativas, concretamente nas políticas públicas para a habitação.

O presidente da Câmara do Porto considerou, no entanto, que está a haver uma tendência para um “amadurecimento do mercado” e que já há proprietários que querem reutilizar o AL para habitação, porque há um sobreaquecimento” deste tipo de hospedagem.

“O aumento da procura começa a já não justificar o crescimento da oferta. É provável que nos próximos meses, e se houver medidas de mitigação de medidas fiscais em termos de uso, o AL possa vir a transformar-se para habitação”, constatou.

Rui Moreira anunciou ainda um conjunto de debates batizado de “Livre Porto”, estando o primeiro marcado para o dia 15 de maio sobre AL. No dia 28 de maio está agendado novo debate sobre “Habitação Social” e no dia 25 de junho o tema será “Habitação para Todos”.

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Tempo para criar uma empresa em Portugal passou de 45 dias para 45 minutos

  • Lusa
  • 7 Maio 2019

A ex-ministra responsável pelo Simplex afirmou, num evento em Espanha, que hoje é possível abrir uma empresa em Portugal em cerca de 45 minutos através da internet. Antes, demorava mais de um mês.

O tempo médio para criar uma empresa em Portugal passou de 45 dias para 45 minutos e 37 segundos, dadas as medidas de simplificação da administração pública, segundo uma contabilização feita na semana passada e divulgada esta terça-feira.

“Passámos de uma empresa que demorava cerca de 45 dias a criar em cinco diferentes postos de atendimento para 45 minutos e 37 segundos, que era a média da semana passada para criar a empresa num só ponto ou online”, assinalou hoje a ex-ministra da Presidência e da Modernização Administrativa Maria Manuel Leitão Marques.

A responsável, que deixou o cargo em fevereiro para integrar a lista socialista para as eleições europeias, aludia à medida criada pelo Governo para abrir uma “Empresa na hora”, e intervinha num painel sobre os desafios tecnológicos da administração pública no Encontro Cotec Europa, que hoje decorreu na cidade italiana de Nápoles.

“Para nós, o problema do digital na administração pública foi sempre visto como um instrumento para simplificar. O nosso programa, que é hoje uma marca de referência em Portugal, conhecido tanto por empresas, como por cidadãs e cidadãos é chamado Simplex e junta esses dois aspetos como duas faces da mesma moeda”, assinalou Maria Manuel Leitão Marques.

Segundo a antiga governante, o objetivo do executivo sempre foi o de “usar o digital para transformar a administração pública”, em vez de criar “burocracia eletrónica, que por vezes é mais complicada do que a burocracia presencial”.

“Sempre fizemos isso, desde há muito tempo, simplificando, medindo, apelando à participação e envolvendo a nossa administração pública”, apontou.

Ainda existem desafios “muito grandes”

Porém, de acordo com Maria Manuel Leitão Marques, existem desafios “muito grandes”. “São os desafios da inteligência artificial à administração pública que nos permitirão dar um grande salto”, observou a responsável, adiantando que em curso estão, por isso, parcerias com a comunidade científica para permitir aos decisores políticos “adivinhar em vez de perguntar”. Como exemplo dessa aposta, a responsável exemplificou que é possível “preencher automaticamente a declaração de impostos”.

Sob o tema “Competitividade e da Inovação na Administração Pública”, o encontro anual das associações nacionais para a inovação e desenvolvimento dos países mediterrânicos (Itália, Espanha e Portugal) tinha o intuito de discutir a introdução das novas tecnologias digitais no Estado.

Naquele que foi o XIII Encontro Cotec Europa, o objetivo era delinear planos de ação comuns para a administração pública numa altura marcada por grandes mudanças industriais e tecnológicas. A sessão decorreu no Teatro San Carlo e juntou líderes empresariais e figuras institucionais dos três países.

Na ocasião, estiveram também presentes o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, e o Rei de Espanha, Felipe VI, que fizeram os discursos da sessão de encerramento.

Em fevereiro do ano passado, o encontro da Cotec Europa realizou-se em Mafra, no distrito de Lisboa. Os encontros Cotec Europa são organizados desde 2005 alternadamente em Portugal, Espanha e Itália.

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Compensações a clientes por faltas de luz ascenderam a 150 mil euros

ERSE lançou site dedicado a monitorizar qualidade do serviço do setor elétrico dividido por regiões. Com este site, qualquer cliente pode avaliar interrupções e ver as compensações pagas a clientes.

Em 2017, o total de incumprimentos registados no fornecimento de eletricidade levou ao pagamento de 150,6 mil euros em compensações a clientes, um valor ainda assim 53% abaixo das compensações pagas no ano anterior, que ascenderam aos 321,8 mil euros. Os números foram revelados esta terça-feira pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), no lançamento de um novo site que vai monitorizar a qualidade de serviço do setor elétrico.

O objetivo deste novo serviço da ERSE é disponibilizar a todos os consumidores uma ferramenta para conhecer o total, a razão e a duração das interrupções no fornecimento de luz em cada uma das regiões do país, “bem como as compensações pagas aos clientes sempre que não são cumpridos os padrões de qualidade de serviço definidos pelo Regulamento da Qualidade de Serviço do setor elétrico”, explica a ERSE, em comunicado. Os dados já disponíveis dizem respeito aos anos entre 2014 e 2017.

Apontando a qualidade do fornecimento de eletricidade como “um elemento fundamental” na avaliação feita pelos clientes ao serviço que lhes é prestado, a ERSE sublinha que este é um ponto “particularmente crítico” para os clientes industriais, “cujo processo produtivo depende do nível da continuidade de serviço da zona onde se encontram instalados”.

O site reúne informação sobre as ofertas de baixa, média e alta tensão e permite ainda comparar o serviço oferecido em Portugal com o que se regista na União Europeia.

O regulador sublinha que nos últimos anos têm sido registadas melhorias ao nível das interrupções do fornecimento da eletricidade, com o desempenho das redes em Portugal continental a apresentar “uma comprovada tendência de melhoria comparativamente com a média europeia”, tendo recuado de interrupções com uma duração média de 115 minutos em 2016, para 78 minutos, isto no serviço a clientes domésticos e pequenas e médias empresas.

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Esta redução na duração média das interrupções é o que justifica então a quebra no total de compensações pagas a clientes por falhas no cumprimento dos padrões mínimos de qualidade exigidos a este serviço — dos tais 321,8 mil euros para 150,7 mil euros, antes referidos.

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Alterações à Lei Laboral serão votadas só depois das Europeias

A primeira reunião para as votações das alterações ao Código do Trabalho foi marcada, esta manhã, para 28 de maio, a primeira terça-feira depois das eleições Europeias.

Os deputados da Comissão do Trabalho marcaram, esta manhã, a primeira reunião para as votações das alterações à Lei Laboral para 28 de maio, terça-feira a seguir às Europeias. Ainda que os trabalhos nas comissões especializadas continuem na semana anterior a essa ida às urnas, os deputados consideraram que dificilmente seria possível arrumar todas propostas até essa altura, tendo atirado a reunião para a semana seguinte.

Em causa está a proposta de revisão do Código do Trabalho apresentada pela Governo, que foi votada na generalidade em julho. Na altura, a proposta recebeu o voto favorável do PS, a abstenção do PSD e do CDS-PP e o voto desfavorável do PCP e do BE.

O pacote apresentado pelo Executivo de António Costa incluiu a limitação dos contratos a termo, a criação de uma taxa de rotatividade excessiva, o alargamento do período experimental para os contratos para jovens à procura do primeiro emprego e para os desempregados de longa duração, o alargamento do prazo e do âmbito dos contratos de muito curta duração, a eliminação do banco de horas individual e a alteração do regime do banco de horas grupal.

Estas propostas têm afastado o Governo dos partidos que o suportam no Parlamento. Ao ECO, o PCP já tinha deixado claro que o irá votar contra o projeto-lei do Governo e o Bloco de Esquerda adiantara que, se o PS mantiver as normas acordadas com os patrões, manterá o sentido de voto (chumbo). Estas bancadas apresentaram, por isso, múltiplas propostas de alteração, que começarão a ser votadas, soube-se esta terça-feira, a 28 de maio.

Por outro lado, o PSD e o CDS juntam-se na defesa de que o Governo e o PS defender honrar o acordo conseguido na Concertação Social, tendo apresentado propostas de alteração que satisfazem os parceiros sociais. Cumprindo-se esse acordo, a direita diz que viabilizará o projeto-lei.

De notar que acontecerá no dia 15 o último plenário antes das Europeias, interrompendo-se estes trabalhos até à ida às urnas. As comissões especializadas continuam, contudo, a trabalhar.

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Moscovici sobre crise política em Portugal: Costa teve “posição sábia e firme”

Na apresentação das previsões, o comissário europeu deixou um elogio à tomada de posição de Costa e disse que a crise política não altera a opinião de Bruxelas sobre a economia portuguesa.

O comissário europeu para os assuntos económicos defendeu esta terça-feira que António Costa adotou uma “posição sábia e firme” na crise política e que a nova situação política em Portugal não tem impacto nas previsões da Comissão Europeia.

Pierre Moscovici falava na conferência de imprensa de apresentação das previsões de Primavera da Comissão Europeia. Questionado sobre se os novos riscos políticos em Portugal — com o Governo a manter em cima da mesa o cenário de demissão — podem ter impacto na previsão de Bruxelas, o comissário afirma que o chefe do Governo português adotou uma “posição sábia e firme. Não temos nenhuma razão para modificar a nossa avaliação sobre a economia portuguesa”.

A Comissão manteve esta terça-feira a previsão de crescimento do PIB para este ano em 1,7%.

Antes disso, o comissário europeu socialista tinha dito que não comentava crises políticas em direto.

A demissão do Governo pode levar a eleições antecipadas e acontece porque uma coligação entre o PSD, CDS, BE e PCP no Parlamento aprovou na passada quinta-feira a contagem integral do tempo de serviço na carreira dos professores.

No entanto, este domingo, PSD e CDS admitiram mudar de posição na votação final global do diploma — que pode acontecer a 10 ou a 15 de maio — caso não fossem incluídos travões de sustentabilidade na lei. Apesar disso, António Costa quer esperar pela votação final global, não excluindo já o cenário de demissão do Executivo.

Sobre as previsões de Primavera, o comissário disse que todos os estados-membros vão crescer este ano, falou das melhorias no mercado de trabalho e explicou o facto a previsão de o défice para o conjunto da Zona Euro ficar pior este ano com o abrandamento do crescimento e as políticas orçamentais expansionistas em alguns estados-membros.

(Notícia atualizada)

 

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Startup portuguesa 360imprimir capta investimento de 18 milhões de euros

  • Lusa
  • 7 Maio 2019

Em 2018, a startup terminou o exercício com uma faturação de 21 milhões de euros, o que correspondeu a um crescimento de quase 80% em relação ao ano precedente.

A 360imprimir captou investimento de 20,4 milhões de dólares (18 milhões de euros) para aplicar em novos mercados, no alargamento da gama de produtos e em Investigação e Desenvolvimento (I&D), anunciou esta terça-feira a startup portuguesa.

A ronda de investimento foi liderada pela LeadX, do Grupo Metro da Alemanha, e acompanhada pela francesa Omnes Capital, pela portuguesa Pathena e pelo fundo 200M, que é gerido pela PME Investimentos e é cofinanciado pela União Europeia, através de verbas do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, canalizadas pelo Programa Operacional Regional Norte 2020 e Programa Operacional Regional Centro 2020.

A 360imprimir foi fundada em 2013, quando dois dos cofundadores se depararam com a dificuldade em adquirir produtos de impressão a preços económicos e perceberam que estavam perante uma oportunidade de negócio, refere a empresa em comunicado.

Em 2018, esta startup finalizou o exercício com uma faturação de 21 milhões de euros, o que correspondeu a um crescimento de quase 80% em relação ao ano precedente.

No final deste ano, a empresa prevê faturar 35 milhões de euros, mas o seu foco, tendo em conta a entrada em novos mercados, está em atingir o objetivo a médio prazo que consiste em faturar 100 milhões de euros em 2021.

Já consolidada em Portugal, Espanha, Brasil e México, a empresa de produtos e serviços de marketing, acaba de entrar em 17 novos mercados: Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Itália, Irlanda, Noruega, Polónia, Reino Unido, República Checa, Suíça e Suécia.

O presidente executivo da 360imprimir, Sérgio Vieira, explicou que na empresa há “um histórico de crescimento sustentado e é esse mindset que se quer manter”. “Por isso, agora que contamos com uma plataforma sólida, que alargámos a nossa gama de produtos, que crescemos a nossa equipa, temos a certeza de que este é o momento ideal para entrar nestes mercados”, disse, lembrando que esta ronda de investimento “veio dar [à 360imprimir] suporte para este grande passo”.

Em Portugal, a 360imprimir detém 60% de quota do mercado online, com um portefólio que inclui mais de 400 produtos, dentro de sete gamas (pequeno formato, grande formato, carimbos, magnéticos, brindes, têxteis e serviços de design), expedindo 4.500 encomendas por dia.

Para responder a todas as necessidades de marketing dos atuais e potenciais clientes, uma das prioridades definidas para os próximos três anos, a 360imprimir pretende alargar a gama em 20.000 produtos.

Além disso, a plataforma de e-commerce de cariz tecnológico, que conta com uma equipa de 200 colaboradores, quer aumentar em mais de 100 pessoas no espaço de um ano.

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Recuo, cedência ou travagem a fundo. As descrições são múltiplas para a posição assumida pela direita na questão dos professores. Esta é apenas a mais recente das reviravoltas das política portuguesa.

Portugal tem o segundo salário mínimo mais próximo do salário mediano, mais por culpa de um salário médio reduzido que de um salário mínimo elevado. Disparidade é a maior entre os países da UE.

No ano passado, comprar casa no país custou, em média, 996 euros por metro quadrado. Mas houve 42 municípios onde os preços das casas ultrapassaram este valor.

Se a capital está no topo como o município mais sustentável do país, seguida do Porto e Oeiras, Celorico da Beira ocupa a última posição.

Nos terrenos abandonados da Avenida Almirante Reis vão nascer 85 apartamentos, construídos por um fundo de investimento alemão. A torre, com 60 metros de altura, custará 40 milhões de euros.

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“Um português na presidência do CCBE é obviamente prestigiante para a advocacia nacional”, diz José de Freitas

Fundou o escritório do Porto da Cuatrecasas e é desde janeiro o presidente do Conselho das Ordens de Advogados Europeias. José de Freitas conta como a sociedade ibérica tem sido uma grande escola.

Escolher Direito foi natural para José de Freitas, advogado há mais de trinta anos, que associa à profissão “desafio, diversidade e liberdade”, conta à Advocatus. “Com o andar do tempo associei-lhe a satisfação intelectual e o compensador sentido de missão”. E percebe-se porquê: fundou e gere o escritório da Cuatrecasas do Porto, desde 1989, e tem várias atividades lá fora, nomeadamente em organizações internacionais.

Admite, contudo, que não se sente constrangido por o país ser tão centralizado. Até porque, por outro lado, “a grande industrialização e os muitos serviços instalados na zona de influência do Porto favorecem os serviços de proximidade”, diz.

É o terceiro português que chega à presidência do Conselho das Ordens de Advogados Europeias (CCBE), o órgão que representa cerca de um milhão de advogados europeus através das Ordens de Advogados nacionais. Se pudesse dar um conselho aos mais novos seria apostar no “cultivo da seriedade e responsabilidade”, ferramenta que considera essencial para qualquer bom advogado.

CCBE lida desde 1960 com advogados de toda a Europa

Antes de chegar à presidência, José de Freitas foi vice-presidente desta organização europeia em 2016, 2017 e 2018. Tomou posse como presidente no início de 2019 e segue-se-lhe um mandato de um ano, que encara como um desafio, mas sobretudo uma honra.

Um português na presidência do CCBE é obviamente prestigiante para a advocacia portuguesa que, assim, se vê referenciada ao mais alto nível representativo europeu”, explica à Advocatus. Sobre o trabalho deste Conselho, sediado em Bruxelas, conta como foi criado em 1960 com “o intuito de constituir um interlocutor entre o legislador europeu e a advocacia europeia, em altura de relevante discussão legislativa, designadamente, no que respeitava à regulação da livre circulação e estabelecimento dos advogados dos vários Estados-Membros dentro da União”.

Hoje em dia, esse dito papel de interlocutor mantém-se, mas também dá resposta a assuntos mais recentes. “O CCBE lida, por natureza e definição, com situações transfronteiriças, ou melhor, transeuropeias, que dizem respeito ao exercício da advocacia em todo o espaço europeu”. Nesse sentido, a experiência na Cuatrecasas, Gonçalves Pereira, ajudou-o bastante.

"O CCBE lida, por natureza e definição, com situações transfronteiriças, ou melhor, transeuropeias, que dizem respeito ao exercício da advocacia em todo o espaço europeu””

José de Freitas

Presidente do Conselho das Ordens de Advogados Europeias

Desde as várias operações internacionais que realiza ao contacto com várias jurisdições, a sociedade ibérica “tem-me ajudado a apreender, sem estranheza, a diversidade das posições das delegações nacionais e a construir soluções de compromisso para situações conflituantes”, conta.

No Conselho toda “as decisões, posições, recomendações ou emissão de pareceres são discutidas e preparadas em comités especiais, que rondam os trinta e que são técnico políticos, tais como o comité do Brexit, o do Advogado Europeu, do Futuro da Advocacia e da sua relação com a inteligência artificial e outras novas tecnologias”, por exemplo, explica.

Existem ainda comités de direito substancial, como o comité do direito da família, o do direito europeu dos contratos, das empresas, do direito criminal e outros. E ainda existem comités ligados “à defesa dos valores fundamentais da profissão e do estado de direito, a exemplo, o comité dos direitos humanos, da deontologia e da migração”, enumera.

Tecnologia mudou o paradigma da advocacia

José de Freitas iniciou-se na advocacia em 1980. Estagiou num escritório tradicional no Porto, generalista, “com maior incidência no que hoje se chama advocacia dos negócios e das empresas” e que, nessa altura, já “se distinguia pelo uso de telex e fotocopiadora de papel térmico”, revela.

Aliás, é mesmo a tecnologia que considera o fosso entre a advocacia que se fazia e a que se faz agora.“A evolução tecnológica foi, sem dúvida, a causa das grandes diferenças entre a prática da advocacia de há quarenta anos e a de hoje”, diz. O que não se deve só à rapidez e eficiência “que proporciona aos serviços, mas sobretudo pelo acesso à informação que permitiu a advogados e clientes, diminuindo a assimetria informativa entre ambos”. A seu ver estas mudanças obrigaram o advogado a “diferenciar-se, especializar-se e a organizar-se complementarmente, para poder prestar serviços e informações de acuidade superior àquela que as tecnologias genericamente facultam”.

Seguindo o seu percurso, depois, em 1989, foi convidado por André Gonçalves Pereira “para abrir no Porto o escritório da então recém-constituída sociedade lisboeta denominada Gonçalves Pereira, Vinhas e Castelo Branco, precursora da hoje internacional Cuatrecasas, Gonçalves Pereira”, conta. E assim foi, e lá continua.

"A evolução tecnológica foi, sem dúvida, a causa das grandes diferenças entre a prática da advocacia de há 40 anos e a de hoje.”

José de Freitas

Presidente do Conselho das Ordens de Advogados Europeias

Passados 30 anos, o advogado diz que cresceu à medida que a sociedade foi crescendo “em todos os sentidos e parâmetros, ou seja, meios humanos e técnicos, organização, formação e competências, que atraíram clientela e assuntos de crescente complexidade, grandeza e relevância”, conta. Isto tudo seria impossível de aceder “se fosse advogado de prática individual, ou de uma sociedade com estrutura de pequena ou média dimensão”.

Sobre as possíveis diferenças de mercado entre a capital e o Porto, o jurista considera “evidente que o investimento e a atividade de empresas estrangeiras tendem a aproximar-se e a procurar serviços junto dos centros de decisão”. O que, no caso de Portugal, “por cultura e conveniente inércia, estão em Lisboa”.

Aqui também estando centradas as competências governativas e regulatórias, “atraem-se mais as grandes operações e clientes”. Contudo, classifica a economia nortenha como sendo de “referência familiar”, e que assenta muito “na confiança pessoal a escolha dos prestadores de serviços”.

O futuro dos advogados? Passa pela seriedade

Se pudesse deixar dicas aos advogados mais novos, José de Freitas diz que o advogado é-o tanto mais “quanto mais merecer a confiança do cliente”. “E esta confiança alcança-se com a reunião das qualidades éticas, deontológicas e técnicas que definem uma pessoa séria, respeitadora e competente em qualquer ramo”, diz, em jeito de conselho.

Nos tempos livres, o advogado especializado em arbitragem, fusões e aquisições e em resolução de litígios, entre outras áreas, dedica-se a alguns desportos sazonais, relacionados com a neve e a água. “Também vou jogando golfe, paixão esta que tenho vindo a trair com a plantação e produção vinícola, a que tenho dedicado os escassos tempos que vou libertando”, remata.

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Quase todos os países da União Europeia vão crescer menos em 2019

A economia europeia deve crescer pelo sétimo ano consecutivo, mas com um abrandamento significativo, estima a Comissão. Itália vai violar acordo do défice com Bruxelas e arrisca sanções.

A economia europeia deverá crescer em 2019 pelo sétimo ano consecutivo, mas muito abaixo do que cresceu no ano passado e com os principais parceiros comerciais de Portugal a sofrerem um abrandamento significativo. Itália deve violar o compromisso do défice acordado com Bruxelas e abre a porta às sanções exigidas pelos países mais conservadores.

Todos os países da União Europeia vão crescer em 2019, mas em 28 Estados-membros, 25 deles – entre eles Portugal — vão crescer menos que no ano passado, fruto do abrandamento na parte final do ano passado, das tensões comerciais, a elevada incerteza de questões como o Brexit e um resultado excecionalmente fraco no setor da indústria.

De acordo com as Previsões de Primavera divulgadas esta terça-feira pela Comissão Europeia, a economia da União Europeia deve crescer 1,4%, muito abaixo dos 2,1% registados em 2018. Mesmo acelerando em 2020, a economia deve crescer no máximo 1,7%, ainda significativamente abaixo do nível verificado no ano passado.

O mesmo acontece na Zona Euro, onde quase todos os países vão crescer em 2019 menos do que cresceram em 2018. A única exceção é a Grécia, que deve crescer 2,2% este ano.

Nas últimas previsões que faz antes das eleições europeias, a Comissão apresenta um cenário longe do ideal. As tensões comerciais são uma das principais apontadas para o abrandamento, numa altura em que os Estados Unidos e a China parecem não se entender suficientemente para sequer se sentarem à mesa e retomarem as negociações tendo em vista um novo acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Mas há questões mais especificas de cada Estado-membro que estão a ter um efeito de contágio no resto do bloco europeu. É o caso da queda da venda de automóveis que afeta, antes de mais, a Alemanha, maior economia do euro e terceiro maior parceiro comercial da economia portuguesa. A Alemanha deverá ver a sua economia crescer apenas 0,5%, quase um terço do verificado no ano passado.

Espanha, o principal mercado para as exportações portuguesas, deverá crescer menos 0,5 pontos percentuais do que em 2018, prevendo-se ainda assim que cresça 2,1% este ano, muito acima da média da zona euro e da União Europeia.

França, Reino Unido e Itália, os restantes países que completam os cinco países dentro da União Europeia para onde Portugal mais exporta, também deverão crescer menos este ano.

No caso de Itália as previsões apontam para uma situação ainda mais complicada. A economia italiana só deverá crescer 0,1% este ano e o défice deverá atingir os 2,4%, acima do valor negociado com a Comissão Europeia (2,04%), e exatamente o mesmo que o governo italiano queria, mas que Bruxelas rejeitou.

Este resultado abre a porta para sanções por incumprimento das regras orçamentais europeias contra a terceira maior economia do euro, um desfecho que tem sido defendido por alguns dos países mais conservadores do euro, como é o caso da Holanda.

Contra o Governo de Roma joga ainda a previsão feita para o défice em 2020, que a Comissão Europeia estima que seja de 3,6%. Neste caso, Itália não estaria apenas a violar a regra de redução do saldo estrutural, mas também ultrapassaria o limite dos 3% de défice estabelecidos no Pacto de Estabilidade e Crescimento.

Os países mais conservadores no Eurogrupo têm defendido a aplicação de sanções à letra da lei, ou seja, para todos os países que violem os critérios quantitativos do défice, sem qualquer interpretação política que possa deixar de fora deste ‘castigo’ os países incumpridores.

Isso já tinha acontecido quando Portugal e Espanha foram ameaçados de sanções pela Comissão Europeia em 2016, devido aos resultados orçamentais do período entre 2013 e 2015. Mas as sanções – que incluíam uma multa e a suspensão de fundos estruturais — não avançaram.

Desde então este grupo de países — nos quais se inclui Alemanha, Holanda, Áustria e Finlândia – têm feito pressão junto da Comissão para que as regras sejam aplicadas tal como estão escritas, tendo inclusivamente enviado uma carta conjunta à Direção-Geral de Assuntos Económicos da Comissão Europeia a fazer esta exigência.

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Bruxelas alerta para exposição da banca portuguesa à dívida pública

Em Portugal e Itália, a exposição tem aumentado nos últimos anos. Mais de 8% dos ativos detidos pelos bancos portugueses são, atualmente, dívida pública portuguesa, face a cerca de 1% em 2008.

A elevada exposição da banca a dívida pública em alguns dos países da Zona Euro é uma preocupação da Comissão Europeia. Nas projeções de primavera, publicadas esta terça-feira, Bruxelas alerta para o crescimento deste risco que poderá ter implicações no financiamento dos bancos. Portugal é um dos países em que a situação mais se agravou nos últimos anos.

“Em termos de composição dos ativos bancários, um aspeto importante é a elevada parcela de dívida soberana doméstica em alguns Estados-membros da Zona Euro. As participações dos bancos em dívida soberana doméstica tem aumentado desde 2008 nos países mais vulneráveis”, alerta a Comissão Europeia.

Bruxelas aponta para um gráfico onde mostra a percentagem de dívida pública do próprio país na totalidade dos ativos detidos por bancos em Portugal, Espanha, Itália, França e Alemanha. No entanto, a situação difere nos vários Estados. Se em Espanha, França e Alemanha, a exposição tem diminuído nos últimos anos, em Portugal e Itália a tendência tem sido de forte aumento. Mais de 8% dos ativos detidos pelos bancos portugueses são, atualmente, dívida pública portuguesa, face a cerca de 1% em 2008.

Portugal e Itália são os países onde exposição à dívida mais aumentou

Fonte: Projeções de primavera da Comissão Europeia (dados do BCE)

Vulnerabilidades ao contágio mostram falhas da União Bancária

“Isto sinaliza um risco crescente devido aos efeitos de arrastamento nocivos vistos durante a crise já que se perpetua um nível perigoso de interdependência entre bancos e soberanos. Isto poderá afetar as condições de financiamento dos bancos se tensões atingirem os mercados de dívida soberana”, sublinha.

Portugal tem beneficiado nos últimos anos de uma descida acentuada dos juros da dívida pública tanto em mercado primário como secundário, tendo atingido mesmo mínimos históricos. Esta terça-feira, a yield das obrigações do Tesouro a 10 anos negoceiam em 1,10%. No entanto, a Comissão lembra o episódio de subida das yields de Itália, no ano passado, considerando que recordou a hipótese de “tais desenvolvimentos adversos” e “mostra que o objetivo da União Bancária ainda não foi conseguido”.

A Comissão Europeia não é a única a alertar para o risco desta situação. No relatório de estabilidade financeira publicado no mês passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) também considerou que a banca e os seguros em Portugal estão mais vulneráveis a choques na dívida pública devido às ligações ao Governo, acrescentando que o fardo do crédito malparado aumenta os riscos, apesar de as almofadas financeiras criadas após a crise reforçarem a capacidade dos bancos.

Banca está mais resiliente, mas desafios são grandes

A avaliação geral da Comissão Europeia é que o setor bancário da Zona Euro está mais resiliente a choques do que antes da crise, graças à adaptação das estruturas de financiamento dos bancos e ao reforço da capacidade de absorção de choques. Em simultâneo, o setor tem beneficiado da política monetária acomodatícia do Banco Central Europeu e do reforço da estabilidade financeira.

O setor bancário continua, ainda assim, a enfrentar grandes desafios, em especial a capacidade de gerar lucros e a qualidade dos ativos. Por um lado, a rendibilidade (medida através do retorno das ações), que caiu significativamente durante a crise, ainda não recuperou e situa-se atualmente em 6,5%, em média, castigada por fracas receitas e custos persistentemente elevados. Por outro, o elevado aumento do crédito malparado entre 2008 e 2014 continua a ser um fardo para o setor.

“Apesar dos progressos que tornaram os bancos mais seguros, muitos investidores mantêm uma predisposição negativa em relação ao setor bancário da Zona Euro com base na fraca rendibilidade”, refere a Comissão Europeia, acrescentando que “ao longo do último ano, o preço das ações dos bancos da Zona Euro caiu significativamente, tendo um desempenho abaixo de outras firmas financeiras e do mercado global”. Bruxelas antecipa que caso o sentimento dos investidores continue a deteriorar-se, não só irá penalizar ainda mais os retornos acionistas como terá impacto nos custos de financiamento.

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Portugal é um dos três países com a maior queda do investimento público face ao período pré-crise

Face ao período pré-crise, Portugal é o terceiro país em ex-aequo com a Irlanda que regista uma quebra mais acentuada do investimento público até 2020. A descida maior foi em Espanha.

Portugal é um dos três países europeus com a maior queda do investimento público face ao período pré-crise. No entanto, Bruxelas antecipa um crescimento “gradual” do investimento global até 2020, graças ao aumento da execução dos fundos comunitários. Ainda assim, o desempenho fica sempre aquém do pico de crescimento de 9,2% registado em 2017, embora superior à média da zona euro.

“Até 2020, a queda no investimento público face ao período pré-crise vai continuar a ser substancial em Espanha (cerca de -2 pontos percentuais do PIB), Irlanda e Portugal (cerca de -1,5 pp), Grécia, Itália e Malta (cerca de -1 pp)”, escreve a Comissão Europeia nas suas Previsões da Primavera divulgadas esta terça-feira em Bruxelas.

Até 2020, a queda no investimento público face ao período pré-crise vai continuar a ser substancial em Espanha (cerca de -2 pontos percentuais do PIB), Irlanda e Portugal (cerca de -1,5 pp), Grécia, Itália e Malta (cerca de -1 pp).

Previsões de Primavera da Comissão Europeia

A queda do investimento público tem sido um dos temas políticos mais quentes com o Executivo a ser acusado de equilibrar as contas públicas à custa desta rubrica, nomeadamente ao não investir no Serviço Nacional de Saúde, infraestruturas, escolas, Justiça, etc. Da direita à esquerda, o coro de críticas tem subido de tom à medida que se aproximam os três atos eleitorais deste ano: europeias, Madeira e legislativas.

O próprio Presidente da República, numa entrevista transmitida nesta segunda-feira à noite na Globo, voltou a admitir que o equilíbrio das contas públicas se deveu a um corte no investimento. “Este ano, penso que podemos ter défice zero ou superavit. Para fazer isso, onde vai cortar [o Governo]? Vai cortar nalgum investimento público”, disse o Chefe de Estado.

No Programa de Estabilidade, o Governo cortou a meta de investimento público, para 2019, em 471 milhões de euros, no espaço de três semanas. A previsão do Executivo é de que o investimento público, este ano, ascenda a 4.382 milhões de euros, um valor que fica aquém dos 4.853,4 milhões inscritos no Orçamento do Estado para 2019 e no reporte dos défices excessivos que seguiu para o Eurostat a 26 de março. O Programa de Estabilidade espera ainda que o investimento público cresça a uma taxa média anual de 10% até 2023.

A Comissão Europeia prevê que o investimento público em Portugal cresça para 2,3% do PIB, em 2019, e depois para 2,6%, em 2020. Assim, este ano, Portugal tem a segunda taxa mais baixa da União Europeia. Pior só mesmo Itália que deverá ter manter o crescimento do investimento público em 1,9% do PIB, em 2019. Já a média da Zona Euro deverá ser de 2,7%, este ano, e de 2,8% no próximo.

A Comissão apela aos seus Estados-membros onde existe “espaço orçamental” que o devem utilizar num investimento público físico e intangível. “Tendo em conta os constrangimentos às políticas macroeconómicas, avançar para um estrutura de receitas e despesas públicas que favoreça a educação, emprego e investimento neutral do ponto de visto do défice significaria aumentar o potencial de crescimento”, pode ler-se nas Previsões de Primavera.

A Comissão sublinha que as diferenças entre investimento público e privado permanecem. O investimento público “aumentou apenas ligeiramente depois do nível historicamente baixo atingido em 2016 (2,6% do PIB) e, em contrapartida, o investimento privado tem vindo a registar uma tendência crescente desde 2013, atingindo um nível pós-crise de 18,2% do PIB”, acrescenta o documento.

Para Portugal, a Comissão um crescimento do investimento global de 4,6% em 2019 e de 5% em 2020.

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Portugal sai bem na fotografia da família europeia, do desemprego ao défice

Na comparação com os outros países da União Europeia, os números de Portugal são melhores do que a média no crescimento, no desemprego e no défice. O saldo da balança corrente é o ponto fraco.

Dos 27 membros da União Europeia (excluindo o Reino Unido), 17 vão ver a sua economia crescer mais do que a portuguesa este ano. Ainda assim, de acordo com as Previsões de Primavera da Comissão Europeia, o Produto Interno Bruto (PIB) luso vai crescer 1,7% em 2019, ficando acima da média da Zona Euro (1,2%) e da UE (1,4%). Portugal também sai bem na fotografia no que diz respeito à taxa de desemprego e ao saldo orçamental. Já no saldo da balança corrente, as previsões para Portugal são menos otimistas.

No conjunto da área da moeda única, a economia deve crescer 1,2% em 2019 e 1,5% em 2020. Já na União Europeia, o PIB deve avançar 1,4% em 2019 e 1,7% em 2020. Entre os Estados-membros, é Malta o país cuja economia mais deverá crescer (5,5%) este ano, seguido da Polónia (4,2%) e da Irlanda e da Eslováquia (3,8%). Portugal deverá, por outro lado, ver o seu PIB crescer 1,7%, valor que fica acima da média comunitária, mas consideravelmente abaixo desses países que ocupam o topo da tabela.

No que diz respeito ao desemprego, 16 dos países do bloco comunitário deverão registar este ano taxas inferiores à portuguesa, que se deverá fixar nos 6,2%. Ao nível da Zona Euro, a taxa deverá ficar nos 7,3% e da UE nos 6,9%, ou seja, Portugal deverá ter um comportamento mais positivo que o da média comunitária. É na República Checa (2,2%) que se deverá verificar a menor taxa de desemprego, seguida pela Alemanha (3,1%) e pela Holanda (3,5%).

Também relativamente ao saldo orçamental, Portugal fica deverá ter um desempenho melhor que o da média comunitária. A Comissão Europeia estima que Portugal registe um défice de 0,4% este ano, o que compara com o défice de 0,9% esperado na média da Zona Euro e da União Europeia. Deverá ser o Chipre a apresentar as melhores contas, com um excedente de 3%, seguido pela Alemanha, com um excedente de 1%.

No que diz respeito à balança corrente, as previsões são menos otimistas para Portugal, ficando os resultados lusos (défice de 1%) abaixo dos esperados na área da moeda única (excedente de 3,3%) e da UE (excedente de 3%). Holanda (10,1%), Malta (9,8%) e Irlanda (8,5%) deverão ser os países a verificar maiores excedentes da balança corrente, segundo projeta a Comissão Europeia.

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