Prejuízos da Teixeira Duarte encolhem

  • Lusa
  • 29 Agosto 2017

A construtora registou prejuízos de nove milhões de euros no primeiro semestre. Antecipa receitas de cerca de 1.000 milhões de euros no total do ano.

A Teixeira Duarte registou prejuízos de nove milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma redução face às perdas de 35,8 milhões de euros verificados no mesmo período de 2016, divulgou a construtora.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Teixeira Duarte adianta que o volume de negócios totalizou 475 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, uma diminuição 16,7% face a igual período 2016 (570 milhões de euros).

Em Portugal, “registou-se uma redução de 13.985 milhares de euros face a junho de 2016, período em que o Grupo ainda detinha uma participação em entidades no setor da Energia – que entretanto alienou em março de 2017 – e que havia contribuído com 9.363 milhares para o volume de negócios apurado no referido primeiro semestre do ano passado”, refere a Teixeira Duarte.

Os outros mercados desceram globalmente 17,1%, passando a representar 82,8% do total do volume de negócios do grupo, acrescenta.

No período em análise, o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) registou uma diminuição de 8,9% face a junho de 2016 e fixou-se em 87,8 milhões de euros.

O endividamento líquido registou uma diminuição de 1,7% em relação ao final do ano passado, tendo-se fixado, em 30 de junho de 2017, em 1.114 milhões de euros

Para este ano, a Teixeira Duarte afirma que, “considerando a presente conjuntura em alguns mercados fortemente dependentes da evolução do preço do petróleo, entende apropriado rever a estimativa dos proveitos operacionais para cerca de 1.000 milhões de euros”.

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5 coisas que vão marcar o dia

A Autoeuropa vai mesmo parar e é já às 23h30 desta terça-feira. O Banco de Portugal atualiza dados da concessão de crédito, o INE da avaliação bancária das casas e a Teixeira Duarte apresenta contas.

A cotada Teixeira Duarte apresenta os resultados do primeiro semestre esta terça-feira. A construtora tinha registado uma queda de 40% nos lucros no primeiro trimestre. Em Setúbal, na Autoeuropa a produção vai parar por causa de uma greve que começa às 23h30 e prolonga-se até às 24h de quarta-feira. Nos EUA aguardam-se novos dados sobre os inventários de petróleo.

Há greve em Palmela

Esta terça-feira, às 23h30, os trabalhadores da Autoeuropa dão início a uma greve de 24 horas. A fábrica é responsável por uma fatia considerável das exportações portuguesas e, além disso, era esperado um maior contributo com a produção do novo modelo este ano. A greve foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energias e Atividades do Ambiente do Sul, em protesto contra as condições oferecidas pela administração para compensar o trabalho aos sábados.

Harvey já fez estragos nos inventários de petróleo?

Foi na sexta-feira que o furacão Harvey chegou ao Texas. Entretanto, já não é um furacão, mas sim uma tempestade tropical de “cheias catastróficas” e “chuvas torrenciais”, segundo o site do Serviço Nacional de Meteorologia norte-americano. Contudo, o avanço em três dias foi suficiente para fazer estragos em Houston, a cidade onde acontece a maior parte da produção da indústria petrolífera. Esta terça-feira, o relatório semanal dos inventários, da autoria da American Petroleum Institute, permitirá avaliar parte do impacto.

INE divulga avaliação bancária das casas em julho

Depois de um máximo de seis anos registado em junho, como evoluiu a avaliação bancária casas em julho? O Instituto Nacional de Estatística responde a esta questão esta terça-feira. No destaque anterior, o INE revelou que, em junho, o preço do metro quadrado foi de 1.112 euros, em média, a nível nacional, o que corresponde à fasquia mais elevada desde julho de 2011. Este ano esta avaliação só caiu em março.

Quanto emprestou a banca no verão?

O Banco de Portugal divulga esta terça-feira as estatísticas de empréstimos concedidos pelo setor financeiro em julho. O último boletim disponível, relativo a junho, revelava que quatro em cada 10 euros de crédito ao consumo foram para comprar carro. O novo crédito concedido aos consumidores aumentou mais de 11% no primeiro semestre do ano. A concessão de novo crédito a tendência de crescimento que se verifica desde 2014.

Teixeira Duarte apresenta contas do 1.º semestre

Também a Teixeira Duarte apresenta as contas consolidadas do primeiro semestre de 2017. No primeiro trimestre, os lucros da construtora caíram 40%, queda justificada pelas diferenças cambiais e a constituição de provisões. Ainda assim, o resultado líquido foi de 20,1 milhões de euros. Um trimestre depois, os investidores estão de olhos postos na evolução dos lucros da cotada portuguesa.

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Um dia parado na Autoeuropa são menos 400 carros

  • Marta Santos Silva
  • 29 Agosto 2017

Os trabalhadores da Autoeuropa rejeitam o novo horário que os obrigaria a trabalhar sábados e por isso vão parar a partir das 23h30 de hoje. Para a Autoeuropa, são quatro centenas de carros a menos.

Este é o T-Roc, o novo modelo que vai ser produzido em Palmela e que vai obrigar a mudar os horários.

É um dia de paralisação: das 23h30 de 29 de agosto até à meia-noite de dia 30. O impacto, para a Autoeuropa, é fácil de calcular: “Fazemos cerca de 400 carros por dia”, resume fonte oficial da empresa ao ECO, pelo que será esse o impacto de um dia de paragem. Porquê esta greve, convocada pelos sindicatos afetos à CGTP?

Para manter os objetivos da Volkswagen para a fábrica, procurava-se um acordo de horários em que os trabalhadores da Autoeuropa trabalhassem aos sábados, com uma folga semanal rotativa e uma fixa aos domingos, além de passar a haver três turnos diários. Em contrapartida, o acordo de princípio previa um pagamento mensal de 175 euros adicional ao previsto na lei, 25% de subsídio de turno e um dia adicional de férias.

A Comissão de Trabalhadores, que habitualmente representa os funcionários da empresa junto dos dirigentes, chegou a um pré-acordo que acabou chumbado por mais de 70% dos trabalhadores votantes. Resultado? A Comissão de Trabalhadores demitiu-se e os sindicatos afetos à CGTP passaram a representar os trabalhadores.

O que pretendem os sindicalistas? Segundo um dos sindicatos envolvidos, a Fiequimetal, a greve acontece por cinco motivos:

  1. Contra a alteração e agravamento dos horários de trabalho;
  2. contra a obrigatoriedade de trabalhar ao sábado;
  3. pelo direito à conciliação da vida familiar com a vida profissional;
  4. pelo direito a uma vida laboral que preserve a saúde;
  5. [e] por outra solução que salvaguarde os interesses dos trabalhadores.

A paralisação da empresa por pouco mais de 24 horas vai acabar por custar cerca de 400 carros a uma fábrica que foi a escolhida para fazer o novo modelo T-Roc.

Rogério Silva, representante da Fiequimetal, disse ao ECO que tem grandes expectativas para esta quarta-feira. “Esperamos que seja uma boa greve”, afirmou. “Mostrou-se uma grande coesão e determinação dos trabalhadores no sentido de levar por diante aquelas que são as suas exigências”.

Eduardo Florindo, do sindicato Site-Sul, explicou ao ECO que as conclusões do plenário de trabalhadores desta segunda-feira vão ser entregues hoje, terça, aos dirigentes da Autoeuropa. “A partir daí vamos ver se vamos reunir com eles”, disse, pondo de parte que a reunião ocorresse antes da greve ou viesse a impedi-la. “Os trabalhadores foram muito participativos” nos dois plenários de segunda, explicou. O trabalho aos sábados é o principal fator que mobiliza os colaboradores da Autoeuropa. “É complicado, porque mexe com a vida social e traz mesmo problemas de saúde”, argumentou.

O que acontece agora? Para já, o pré-acordo negociado com a Comissão de Trabalhadores demissionária e que foi rejeitado em referendo não entra em vigor. A sua entrada em vigor só estava planeada para a partir de novembro numa secção da fábrica, e a partir de fevereiro de 2018 em toda a fábrica. “Por isso é que o administrador diz que as questões têm de estar resolvidas até ao final de outubro”.

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NOS defende que visitas de trabalho “são uma prática lícita”

A NOS, em comunicado enviado ao ECO, confirma o pagamento de viagens à China a 14 pessoas, sendo 5 delas colaboradores da empresa. Mas sugere que as regras em vigor na empresa foram violadas.

O ECO noticiou, esta segunda-feira, que foi a NOS a pagar a viagem a altos cargos do Estado que foram à China, entre os quais cinco funcionários da empresa Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

A viagem foi na companhia Emirates, em classe económica, e decorreu entre os dias 2 e 15 de junho de 2015. Os 14 convidados da Nos partiram de Lisboa no dia 2, chegaram ao Dubai na madrugada de 3 e aterraram em Hong Kong nesse mesmo dia, durante a tarde.

A operadora NOS, em comunicado enviado ao ECO, defende que a “organização de visitas de trabalho com convidados, cujas funções estejam relacionadas, com o objetivo de partilhar conhecimento, competências e planos de desenvolvimento tecnológico é uma prática empresarial comum e lícita”.

“Essa é uma forma sobejamente utilizada para conhecer as melhores práticas e as soluções mais avançadas que possam dar resposta às necessidades de empresas e instituições, em particular em indústrias tecnológicas”, reforça a empresa.

Regras em vigor na NOS não foram seguidas

No mesmo documento, a NOS afirma que a a política e as regras em vigor na operadora, “não preveem a possibilidade da empresa suportar, mesmo que parcialmente, custos de deslocações que não os dos seus próprios colaboradores”.

E agora? “Perante isto”, a Comissão Executiva da NOS revela que “decidiu apurar internamente o enquadramento e detalhe de um eventual envolvimento da empresa na referida viagem”.

Face aos dados entretanto apurados internamente, e depois da notícia do ECO, a NOS “confirma que, em junho de 2015, colaboradores da empresa participaram, numa viagem de trabalho a Zhang Zhou e Shenzehen”.

A visita teve como único objetivo partilhar com os participantes conhecimento e melhores práticas na área da saúde. Do programa constou uma visita ao hospital de Zhang Zhou, considerado uma referência internacional, e à sede da Huawei em Shenzhen onde foram organizados vários workshops sobre as mais recentes inovações tecnológicas na área da saúde”.

No final da comunicação, a empresa confirma também “a existência de um pagamento das viagens aéreas da referida visita a um total de 14 pessoas, sendo 5 dessas, colaboradores da empresa. O enquadramento deste pagamento encontra-se ainda a ser apurado”, remata.

Os quadros da SPMS envolvidos nesta polémica já colocaram, entretanto, os lugares à disposição. Em comunicado, o Ministério da Saúde adiantou esta segunda-feira que os dirigentes do SPMS, “em particular” o presidente e vogal do Conselho de Administração, colocaram à disposição os respetivos lugares”.

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Coreia do Norte dispara projétil em direção ao Mar do Japão

  • Lusa
  • 28 Agosto 2017

A Coreia do Norte disparou um objeto, aparentemente um míssil, em direção ao Mar do Japão, indicaram os militares sul-coreanos.

A Coreia do Norte disparou esta segunda-feira um objeto, aparentemente um míssil, em direção ao Mar do Japão, indicaram os militares sul-coreanos.

Um “projétil não identificado” foi disparado de Pyongyang na madrugada de terça-feira, cerca das 05:57 locais (21:57 de segunda-feira, em Lisboa), segundo o Estado-Maior das Forças Armadas da Coreia do Sul.

A agência noticiosa japonesa, Kyodo, adiantou, por seu lado, que o projétil parece ter passado por cima do Japão.

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Bolsas fecham mistas. Petróleo cai mais de 2%

As seguradoras foram as cotadas que mais desvalorizaram por causa da tempestade tropical no Texas. As petrolíferas com refinarias situadas longe da zona afetada colheram os benefícios.

O preço da gasolina subiu nos Estados Unidos para um máximo de dois anos, mas o preço do barril de petróleo está a cair mais de 2% em Nova Iorque. Em causa está a chegada da tempestade tropical Harvey à cidade de Houston, onde estão as principais refinarias norte-americanas. Wall Street fechou misto com a queda do Dow Jones, mas com subidas do Nasdaq e do S&P 500.

O barril norte-americano (WTI, West Texas Intermediate) está a cair para os 46 dólares com uma desvalorização de 2,5%. Já Wall Street fechou sem rumo definido. O Nasdaq valorizou 0,28% para os 6.283,02 pontos e o S&P 500 subiu 0,05% para os 2.444,24 pontos. Em terreno negativo ficou o Dow Jones com uma desvalorização de 0,02% para os 21.808,40 pontos.

O Harvey — o furacão mais forte a atingir os Estados Unidos desde 2005 — chegou na sexta-feira ao Texas e tem feito estragos. Mais de 10% da capacidade de produção de barris de petróleo ficou condicionada esta segunda-feira na costa do Texas, segundo a Bloomberg. Segundo a Market Watch, a Exxon Mobil já fechou a refinaria de Baytown, a segunda maior do país, num subúrbio da cidade de Houston. Já a Royal Dutch Shell parou a produção em Deer Park, uma planta no Texas.

Os combustíveis subiram mais de 6% nos mercados, depois de a tempestade ter obrigado ao encerramento de oleodutos, o que limitou a chegada do crude ao Texas e deixou o porto de Nova Iorque sem gasolina. As ações da Exxon Mobil, por exemplo, caíram 1,11% para os 63,8 dólares por título. As seguradoras foram as cotadas mais castigadas: a Travelers caiu 2,6% e a Progressive 2,3%, segundo a Bloomberg. Por outro lado, quem colheu os benefícios foram as empresas com refinarias longe do Texas: a Delek US Holdings, a HollyFrontier e a PBF Energy valorizaram mais de 6%.

Entre os dados económicos revelados esta segunda-feira esteve o défice comercial. O Departamento do Comércio revelou que o saldo do comércio de bens — sem contar com os serviços — baixou 1,8% para os 65,1 mil milhões de dólares em julho. As exportações caíram a um passo mais acelerado do que as importações. Para trás fica o encontro de Jackson Hole onde Yellen deixou avisos.

Na política interna, Donald Trump viu mais conselheiros abandonarem o seu cargo. “Atenção insuficiente às crescentes ameaças” e sistemas de defesa “pré-11 de setembro” levaram oito conselheiros a abandonar o Conselho de Infraestruturas. Em causa estará a abordagem da Administração Trump a assuntos tão sensíveis como a cibersegurança, os protestos de Charlottesville e o Acordo de Paris. Já Kim Jong-un ameaçou “afundar todo o território” dos EUA.

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Facebook lança no Brasil primeiro centro de formação a nível mundial

  • Lusa
  • 28 Agosto 2017

O Facebook lançou em São Paulo a Estação Hack, o seu primeiro centro de inovação a nível mundial, com o qual procura formar programadores e impulsionar empreendedores no Brasil.

O Facebook lançou hoje em São Paulo a Estação Hack, o seu primeiro centro de inovação a nível mundial, com o qual procura formar programadores e impulsionar empreendedores no Brasil.

Neste país, o défice de profissionais qualificados em áreas de tecnologia vai superar as 160 mil pessoas em 2019.

A iniciativa, pioneira no mundo, tem como objetivo desenvolver o “ecossistema económico e tecnológico” no Brasil, onde 120 milhões de pessoas acedem mensalmente ao Facebook.

O vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Dzodan, assegurou hoje que a tecnologia oferece “oportunidades” aos jovens brasileiros e pode ajudar “a desenvolver negócios” e fomentar a criação de emprego.

O projeto vai oferecer bolsas a mais de 7.400 jovens para a formação de talentos na área tecnológica, especialmente no campo da programação, e para impulsionar a inovação no Brasil, o Facebook assinou acordos com diferentes empresas e instituições, incluindo a Fundação Getúlio Vargas.

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Valorização da Oi dá lucro de 62 milhões de euros à Pharol

Empresa de Luís Palha da Silva registou um resultado líquido positivo de 61,8 milhões de euros no primeiro semestre, assente na valorização do investimento na operadora Oi. E continua a cortar custos.

O vento soprou de feição para a Pharol. No primeiro semestre do ano, a antiga holding da Portugal Telecom conseguiu um resultado líquido positivo de 61,8 milhões de euros. O valor compara com os 8,26 milhões de euros de prejuízo que a empresa registou no mesmo período do ano passado — prejuízo de 65,88 milhões no primeiro trimestre e lucro de 57,62 milhões no segundo.

A suportar o resultado positivo está a valorização da operadora brasileira Oi, da qual a Pharol é a principal acionista, com mais de 27% do capital. Num comunicado, a empresa confirma que o resultado reflete “a valorização do investimento na Oi alavancado pelo incremento da capitalização bolsista”, bem como o “ganho de 700 mil euros na valorização da opção de compra das ações da Oi”, apesar de uma das tranches ter expirado no final de março.

A empresa de Luís Palha da Silva continua também a cortar nos gastos operacionais, que caíram 20% em termos homólogos. Os custos operacionais fixaram-se, assim, nos 2,6 milhões de euros, contra 3,3 milhões no primeiro semestre do ano passado. Já o EBITDA — isto é, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — fixou-se em 2,6 milhões de euros negativos.

A Pharol mantém também a perspetiva de reaver apenas 9,56% do investimento de 897 milhões de euros em instrumentos de dívida da Rio Forte, uma sociedade do Grupo Espírito Santo (GES). Ou seja, desse investimento tido como ruinoso, a Pharol ainda espera conseguir pelo menos 85,8 milhões de euros.

Esta leva de resultados da empresa, que já só os apresenta semestralmente, surge numa altura crítica para o plano de recuperação judicial da Oi, cuja participação é o único ativo que a Pharol gere. Como o ECO noticiou, a data da assembleia geral de credores foi marcada para 9 de outubro. Em causa, uma dívida global de cerca de 18 mil milhões de euros, num total de mais de 55.000 credores.

Um semestre “francamente animador”

“A recuperação judicial da Oi poderá estar perto da sua concretização; encontros entre os diversos stakeholders têm vindo a confirmar que a flexibilidade de todos é, neste momento, obrigatória”, avançou Luís Palha da Silva, presidente executivo, no comunicado de apresentação de resultados enviado à CMVM.

Quanto aos números, o gestor fala num “semestre francamente animador”. “Os esforços de contenção de custos mantêm-se e o progresso no primeiro semestre de 2017 foi francamente animador”, disse.

E acrescenta: “Apesar do insucesso de alguns passos dados nas instâncias judiciais no Luxemburgo visando maior celeridade e transparência do processo de falência da Rio Forte, a Pharol considera que houve esclarecimentos que se podem revelar muito positivos no relacionamento com os administradores judiciais.”

(Notícia atualizada às 20h32 com mais informação)

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Martifer passa de prejuízo a lucro de 5,7 milhões de euros no primeiro semestre

  • Lusa
  • 28 Agosto 2017

A Martifer destacou a participação no Hospital Metropolitano de Midland, na remodelação do centro comercial Al Faisaliah e na construção de draga de sucção (um tipo de navio) à West Sea.

O resultado líquido da Martifer nos primeiros seis meses do ano ascendeu a 5,7 milhões de euros, quando tinha tido um prejuízo de 3,2 milhões de euros no período homólogo de 2016, anunciou o grupo esta segunda-feira.

A Martifer dá conta da “melhoria significativa” do resultado líquido no relatório e contas divulgado através do portal da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), revelando que os proveitos operacionais se fixaram em 96,5 milhões de euros, menos 10% do que em igual período do ano passado. Já o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) baixou de 4,4 milhões de euros em junho de 2016 para 3 milhões de euros em junho último (-33%).

Na base do lucro obtido pela Martifer estão os resultados financeiros, que passaram de apenas 100 mil euros nos primeiros seis meses de 2016 para 18,5 milhões de euros no final do primeiro semestre. Já os resultados antes de impostos passaram de 1,8 milhões de euros negativos (junho de 2016) para 5,9 milhões de euros (junho de 2017).

A companhia realçou ainda a redução da dívida líquida em 29 milhões de euros face a dezembro de 2016 para 207 milhões de euros. A carteira de encomendas na construção metálica e indústria naval subiu para 292 milhões de euros, com o valor do investimento em ativos fixos tangíveis e intangíveis no primeiro semestre a fixar-se nos 1,1 milhões de euros.

A Martifer assinalou os principais acontecimentos da sua atividade no primeiro semestre no relatório divulgado esta segunda-feira, destacando a participação no novo Hospital Metropolitano de Midland (Reino Unido), na remodelação do centro comercial Al Faisaliah (Arábia Saudita) e na adjudicação da construção de draga de sucção (um tipo de navio) à West Sea.

A empresa apontou ainda a entrega dos navios-hotel Douro Elegance e Douro Serenity, a montagem do pavilhão multiusos da Universidade de Dammam (Arábia Saudita) e a construção e desenvolvimento dos parques eólicos de Moimenta, Sernancelhe, Três Marcos e Vale do Chão.

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Saúde assinou onze contratos com a NOS desde as viagens à China

Os contratos, a maioria por ajuste direto, tem um valor global de 400 mil euros. Antes das viagens, só há registo de um contrato entre a Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e a NOS.

Desde que a NOS pagou a viagem à China a cinco altos quadros da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), em junho de 2015, esta empresa pública já celebrou onze contratos com a operadora, num valor global que ultrapassa os 400 mil euros.

Esta relação comercial é uma informação que pode ser relevante para a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que está a apurar quais foram as empresas privadas que pagaram estas viagens a quadros do Estado.

Os dados constam do portal Base, que reúne os contratos celebrados por entidades públicas. O contrato com o valor mais elevado foi celebrado a 31 de maio deste ano, para a “aquisição de serviços de interactive voice response e comunicações de apoio ao serviço de call center do centro de suporto da SPMS”. Por estes serviços, a SPMS pagou à NOS 116.664 euros.

A maioria dos contratos celebrados entre estas duas entidades está relacionada com serviços para o centro de dados da SPMS e, regra geral, foram por ajuste direto. Feitas as contas aos documentos consultados pelo ECO, desde junho de 2015, a SPMS pagou à NOS 408.181 euros.

A polémica estalou este fim de semana, quando o Expresso noticiou que uma empresa parceira da Huawei pagou viagens a cinco altos quadros da SPMS: Rui Gomes, da Direção de Sistemas de Informação; Nuno Lucas, do departamento de Comunicações, Infraestruturas, Produção e Segurança; Rute Belchior, da Direção de Compras Transversais; Ana Maurício d’Avó, responsável de Comunicação e Relações Públicas; e Artur Trindade Mimoso, vogal executivo do conselho de administração da SPMS.

Já esta segunda-feira, o ECO apurou que a empresa que pagou estas viagens foi a NOS. O caso ganha, assim, mais relevância, já que, para além de este “presente” aos quadros do Estado ultrapassar o teto de 150 euros estabelecido no código de conduta para cargos políticos e gestores públicos, a NOS tem relações comerciais com a SPMS. É de referir que estas relações já existiam antes destas viagens, mas não com esta dimensão. Com data anterior a estas viagens à China, o portal Base só tem registado um contrato celebrado entre a SPMS e a NOS, no valor de 41 mil euros, em julho de 2014.

Por esta viagem, que envolveu 14 convidados — além dos cinco quadros da SPMS, foram também convidados representantes dos maiores grupos nacionais privados de saúde –, a NOS pagou uma fatura de 12.516 euros.

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Putin proíbe importações, Danone move 5 mil vacas para a Sibéria

  • Juliana Nogueira Santos
  • 28 Agosto 2017

Com os preços do leite a escalarem, a Danone não viu outra saída senão mudar uma manada para a Sibéria. As 5 mil vacas vão viajar mais de 4,5 mil quilómetros.

Há um velho provérbio que dita: “Se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé.” No caso da Danone, Maomé é a Rússia e a montanha são as suas vacas leiteiras. No princípio do mês, o Governo russo proibiu a importação de vários produtos alimentares, incluindo fruta, vegetais e laticínios. Com os preços do leite a dispararem, a Danone vai mudar 5.000 vacas para território russo, para tentar colmatar o problema.

“Os preços do leite têm subido exponencialmente”, afirmou à Bloomberg, Charlie Cappetti, responsável da unidade russa da Danone. “Isso põe produtos como os iogurtes sob pressão”. As vacas leiteiras vão viajar 4.500 quilómetros, atravessando a Holanda e a Alemanha, encontrando a sua nova casa em Tyumen, na Sibéria.

Este investimento foi uma novidade para a produtora francesa, que habitualmente não se foca no setor primário. Primeiro, a empresa teve de comprar uma quinta de 60 hectares, só para depois mover para lá a manada. O último carregamento de migrantes chegará à Sibéria em setembro, para depois se adaptarem às temperaturas e começarem a produção em maio.

“Esperamos que a inflação do leite russo abrande no próximo ano”, afirmou Cappetti. A subida de preços também foi sentida pelos produtores russos, mas de uma forma positiva. Com os laticínios internacionais a ficarem presos na fronteira, abre-se agora uma nova oportunidade a estes de prosperarem num mercado cheio de parmesão e camembert.

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Trump não foi a Jackson Hole mas esteve bem presente

Faltaram palavras sobre a retirada dos estímulos, mas tanto Draghi como Yellen deixaram mensagens importantes acerca dos riscos da economia. Donald Trump foi um ausente-presente.

Mario Draghi (BCE), Janet Yellen (Fed) e Haruhiko Kuroda (Banco do Japão) reunidos no retiro de montanha de Jackson Hole, nos Wyoming, EUA.Paul Morris/Bloomberg

A política monetária ficou de lado dos discursos dos líderes dos principais bancos centrais mundiais em Jackson Hole, Wyoming, tal como já era esperado, mas foram várias as mensagens que Mario Draghi (Banco Central Europeu), Janet Yellen (Reserva Federal norte-americana) e outros líderes quiseram transmitir no simpósio económico do passado fim de semana. Se os investidores ainda esperavam por um pequeno sinal acerca da retirada dos estímulos na Zona Euro ou EUA, essas expectativas foram defraudadas.

“Alguns de vós voaram 10, 15 horas para chegar aqui, e têm estado sentados sem ouvir qualquer palavra sobre política monetária”, brincava Jason Furman, antigo conselheiro de Barack Obama, citado pelo The New York Times.

Na verdade, foram poucas as palavras acerca das ações dos bancos centrais nos três dias de conferências, encontros formais e informais, almoços e caminhadas no retiro de montanha de Jackson Hole. Os discursos centraram-se sobretudo nas ameaças ao comércio livre de políticas populistas e protecionistas e ainda na necessidade de manter a regulação financeira que foi implementada após a crise do subprime de 2007. Donald Trump não foi a Jackson Hole, mas o Presidente norte-americano esteve bem presente.

Contra o protecionismo

Num encontro cujo tema era “Promover uma Economia Global Dinâmica”, Mario Draghi não fugiu ao debate. Defendeu que políticas económicas protecionistas podem ameaçar aquilo que os bancos centrais estiveram a suportar nos últimos anos: a retoma económica mundial. “Um elemento central dos esforços para aumentar a produtividade — e criar uma economia global dinâmica — deve envolver respostas a preocupações relativamente à abertura das economias”, referiu o presidente do BCE.

“Um regresso ao protecionismo representa um risco sério para a manutenção do crescimento da produtividade e crescimento potencial na economia global”, disse ainda.

Grande parte das discussões esteve centrada neste tema. Isto depois de um ano em que políticas económicas populistas ganharam ascensão em várias partes do mundo. Mais concretamente, no Reino Unido que há um ano votou a saída da União Europeia e ainda nos EUA, onde Donald Trump tem promovido restrições ao comércio internacional.

"Um regresso ao protecionismo representa um risco sério para a manutenção do crescimento da produtividade e crescimento potencial na economia global.”

Mario Draghi

Presidente do BCE

Manter regulação no sistema financeiro

Na sua intervenção, a presidente da Fed alertou para as alterações que a Administração Trump pretende efetuar na regulação financeira que foi implementada na era Obama na sequência da crise financeira que rebentou nos EUA em 2017. Janet Yellen avisou que uma desregulação significativa poderá ser prejudicial para a economia.

Qualquer ajustamento ao quadro regulatório deverá ser modesto e preservar o aumento da resiliência dos maiores bancos, que está associado às reformas feitas nos últimos anos. (…) Uma maior resiliência sustenta a capacidade dos bancos e outras instituições financeiras de emprestar, apoiando assim o crescimento económico nos bons e maus momentos”, frisou Janet Yellen, num discurso que os analistas consideram que não será bem recebido na Casa Branca.

Em causa está a intenção de reverter a lei que ficou conhecida como Dodd-Frank, criada para evitar um novo colapso no sistema financeiro, igual ao que aconteceu com a crise do subprime, nos EUA. Trump considera que há demasiadas regras impostas aos bancos que limitam a sua capacidade de emprestar dinheiro às empresas e famílias, e pretende aliviar as restrições.

Paul Ashworth, economista-chefe da Capital Economics: “A defesa apaixonada de Yellen do aperto da regulação pós-crise não cairá particularmente bem na Casa Branca”. Isto quando o seu mandato de quatro anos termina no início do próximo ano e Trump já por várias vezes deixou a indicação de que vai haver mudanças na liderança do poderoso banco central americano.

Sobre este ponto, Draghi frisou que “nunca há um bom momento para ter uma regulação relaxada”.

"Qualquer ajustamento ao quadro regulatório deverá ser modesto e preservar o aumento da resiliência dos maiores bancos, que está associado às reformas feitas nos últimos anos. (…) Uma maior resiliência sustenta a capacidade dos bancos e outras instituições financeiras de emprestar, apoiando assim o crescimento económico nos bons e maus momentos.”

Janet Yellen

Presidente da Fed

E o futuro da política monetária na Zona Euro?

Não foram dadas muitas pistas acerca do futuro dos programas de quantitative easing nos EUA e na Zona Euro. E, embora tanto a Fed como o BCE já tenham sinalizado que uma decisão acerca da retirada dos estímulos vai ser tomada em breve, este era um tema que muitos investidores esperavam que fosse abordado no simpósio organizado pela Fed de Kansas.

Numa sessão de perguntas e respostas após o seu discurso na sexta-feira, Mario Draghi não conseguiu escapar ao assunto. Disse que os esforços do BCE na recuperação da economia do bloco da moeda única resultaram, mas ainda não foram suficientes para sustentar os preços. “A convergência da inflação na Zona Euro ainda não é sustentável” e, por isso, “é necessário manter um elevado grau de acomodação monetária”, declarou o presidente do BCE. E sobre o programa de compra de ativos? “Tem sido bem sucedido porque a retoma… está a ganhar tração”, indicou.

Palavras que surgem numa altura de alguma expectativa em relação ao plano de aquisição de dívida pública, que deverá conhecer novo rumo agora no outono. Em Jackson Hole, Draghi frisou que há fatores que estão a atrasar o crescimento mais célere, nomeadamente os salários. Para já, o seu discurso vai tendo impacto no mercado cambial, onde o euro volta a apreciar contra o dólar depois de não ter abordado a questão da valorização excessiva da moeda única.

Yellen quase não falou do atual estado da maior economia do mundo. E Haruhiko Kuroda, presidente do Banco do Japão, disse em entrevista à Bloomberg o mesmo que havia dito há dois meses em Sintra: o banco nipónico vai continuar com uma política expansionista durante algum tempo porque a inflação continua a ser uma ameaça.

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