Empresas do norte foram as “mais resilientes” durante a crise

  • Lusa
  • 24 Julho 2017

As empresas do norte não só conseguiram melhores resultados durante a crise, sendo responsáveis por metade do crescimento nacional, como agora se destacam na produtividade.

As empresas do Norte apresentaram o melhor desempenho económico a nível nacional entre 2008 e 2015, tendo-se mostrado as “mais resilientes” durante a crise e aquelas que asseguraram o crescimento em Portugal, conclui o relatório Norte Estrutura divulgado esta segunda-feira. O mesmo relatório alerta, contudo, para o crescente envelhecimento da população na região.

Nos períodos recessivos, mostraram-se as mais resilientes e, na fase de recuperação económica, foram o motor do crescimento empresarial em Portugal num conjunto de indicadores, em particular no pessoal ao serviço, no valor acrescentado bruto, no volume de negócios, nos gastos com o pessoal e na produtividade do trabalho”, pode ler-se no documento elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

Segundo o relatório, que identifica as tendências que marcam a evolução económica na região a médio longo prazo, “a proporção de sociedades da região do Norte no total nacional cresceu de 32,2% para 34,0% entre 2008 e 2015, um aumento que se traduziu em mais 7.925 sociedades na região do Norte e mais 3.996 em Portugal”.

“Depois do choque externo que ocorreu entre 2007 e 2008, a evolução que se seguiu até 2015 mostrou que as sociedades com sede na região do Norte foram mais resilientes do que as de Portugal no seu todo”, sustenta o relatório segundo o qual, no período de recuperação económica do país, as empresas do Norte “tiveram um melhor desempenho”.

No geral, diz o relatório que “o Norte voltou a contribuir com cerca de metade do crescimento no contexto nacional entre 2012 e 2015”, período durante o qual “a produtividade aparente do trabalho (…) cresceu cerca de três vezes mais na região do que em Portugal”.

“O dinamismo da economia empresarial da região do Norte foi, decisivamente, um pilar fundamental para o crescimento da economia no contexto nacional”, destaca a CCDR-N, realçando que “a prova disso foi a retoma que, entretanto, aconteceu nos indicadores de produção, de competitividade, de rendimento, de rendibilidade”.

Numa análise setorial, o setor das indústrias transformadoras mostrou-se, em 2015, como “o mais importante”, contando com 341.536 pessoas ao serviço das sociedades do Norte, correspondendo a 37,1% do total das atividades económicas, enquanto o comércio empregava 195.869 indivíduos (21,3%) e a construção 102.826 (11,2%).

Em conclusão, entre 2012 e 2015, na região do Norte, o volume de negócios aumentou 7,8%, os gastos com o pessoal cresceram 9,6%, as remunerações por trabalhador subiram 3,7% e a produtividade aparente do trabalho aumentou 10,0%. A evolução da situação patrimonial e financeira das sociedades nesse período mostrou que os capitais próprios do Norte aumentaram 23,5%, por sociedade, traduzindo-se num aumento da autonomia financeira de 31,9% para 38,0%.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no período entre 2012 e 2015, “as sociedades da região do Norte recuperaram parcialmente o emprego perdido, com mais 57.281 pessoas ao serviço (+6,6%), um valor que confronta com mais 112.718 (+4,4%) em Portugal”. Já em termos de volume de negócios, no mesmo período as empresas do Norte entraram numa “trajetória de recuperação”, registando um aumento de 6.462 milhões de euros (+7,8%).

Empresas competitivas, mas a população regista perdas

Contudo, a evolução positiva da economia não foi suficiente para conquistar a população. A região Norte de Portugal perdeu, entre 2006 e 2016, mais de 135 mil habitantes, sendo que o saldo migratório negativo explica cerca de 83,3% desta perda populacional, conclui o relatório Norte Estrutura. Este valor foi “particularmente acentuado” entre 2012 e 2014, em que a região perdeu “cerca de 16 mil residentes por ano, em termos médios”.

O declínio demográfico é uma tendência que tem vindo a generalizar-se a praticamente todo o território da região do Norte”, pode ler-se no documento elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N). Segundo o relatório, que identifica as tendências que marcam a evolução económica na região a médio longo prazo, “a população residente da região do Norte atingiu o seu valor máximo em 2006, quase estabilizou em 2007 e diminuiu de forma mais acentuada desde então”.

Por sub-regiões, os números apontam para quatro – Cávado, Ave, Área Metropolitana do Porto e Tâmega e Sousa – cuja população apresentou, ao longo da década, uma taxa média anual de crescimento natural positiva, “embora com valores muito pouco expressivos”. Juntando as componentes natural e migratória, o estudo identificou nove municípios com crescimento efetivo da população entre 2006 e 2016, nomeadamente: cinco da Área Metropolitana do Porto (Maia, Valongo, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia e Matosinhos); também o concelho de Braga; e ainda três municípios que formam um contínuo territorial divido entre o Tâmega e Sousa e o Ave (Paços de Ferreira, Vizela e Lousada).

Como resultado da dinâmica populacional regressiva, o Norte “apresenta-se com uma população crescentemente envelhecida” e, em 2016, residiam na região, em média, 146,4 pessoas com 65 ou mais anos por cada 100 jovens com menos de 15 anos de idade (valor que compara com 150,9 ao nível nacional) e apenas as regiões do Alentejo e do Centro contam com uma população mais envelhecida do que o Norte.

 

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Anacom: Operadoras obrigadas a aceitar rescisões ou a baixar preços

Principais empresas de telecomunicações obrigadas pela Anacom a aceitarem rescisões por justa causa ou a baixarem os preços. Operadoras vão cumprir, mas sob protesto.

A Anacom vai obrigar a Meo, a Nos, a Vodafone e a Nowo a aceitarem rescisões contratuais sem quaisquer encargos para os clientes fidelizados, na sequência da atualização de preços realizada nos últimos meses do ano passado. Em alternativa, as operadoras podem optar por voltar às condições vigentes antes dessa atualização, medidas que, em ambos os casos, deverão afetar milhares de clientes.

O regulador já tinha alertado para esta situação no final de março, como noticiou o ECO na altura. Agora, a Anacom confirma estas medidas corretivas: “Os operadores de telecomunicações que procederam a alterações contratuais, sobretudo aumentos de preços (…) sem terem avisado os seus clientes desses aumentos e da possibilidade de rescindirem os contratos sem encargos, deverão agora avisá-los de que têm o direito a rescindir os contratos, sem quaisquer custos ou, em alternativa, poderão recuperar as mesmas condições que tinham antes das alterações”, lê-se numa nota enviada às redações.

Operadoras cumprem, mas sob protesto

O ECO pediu reações às quatro operadoras e questionou qual das duas vias irá cada uma escolher. Em resposta, a Nos avançou que “não concorda com esta deliberação, que considera injustificada”, mas acrescentou que “cumprirá, como sempre, as indicações inerentes à decisão do regulador”.

Fonte oficial da Vodafone disse que a operadora “não procedeu a aumentos de preços em contratos com períodos de fidelização a decorrer” e que “não se revê nesta decisão”. “Em relação a outras alterações contratuais, a Vodafone entende que as mesmas foram comunicadas de forma adequada, de acordo com requisitos legais. Ainda assim, a Vodafone está a analisar o teor desta decisão”, referiu a mesma fonte.

“A Nowo informa que irá cumprir as indicações inerentes à decisão da Anacom e está neste momento a avaliar as opções”, disse, por sua vez, fonte oficial da antiga Cabovisão.

A Meo ainda não respondeu.

O que está em causa?

Todos os anos as operadoras costumam ajustar os preços de retalho ao nível da inflação. Contudo, 2016 foi um ano diferente neste aspeto, na medida em que houve, não uma, mas duas atualizações de preços. A Meo foi a primeira a admitir que esse aumento era necessário devido ao acordo de partilha de direitos televisivos do futebol, depois de as principais operadoras terem gastado quantias milionárias na ordem dos três dígitos com a exclusividade de direitos dos três principais clubes, acabando por chegar a um acordo para a partilha dos mesmos.

Logo em agosto do ano passado, a Vodafone aumentou o preço do pacote de internet, voz e TV de 26,9 para 28,9 euros, uma subida de 7,43%. Seguiu-se a Meo, aumentando preços numa média de 2,5%. A Nos aumentou preços do serviço Iris, com um aumento de 4,65%. A Nowo (ex-Cabovisão) também atualizou os preços, mas contactada pelo ECO na altura, optou por não fazer “comentários sobre este tema em particular”.

Decisão da Anacom abrange “todos os assinantes” sujeitos a fidelização

O problema para a Anacom não foi as operadoras terem aumentado preços (a Anacom não regula preços de retalho). Foi sim o facto de o terem feito sem avisar os clientes fidelizados da hipótese de acabarem com os contratos sem terem de pagar por isso. Esta obrigatoriedade foi introduzida com a chamada nova lei das fidelizações, que entrou em vigor em meados de junho de 2016, pouco antes dos aumentos de preços aqui em causa.

No comunicado, a entidade liderada por Fátima Barros explica que “as medidas corretivas impostas pela Anacom abrangem todos os assinantes que à data das alterações estavam sujeitos a períodos de fidelização ou outras obrigações de permanência nos contratos e que ainda se mantêm no mesmo contrato, com a mesma fidelização ou o mesmo compromisso de permanência no contrato”.

No caso de estas empresas decidirem dar a hipótese de rescindir contratos, terão de avisar os clientes no prazo de 30 dias úteis, de uma forma sujeita à aprovação prévia do regulador. Caso optem pela manutenção dos preços anteriores, terão de o fazer no prazo máximo de 30 dias úteis, e avisar os clientes afetados no prazo de 20 dias úteis.

“As medidas corretivas agora definidas em decisão final foram impostas a quatro empresas (Meo, Nos, Nowo e Vodafone), depois de a Anacom ter investigado os procedimentos adotados por elas, na sequência da apresentação de um número significativo de reclamações por parte dos consumidores. Releva-se que as situações detetadas não foram coincidentes entre os quatro operadores, quer quanto aos procedimentos adotados, quer quanto ao número de clientes afetados, quer quanto ao tipo de serviços contratados”, conclui a Anacom.

Entretanto, o gabinete do ministro da Economia confirmou, numa nota enviada à comunicação social, que “a Direção-Geral do Consumidor transmitiu em dezembro passado à Ancom a preocupação com um número crescente de reclamações sobre a matéria ora objeto de decisão, e dirigiu a um conjunto de operadoras de comunicações eletrónicas pedidos de esclarecimentos e posteriormente uma recomendação sobre a necessidade de cumprimento da Lei das Comunicações Eletrónicas e do respeito pelos direitos dos consumidores”.

(Notícia atualizada às 19h53 com comunicado do ministério da Economia)

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Portugal já pagou mais 1.700 milhões ao FMI

Portugal voltou a reembolsar antecipadamente o empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em julho, o país devolveu mais 1.700 milhões de euros ao Fundo, de acordo com o IGCP.

Portugal voltou a reembolsar antecipadamente o empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em julho, o país devolveu mais 1.700 milhões de euros ao Fundo, de acordo com o IGCP. Isto depois de em junho ter efetuado um pagamento de 1.000 milhões de euros.

Segundo o boletim mensal do mês de julho, “o IGCP concretizou em junho e julho dois reembolsos antecipados do empréstimo FMI no montante de SDR 810 milhões e SDR 1.447 milhões, respetivamente, elevando a percentagem paga para 60% do empréstimo total inicial do FMI“.

O ECO contactou o IGCP que confirmou o novo reembolso efetuado a 14 de julho. Dado que foram amortizados 1.447 milhões em SDR (direitos especiais de saque, o instrumento monetário internacional criado pelo FMI) e que nesse dia a taxa de câmbio com o euro era de 1,21811, o valor reembolsado ao FMI foi de 1.762 milhões de euros.

“Estes reembolsos correspondem a amortizações de capital que originalmente eram devidas entre junho de 2019 e março de 2020”, informa ainda a agência que gere a dívida pública.

Contas feitas, de acordo com o previsto pelo Governo, o IGCP deverá proceder a novo reembolso antecipado de cerca de 850 milhões de euros até final do próximo mês, no sentido de completar o objetivo de devolver um montante global de 2.600 milhões entre julho e agosto.

Portugal tem vindo a reembolsar mais rapidamente do que o previsto os empréstimos obtidos juntos do FMI na altura do resgate, numa estratégia que visa trocar os juros elevados cobrados pelo fundo liderado por Christine Lagarde pelas melhores condições de financiamento que tem encontrado nos mercados financeiros.

No leilão de obrigações com maturidade a 28 anos realizado a 12 de julho, o Tesouro português colocou 315 milhões de euros a um juro abaixo de 4%, alcançando uma taxa inferior à que paga atualmente pelo empréstimo do FMI.

(Notícia atualizada às 19h)

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Há menos penny stocks na nossa bolsa. E mais ações “caras”

As ações do PSI-20 estão mais caras. Há menos penny stocks portuguesas e cinco títulos apresentam-se com um valor nominal supera os dez euros. E isso é bom e mau ao mesmo tempo.

O que têm em comum Jerónimo Martins, Semapa, Galp, Corticeira Amorim e Ibersol? São empresas que se apresentam na principal montra portuguesa com títulos cotados acima de dez euros. Não há muito tempo o PSI-20 estava carregado com penny stocks. Mas agora o destaque na bolsa são ações com elevado valor nominal. E isso é bom e mau ao mesmo tempo.

Penny stocks são ações cujo valor está abaixo do euro. São ações “baratas” que potenciam a liquidez no mercado. O que é bom para os pequenos investidores. Mas, do outro lado da moeda, estas ações de baixo valor nominal afastam grandes investidores institucionais e cuja ausência em Lisboa se fez sentir em grande medida nos últimos anos de crise económica e financeira no país — e com impacto na delapidação da mercado bolsista nacional. Em casos como o BCP e Banif, a cotação das ações chegaram inclusivamente à quarta casa decimal tão reduzido que era o preço dos seus títulos.

Títulos com um valor nominal mais elevado podem acabar por influenciar o comportamento dos investidores privados“, refere Albino Oliveira, gestor da Patris Investimentos. “A menor proporção de penny stocks no PSI-20 é positiva para o índice, se considerarmos os investidores institucionais que muitas vezes estão constrangidos na sua capacidade de investir nestes títulos”, no caso do investidor privado, uma menor percentagem de penny stocks reduz a oferta de títulos para day-trading“, sublinha a equipa de research do BiG.

As ações mais caras do PSI-20

Fonte: Bloomberg (valores euros)

Esta circunstância tem pesado, na verdade, no volume de negociação em day-trading na bolsa portuguesa. No primeiro trimestre do ano, o volume de ações trocadas no mesmo dia afundou 15,6% no Euronext Lisbon, segundo as estatísticas da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Ações caras?

É o título mais “caro” do PSI-20. A Jerónimo Martins está atualmente a cotar na casa dos 17,7 euros. Ainda assim, de acordo com o Erste Group, pode valorizar ainda mais nos próximos meses: até aos 20 euros.

A dona do Pingo é um dos cinco títulos com valor nominal acima dos dez euros que atualmente coabitam no PSI-20. São títulos que chamam a atenção dos investidores de peso para a bolsa portuguesa e que olham sobretudo para os fundamentais das empresas cotadas para aferir o nível de atratividade de determinada ação. É aqui que entram indicadores como o Price Earnings Ratio (PER) — rácio do lucro por ação — para avaliar se uma ação está barata ou não.

"A menor proporção de penny stocks no PSI-20 é positiva para o índice, se considerarmos os investidores institucionais que muitas vezes estão ‘constrangidos’ na sua capacidade de investir nestes títulos”, no caso do investidor privado, uma menor percentagem de penny stocks reduz a oferta de títulos para day-trading.”

Equipa de research do BiG

Este rácio lucro por ação é uma ferramenta útil que compara o preço de uma ação, permitindo avaliar quantas vezes o dividendo está refletido na cotação. Ou seja, assumindo que o dividendo se manterá ao longo do tempo, o PER indica quantos anos serão precisos para reaver o dinheiro investido nas ações. Assim, um título com o valor de um euro pode ser mais caro do que outro título cotado nos dez euros se a primeira não distribuir sequer dividendos. Tudo depende da capacidade de gerar lucro para quem detém o título, o acionista.

No PSI-20, as ações que apresentam o PER mais baixo pertencem atualmente à Mota Engil (PER de 7,8) e Sonae (9). Por seu turno, EDP Renováveis e Novabase apresentam os PER mais altos, de 124,1 e 34,6, respetivamente. À luz deste indicador, é mais atrativo investir na construtora e na retalhista do que na empresa de energias renováveis e na tecnológica.

Injeção de liquidez

Para cotadas como a Ibersol e Corticeira Amorim, o elevado valor facial do título poderá estar a revelar-se um mais um empecilho para a criação de liquidez no mercado, dado tratar-se de empresas com baixa capitalização bolsista ou reduzida dispersão de ações no mercado. O caso da empresa que gere franchises na área da restauração como o Burguer King ou Pizza Hut é elucidativo: subiu à principal liga da bolsa em meados de março, mas no mês subsequente pouco negociou.

É difícil de perceber se é o preço de cerca de 17 euros que está a travar a atividade bolsista da Ibersol. Se for, mais complicado ficará se a estimativa do Haitong se concretizar: as ações podem chegar aos 19,5 euros devido ao bom momento económico na Península Ibérica, de acordo com uma nota de research publicada a semana passada.

O requisito da liquidez faz parte das regras da Euronext para uma cotada pertencer ao grupo exclusivo do PSI-20. Com isto, a gestora da bolsa pretende criar condições para a formação de um preço justo dos títulos.

Em teoria, um processo de stock split (de divisão do título por mais títulos) poderia ajudar a tornar as duas cotadas mais atrativas. Mas essa não é a opinião nem de Albino Oliveira nem do BiG. “Para aumentar a liquidez dos títulos, as opções resumem-se à emissão de novas ações (ou seja um aumento de capital) ou à venda da participação de um acionista de referência que distribuiria as suas ações pelo mercado“, diz a equipa de research do BiG.

Albino Oliveira lembra que na Corticeira Amorim, a Amorim International Participations e a Investmarnk Holdings venderam no ano passado um bloco correspondente a 10% do capital do grupo, “o que permitiu aumentar o free float e, consequentemente, a sua liquidez”.

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ISEG: PIB cresce 2,8%. Portugueses consomem mais

  • Lusa
  • 24 Julho 2017

O consumo privado é principal o motor, segundo os economistas do Instituto Superior de Economia e Gestão.

Os economistas do ISEG estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido 2,8% no segundo trimestre deste ano face ao mesmo período do ano passado, mantendo o ritmo de crescimento registado nos primeiros três meses do ano. Uma previsão que reforça a avançada pelo INE.

Na síntese de conjuntura de julho, divulgada esta segunda-feira pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), os analistas referem que o indicador de tendência da atividade global “apresenta valores semelhantes em abril e maio, ligeiramente abaixo do pico de março, mas acima da média do primeiro trimestre”.

Este indicador dá conta de que a procura interna “terá acelerado no segundo trimestre”, já que os principais indicadores, nomeadamente o volume de negócios no comércio a retalho e os serviços e aquisição de automóveis de passageiros “sugerem que o consumo privado tenha crescido, em termos homólogos, bastante mais do que no primeiro trimestre”.

Quanto à Formação Bruta de Capital Fixo, admite-se que o “crescimento se tenha mantido ao nível do trimestre anterior, ainda que tenha variado nas suas componentes“, uma evolução que conjugada com a do consumo privado leva o ISEG a considerar que, “no global, é expectável que o crescimento homólogo da procura interna tenha excedido significativamente o do trimestre anterior”.

Já a evolução da procura externa líquida em abril e maio “é bastante menos favorável do que no primeiro trimestre”, tendo em conta que nestes meses “as exportações de bens e serviços cresceram bastante menos do que as importações e não parece provável que esta diferença possa ter sido totalmente revertida em junho”. Neste sentido, o ISEG antecipa que, “ao contrário do primeiro trimestre”, o contributo da procura externa líquida para o crescimento do PIB “deverá ter sido negativo” no segundo trimestre.

Assim, “espera-se que no segundo trimestre o crescimento do PIB tenha sido de 2,8% em termos homólogos (igual ao do primeiro trimestre) e de 0,3% em relação ao trimestre anterior“. A previsão do ISEG para o crescimento anual do PIB continua a situar-se no intervalo de 2,4% a 2,8% e só será revista em setembro, depois da informação mais detalhada do Instituto Nacional de Estatística sobre o crescimento no segundo trimestre. Entre janeiro e março, o PIB português cresceu 2,8% em termos homólogos e 1% face ao trimestre anterior, segundo o INE.

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Wall Street abre em queda. Encontro da Fed à vista

Os governadores da Reserva Federal decidem esta semana se vão avançar ou não com uma nova subida da taxa de juro. Até lá, a política interna da Casa Branca domina a atualidade.

As bolsas norte-americanas abriram esta segunda-feira em queda. A primeira sessão da semana está a ser marcada pela turbulência política nos Estados Unidos onde continua a incerteza perante as relações da Casa Branca com a Rússia, mas também sobre um novo sistema de saúde que substitua o ObamaCare. A Fed tem encontro marcado esta semana, o que poderá ditar a evolução dos principais índices, assim como a revelação de resultados das gigantes tecnológicas.

O Dow Jones abriu a desvalorizar 0,18% para os 21.540,63 pontos. O S&P 500 e o Nasdaq estão ambos a cair 0,05% para os 2471,26 e para os 6384,98 pontos, respetivamente. As ações da Alphabet — dona da Google, que apresenta resultados esta segunda-feira — abriram a subir 0,14% para os 995,37 dólares.

Esta semana vai ser marcada pelo início do encontro com os governadores da Reserva Federal na terça-feira. Na quarta-feira, Janet Yellen comunica as decisões do conselho que, pelas últimas minutas, será de continuar a aumentar a taxa de juro. Além disso, são várias as gigantes tecnológicas que apresentam resultados: é o caso da Alphabet (dona da Google) esta segunda-feira, mas também da Amazon e do Facebook no final da semana.

A pesar na decisão da Fed estará a evolução da economia. Ao contrário do que inicialmente prometia, os primeiros seis meses de Donald Trump trouxeram desaceleração económica. Quem o diz é o Fundo Monetário Internacional que, além de ter revisto em baixa a subida do PIB em 2017 e 2018 nos EUA, também assinalou a perda de importância da economia norte-americana no mundo. Em vez de os norte-americanos e os britânicos impulsionarem a economia mundial, esse contributo tem sido dado pela China, Japão, Canadá e zona euro.

A turbulência propagou-se ao importante ramo da energia. A OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) está reunida esta segunda-feira na Rússia. Depois do preço do barril ter recuperado, a notícia de que as reservas norte-americanas não param de aumentar levaram a uma queda do preço. Neste início de semana, tanto o Brent como o WTI EUA estão a recuperar com ganhos superiores a 1%.

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Grécia volta a emitir dívida na terça-feira

Após três anos fora dos mercados de dívida, esta terça-feira a Grécia vai emitir obrigações.

A recente história de recuperação da Grécia catapulta o país de volta aos mercados de dívida. A Grécia vai emitir esta terça-feira obrigações a cinco anos.

A Bloomberg avança que as obrigações gregas que serão emitidas esta terça-feira terão uma maturidade de cinco anos, segundo a Bolsa de Atenas. A mesma entidade aconselha ainda no comunicado os detentores de obrigações com cupão de 4,75% e data de vencimento em 2019 a vender estes títulos em troca de numerário.

A venda de obrigações vem colmatar as necessidades de liquidez da economia grega para 2019, que se estima ascenderem aos 19 mil milhões de euros. A Grécia espera que esta emissão de dívida contribua ainda para a saída do programa de resgate a que o país está sujeito até agosto de 2018.

O país foi recentemente proposto pela Comissão Europeia para sair do Procedimento por Défice Excessivo, à semelhança do que aconteceu com Portugal. Na semana passada, o FMI anunciou uma nova ajuda à Grécia, no valor de 1,6 milhões de euros. O objetivo, acordado com os credores, é que estes aliviem a dívida contraída pelo país, aumentando assim a sustentabilidade da mesma.

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Portugueses dizem preferir pagamentos com cartão em vez de dinheiro

  • Lusa
  • 24 Julho 2017

Uma expressiva maioria (68%) dos portugueses prefere pagar com cartões em vez de dinheiro, sendo que 64% das compras quotidianas já são realizadas desta forma virtual, segundo um inquérito da Visa.

O estudo, baseado em 502 questionários através da Internet junto de pessoas entre os 25 e os 55 anos, em dezembro último, refere que as aquisições de bens e serviços do dia a dia são efetuadas em 51% através de cartões de débito e em 13% por cartões de crédito.

58% dos entrevistados afirmam serem portadores de uma menor quantia de dinheiro na carteira (média diária de 21 euros), enquanto que 91% dos inquiridos confirmam nunca sair de casa sem os seus cartões”, lê-se em comunicado.

O documento divulgado pela Visa diz que 80% dos inquiridos “considera como situação ideal a possibilidade de poder pagar com cartão sempre, em qualquer lugar e independentemente do valor, por menor que seja” e outros 29% afirmam “já recorrerem ao pagamento contactless (sem contacto físico do cartão com o terminal de comunicação) nas suas compras”, sendo “os supermercados (70%) e os grandes retalhistas (64%) os estabelecimentos onde esta tecnologia é mais utilizada”.

A multinacional norte-americana Visa é uma empresa de tecnologia de pagamentos que liga consumidores, empresas, instituições financeiras e governos em mais de 200 países e territórios.

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Pedrógão: Primeiro-ministro considera “chocante discussão sobre critérios estatísticos”

"Qualquer vida humana tem um valor absoluto, as tragédias não se medem pelo número de vítimas", disse ainda António Costa. O Ministério Público confirmou a identificação de 64 vítimas.

O primeiro-ministro considera “chocante a discussão sobre critérios estatísticos” relativamente ao número de mortes resultantes do incêndio de Pedrógão Grande, “porque a dimensão daquela tragédia é algo inimaginável”. Já a ministra da Administração Interna garante que “não existe nenhuma lista secreta” de vítimas e mantém o número oficial: 64 mortos.

Os governantes reagiam assim a notícias recentes, que dão conta de números divergentes: o Expresso avançou no sábado que existe uma 65ª vítima, atropelada por um carro que fugiu [acesso pago]. Já o i diz que o número pode ser superior, apontando para a lista de uma empresária, que reúne mais de 80 nomes.

Numa declaração transmitida pela RTP3, António Costa começou por dizer que há um inquérito-crime a decorrer e alertou: “se alguém tem conhecimento de mais alguma vítima, esses dados devem ser obviamente reportados ao inquérito porque tudo deve ser esclarecido”.

“Os números que eu disponho são os números que têm sido públicos por parte das autoridades, se as autoridades vierem a identificar que há mais, elas serão mais”, afirmou o primeiro-ministro, salientando depois: “mas alguém acha que se as vítimas tivessem sido metade daquelas que são conhecidas, a tragédia era menor?” “Qualquer vida humana tem um valor absoluto, as tragédias não se medem pelo número de vítimas”, notou.

Aliás, Costa considera “até chocante a discussão sobre critérios estatísticos, porque a dimensão daquela tragédia é algo inimaginável, horrível” que “choca a todos”.

Também esta segunda-feira, a ministra da Administração Interna garantiu que “não existe nenhuma lista secreta”, apontando para os critérios de apuramento “muito objetivos”: “as pessoas que faleceram numa consequência desse incêndio, seja por inalação de fumos, seja por queimaduras, por exemplo”.

Questionada sobre a divergência de números, Constança Urbano de Sousa, em declarações emitidas pela SIC Notícias, começou por dizer que é preciso saber “se há essa divergência”, salientando que houve equipas multidisciplinares em todas as aldeias e “não houve notícia” de “mortes relacionadas com aquele incêndio”. Acrescentou ainda que a lista “consta de um processo judicial”, do Ministério Público, que o classificou “com segredo de justiça”. “Quem define os critérios” são “as autoridades públicas”, ou seja, o Ministério Público e a Polícia Judiciária, disse, voltando a apontar para 64 mortos.

Já quanto ao pagamento de indemnizações, a ministra salienta que não é o Governo que tem a lista de vítimas mas sim o Ministério Público, indicando depois que o Código do Processo Penal tem uma “norma que permite às seguradoras acedera essa lista para efeitos indemnizatórios”.

PGR confirma 64 vítimas identificadas

O Ministério Público confirmou esta segunda-feira que foram identificadas, até ao momento, 64 vítimas. O esclarecimento surge “face a notícias recentemente vindas a público relativas aos incêndios de Pedrógão Grande e ao respetivo número de vítimas”, explica a Procuradoria-Geral da República em comunicado. A PGR revela ainda que foi instaurado um inquérito distinto para investigar a morte de mais uma vítima por acidente de carro.

Contudo, apesar de confirmar o número de vítimas oficial que tinha sido divulgado há um mês, o Ministério Público diz estar atento ao que tem vindo a público na imprensa. “Todos os elementos ora vindos a público, designadamente através da comunicação social, serão objeto de análise e investigação“, lê-se no comunicado divulgado esta segunda-feira. A investigação está a ser coadjuvada pela diretoria de Coimbra da Polícia Judiciária.

Além disso, a PGR pede a todos os que tenham conhecimento de “quaisquer factos” relacionados com os incêndios de Pedrógão Grande para enviar a informação para o Ministério Público. O comunicado esclarece ainda que o inquérito mantém-se em segredo de justiça, mas que para efeitos de indemnização pode ser requerido o acesso aos autos.

Autarcas defendem divulgação da lista

Os municípios de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos entendem que a lista de vítimas do incêndio de junho deve ser divulgada para serenar as populações, enquanto o autarca de Pedrógão Grande apelou a que “os boateiros” sejam corridos.

“Para serenar as populações, se calhar não era desajustado que se tornasse público ou se compilasse o nome e a relação de todas as pessoas”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, que referiu ainda não ter tido acesso à lista oficial de vítimas.

Também o autarca da Castanheira de Pera, Fernando Lopes, considerou que, “se calhar, o melhor é divulgar a lista” para acalmar as populações, visto que têm corrido várias listas e rumores de mais vítimas mortais nos concelhos mais afetados. Porém, Fernando Lopes recordou que os familiares das vítimas também poderão não estar “disponíveis para autorizar a divulgação”.

Já o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, vincou que as autarquias têm a sua própria lista do conhecimento que têm das pessoas que faleceram. “Eventualmente, poderá aparecer um cadáver aqui ou acolá”, notou, citado pela Lusa, apesar de duvidar que tal tenha acontecido, visto que ninguém se dirigiu à Câmara “a reivindicar a morte ou desaparecimento de fosse quem fosse”.

(notícia atualizada às 15:16)

 

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Endutex compra “A Torre” de Oeiras e cria centro empresarial

  • ECO
  • 24 Julho 2017

As obras do edifício de 13 andares, suspensas em 2013 por falência do proprietário, vão ser retomadas em setembro, bem como a comercialização dos espaços.

A Endutex, produtora nacional de têxteis técnicos, reforçou a aposta no mercado imobiliário, com a aquisição do edifício empresarial conhecido como “A Torre”, em Oeiras. O projeto, um edifício de 13 andares, estava parado há quatro anos e a sua construção será agora concluída pelo grupo têxtil de Santo Tirso, que pagou 7 milhões de euros pela aquisição.

A construção do edifício, com um total de 6.400 metros quadrados e situado perto do centro comercial Oeiras Parque, foi suspensa em 2013, depois da insolvência do antigo proprietário. Agora, as obras serão retomadas em setembro, bem como a comercialização dos espaços do edifício. A empresa prevê que as empresas a entrar no edifício atuem em “negócios ligados a áreas de tecnologia e informática.

A ideia, conta André Ferreira, administrador do grupo Endutex, é criar um “conceito diferenciador” de centro empresarial, que junte trabalho e lazer. “Não pretendemos ser apenas um centro empresarial comum, queremos que as empresas instaladas se sintam em comunidade e possam partilhar ideias e negócios”, diz o responsável, citado em comunicado enviado às redações.

No portefólio de imóveis do grupo Endutex incluem-se o Disctrict Offices and Lifestyle, um centro empresarial no centro do Porto inaugurado em fevereiro, e três unidades hoteleiras da marca Moov, no Porto, em Matosinhos e em Évora. Nos próximos dois anos, o grupo vai ainda abrir mais três hotéis em Lisboa e dois no Brasil.

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INE acusa Marques Mendes de “falsa antecipação” do desemprego

INE reage com indignação às declarações de Marques Mendes sobre o desemprego de maio. Garante que é "materialmente impossível" o conhecimento prévio e lembra: o dado provisório foi revelado há um mês.

No seu comentário semanal deste domingo Marques Mendes disse que o Instituto Nacional de Estatística (INE) se preparava para revelar a taxa de desemprego de maio, no valor de 9,4%. A afirmação foi feita em tom de antecipação, e o INE não gostou. Esta segunda-feira, fonte oficial do organismo de estatísticas enviou um esclarecimento aos jornalistas onde acusa o comentador de uma “falsa antecipação” e onde considera esta atitude “grave.”

“Esta falsa antecipação é grave na medida em que se pode gerar na opinião pública a ideia que Luís Marques Mendes tenha qualquer privilégio de acesso antecipado às estatísticas oficiais do INE, o que não sucede,” lê-se numa nota enviada às redações.

O Senhor Conselheiro de Estado e comentador da SIC, Luís Marques Mendes, não antecipou este resultado do INE. O resultado já tinha sido publicado!

Instituto Nacional de Estatística

Fonte oficial

O INE explica que a 30 de junho, “há quase um mês”, frisa, foi publicado o reporte mensal dos dados do desemprego com a estimativa definitiva da taxa de 9,5% para abril, e a estimativa provisória de 9,4% para maio. Ou seja, “o Senhor Conselheiro de Estado e comentador da SIC, Luís Marques Mendes, não antecipou este resultado do INE,” garante o organismo. Desde logo, porque “o resultado já tinha sido publicado,” enfatiza.

Na próxima sexta-feira, o INE vai apresentar os resultados definitivos para maio e a previsão para junho. Mas o trabalho de apuramento destes dados só se inicia esta segunda-feira, garante o INE. Ou seja, é “materialmente impossível qualquer conhecimento prévio dos resultados,” assegura o gabinete de comunicação do INE.

“Estas afirmações podem afetar negativamente a confiança da opinião pública sobre a forma como o INE exerce a sua missão de serviço público,” alerta o organismo de estatísticas. E remata: “A confiança é essencial para que o INE obtenha a colaboração de pessoas e empresas nos inquéritos que conduz, nomeadamente no Inquérito ao Emprego, do qual se obtêm as estimativas para a taxa de desemprego.”

Contactado pelo ECO, Luís Marques Mendes afirmou que só estaria preocupado se o valor não correspondesse ao que vier a ser divulgado esta sexta-feira, mas não quis comentar a nota do INE.

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Vieira da Silva rejeita críticas quanto a “seleção” de precários

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 24 Julho 2017

"Não tenho nenhuma particular preocupação relativamente ao facto de existir aqui um risco de um processo indevido de seleção", diz Vieira da Silva, depois das críticas dirigidas pela Frente Comum.

A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública acusa o Governo de fazer uma “seleção” dos trabalhadores precários que vão ser integrados no Estado, mas Vieira da Silva contesta essa visão.

Não creio que se possa falar de nenhuma seleção a não ser na dimensão que julgo que todos concordamos que aquilo que é preciso regularizar é aquilo que está irregular, o que não está irregular não precisa de ser regularizado”, afirmou o ministro do Trabalho à margem da Universidade verão Montepio-UAL. “Não tenho nenhuma particular preocupação relativamente ao facto de existir aqui um risco de um processo indevido de seleção”, adiantou ainda.

"Não tenho nenhuma particular preocupação relativamente ao facto de existir aqui um risco de um processo indevido de seleção.”

Vieira da Silva

Ministro do Trabalho e da Segurança Social

As palavras de Vieira da Silva surgem na sequência de críticas por parte da Frente Comum quanto ao processo de integração de precários nos quadros da Administração Pública. “É uma seleção entre aquilo que eles consideram vínculos irregulares, mas o conceito de precariedade do Governo não é o nosso conceito de precariedade”, disse Ana Avoila, citada pela Lusa.

Vieira da Silva voltou a salientar que o objetivo “é que todos os trabalhadores que tenham vínculos não duradouros” e que correspondam a “necessidades permanentes do Estado” tenham o “seu momento” para “verem revisto e corrigido esse vinculo”. “É isso que está a ser feito, sem nenhuma seleção”, adiantou.

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