São cada vez mais. O que leva os norte-americanos a comprar casa em Portugal?

São cada vez mais os norte-americanos que compram casa em Portugal. Em Lisboa, representam 6% de todas as transações. Garantem que os preços são atrativos em comparação com outras capitais europeias.

Facilmente quem passa por terras lusitanas se apaixona. As fachadas de azulejos, a luz por entre as ruas e os sabores mediterrânicos são algumas das características que conquistam anualmente milhões de turistas. No ano passado, 20% das compras de habitações em Portugal foram realizadas por estrangeiros, com os franceses e os brasileiros a liderarem. No entanto, o número de norte-americanos a cair nos encantos de Lisboa tem vindo a aumentar de forma exponencial.

Eu e o meu marido costumamos viajar por todo o mundo, mas rapidamente nos apaixonamos por Lisboa e decidimos casar cá em 2016“, conta Elizabeth Di Cioccio, ao ECO. O facto de ser uma cidade de “tamanho médio, com um aeroporto internacional bem posicionado” foi um dos muitos pontos apontados pelo casal para se deixar render aos encantos da capital. “Também não conseguimos ignorar o facto de os lisboetas serem pessoas muito acolhedoras e amigáveis, falam muito bem o inglês, coisa que nos é muito útil porque o nosso português está a evoluir devagar”, conta a responsável de um fundo de capital de risco, com 33 anos. E como não poderia deixar de ser, o clima. Comparando com outras cidades do sul da Europa como Roma, Milão ou Madrid, Elizabeth refere “o clima moderado de Lisboa, que faz dela uma cidade ideal para os meses de verão”.

Nos meses seguintes ao casamento, arrancou a procura por uma casa na capital. “Queríamos um bairro perto de restaurantes, cafés, parques e com um aspeto mais ‘histórico’“, diz. E a procura não foi difícil, segundo contam. Apesar de não ter faltado oferta, faltava o essencial: “encontrar um apartamento que fosse único”. Desde o início que sempre esteve bem definido que teria de ser algo praticamente pronto a habitar, embora não descartassem a hipótese de realizar algumas obras, o que acabou por acontecer. Finalmente, após mais de 25 apartamentos visitados, eis que aparece no Chiado a casa ideal.

Apartamento no Chiado, comprado pelo casal norte-americanoPorta da Frente Christie's

Elizabeth e o marido finalmente encontraram aquilo que tanto procuravam. Um apartamento de tipologia T2+1, com 181 metros quadrados, inserido num prédio datado de antes de 1755, com vista para o rio. “No momento em que entramos no apartamento, soubemos de imediato que era o certo, embora fosse menor e numa zona que não estava nos nossos planos. É importante ter uma mente aberta e explorar uma variedade de opções, uma vez que todas as propriedades em Lisboa são únicas“.

"No momento em que entramos no apartamento, soubemos de imediato que era o certo, embora fosse menor e numa zona que não estava nos nossos planos. É importante ter uma mente aberta e explorar uma variedade de opções, uma vez que todas as propriedades em Lisboa são únicas.”

Elizabeth Di Cioccio

Investidor norte-americana

De acordo com os dados da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), no ano passado, um quinto das habitações compradas em Portugal foi adquirido por investidores internacionais, com os franceses (29%) e os brasileiros (19%) no topo. No entanto, o interesse por parte de norte-americanos tem vindo a aumentar, representando atualmente 6% do mercado em Lisboa, sendo a quinta nacionalidade que mais compra na cidade.

Na imobiliária Porta da Frente Christie’s, os dados são ainda mais conclusivos. No ano passado, os investidores norte-americanos presenciaram um aumento de 1.100% face ao ano anterior, acabando por aumentar o valor médio de compra de 200.000 euros em 2016 para 900.000 euros em 2017. “O mercado norte-americano é um dos novos mercados que começa a ver Portugal como uma opção muito interessante para investimento imobiliário, bem como para as famílias se estabelecerem. O crescimento económico e tecnológico do país, acompanhado por uma qualidade de vida imbatível, tornam o país bastante apelativo“, explica ao ECO Rafael Ascenso, diretor geral da Porta da Frente Christie’s.

Foi através dessa imobiliária que, assim como Elizabeth Di Cioccio e o marido, também Joshua Madan, engenheiro informático com 59 anos, comprou casa em Lisboa. “Há muito tempo que admirava Portugal e, especialmente, a capital. Eu já visito Lisboa ocasionalmente há alguns anos. Sempre gostei da qualidade de vida cá e sempre a achei uma cidade bonita“, começa por explicar ao ECO o norte-americano. Apesar de não poder cá vir com frequência, Lisboa entra nos planos futuros em visitas algures pela Península Ibérica.

"Há muito tempo que admirava Portugal e, especialmente, a capital. Eu já visito Lisboa ocasionalmente há alguns anos. Sempre gostei da qualidade de vida cá e sempre a achei uma cidade bonita.”

Joshua Madan

Investidor norte-americano

Foi numa dessas passagens ocasionais pela capital que Joshua decidiu comprar cá uma casa. E o impulso para essa aquisição foram os vistos gold. De acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em termos acumulados, desde que começaram a ser atribuídos, o investimento total captado com estes vistos “dourados” ascendeu aos 3,6 mil milhões de euros, dos quais 3,26 mil milhões provêm da compra de bens imóveis. Desde essa data e até ao final de fevereiro deste ano, foram atribuídos 5.876 vistos gold pelo requisito da aquisição de bens imóveis, sendo que 51 se destinaram a cidadãos norte-americanos, totalizando 2,2 milhões de euros, de acordo com os dados que o ECO obteve junto do SEF.

Joshua encontrou o seu cantinho, pronto a habitar, na zona do Príncipe Real, uma localização escolhida pela “sua beleza e comodidades, bem como pela proximidade com outras partes da cidade”. Um apartamento T2+1, com 145 metros quadrados, com “bastante luz e com muitas das características arquitetónicas originais mantidas”. Em termos de custos, estes superaram um pouco os limites definidos previamente: “Gastei um pouco mais do que aquilo que tinha planeado, mas não muito. Foi mais por uma questão de certas características que eu queria ter, como um terraço“, conta. Mas, quando comparado com Nova Iorque ou Londres, o norte-americano defende que os preços não são assim tão exorbitantes.

Apartamento no Príncipe Real, comprado pelo investidor norte-americanoPorta da Frente Christie's

O mesmo defende Elizabeth, que conta que adquiriu o apartamento num valor em linha com as expectativas que ela e o marido tinham. “Ao longo da nossa procura, fomo-nos informando sobre os preços dos imóveis nas várias zonas. Percebemos que o preço por metro quadrado pode variar, mesmo em locais semelhantes, então tentamos ter tempo para nos adaptarmos a esses valores”, diz ao ECO. E quanto ao futuro dos preços das casas, que continua a aumentar para máximos de 2011, a norte-americana acredita que as subidas não vão parar por aqui, mas que, mesmo assim, “Lisboa vai continuar a ter bons valores em comparação com outras capitais europeias e do mundo”.

De acordo com os dados da Porta da Frente Christie’s, o mercado norte-americano tem preferência por Lisboa, com 72,7% das vendas de imóveis a serem realizadas na capital no ano passado, e ainda por Cascais, com 27,3% das transações. Em termos de valor médio, esse quadruplicou de 2016 para 2017, passando de cerca de 200.000 euros por imóvel para 900.000 euros.

No futuro próximo, nenhum dos mais recentes habitantes de Lisboa pensa em vender o imóvel que adquiriu. Joshua põe essa hipótese, mas “apenas daqui a muitos anos”. Por sua vez, Elizabeth assegura que vai ser “extremamente relutante” nessa venda, ainda que tenha noção que o valor do seu apartamento aumentou consideravelmente. No entanto, é uma questão em cima da mesa, uma vez que está a tratar dos documentos necessários para adquirir uma segunda casa em Cascais, perto da praia, onde espera “passar mais tempo no verão”.

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Crise no Sporting. Afinal, não há suspensão de jogadores

  • ECO
  • 7 Abril 2018

Jorge Jesus disse este sábado que não foram emitidas notas de culpa para os jogadores. O treinador do Sporting garante que vai convocar os jogadores para o jogo.

A crise no Sporting conhece mais um capítulo este sábado. O treinador da equipa principal do clube de futebol garantiu que os jogadores não receberam notas de culpa e que vão ser convocados para jogarem contra o Paços de Ferreira, um jogo marcado para este domingo. Jorge Jesus falou após uma reunião entre jogadores, treinador e Bruno de Carvalho.

Não houve nota de suspensão e serão convocados os disponíveis“, afirmou Jorge Jesus numa conferência de imprensa este sábado, recusando também a ideia de que a equipa se recusou a treinar esta sexta-feira. “O presidente deu-me liberdade para convocar quem eu quiser”, esclareceu o treinador do Sporting.

Tivemos uma reunião entre presidente, treinador e jogadores. Tudo o que se passou lá dentro fica no seio da equipa”, afirmou Jorge Jesus. Para o jogo de amanhã o treinador pediu um estádio cheio uma vez que “o mais importante neste momento é não haver divisões entre os adeptos”.

A polémica começou após a derrota do Sporting frente ao Atlético de Madrid. O presidente do Sporting fez duras críticas aos jogadores nas redes sociais, acusando a defesa de não ter estado “concentrada” e que “isso paga-se caro”. O plantel respondeu através do capitão da equipa. Rui Patrício assinalou a “ausência de apoio” de Bruno de Carvalho, “aquele que deveria ser o líder”.

“Apontar o dedo para culpabilizar o desempenho dos atletas publicamente, quando a união de um grupo se rege pelo esforço conjunto, seja qual for a situação que estejamos a passar, todos os assuntos resolvem-se dentro do grupo”, apontaram os jogadores. A resposta não tardou: novamente recorrendo às redes sociais, o presidente do clube apelidou-os de “meninos amuados” e avançou com a suspensão de todos os jogadores que subscreveram o texto do guarda-redes.

Na sexta-feira fonte oficial do Sporting confirmou a suspensão de 19 jogadores e que o clube se prepara para jogar com a equipa B, domingo, frente ao Paços de Ferreira. Contudo, após a reunião deste sábado, a situação mudou dado que não foram entregues as notas de suspensão. Jorge Jesus anunciou que vai convocar os jogadores que estão aptos.

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Afinal, o Montepio tem ou não de mudar de marca?

O Montepio tem de mudar de marca. Ou será que não? Têm sido assumidas posições contraditórias tanto no regulador como na administração do banco. A decisão deverá ser conhecida até ao final deste mês.

O Montepio tem de mudar a marca. Ou será que não? Os reguladores têm ao longo dos anos apelado para que haja uma maior diferenciação entre o banco e o seu único acionista, a Associação Mutualista. Assim, quando os clientes vão ao balcão não haverá o risco de confundirem os produtos vendidos pelas duas entidades. Mas tem havido muitas posições contraditórias. Tanto do lado do banco, como do Banco de Portugal (BdP). Afinal, a Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) terá de mudar de nome para não se confundir com a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG)?

“Penso que basta a situação atual para justificar que é mesmo necessário uma mudança de marca”, afirmou Félix Morgado, que passa agora a pasta a Carlos Tavares, em entrevista ao ECO24, uma vez que é importante que os clientes percebam a diferença quando estão a subscrever produtos do Montepio ou da Associação. “Basta ouvir comentadores, políticos e até o primeiro-ministro para se perceber que é urgente separar porque não se percebe de quem falam”.

No Parlamento, António Costa, quando confrontado pelo líder parlamentar do PSD em relação às contas do Montepio, afirmou que esses esclarecimentos não devem ser feitos pelo Governo, mas pelo Banco de Portugal. “Não estou a falar do banco, mas da Associação Mutualista”, afirmou então Fernando Negrão.

Os produtos da Mutualista, apesar de terem características semelhantes aos depósitos, não o são e não estão cobertos pelo Fundo de Garantia de Depósitos em caso de perdas motivadas por problemas na instituição. Mas o gestor deixa claro: esta ideia não foi sua. “Há uma determinação do BdP, em 2015, para haver uma diferenciação e uma separação de marcas”, disse Félix Morgado. E já foram tomadas várias medidas: mudança da imagem dos balcões, criação de um espaço próprio para o atendimento dos associados e foi ainda alterada a sinalética que existe relativamente às áreas de negócio. Isto além de estudos para a mudança da marca.

"Penso que basta a situação atual para justificar que é mesmo necessário uma mudança de marca. É importante que os clientes percebam que quando entram e fazem um depósito na Caixa Económica estão a fazer um depósito na Caixa Económica e quando estão a subscrever qualquer outro produto da Associação Mutualista estão a subscrever um produto da Associação Mutualista.”

Félix Morgado

Ex-presidente do Montepio

Mas, há cinco meses, o gestor mostrou alguma cautela. Numa conferência de imprensa, Morgado afirmou que o plano estava a ser executado, mas destacou que a marca Montepio “tem um valor muito importante” e “faz parte da força da instituição no mercado”, pelo que esta questão teria de ser “tratada com muito cuidado”. Na mesma altura, deixou também claro que esta é uma matéria do acionista.

Dentro do banco liderado por Carlos Costa já foram assumidas diferentes posições. No início do ano passado, fonte oficial do BdP disse ao Expresso (acesso pago) que existia muita confusão por parte dos clientes e que era preciso tornar clara a separação dos dois universos. Era, por isso, “fundamental a mudança de marca”.

É fundamental a mudança da marca [Montepio].

Fonte oficial do Banco de Portugal

Agora, um ano depois, o diretor de supervisão prudencial do BdP, apesar de considerar fundamental que os clientes percebam os riscos associados aos produtos da Associação Mutualista e da Caixa Económica, afirmou que isso não implica necessariamente a alteração das marcas.

“Não determinamos que necessariamente alterasse a marca, até porque existem determinadas sinergias que importa ponderar”, referiu Luís Costas Ferreira, no Parlamento, na comissão de Orçamento e Finanças. O responsável disse que a preocupação do supervisor é que os clientes “que adquirem determinados produtos percebam a natureza do produto e os riscos associados”.

A posição tanto da Mutualista como do regulador terá de ficar mais clara em breve. Segundo Félix Morgado, a decisão sobre a mudança de marca terá de ser tomada até este mês. E está tudo nas mãos do acionista. Contudo, o ex-presidente do banco deixou um alerta: “É evidente que se o acionista decidir não mudar isso terá depois consequências, em termos de risco e, em termos de necessidades de capital impostas pelo regulador“. Contactado pelo ECO, o BdP não quis comentar ou explicar se é possível que venha a exigir mais capital ao Montepio caso a Associação decida manter tudo como está.

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Nestlé em Cascais? Obras estão a avançar, mas empresa continua a negar acordo

Seis meses depois de Carlos Carreiras ter anunciado a ida da Nestlé para Cascais e a criação de milhares de empregos, ainda não há certezas de nada. As obras avançam, mas a empresa nega acordo.

Mais de seis meses depois do autarca de Cascais ter anunciado a instalação de um novo centro de serviços partilhados da Nestlé no município, o processo continua envolto em neblina. As obras estão a avançar, mas a gigante continua a negar o acordo. A Câmara, por sua vez, diz que conseguir atrair a empresa suíça para o concelho não é competência da autarquia, mas sim do promotor do empreendimento.

“Mantém-se tudo exatamente igual. Ainda não foi assinado contrato nenhum”, explica ao ECO fonte da Nestlé, referindo que Cascais se mantém como uma das opções para a instalação do centro que deverá vir a suportar toda a operação da multinacional na Europa Ocidental (ou seja, a empresa está em fase de prospeção).

Em setembro do ano passado, Carlos Carreiras tinha dado como certo que os contratos associados a este projeto estariam fechados até ao final desse mês, o que acabou por não acontecer. De acordo com o que o autarca adiantou, ao Expresso, nessa ocasião, o Nestlé Business Services iria nascer no lugar da antiga fábrica da Legrand — um espaço que está, efetivamente, a ser transformado… mas não pelas mãos da empresa suíça. O empreendimento está a cargo de um consórcio de investidores liderado pela construtora Telhabel. “Licenciámos [a obra] e as coisas estão a avançar”, garante a Câmara de Cascais.

A construtora com sede em Famalicão e uma filial em Angola recusa comentar o caso em curso, apesar de, em setembro, segundo o Jornal Económico, ter a expectativa de que o acordo com a Nestlé seria fechado nos dias seguintes.

Portanto, em cima da mesa estão agora três hipóteses: ou há uma negociação em curso com a Nestlé (seis meses depois de ter sido anunciada a iminência do seu fecho), ou já há outro investidor interessado em ocupar esse espaço, ou então as obras em curso são apenas de caráter “genérico” e podem acomodar qualquer tipo de serviço.

Na entrevista ao Expresso, Carlos Carreiras referira ainda a criação de milhares de empregos com a instalação do centro em causa, o que poderia, efetivamente, acontecer, mas apenas se o pólo de apoio se mudasse para o espaço esperado.

Apesar do silêncio da Telhabel e da contínua rejeição de qualquer acordo por parte da Nestlé, em entrevista ao Eco24, em fevereiro, Carlos Carreiras deixou a nota: “Tenho fortes expectativas de que, inclusivamente, seja ainda maior o envolvimento da Nestlé em Cascais do que aquele que foi anunciado nesse período”.

De acordo com a Câmara de Cascais, a obra de remodelação da antiga fábrica da Legrand deverá estar fechada em setembro do próximo ano.

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Lula da Silva confirma que se vai entregar às autoridades

O ex-presidente brasileiro confirmou que vai entregar-se à justiça brasileira. "Quanto mais me atacam, mais cresce a minha relação com o povo brasileiro", disse, referindo que "o golpe não terminou".

Lula da Silva anunciou que se vai entregar às autoridades para “transferir responsabilidade” para a justiça brasileira. “Sou um cidadão indignado”, diz, acusando o Ministério Público de ter mentido e de criar um clima de “quase guerra”, além de ter “passado a ideia” para a opinião pública de que é “ladrão”. “Eu não estou acima da justiça“, afirmou, assinalando que, no entanto, não pode admitir um procurador que diz que o PT é uma “organização criminosa”. “Um ladrão não estaria a exigir provas“, acrescentou.

“Quanto mais me atacam, mais cresce a minha relação com o povo brasileiro”, afirmou o ex-presidente brasileiro este sábado, referindo que quer fazer um debate com Sérgio Moro, o magistrado que o condenou à prisão. “Qual é o crime que eu cometi neste país?“, questionou, atacando a justiça brasileira que o condenou. Lula da Silva recorda a sua origem enquanto metalúrgico e o que fez pelos pobres no seu mandato, algo que diz contrastar com as ideias das elites do Brasil.

Lula da Silva garante que não é contra o processo Lava Jato, mas passa ao ataque aos magistrados e à imprensa, em específico à estação de televisão Globo e à revista Veja. “O problema é que você não pode fazer julgamento subordinado pela imprensa. Você destrói as pessoas na sociedade e depois o juiz diz que não pode ir contra a opinião pública”, afirmou Lula da Silva, instando que quem quer seguir a opinião pública deve candidatar-se à Presidência da República, eleições que decorrem em outubro. Para o ex-presidente “quanto mais forte for a instituição [Ministério Público], mais responsável os seus membros têm de ser“.

O golpe não terminou com a Dilma. O golpe só vai concluir quando conseguirem que o Lula não seja candidato à Presidência da República. Eles não querem o Lula de volta”, apontou Lula da Silva, argumentando que as elites não querem que os “pobres” se candidatem às eleições. Ao lado de Dilma Rousseff, Lula disse no início do discurso que a presidente destituída é “das mulheres mais injustiçadas que alguma vez ousou fazer política” no Brasil. “Não teria sido o que fui se não fosse a companheira Dilma“, disse, referindo o papel de Rousseff na sua presidência entre 2003 e 2010.

“Eu não sou um ser humano, eu sou uma ideia”, disse Lula da Silva para justificar a sua entrega às autoridades judiciais, referindo que existem múltiplos “Lulas” no Brasil. “Todos vocês vão virar Lula e andar por esse país“, afirmou o ex-presidente brasileiro, pedindo aos seus apoiantes ação para que “o povo não seja vítimas das mentiras”. “Eles têm que saber que vocês são mais inteligentes do que eu“, disse, referindo que teve várias “ofertas” de imunidade que recusou porque quer “enfrentá-los no olho”.

Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a chegada da Primavera e a nossa luta é a chegada da Primavera“, rematou, recordando também a morte de Marielle Franco, a ativista brasileira morta no mês passado no Rio de Janeiro. Para Lula da Silva “a história daqui a alguns dias vai provar que quem cometeu o crime foi o magistrado que me julgou e o Ministério Público”. No fim do discurso, Lula deixou a garantia aos seus apoiantes de que vai sair reforçado deste processo e que vai provar a sua inocência.

Para o futuro, já enquanto presumível candidato às próximas eleições, Lula prometeu fazer uma nova Constituinte, revogando a lei do petróleo, evitando a venda da Caixa e apostando na educação e na agricultura produzida no país. “Eles têm que saber que a morte de um combatente não para a revolução“, defendeu.

O que está previsto é que Lula vá da sede do Sindicato dos Metalúrgicos para a polícia federal e, depois, de helicóptero para o aeroporto de Curitiba.

Este sábado realizou-se a missa em nome da mulher de Lula da Silva, Marisa Letícia, que morreu no ano passado. O discurso de Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, em São Paulo, foi transmitido em direto pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no Facebook. O ex-presidente brasileiro aproveitou a ocasião para cumprimentar os seus apoiantes presentes na cerimónia.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h06 com mais declarações do ex-presidente do Brasil)

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Ministro da Saúde costuma ser “bombo da festa” dos Governos, diz Adalberto Campos Fernandes

  • Lusa
  • 7 Abril 2018

O atual ministro considerou que Portugal pode “ter orgulho” nas realizações das últimas décadas, apesar da crise que afetou o país.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou este sábado que o cargo que ocupa funciona em todas as legislaturas como “uma espécie de válvula de descompressão dos governos, de bombo da festa político”. De acordo com o governante, a circunstância que descreveu resulta de expectativas não satisfeitas relacionadas com a exigência de dinheiro por parte de diferentes entidades do setor.

“Será uma reivindicação contínua no tempo, impossível de satisfazer, face às necessidades que temos”, disse o ministro ao discursar no encerramento da cerimónia que assinalou o Dia Mundial da Saúde, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Adalberto Campos Fernandes frisou que o ministro da Saúde não é “um ministro setorial”, mas um ministro que tem a obrigação de fazer compreender a todo o governo que a saúde é um problema de todos.

“Desiludam-se aqueles que pensam que defendem mais o Estado social aqueles que proclamam as suas dificuldades, aqueles que desistem de encontrar novas soluções e modelos diferentes, pedindo apenas, e várias vezes ao dia, mais recursos”, afirmou.

Depois da apresentação de um retrato da saúde no país, o ministro considerou que Portugal pode “ter orgulho” nas realizações das últimas décadas, apesar da crise que afetou o país. Os portugueses, sustentou, passaram a viver mais quatro anos na última década. O aumento da esperança de vida deixou de ser uma preocupação, referiu, acrescentando que o desafio agora é “fazer os velhos viverem melhor”.

Em declarações aos jornalistas no final da sessão que decorreu este sábado de manhã na Fundação Gulbenkian, o ministro sublinhou que a saúde não é apenas o Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas também rendimento e habitação, pelo que defendeu um investimento na melhoria das condições de vida dos portugueses.

Presente na cerimónia, o ex-Presidente da República Jorge Sampaio advertiu que a promoção da saúde é uma questão de Direitos Humanos e lembrou que metade da população mundial ainda não tem os cuidados de saúde que devia ter. Cada euro investido na saúde tem um retorno de 16 euros no seio do sistema de proteção social, indicou.

Sampaio defendeu que as questões colocadas pelos profissionais de saúde devem ser “analisadas detalhadamente” porque são estes que “conhecem o sistema por dentro”. O ex-Presidente afirmou que nada está completamente garantido para sempre e deixou o desafio para se discutir uma estratégia integrada centrada nos doentes, mas também nos profissionais do setor.

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Marcelo diz que Governo “está consciente” da necessidade de debater financiamento da cultura

  • Lusa
  • 7 Abril 2018

"O Governo estava consciente, de imediato, de reforçar os meios para alargar o número de companhias, teatros que pudessem beneficiar desde já do financiamento", revelou o Presidente da República.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou este sábado ter concluído que o Governo está consciente da necessidade de abrir um debate sobre o modelo de financiamento para as artes.

“Pude concluir [na audiência com o primeiro-ministro, na quinta-feira,] que o Governo estava muito consciente, por um lado, da necessidade de vir a proceder-se a um debate sobre um modelo específico, concreto, de financiamento neste caso do teatro”, disse Marcelo aos jornalistas, à margem de uma iniciativa na Maia para assinalar o Dia Internacional da Comunidade Cigana.

Segundo o chefe do Estado, foi também possível perceber “que o Governo estava consciente, de imediato, de reforçar os meios para alargar o número de companhias, teatros que pudessem beneficiar desde já do financiamento”. “Registei isso, que o Governo tinha entendido essas duas mensagens: uma para o futuro, [a de] reabrir o debate sobre o modelo de financiamento, outra no imediato, [a de] reforçar financeiramente aquilo que é financiamento publico da atividade teatral”, sustentou.

Os concursos do Programa Sustentado da DGArtes, para os anos de 2018-2021, partiram com um montante global de 64,5 milhões de euros, em outubro, subiram aos 72,5 milhões, no início desta semana, perante a contestação no setor, e o secretário de Estado da Cultura, já tinha admitido, na terça-feira, em conferência de imprensa, a possibilidade de essa verba vir a ser reforçada, já este ano, numa articulação entre o Ministério da Cultura e o gabinete do primeiro-ministro.

Para 2018, o Programa de Apoio Sustentado tinha previsto inicialmente um montante de 15 milhões de euros, que agora ascende a 19,2 milhões com os dois reforços dos últimos dias.

O Programa de Apoio Sustentado às Artes 2018-2021 envolve seis áreas artísticas – circo contemporâneo e artes de rua, dança, artes visuais, cruzamentos disciplinares, música e teatro – tendo sido admitidas a concurso, este ano, 242 das 250 candidaturas apresentadas. Os resultados provisórios apontam para a concessão de apoio a 140 companhias e projetos.

Sem financiamento, de acordo com estes resultados, ficaram companhias como o Teatro Experimental do Porto, o Teatro Experimental de Cascais, as únicas estruturas profissionais de Évora (Centro Dramático de Évora) e de Coimbra (Escola da Noite e O Teatrão), além de projetos como a Orquestra de Câmara Portuguesa, a Bienal de Cerveira e o Chapitô.

Sindicatos e associações do setor realizaram ações de protesto na sexta-feira em Lisboa, Porto, Coimbra, Beja, Funchal e Ponta Delgada.

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Depois da Cambridge Analytica, todos “espiam” o Facebook

Desde a polémica do uso indevido de dados pela Cambridge Analytica, o Facebook tem estado sob pressão. Mas os casos sucedem-se. E ninguém sabe qual vai ser o próximo capítulo.

Mark Zuckerberg tinha apenas 19 anos quando fundou o Facebook.Flanigan/WireImage

Diz-se que quando se chateiam as comadres, descobrem-se as verdades. Mas desde que veio à tona a polémica em torno do Facebook e da consultora Cambridge Analytica, as notícias foram tantas que já é difícil acompanhar o caso a par e passo. Para já, uma coisa é certa: a comunidade está hoje bem mais ciente da importância dos dados pessoais. E tem agora outra noção do tipo e da quantidade de informação que a empresa de Mark Zuckerberg recolhe sobre nós.

O que se sabe é que a rede social estima que a Cambridge Analytica se tenha apropriado e usado dados pessoais de cerca de 87 milhões de utilizadores. Para tal, terá recorrido a uma aplicação que convidava os utilizadores a participar numa espécie de estudo académico. A aplicação não só recolhia estes dados cedidos voluntariamente pelos participantes como também dos amigos destes (e, quiçá, dos amigos dos amigos). Foi como uma bola de neve. E a esmagadora maioria da informação terá sido recolhida sem conhecimento ou consentimento dos visados.

Em Portugal, sabe-se também que pelo menos 15 pessoas terão usado essa aplicação. Mas as estimativas oficiais apontam para que, entre os 87 milhões de utilizadores “apanhados” neste caso, estejam mais de 63.000 portugueses. E, depois de a Deco ter pedido esclarecimentos à rede social, também o PS já veio dizer que vai chamar ao Parlamento a Comissão Nacional de Proteção de Dados, ainda que seja questionável que a entidade tenha algo de relevante para partilhar com os deputados sobre este assunto.

Porque é que a Cambridge Analytica precisou de tanta informação? Para responder a esta questão, é preciso perceber o que é realmente o Facebook. Desde logo, é um negócio: o serviço é gratuito, mas as informações partilhadas pelos utilizadores são usadas pela plataforma para segmentar publicidade (é daí que vem a receita). Com o passar dos anos, a plataforma ficou cada vez mais eficaz a mostrar às pessoas anúncios capazes de lhes suscitar interesse. O objetivo é o mesmo de sempre: fazê-las comprar um produto ou subscrever um serviço, por exemplo.

No caso da consultora norte-americana no centro desta polémica, a situação é ligeiramente diferente. Alegadamente, munida de dados sobre muitos milhões de utilizadores, a Cambridge Analytica terá sido capaz de criar algoritmos para levar a segmentação a todo um novo nível: recorrer às capacidades do Facebook para influenciar os eleitores norte-americanos, favorecendo Donald Trump na corrida à Casa Branca. Mais um caso que se junta à alegada influência dos russos nas Presidenciais dos Estados Unidos.

É isto que está aqui em causa, em linhas gerais. Contudo, e como indicámos no início desta peça, um caso traz o outro. É mesmo uma bola de neve. O escrutínio sobre a atividade do Facebook aumentou e a pressão também. A moral dos trabalhadores terá caído e começaram a surgir cada vez mais fugas de informação (algumas nem foram bem “fugas”, mas a clarificação de práticas do Facebook que já se sabia que existiam, mas que o público em geral não as entendia ou, simplesmente, não se preocupava com elas).

Uma das mais recentes fugas de informação foi obtida pela CNBC esta quinta-feira — e levanta novamente a fasquia para o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg. Agarre-se bem: no mês passado, ainda antes de vir à tona esta polémica, a rede social tinha em curso um projeto para cruzar com informação do Facebook os dados pessoais de utentes de alguns dos maiores hospitais dos Estados Unidos.

Segundo o canal norte-americano, o Facebook pediu a alguns hospitais para que lhes fosse fornecida informação anonimizada sobre doentes e respetivas prescrições. O objetivo seria o de cruzar estes dados com a informação partilhada voluntariamente pelos utilizadores no Facebook (a rede social acreditava ser capaz de identificar as pessoas em questão desta forma) e ajudar os hospitais a descobrir pacientes que necessitassem de cuidados ou tratamentos especiais.

À CNBC, o Facebook garantiu que “este trabalho não passou da fase de planeamento” e que não chegou a receber, partilhar ou analisar informação de qualquer utente hospitalar. Além disso, reconheceu que pôs um travão nesta ideia logo que surgiram os primeiros alertas de que é preciso fazer mais para proteger os dados pessoais das pessoas.

Mas se recuarmos um pouco mais, torna-se bem claro que este caso veio lançar luz sobre que dados recolhe o Facebook sobre nós — e quem diz o Facebook diz qualquer outra das aplicações detidas pela empresa, como o Messenger, o WhatsApp ou o Instagram. A notícia veio no The Guardian: à medida que os mais indignados foram tentando apagar as respetivas contas na rede social, foram apercebendo-se de que a empresa recolhe bem mais informação do que esperavam. Entre os dados na posse da empresa estão registos completos de todas as chamadas feitas e recebidas e até SMS’s. Recolhe mesmo os contactos do telemóvel.

Evolução do preço das ações do Facebook

Fonte: Reuters

Além da reputação, e da fuga de utilizadores — alguns deles bem conhecidos — também o valor do Facebook está a encolher. A fuga de informação transformou-se num derrame nas ações. Desde 16 de março até 6 de abril, os títulos da empresa perderam 14,27% na bolsa. Vale 460,94 mil milhões de dólares. Enquanto, antes, cada ação valia 185,09 dólares, agora vale perto de 158 dólares.

É difícil prever qual vai ser o próximo capítulo desta polémica, ou que outros casos poderão vir a ser expostos pela comunicação social nas próximas semanas, penalizando ainda mais o valor da rede social. Provável é que os reguladores a nível mundial apertem o cerco à empresa e imponham medidas para aumentar a proteção dos dados dos utilizadores, sobretudo numa altura em que está prestes a entrar em vigor o novo Regulamento Geral de Proteção de Dados na Europa.

Para já, marque na agenda os dias 10 e 11 de abril. No primeiro, Mark Zuckerberg responderá perante o Senado norte-americano. No segundo, o presidente executivo responderá perante o Congresso. E se mantém a preocupação de que os seus dados não estejam seguros, o ECO fez um guia com três coisas simples que pode fazer.

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Conduzir para a Uber poderá custar 300 euros. Menos do que o curso de taxista

O curso de formação para motoristas da Uber, Cabify e Taxify poderá custar entre 250 e 300 euros. É menos do que os 399 euros necessários, no mínimo, na formação para taxistas.

Ser motorista da Uber poderá vir a custar entre 250 e 300 euros, menos do que o custo de acesso à profissão de taxista. Contudo, apesar de a lei das plataformas eletrónicas já ter sido aprovada no Parlamento, ainda falta saber o número de horas do curso que os motoristas vão ser obrigados a tirar, bem como o tipo de documentação que será exigida, pelo que este ainda não é um valor exato. Isto, claro, se a lei passar no crivo de Belém.

O ECO contactou escolas de condução para perceber se — e como — se estão a preparar para esta nova realidade. O projeto de lei diz que os motoristas das plataformas como a Uber, Cabify e Taxify vão ter de tirar um “curso de formação” com módulos relativos a comunicação e relações interpessoais, normas e técnicas de condução, regulamentação da atividade, situações de emergência e também primeiros socorros.

O acesso à profissão de motorista da Uber deverá ser menos caro do que o acesso à profissão de taxista.Fernando Oda/Núcleo Editorial via Flickr

Ora, equiparando o que poderá vir a ser este curso com os cursos já existentes no mercado, em termos de número de horas, módulos e documentação exigida, o preço poderá variar entre 250 e 300 euros, disse ao ECO José Patacho, diretor da escola de condução lisboeta Neuropa, que vai candidatar-se a ser um dos estabelecimentos autorizados a ministrar o curso. A crença generalizada no setor, ao que o ECO pôde apurar, é a de que ser taxista será mais caro do que ser motorista da Uber.

“Depende dos documentos que o IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes] vai exigir. O IMT pode exigir um certificado profissional e, depois, um documento do tipo carta de condução, como acontece com a carta de qualificação de motorista”, começou por explicar José Patacho, o responsável da escola, que também foi formador da Rodoviária Nacional. Ou seja, “muitas vezes”, só o curso custa “na ordem dos 210 euros”.

Mas podem ser exigidos outros documentos nesse âmbito, nomeadamente o RIC (Registo Individual do Condutor) ou um atestado médico, o que poderá esticar o preço até aos 300 euros, indicou o diretor da Neuropa. Até porque, disse, acredita que a documentação exigida vai ser semelhante à exigida no setor do táxi.

Ainda assim, José Patacho lembrou que as escolas de condução e entidades formadoras deverão ter liberdade para definir um preço, pelo que estes valores são meramente indicativos. Mas admitiu que o acesso à profissão de motorista da Uber seja “um bocadinho” mais barato do que o acesso à atividade de taxista.

É possível tirar o curso de taxista por 399 euros, num total de 125 horas, apurou o ECO junto do presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos. O preço médio rondará os 500 euros, já incluindo o valor da taxa paga ao IMT, explicou.

Penso que, na prática, é possível [que a nova lei chegue ao terreno] a partir de setembro. Antes disso, não vejo outra possibilidade.

José Patacho

Diretor da Escola de Condução Neuropa

Lei da Uber não preocupa escolas. Vão ser poucas a dar o curso

Nem todas as escolas de condução vão estar autorizadas a ministrar o curso de formação aos candidatos a motoristas das plataformas. Aliás, serão poucas as escolas capazes de ministrar o curso de motorista de “transporte em veículo descaracterizado a partir de plataforma eletrónica”, ou TVDE, como versa a lei.

Ao ECO, um responsável de uma escola de condução de menores dimensões no Porto disse acreditar que estes cursos irão ser ministrados por estabelecimentos que sejam também entidades formadoras, ou por entidades formadoras independentes, eventualmente em parceria com escolas de condução.

Já Alice Dias, sócia-gerente da Escola de Condução Portuense, admitiu ao ECO que não acredita que a sua escola venha a ministrar este curso de formação. “Nós não estamos preparados para isso”, disse. E acrescentou: “Neste momento, não temos ninguém com formação para isso.”

A partir de Lisboa, José Patacho, da Neuropa, garantiu ao ECO que “quem vai ministrar esses cursos serão entidades formadoras, que estão autorizadas pelo IMT”. “Existem 170 escolas [de condução] no distrito de Lisboa e, certamente, meia dúzia serão autorizadas por serem entidades formadoras. Quanto às outras, não estou convencido de que assim seja”, disse. “Até direi que são cinco”, reforçou.

Os responsáveis de escolas de condução com quem o ECO falou indicaram que, neste aspeto da formação, e se a lei for promulgada, tudo depende do IMT. Por isso, para já, este não é um tema que mereça mais do que uma breve atenção por parte do setor do ensino da condução.

“Ainda não há nada escrito”, atirou Alcino Cruz, presidente da direção da Associação Portuguesa de Escolas de Condução (APEC), em conversa com o ECO. A posição é de espera por algo mais concreto: “É preciso ser promulgada”, atirou o responsável da associação que reúne as escolas de condução portuguesas. Assim, o líder da APEC referiu que não está a ser feita grande preparação. Mas confirmou que os cursos vão ter de ser criados de raiz.

Acredita-se que as novas regras para a Uber possam entrar em vigor no verão, ou depois. “Penso que, na prática, é possível [que a lei chegue ao terreno] a partir de setembro. Antes disso, não vejo outra possibilidade”, disse José Patacho. Certo é que a APEC vai reunir em plenário no próximo dia 7 de abril. E o tema das plataformas eletrónicas nem sequer deverá estar na agenda.

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Ryanair pode incorrer em crime. ACT preparada para avançar

  • ECO e Lusa
  • 7 Abril 2018

A recente greve em Portugal da equipa da empresa irlandesa deu material suficiente para os inspetores do trabalho instaurarem contraordenações graves.

A Ryanair deverá ser multada e acusada de crime em Portugal. O Expresso (acesso pago) deste sábado avança que a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) já tem informação do seu lado que permitem instaurar contraordenações graves à empresa irlandesa. Especialistas em direito do trabalho contactados pela Lusa consideram que a Ryanair incorre em crime, se for aplicada a lei portuguesa quanto à substituição de trabalhadores grevistas.

De acordo com o semanário, os inspetores da ACT estiveram nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro durante os três dias da greve da equipa da Ryanair em Portugal. Mas a Autoridade poderá ir mais longe com uma auditoria geral ao funcionamento da empresa e à verificação dos termos contratuais dos trabalhadores portugueses da empresa irlandesa. A ACT está a ponderar avançar criminalmente contra a Ryanair por “perseguição” aos trabalhadores e “até tentativa de obstaculizar o trabalho das autoridades”, revela o Expresso.

Em Portugal substituir grevistas é proibido pela lei, mas a empresa irlandesa fê-lo durante a última greve, tendo recorrido a trabalhadores de outros países, nomeadamente Espanha, Itália e Holanda. Apesar de incorrer numa contraordenação muito grave, a Ryanair poderá pagar, na prática, uma multa que varia entre os 2.040 euros e os 61.200 euros.

Ryanair pode incorrer em processo contraordenacional e em crime

A transportadora aérea Ryanair pode incorrer em processo contraordenacional e num crime, se for aplicada a lei portuguesa quanto à substituição de trabalhadores grevistas, segundo especialistas em Direito do Trabalho.

Tiago Cochofel de Azevedo, advogado do escritório Vieira de Almeida, notou à agência Lusa a necessidade de definir qual a lei aplicável a este caso, que envolve uma empresa irlandesa e tripulantes de cabine com base em Portugal, que poderão ter sido substituídos durante a greve por colegas de bases internacionais. Na lei portuguesa a “substituição de grevistas, além de contraordenação muito grave, é um dos poucos crimes previstos na lei laboral, mas é crime e é punido por uma pena de multa até 120 dias”, avançou à Lusa.

Outro especialista, António Garcia Pereira referiu que a violação da proibição de substituição “constitui uma contraordenação muito grave e implica também responsabilidade de natureza criminal”. O advogado Tiago Cochofel de Azevedo frisou desconhecer os termos concretos dos contratos, mas referiu que, no âmbito da legislação comunitária, a lei que regula relações contratuais “é a escolhida pelas partes” e no caso de não haver escolha o “contrato vai ser regulado pela lei do país em que o trabalhador presta habitualmente o seu trabalho”.

Desde o início da paralisação de três dias não consecutivos que o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) denunciou que a Ryanair contactou tripulantes na Europa para a substituição dos grevistas e fez ameaças de despedimento. A transportadora aérea de baixo custo informou publicamente que iria usar “aeronaves e tripulantes” de fora do país “se necessário” para cumprir a operação durante a greve dos tripulantes de cabine com base em Portugal.

E mesmo optando por uma lei distinta do país de emprego, não se pode privar o trabalhador da “proteção que teria caso fosse aplicável a lei do seu local habitual de trabalho”, indicou. Assim, “há uma probabilidade muito séria de a lei aplicável ser a lei portuguesa” neste caso. Por seu lado, Garcia Pereira referiu que à luz dos “princípios do direito internacional privado nenhum preceito de natureza de ordem pública da lei portuguesa pode ser afastado em detrimento de uma outra lei, mesmo por convenção das partes”.

O direito à greve é um direito constitucionalmente consagrado no artigo 57º, com “eficácia direta e imediata, que vincula todas as entidades públicas e privadas” e a proibição de substituição está ainda prevista no Código de Trabalho (artigo 535º. Caso sejam violadas as regras, a responsabilidade é imputada ao empregador, tendo a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) que levantar autos contraordenacionais e remeter para o Ministério Público (MP) o acionamento da responsabilidade criminal, acrescentou o advogado.

Na quinta-feira, a ACT informou que continua a “intervenção inspetiva” à Ryanair e que esteve presente em todos os dias de greve dos tripulantes de cabine da transportadora aérea, sem sofrer restrições.

Garcia Pereira indicou ainda à Lusa que os trabalhadores “a serem constrangidos com a ameaça de um mal importante, neste caso o despedimento, para suportar uma determinada situação, isso configura a prática de um crime, que é o crime de coação previsto no artigo 154º do Código Penal”, acrescentou ainda o advogado, referindo ser este um crime público, sem necessidade de queixa das vítimas.

A Lusa questionou a PGR sobre esse assunto e aguarda resposta.

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Multas de trânsito diminuíram 20,6% em 2017, prescrições duplicaram

  • Lusa
  • 7 Abril 2018

O Estado deixou prescrever 61.776 contraordenações em 2017, o que corresponde a um aumento de 94% em relação ao ano de 2016.

As multas de trânsito diminuíram 20,6% em 2017 face ao ano anterior, enquanto as contraordenações deixadas prescrever pelo Estado quase duplicaram, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI). O RASI de 2017, que cita dados do Sistema de Informação de Gestão de Autos (SIGA), avança que se verificou uma diminuição de 257.725 autos registados (-20,6%) face ao ano de 2016.

Um total de 990.360 contraordenações rodoviárias foram registadas em 2017, enquanto em 2016 foram passadas 1.248.098 multas. Dos 990.360 autos, 691.049 foram referentes a contraordenações ligeiras, 243.387 graves e 55.928 muito graves.

“Relativamente ao número total de autos registados verificou-se uma diminuição de 153.687 (-18,2%) nos autos leves, diminuição de 103.282 (-29,8%) nos autos graves e diminuição de 756 (-1,3%) nos autos muito graves”, refere o RASI.

Apesar da diminuição do número de multas de trânsito, o Estado deixou prescrever 61.776 contraordenações em 2017, o que corresponde a um aumento de 94% em relação ao ano de 2016, quando prescreveram 31.845.

O RASI avança ainda que em 2017 foram cobradas 840.063 multas de trânsito, menos 286.250 (-25%) do que no ano anterior, tendo-se também verificado uma diminuição de 266.469 (-30,9%) de autos decididos. Em 2017, foram decididas 594.903 contraordenações, contra as 861.402 de 2016.

O RASI de 2017, que inclui os acidentes rodoviários registados no continente e nas regiões autónomas, indica que se registaram 136.239 desastres, mais 2,3% do que em 2016, que provocaram 520 mortos, 2.387 feridos graves e 43.297 feridos ligeiros. O número de mortos aumentou 14,3% em 2017 face ao ano anterior, bem como os feridos graves (4%) e os ligeiros (6,3%).

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Número de hotéis em Lisboa quase duplica em 10 anos

  • Lusa
  • 7 Abril 2018

O maior aumento de unidades hoteleiras aconteceu entre 2014 e 2015, com 23 novos hotéis a abrirem na cidade.

O número de hotéis de três, quatro e cinco estrelas na cidade de Lisboa quase duplicou no espaço de 10 anos, segundo dados disponibilizados à agência Lusa pela Associação Turismo de Lisboa (ATL).

De acordo com os dados, a capital lisboeta contava com 105 unidades hoteleiras desta tipologia em 2008, sendo que em 2017 passou a ter 204 hotéis, um crescimento que na ótica do diretor-geral da ATL, Vítor Costa, trouxe ao país “alguma riqueza” e impediu que Portugal continuasse “a empobrecer”. O maior aumento de unidades hoteleiras aconteceu entre 2014 e 2015, com 23 novos hotéis a abrirem na cidade, o que representa um acompanhamento do crescimento da procura, disse Vítor Costa, em declarações à Lusa.

“Há aqui uma evolução que nos torna um destino turístico hoje com um peso muito diferente daquele que tínhamos inicialmente, com impactos positivos a nível económico, a nível do peso para a economia regional, das exportações, do emprego”, notou o diretor-geral da ATL.

Eu penso que se tirarmos o turismo os transportes públicos não ficam melhores, o problema da habitação não fica resolvido, os bairros históricos irão degradar-se como estavam no processo anterior e ficamos todos mais pobres.

Vítor Costa

Diretor-geral da Associação Turismo de Lisboa (ATL)

De acordo com a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), está prevista a abertura de 61 hotéis em Portugal este ano, 25 dos quais em Lisboa. A região de Lisboa vai receber 29 novas unidades hoteleiras, sendo que apenas quatro não estarão dentro da cidade.

Questionado sobre se poderia haver uma sobrelotação de hotéis na cidade, Vítor Costa defendeu que não concorda, apesar de destacar que “há necessidade de este crescimento ser gerido para que seja sustentável”. “Eu penso que se tirarmos o turismo os transportes públicos não ficam melhores, o problema da habitação não fica resolvido, os bairros históricos irão degradar-se como estavam no processo anterior e ficamos todos mais pobres”.

“Ninguém consegue responder se há turismo a mais, se há turismo a menos. Se eu for para a fila do Mosteiro dos Jerónimos na hora de ponta digo que há turismo a mais porque tenho muita gente à minha frente para entrar”, vincou, acrescentando que “o mais importante não é discutir se há a mais ou a menos, mas como é que podemos gerir e continuarmos a desenvolver o turismo positivamente”.

Ainda assim, Vítor Costa advogou que é importante melhorar a “acessibilidade e a mobilidade” na cidade, nomeadamente em relação às infraestruturas aeroportuárias e à melhoria do serviço do Metro de Lisboa e da Carris.

Relativamente ao preço médio por quarto nos hotéis de três, quatro e cinco estrelas, os dados do Turismo de Portugal dão conta que em 2017 a estadia num quarto de hotel em Lisboa custava em média 103 euros, o valor mais alto em 10 anos.

Também a procura tem aumentado, com a taxa de ocupação por quarto a rondar os 81%, significando a maior taxa de ocupação registada entre 2008 e 2017.

Crescimento hoteleiro em Lisboa é “positivo”, mas necessita de “reflexão séria”

A Ordem dos Arquitetos considera que o crescimento hoteleiro em Lisboa é “positivo”, mas alerta para a velocidade com que muitas modificações estão a ser feitas, defendendo, por isso, “uma reflexão séria”.

“O problema não é propriamente o haver mais hotéis. Lisboa tinha poucos hotéis e em Portugal, de um modo geral, havia poucos hotéis. É natural que tenha havido um ‘boom’ de crescimento dos hotéis, o problema é que vieram na maior parte dos casos substituir coisas que preexistiam, que em muitos casos eram habitações não ocupadas, mas também ocupadas”, disse à agência Lusa o presidente da Ordem dos Arquitetos, José Manuel Pedreirinha.

No entender de José Manuel Pedreirinha, este crescimento implica “toda uma modificação muito profunda na cidade”, que exige reflexão por parte das autarquias, arquitetos, sociólogos, economistas e até advogados. O presidente da Ordem dos Arquitetos disse ainda que receia que “essa reflexão venha a ser feita quando houver alguns disparates já difíceis de resolver”.

“Se houver um sismo, uma estrutura de um pequeno prédio pode afetar os prédios ao lado que estavam preparados para um tipo de estrutura e que ao ter ali uma estrutura diferente os pode afetar”, exemplificou. “Estou um pouco preocupado por essas transformações estarem a andar a um ritmo, a uma velocidade e com uma intensidade que me parece perigosamente grande”, reiterou, acrescentando que se o turismo se reduzir “estas estruturas [hotéis] vão ficar completamente vazias e difíceis de se adaptar para outras coisas”.

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