Banca quer exigências semelhantes para concorrer com as fintech

  • Rita Atalaia
  • 29 Novembro 2017

A posição é vincada pelo BCP, Novo Banco, CGD, Montepio e Crédito Agrícola. Os bancos estão dispostos a aceitar as chamadas fintech, mas as regras têm de ser as mesmas para uma concorrência justa.

A banca está disposta a aceitar as chamadas fintech, mas a concorrência tem de ser justa. A posição é deixada pelo Novo Banco, BCP, Caixa Geral de Depósitos (CGD), Montepio e Crédito Agrícola no Fórum Banca, promovido pelo Jornal Económico e PwC. Os banqueiros afirmam que as regras não são as mesmas, o que cria muita incerteza no futuro.

“Há aqui de facto um paradoxo grande em termos de supervisão e regulação”, o que coloca vários desafios, começa por dizer o presidente da CGD. Paulo Macedo diz ser favorável às financeiras tecnológicas, mas tem de haver igualdade a nível da concorrência. As fintech, diz, “não têm bases de capital nem rácios de capital. Isso coloca um desafio à banca”. Isto porque “querem concorrer na parte dos pagamentos e créditos”, deixando para os bancos os depósitos, que envolvem custos e regulação. “As fintech fogem dos depósitos como o diabo da cruz.”

Uma ideia que é partilhada pelo presidente do BCP. Nuno Amado nota que “se o digital é inevitável, então precisamos de alguma tranquilidade e ainda não vejo isso em 2018”. É no início do ano que entram em vigor novas regras para o setor bancário com novas exigências de capital.

"As fintech querem concorrer na parte dos pagamentos e crédito. Fogem dos depósitos como o diabo da cruz.”

Paulo Macedo

Presidente da Caixa Geral de Depósitos

Para o presidente do BCP, esta alteração do paradigma traz oportunidades, mas que pesam nos bancos. “Coloca-nos num level playing field muito difícil”, ou seja, numa concorrência que não é justa. “A abertura do mercado a outros players faz sentido, mas as regras têm de ser as mesmas, sob pena de estarmos a criar um sistema bancário colateral que pode vir a ter riscos que não conhecemos.”

“A banca precisa de ter as mesmas condições de negócio que têm alguns dos potenciais concorrentes. Há que regular e ver o que queremos da banca no futuro, estimulando mas dando as mesmas condições de concorrência”, afirma o presidente do Montepio, Félix Morgado.

O presidente do Novo Banco, agora vendido ao Lone Star, afirma que esta nova realidade levanta muitas dúvidas. “[O ano de] 2017 encerra um processo de estabilização e reabre um processo de incerteza”. Isto porque tem de haver uma abertura a um ajustamento do modelo de negócio e uma resposta aos novos desafios colocados pela nova geração de clientes. “O grande desafio da banca colocou-se porque chegou uma nova geração de cliente bancário que exige tecnologia e não está disposto pagar comissões de nada“, salienta Licínio Pina, líder do Crédito Agrícola.

No mesmo evento, Elisa Ferreira, vice-governadora do Banco de Portugal considerou que os bancos têm de se preparar para a nova realidade das fintech. Isto deve passar pelo ajustamento dos modelos de negócio das instituições financeiras, que devem estar “no centro da inovação tecnológica”, afirmou a responsável no Fórum Banca. Para a vice-governadora do Banco de Portugal, o grau de preparação do sistema financeiro ainda é insuficiente.

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Procura pela emissão de dívida do BCP triplica a oferta. Paga cupão de 4,5%

Apesar do boicote dos grandes fundos de investimento internacional, o BCP está a registar uma elevada procura que permitiu baixar o custo da operação. O cupão ficou nos 4,5%.

O BCP conseguiu levantar 300 milhões de euros em obrigações a dez anos. Apesar do boicote de alguns dos principais fundos de investimento internacional, como a BlackRock, que costumam participar neste tipo de operações de financiamento, o banco liderado por Nuno Amado beneficiou de interesse no mercado. A procura superou em três vezes a oferta, o que está fez baixar o cupão da operação para 4,5%.

Os títulos de dívida subordinada a dez anos, que podem ser reembolsados ao fim de um período de cinco anos por decisão do BCP, receberam muitas intenções de investimento. De acordo com a informação avançada pelos bancos de investimento à agência Reuters, os investidores apresentaram ordens superiores de 900 milhões de euros, ou seja, três vezes mais do que o pretendido pelo BCP.

Neste contexto, a taxa do cupão da emissão caiu. Se no arranque da oferta estava entre 4,75% e 5%, agora encolheu em 25 pontos base. O banco afirma, em comunicado enviado à CMVM, que a taxa de juro é de “4,5%, ao ano, durante os primeiros cinco anos (correspondente a um spread de 4,267% sobre a taxa mid-swap de cinco anos”.

A agência Bloomberg adianta que estes títulos vencem no dia 7 de dezembro de 2027, mas há uma opção de reembolso da parte do banco que pode encurtar a maturidade para 7 de dezembro de 2022.

Esta operação foi ser organizada pelos bancos Goldman Sachs, Millenium BCP, Société Générale e UBS, responsáveis pelo roadshow do banco português junto dos investidores internacionais. Já se sabe, no entanto, que grandes fundos de investimento internacionais, como é o caso da Pimco e da BlackRock, não vão participar na emissão por causa do dinheiro perdido por estes investidores nas obrigações do Novo Banco que passaram para o BES.

A emissão vai ajudar a reforçar o rácio de capital Tier 2.

Segundo os resultados para os primeiros nove meses do ano, o CET1 ficou nos 13,2% (phased-in) e 11,7% (fully implemented) em setembro de 2017, subindo tanto face ao período homólogo como ao primeiro semestre.

(Notícia atualizada às 18h26 com comunicado do BCP)

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BCP ganha mais de 5%. JPMorgan vê ações nos 30 cêntimos

O banco liderado por Nuno Amado está a brilhar em bolsa. No dia em que se prepara para emitir 300 milhões em dívida, acelera mais de 5% à boleia da revisão em alta da avaliação do JPMorgan.

O BCP BCP 0,06% está a brilhar em bolsa, puxando pelo índice de referência nacional. As ações do banco liderado por Nuno Amado ganham mais de 5% impulsionadas pela nova avaliação do JPMorgan. O banco de investimento norte-americano vê potencial nos títulos da instituição, colocando-as no patamar dos 30 cêntimos.

Os títulos do BCP seguem a valorizar 4,83%, para os 25,38 cêntimos, depois de ter visto o JPMorgan melhorar tanto a recomendação como o preço-alvo. Chegaram a subir um máximo de 5,25% para os 25,48 cêntimos, elevando o ganho acumulado desde o início do ano para 37,8%. à cotação atual, o BCP está avaliado em 3.842 milhões de euros.

Ações do BCP aceleram

O banco de investimento norte-americano subiu a recomendação de “neutral” para “overweight”, isto ao mesmo tempo que elevou o preço-alvo das ações do BCP para os 30 cêntimos, acima dos anteriores 26 cêntimos. O novo target está 13% acima do consenso do mercado que aponta para os 27 cêntimos, ficando 17% acima da cotação atual.

Para o JPMorgan, o BCP deverá beneficiar do contexto favorável no que respeita aos preços do imobiliário, mas também ao cenário macro que deverá “fazer baixar os custos do risco”. Nota ainda a redução dos custos da instituição, numa altura em que o banco continua a reduzir a exposição aos créditos de risco — a meta é encolher essa exposição em mil milhões de euros.

“Aumentámos a nossa estimativa para os lucros do banco em 14% ao ano, em média, já que acreditamos que o BCP será capaz de demonstrar uma evolução favorável nos custos do risco e continuar a cumprir com a redução da exposição ao malparado“, refere a nota de investimento a que o ECO teve acesso.

(Notícia atualizada às 10h07 com mais informação)

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Grandes fundos lesados do BES boicotam emissão de dívida do BCP

Os grandes fundos vão boicotar a emissão de dívida do BCP, tal como já o tinham feito com a CGD. Estes investidores, entre os quais a Pimco e BlackRock, queixam-se do dinheiro perdido no BES.

O BCP está no mercado. Pretende emitir 300 milhões de euros em títulos de dívida para reforçar os seus rácios de capital, operação que não contará com a participação de grandes fundos de investimento internacionais, como é o caso da Pimco e da BlackRock. A explicação está no dinheiro perdido por estes investidores nas obrigações do Novo Banco que passaram para o BES.

“Não iremos participar na emissão de dívida” que o BCP está a realizar, refere um comunicado conjunto da Attestor Capital, BlackRock, CQS, Pimco, River Birch Capital e York Capital. O banco liderado por Nuno Amado pretende emitir 300 milhões de euros em obrigações a dez anos, que podem ser reembolsadas ao fim de um período de cinco anos. Contactado pelo ECO, o BCP não comenta.

“Decidimos [não participar] que os riscos associados ao investimento ativo em títulos de dívida pública ou privada portuguesa são proibitivos, já que o Banco de Portugal ainda não deu respondeu à decisão discriminatória de retransferir as obrigações do Novo Banco para o BES em 2015″, salienta. Em causa está a transferência de cinco séries de obrigações no valor de 2,2 mil milhões de euros do Novo Banco para o BES “mau”.

Estes fundos, que já tinham boicotado a emissão de dívida levada a cabo pela CGD, afirmam estarem “a aguardar para que sejam retomadas as conversações com as autoridades portuguesas de forma a encontrar uma solução rápida” e para que voltem a considerar “Portugal como um destino credível para os nossos investimentos”.

(Notícia atualizada às 17h47 com mais informações)

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Pharol desliza 12% e castiga Lisboa. BCP e REN não perdoam

  • Juliana Nogueira Santos
  • 27 Novembro 2017

O anúncio da saída do CEO da Oi levou os títulos da Pharol a deslizarem mais de 12%. O BCP e a REN aumentaram a pressão sobre o PSI-20, que acabou por ceder.

A primeira sessão desta semana foi de perdas para as principais bolsas europeias e nem Lisboa escapou. O índice de referência nacional perdeu quase 0,5% pressionado pelo deslize de 12% da Pharol, pelo BCP e pela REN, cujos direitos de subscrição acumulam já perdas de 16%.

Do outro lado do Atlântico, o CEO da Oi está de saída da empresa, mas atravessaram as água e passaram para Portugal, com as ações da Pharol a caírem 12,18% para 31 cêntimos. Os rumores de saída de Marco Schroeder começaram na passada sexta-feira, com a Reuters a avançar que este já tinha entregado a carta de demissão, devido a desentendimentos com o conselho de administração da empresa.

Estes vieram a confirmar-se na manhã desta segunda-feira, através de um comunicado enviado aos mercados, juntando-se também à instabilidade trazida pelo processo de recuperação da Oi.

Pharol desliza 11% com saída do CEO da Oi

A contribuir para este dia de perdas estiveram também as ações do BCP, que caíram 1,44% para 24,57 cêntimos, bem como as ações da REN, que foram castigadas pelo fraco desempenho dos direitos de subscrição. Os direitos deslizaram 9,15% para 12,9 cêntimos, acumulando já perdas de 16,23% desde que entraram em negociação, enquanto as ações da empresa deslizaram 1,97% para 2,39 euros.

No lado dos ganhos, os destaques vão para a Jerónimo Martins que, ainda que tenha iniciado a sessão desta segunda-feira a perder terreno, avançou 0,40% para 16,36 euros, e para a EDP, a única energética a conseguir manter-se à tona nesta sessão, avançando 0,38% para 2,92 euros. A Semapa avançou 4,74% para 16,23 euros, no dia em que viu o BPI subir seu preço-alvo para 21,10 euros.

Lisboa segue assim o caminho das principais praças europeias, que também terminaram o dia em terreno negativo. O francês CAC-40 perdeu 0,56%, enquanto o alemão DAX deslizou 0,46% e o agregador Stoxx 600 caiu 0,45%. O espanhol IBEX-35 foi o único a pintar-se de verde nesta segunda-feira, avançando 0,13%.

(Notícia atualizada às 16h50 com mais informação)

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Subida da derrama custa 45 milhões às cotadas do PSI-20

Parlamento aprovou subida da derrama em dois pontos. A medida apresentada pelo PCP vai ficar com boas parte dos lucros das cotadas da bolsa de Lisboa. Haitong estima impacto em 45 milhões de euros.

Impostos vão subir para as maiores empresas nacionais.

A subida da derrama estadual para as empresas com maiores lucros poderá retirar 45 milhões de euros aos resultados das cotadas da bolsa portuguesa no próximo ano, de acordo com as estimativas do banco de investimento Haitong. Há, ainda assim, fatores como a atividade internacional ou medidas de otimização fiscal que baralham os cálculos.

O Parlamento aprovou um aumento da derrama dos 7% para os 9% para as empresas que obtenham lucros superiores a 35 milhões de euros, medida que vai entrar em vigor no próximo ano com o Orçamento do Estado. Para o PCP, que apresentou a proposta e viu o PS dar o seu consentimento, ficará assim corrigida uma “injustiça fiscal” num regime que dava vantagem às grandes empresas.

No PSI-20, onde moram algumas das principais empresas nacionais, essa medida vai pesar numa parte dos lucros esperados em 2018. As contas do Haitong (ex-BESI) apontam para uma fatura na ordem dos 45 milhões de euros.

“Os impactos mais significativos serão sentidos nas empresas com um elevado degrau de exposição a Portugal como a REN ou a Sonae e ainda nas empresas com algum degrau de alavancagem”, referem os analistas daquele banco.

No caso da gestora da rede elétrica nacional, o Haitong antecipa um lucro de 106,8 milhões de euros, dos quais três milhões vão ser então absorvidos pela revisão da taxa de IRC. Em relação à Sonae, o custo será de 3,6 milhões face a uma estimativa de lucro de 180 milhões de euros no próximo ano.

Os analistas do Haitong consideram que “para as outras empresas, os impactos não são muito significativos (abaixo de 2%)”. Por exemplo, são esperados impactos de cerca de um milhão de euros em cotadas como a Corticeira Amorim, Altri ou Semapa.

Lembram, porém, que os cálculos não incluem “medidas de otimização fiscal que as empresas poderão tomar para absorver o impacto desta mudança no regime fiscal”.

"Os impactos mais significativos serão sentidos nas empresas com um elevado degrau de exposição a Portugal como a REN ou a Sonae e ainda nas empresas com algum degrau de alavancagem.”

Haitong

Nota de research

Um desses casos é a Nos, que deverá registar um impacto negativo de 3,3 milhões de euros nos próximos lucros anuais, segundo o Haitong. Mas o CaixaBank/BPI diz que a operadora “detém ativos fiscais que irão provavelmente mitigar o impacto” da subida da derrama estadual.

Atividade internacional baralha cálculos

Por outro lado, o Haitong salienta que “nem todas as empresas geram os seus resultados em Portugal”, tornando mais difícil quantificar o impacto deste agravamento fiscal em cotadas com intensa atividade internacional. Esse é o caso de empresas como a EDP, a EDP Renováveis ou a Galp.

Por exemplo, na EDP, enquanto os cálculos do Haitong apontam para um impacto de 11 milhões de euros nos lucros do próximo ano, o CaixaBank/BPI Research lembra que a elétrica nacional tem 51% da atividade em Portugal e, por essa razão, estima um impacto de 0,3% do lucro de 2018: cerca de 2,6 milhões de euros. Quanto à EDP Renováveis, Haitong e BPI são mais consensuais com um impacto de cerca de um milhão de euros.

Na Galp, o CaixaBank/BPI refere que a subida da derrama vai aumentar a fatura fiscal da petrolífera em sete milhões de euros — devido às atividades de Gás & Power e de downstream, ambas localizadas em Portugal.

Na Mota-Engil, cuja carteira de negócios está sobretudo lá fora, o impacto da medida aprovada será marginal nos resultados da construtora nacional, dizem tanto os analistas do Haitong como os do CaixaBank/BPI.

As contas do Haitong excluem o BCP, que mantém um negócio importante na Polónia. Mas os analistas do CaixaBank/BPI calculam que a medida terá um impacto de 1% no lucro estimado de 364 milhões de euros que o banco liderado por Nuno Amado deverá ter em 2018. Ou seja, subida do IRC para as maiores empresas vai levar 3,6 milhões dos lucros do banco no próximo ano.

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Parlamento aprova subida da derrama. Quanto custa às cotadas do PSI-20?

Parlamento aprovou esta quinta-feira um aumento da derrama estadual para as empresas com maiores lucros. Medida terá impacto nos lucros e ações das cotadas do PSI-20. Qual é o impacto?

O IRC para as grandes empresas sempre vai subir no próximo ano, isto depois de o Parlamento ter aprovado o aumento da derrama estadual de 7% para 9% para as empresas com maiores lucros. Esta medida terá impacto nas empresas com lucros anuais acima dos 35 milhões de euros. No PSI-20, o principal índice bolsista português, são várias as cotadas que vão ser afetadas por isto. Quais?

O CaixaBank BPI Research estimou o impacto da proposta do PCP que aprovada esta quinta-feira no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2018. A medida teve luz verde do PS e por isso vai entrar em vigor a partir do próximo ano.

Na bolsa portuguesa, poucas são as cotadas vão escapar ao aumento de impostos sobre as grandes empresas. Os cálculos do banco tiveram por base as estimativas para os lucros das empresas e bancos para 2018. Contas feitas:

  • No BCP, o aumento da derrama estadual deverá ter um impacto de 1% na estimativa para os resultados do grupo no próximo ano e 2% depois, estimam os analistas do BPI. Em 2018, o banco liderado por Nuno Amado poderá ter um lucro de 364 milhões de euros, segundo este banco. Na análise do CaixaBank BPI, o aumento da derrama estadual terá também implicações no atual montante de ativos por impostos diferidos, que deverão aumentar em cerca de 214 milhões de euros.

Também o Haitong analisou o impacto do aumento da derrama estadual nas cotadas do PSI-20. REN e Sonae serão as empresas mais afetadas pela medida.

“Embora seja difícil quantificar precisamente o impacto desta medida, uma vez que nem todas as empresas geram os seus resultados em Portugal ou podem utilizar créditos fiscais, simulamos o impacto desta medida no nosso universo de ações que fazemos cobertura”, dizem dos analistas do Haitong.

 

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BCP está no mercado para obter 300 milhões

  • Rita Atalaia
  • 23 Novembro 2017

O banco liderado por Nuno Amado contratou um sindicato bancário para obter 300 milhões. O "roadshow" do BCP vai arrancar a 27 de novembro. O banco confirmou ao ECO que está a sondar investidores.

O banco liderado por Nuno Amado está no mercado para captar 300 milhões de euros através da emissão de obrigações de longo prazo. Segundo a Bloomberg, o BCP contratou um sindicato bancário para procurar investidores para a emissão de títulos de dívida que servirão para aumentar os rácios de capital. O roadshow vai arrancar a 27 de novembro.

O BCP contratou o Goldman Sachs, o próprio BCP, o Société Générale e o UBS para gerirem o roadshow da instituição financeira. A informação foi avançada pela Bloomberg, que cita fontes próximas do processo, e comunicada entretanto à CMVM. Fonte oficial do banco confirmou ao ECO que o BCP está no mercado a sondar investidores.

O banco liderado por Nuno Amado pretende emitir 300 milhões de euros em obrigações a dez anos, que podem ser reembolsadas ao fim de um período de cinco anos. Esta emissão serve para reforçar o rácio de capital Tier 2.

De acordo com os resultados do BCP para os primeiros nove meses do ano, o CET1 ficou nos 13,2% (phased-in) e 11,7% (fully implemented) em setembro de 2017, subindo tanto face ao período homólogo como ao primeiro semestre.

(Notícia atualizada às 18h36)

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BCP sem medo das novas regras do malparado do BCE. Impacto “é marginal”, diz Nuno Amado

  • Rita Atalaia
  • 16 Novembro 2017

Mario Draghi quer impor novas regras para o malparado. Mas, se forem apenas aplicadas a novo crédito, o presidente do BCP considera que o impacto será "marginal" no banco.

O Banco Central Europeu (BCE) quer impor novas regras para o malparado a partir do próximo ano. Regras que obrigam a que os empréstimos em incumprimento estejam totalmente provisionados. No entender do presidente do BCP, isto apenas se aplica ao novo crédito. E, neste caso, Nuno Amado diz que terá um impacto “marginal” no banco que lidera.

Se [as novas regras do BCE para o malparado] são mesmo para novo crédito, então terão um impacto muito marginal no nosso caso, porque o crédito que temos gerado tem uma taxa muita baixa de incumprimento”, afirmou o presidente do BCP na conferência com analistas. Isto depois de a instituição financeira ter registado lucros de 133,3 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

No mesmo período do ano passado, o banco foi fortemente penalizado pelas provisões associadas ao malparado. Este ano, o banco liderado por Nuno Amado está a reduzir de forma expressiva a exposição a estes créditos. Na apresentação dos resultados, Nuno Amado destacou a redução aos NPE [exposição ao malparado], que caiu em 1,4 mil milhões de euros, “já abaixo do objetivo de 7,5 mil milhões anunciado para o final de 2017”.

As novas orientações do banco central, que devem entrar vigor a partir de janeiro do próximo ano, dizem que os empréstimos em incumprimento sem garantias devem estar totalmente provisionados em dois anos e o malparado com garantia [ou seja, que estão associados a, por exemplo, imóveis] no máximo em sete anos, isto após serem classificados como problemáticos. Mas não foram bem recebidas pelos eurodeputados.

O Parlamento Europeu acusou o banco liderado por Mario Draghi de ter ultrapassado as suas competências na definição das novas regras para o crédito malparado. A responsável do banco central, Danièle Nouy, recusou estas críticas, dizendo que a proposta está “dentro do mandato do BCE”. Mas admitiu que a entidade venha a adiar a implementação das novas regras, que deveriam entrar em vigor em janeiro de 2018.

Para os deputados europeus, a proposta do BCE que forçaria as instituições financeiras a aumentarem as provisões seria de “caráter legalmente vinculativo” e obrigaria os bancos a apresentarem requisitos de capital mais elevados do que aqueles definidos pela lei da União Europeia. Isto, dizem, ultrapassa o mandato do BCE.

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BCP e Galp animam arranque da bolsa. Lisboa destaca-se na Europa

Bolsa de Lisboa regista o melhor desempenho entre as praças europeias, graças ao bom contributo do BCP e da Galp.

Arranque positivo na bolsa portuguesa, com os primeiros minutos de negociação em Lisboa a serem impulsionados pelos desempenhos dos pesos pesados BCP e Galp, que se apresentam com ganhos acima de 0,5%.

O PSI-20, o principal índice português, abriu a subir 0,97% para 5.311,20 pontos, registando para já uma das melhores performances entre os pares europeus. Seis cotadas não consegue acompanhar o bom ritmo em Lisboa. A EDP Renováveis, em baixa de 1,01% para 6,87 euros, e tem neste momento o pior registo.

Os contributos mais positivos vêm da banca e do petróleo. BCP avança 0,59% para os 0,2537 euros e a Galp ganha 0,69% para 15,99 euros. Curiosamente, são estas as duas cotadas nacionais onde a empresária angolana Isabel dos Santos tem maior presença. Ela foi exonerada da liderança da petrolífera do Estado de Angola, Sonangol, esta quarta-feira pelo recém-eleito Presidente do país, João Lourenço.

Sobre esta notícia, a Sonae, que tem negócios com Isabel dos Santos na operadora Nos, diz que a parceria com a empresária angolana “funciona bem”. “A parceria com a empresária Isabel dos Santos na Nos tem funcionado muito bem, há um alinhamento entre os acionistas. Não vemos nenhuma razão para isto ser alterado no futuro”, declarou ao ECO Luís Reis, Chief Corporate Center Officer (CCCO) da Sonae.

Tanto Sonae como Nos avançam esta quinta-feira: 1,44% e 0,17%, respetivamente. No caso da retalhista que detém a cadeia de hipermercados Continente, esta evolução positiva surge depois de ter reportado uma descida do lucro nos primeiros nove meses do ano, para os 133 milhões de euros.

“Apesar do ambiente competitivo desafiante no setor do retalho alimentar em Portugal, a Sonae tem apresentado uma performance consistente das suas vendas, sendo que as perspetivas macroeconómicas animadoras para o país deverão continuar a ser favoráveis à área não alimentar”, notam os analistas do BPI no comentário de abertura de bolsa.

Nota ainda para os CTT, cujos títulos ganham 1,23% para 3,22 euros, depois da notícia de que deverá avançar para o despedimento de 300 trabalhadores, medida que faz parte do plano de reestruturação anunciado recentemente pela administração da empresa para fazer face ao declínio no negócio da distribuição de cartas.

Lisboa destaca-se numa Europa a meio gás. Madrid, Paris e Frankfurt avançam até 0,5%. Em Milão, o FTSE-Mib perde ligeiros 0,01%.

(Notícia atualizada às 8h27)

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Banca multiplica lucros. Só a CGD continua no vermelho

  • Rita Atalaia
  • 14 Novembro 2017

Os bancos conseguiram multiplicar por 12 os lucros até setembro. Só o banco público continua com prejuízo, o que deve mudar já em 2018. As imparidades continuam a cair e os rácios estão mais fortes.

Nuno Amado (BCP); Pablo Forero (BPI); António Vieira Monteiro (Santander Totta); Paulo Macedo (CGD).

Cortar, cortar, cortar… Os esforços dos bancos portugueses para recuperarem da crise e regressarem à rentabilidade estão a dar frutos. BPI, Santander Totta e BCP conseguiram multiplicar por 12 os lucros nos primeiros nove meses deste ano. Isto em comparação com o mesmo período do ano passado — e excluindo o Novo Banco, que ainda não apresentou as contas. Apenas a Caixa Geral de Depósitos (CGD) continua com prejuízos. Mas Paulo Macedo, presidente do banco público, já disse que a instituição deve entrar no verde já no próximo ano.

Olhando para o ‘bolo’ de 440 milhões de euros — que compara com os 36 milhões registados nos primeiros nove meses de 2016 já que tanto CGD como BCP tinham prejuízos avultados —, o Santander Totta é o responsável pela maior ‘fatia’ dos lucros na banca. São 331,9 milhões de euros até setembro, graças a uma quebra dos custos e das imparidades e provisões.

“Estes bons resultados decorrem do crescimento orgânico da nossa atividade, e do controlo de custos e do risco de crédito”, afirmou o presidente do Totta, António Vieira Monteiro, na apresentação dos resultados para os primeiros nove meses do ano. E ainda sem a integração do Popular — faltam ainda duas autorizações para concluir este processo.

Em segundo lugar neste top dos lucros surge o BCP, que no ano passado tinha prejuízos de 251,1 milhões. O banco liderado por Nuno Amado conseguiu passar de prejuízo a lucros até setembro. Foram 133,3 milhões de euros, beneficiando da “expansão contínua do resultado core“. Já o BPI é o “mais pequeno” em termos dos lucros, mas há um motivo: o Banco Fomento de Angola. O banco liderado por Pablo Forero fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 23 milhões de euro fruto da desconsolidação do BFA, mas também por custos de reestruturação.

CGD vai voltar aos lucros em 2018? “É este o cenário que temos, [reforçado pelos resultados dos últimos trimestres]”.

Paulo Macedo

Presidente executivo da CGD

No vermelho está ainda a CGD. Mas será uma situação temporária, segundo o presidente do banco estatal. Na apresentação das contas, Paulo Macedo voltou a reforçar a ideia de que o regresso aos resultados positivos na atividade doméstico deve acontecer já no próximo ano. “É este o cenário que temos”, reforçado pelos resultados dos últimos trimestres, referiu o presidente do banco estatal. A instituição financeira — que foi alvo de uma profunda reestruturação — tem sido capaz de melhorar as contas trimestre a trimestre, graças sobretudo à diminuição das provisões.

Malparado pesa, mas muito menos

Apesar de os bancos continuarem a debater-se com o problema do malparado, estes créditos tóxicos pesam agora menos na rentabilidade das instituições financeiras. BPI, Totta, CGD e BCP diminuíram para metade as provisões e imparidades para o crédito: o bolo passou de 1.397 milhões para 592,2 milhões de euros, segundo cálculos do ECO com base nas contas dos bancos. É que a “limpeza” no setor foi feita sobretudo no ano passado. Só o banco estatal fechou 2016 com uma fatura de mais de três mil milhões de euros com o reconhecimento das imparidades.

No BCP, apesar de o montante para provisões ainda ser elevado, também caiu para quase metade: de 870 para 458 milhões nos primeiros nove meses deste ano. A CGD reconheceu mais 81 milhões de perdas com o crédito em incumprimento.

Rácios de capital? Ainda mais fortes

Se há um indicador que tem vindo a dar sinais de melhoria são os rácios de capital. Mas o que é que isto significa na prática? São estes os rácios que as autoridades analisam para aferir a robustez de uma instituição num cenário de adversidade económica. Quanto mais baixo estiver o rácio, mais desprotegido está o banco.

Olhando para os bancos nacionais, há agora uma situação completamente diferente do que há um ano… para melhor. O Santander Totta é o que apresenta rácios mais elevados (CET1 de 16,6% e 16,5% no faseado e no totalmente implementado, respetivamente), mas o BCP e a CGD são os que revelam melhorias mais significativas deste indicador. E isto explica-se pelos aumentos de capital realizados por ambas as instituições.

O banco liderado por Nuno Amado realizou um aumento de capital de 1.330 milhões de euros para reforçar os rácios. E o resultado está à vista: tem agora um rácio CET1 (faseado) de 13,2% e um rácio CET1 (totalmente implementado) de 11,70%. Antes, eram de 12,20% e 9,5%, respetivamente. O mesmo acontece na CGD, mas aqui o apoio do Estado foi essencial para a manutenção de níveis acima dos 13%. Uma ajuda que ficaria acima dos cinco mil milhões, mas baixou ligeiramente.

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Nuno Amado: “Estamos a trabalhar para ser o maior banco privado com base em Portugal”

  • Rita Atalaia
  • 13 Novembro 2017

O presidente do BCP vai apresentar os resultados do banco relativos aos primeiros nove meses do ano. Pode acompanhar em direto e em live streaming aqui no ECO.

O presidente do BCP, Nuno Amado, vai esta segunda-feira explicar os resultados do banco nos primeiros nove meses do ano. Isto depois de a instituição financeira ter apresentado um prejuízo de 251,1 milhões de euros no mesmo período do ano passado. Pode acompanhar em direto, aqui no ECO.

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