Startups: ecossistema português cresce o dobro da média europeia

Conclusões do SEP Monitor Report, uma parceria entre a Mind the Bridge e a Beta-i, foram apresentadas esta terça-feira, em Lisboa.

O ecossistema empreendedor português cresce o dobro da média europeia. A conclusão é do Startup Europe Partnership (SEP) intitulado, um estudo que resulta de uma parceria entre a Mind the Bridge e a Beta-i. “No ano passado, mais de 130 milhões de dólares de novos financiamentos foram assegurados (40% do total de financiamento gerado entre 2010 e 2016)”, refere a Beta-i em comunicado.

Das 67 scaleups detetadas — às quais se juntam mais 30 prontas para escalar –, mais de 350 milhões de dólares de financiamento foram captados em 2016, um aumento de 38% face ao ano anterior. “Olhando de perto, podemos dizer que Lisboa é o hotspot de scaleup em Portugal, responsável por 221 milhões de capital levantados, 27 scaleups, 17 exits desde 2010 e 31% do novo capital angariado”, acrescenta ainda o comunicado.

O estudo refere ainda que quatro em cada cinco empresas fundadas em Portugal são startups “dual”, que contam com sedes localizadas fora do país enquanto mantêm operações relevantes no país de origem. Entre elas estão nomes como a Feedzai, OutSystems, Talkdesk, Unbabel e Veniam.

“É interessante notar que os investidores internacionais ocupam um papel importante no ecossistema de rápido crescimento português. 62% do capital disponível ara scaleups vem de fora. Eventos internacionais como o Web Summit, o Lisbon Investment Summit ou o Scale Up Porto têm sido muito importantes para fazer avançar o panorama de scaleups em Portugal”, explica Ricardo Marvão, cofundador e diretor de projetos globais da Beta-i.

Depois do “Portugal Rising”, apresentado no final de 2015, o estudo conclui que o crescimento do ecossistema nacional de startups e empreendedores está a crescer a uma velocidade que duplica o crescimento na Europa. O estudo foi apresentado a propósito da #LIS (Lisbon Investment Summit) que decorre em Lisboa entre terça e quarta-feira.

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Emir do Koweit desloca-se à Arábia Saudita para tentar mediar crise no Golfo

  • Lusa
  • 6 Junho 2017

Diversos deputados manifestaram apoio à iniciativa do emir, que já tinha desempenhado uma função decisiva na disputa em 2014 entre Doha e três dos seus vizinhos árabes do Golfo.

O emir do Koweit, xeque Sabah al-Ahmad Al-Sabah, desloca-se esta terça-feira à Arábia Saudita para tentar mediar a crise no Golfo entre o Qatar e os seus vizinhos árabes, que cortaram relações com Doha, anunciaram deputados koweitianos.

“O emir desloca-se hoje à Arábia Saudita, vamos rezar a Deus para que ajude a salvaguardar a unidade do Golfo”, declarou perante o parlamento o deputado Ali al-Deqbasi.

“O povo do Koweit e os do Golfo apoiam do fundo do coração os esforços do emir para ultrapassar este obstáculo”, declarou por sua vez o deputado Jamaan al-Harbash.

Diversos deputados manifestaram apoio à iniciativa do emir, que já tinha desempenhado uma função decisiva na disputa em 2014 entre Doha e três dos seus vizinhos árabes do Golfo.

A Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, e ainda o Egito, o arquipélago das Maldivas, e um dos governos rivais do Iémen e da Líbia, romperam na segunda-feira as relações diplomáticas com o Qatar após acusarem Doha de apoiar movimentos islamitas radicais.

No decurso de um contacto telefónico na segunda-feira, e segundo os ‘media’ koweitianos, o emir do Koweit exortou o xeque do Qatar Tamim ben Hamad Al-Thani à contenção para evitar o aumento da tensão regional.

Sabah al-Ahmad Al-Sabah pediu igualmente que fosse concedida “uma hipótese aos esforços destinados a conter as tensões entre países irmãos”.

O Koweit, membro do Conselho de Cooperação do Golfo, não se associou, à semelhança de Omã, às medidas decididas pelo Qatar pelos restantes três membros do organismo.

A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Egito e o Bahrein também anunciaram o encerramento dos respetivos espaços aéreos às companhias aéreas do Qatar. Riade anunciou hoje que retirou a autorização de operação da companhia aérea Qatar Airways e ordenou o encerramento dos seus escritórios no país em 48 horas.

Todas as rotas da Qatar Airways com destino ao ocidente viram o seu trajeto alterado e começaram a passar pelo espaço aéreo do Irão e da Turquia, informaram as páginas eletrónicas Flight Radar e Flight Aware, que monitorizam os voos em tempo real.

Já hoje a Qatar Airways anunciou a suspensão de todos os voos de e para a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito “até nova ordem”.

A medida surge depois de sete companhias aéreas terem anunciado, na segunda-feira, a suspensão dos voos de e para Doha na sequência do corte de relações diplomáticas entre uma série de países e o Qatar.

A rutura de relações foi acompanhada por um conjunto de medidas que implicam o isolamento do Qatar, anfitrião do Mundial de Futebol 2022, com o encerramento de fronteiras terrestres e marítimas, proibições de sobrevoo e restrições à deslocação de pessoas.

A crise diplomática culmina anos de tensões na aliança entre os produtores de petróleo do Golfo e reflete uma irritação crescente dos países vizinhos com o apoio do Qatar a organizações que os outros Estados árabes consideram terroristas.

Alguns analistas relacionam também o agravamento da situação com a recente viagem do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à região, marcada pelo reforço dos laços com a Arábia Saudita e pelo apelo aos líderes árabes para que assumam a luta contra o terrorismo.

Dias depois da visita, o Qatar anunciou que a sua agência oficial, QNA, foi “pirateada por uma entidade desconhecida” e que “declarações falsas” sobre o Irão, o Hezbollah, o Hamas e a Irmandade Muçulmana foram atribuídas ao emir.

As acusações ao Qatar de apoio ao terrorismo são recorrentes, mas Doha nega-as.

O Qatar acolhe no seu território dirigentes do Hamas – como Khaled Meshaal – e da Irmandade Muçulmana – como Yussef al-Qaradaoui -, consideradas organizações terroristas pelos países vizinhos.

O país é também acusado de laxismo na luta contra o financiamento do terrorismo através de fundos privados.

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BCE voltou a reduzir compras de dívida portuguesa para novo mínimo

Banco central voltou a baixar o ritmo de compra de dívida portuguesa para um novo mínimo histórico. Mas Portugal não é caso único.

O Banco Central Europeu (BCE) continua a diminuir o ritmo de compra de obrigações portuguesas no âmbito do plano de aquisição de dívida do setor público (PSPP). Em maio, a autoridade monetária adquiriu 504 milhões de euros em títulos nacionais, um novo mínimo de sempre.

A cada mês que passa o banco central vai reduzindo as suas compras de dívida não só em Portugal, mas também na generalidade dos países do bloco da moeda única. Isto acontece por várias razões: a primeira das quais prende-se com o facto de ter reduzido a magnitude do seu plano de estímulos desde abril passado. Em vez dos 80 mil milhões mensais, o BCE baixou o ritmo de compras para os 60 mil milhões, marcando o início da reversão dos estímulos que foram implementados para animar a economia.

Em relação a Portugal, foi o sexto mês de queda nas compras. E os 504 milhões adquiridos em dívida de Portugal comparam com a média mensal de 1.023 milhões de euros desde o início deste programa, iniciado em 2015. No total, a entidade liderada por Mario Draghi detinha 27,6 mil milhões de euros em títulos portugueses no final do mês passado.

O plano do BCE estipula um conjunto de regras que limitam o nível de compras de dívida por país, nomeadamente a chave de capital de cada membro junto do banco central. O BCE só pode ficar com até 33% de uma linha de obrigações, por exemplo.

Além disso, conforme explicou o vice-presidente do BCE, Vítor Constâncio, o banco central está a comprar agora menos dívida portuguesa do que a meta definida por essa chave de capital por causa das aquisições de dívida efetuadas num outro programa semelhante e que vigorou entre 2010 e 2012.

Quanto ao PSPP, tem fim previsto para dezembro deste ano, mas vários responsáveis da instituição com sede em Frankfurt já sublinharam que a retirada dos estímulos será feita de forma gradual para evitar perturbações nos mercados financeiros. Também os economistas esperam uma ação do BCE nesse sentido.

(Notícia atualizada às 15h31)

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Wall Street no vermelho à espera de acontecimentos decisivos

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 6 Junho 2017

As eleições no Reino Unido, o testemunho do ex-diretor do FBI e a reunião do BCE deixam as bolsas em suspenso.

As bolsas norte-americanas abriram no vermelho, à espera de acontecimentos importantes que vão marcar a semana.

Os investidores estão de olhos postos nas eleições britânicas, mas também aguardam com expectativa as palavras do antigo diretor do FBI, James Comey, perante o Congresso, depois de ter sido despedido pelo presidente Donald Trump em maio.

Além disto, quinta-feira é dia de reunião do Banco Central Europeu (BCE) e os economistas esperam que a normalização da política monetária da Zona Euro ocorra da forma mais gradual possível. Os 60 economistas sondados pela Bloomberg antecipam que a próxima reunião da entidade liderada por Mario Draghi sirva para reconhecer que os riscos em torno da recuperação da Zona Euro estão equilibrados.

O principal índice de Wall Street, o Standard & Poor’s, perdia esta quarta-feira 0,26%, para 2.429,62, enquanto o Dow Jones recua 0,25%, para 21.134,10 pontos e o Nasdaq desvaloriza 0,22%, para 6.281,86 pontos.

Para Peter Cardillo, da First Standard Financial, os índices estão a aguardar acontecimentos importantes, apontando para o testemunho de Comey, o BCE e as eleições britânicas, escreve a Reuters.

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Nos já tem mais clientes em pacotes do que a Meo

A operadora liderada por Miguel Almeida superou pela primeira vez o número total de subscritores de pacotes de serviços de comunicações da Meo.

A Nos chegou à liderança do mercado de telecomunicações em Portugal em prestação de serviços de telecomunicações em pacote. A operadora liderada por Miguel Almeida superou o número de clientes da Meo, detida pela Altice, considerando apenas as ofertas em pacote, de acordo com os dados da Anacom.

“No trimestre em análise [entre janeiro e março de 2017], o Grupo Nos registou pela primeira vez a quota subscritores mais elevada (39,4%), seguindo-se a Meo (39,2%), e a Vodafone (16,4%), e o Grupo Apax (5%)”, refere o regulador do setor das telecomunicações. A Nos lidera nas modalidades 3P e 4P (telefone, televisão e internet), enquanto a Meo liderava nas modalidades 2P (televisão e internet ou telefone e internet) e 5P (que conta também com a banda larga móvel).

No trimestre anterior a Nos tinha uma quota de 39,3%, tendo aumentado. Já a Meo, continua a perder mercado no que toca a ofertas convergentes: baixou de 39,7% no quarto trimestre do ano passado, sendo que há um ano tinha mais de 40%. A culpa é, em parte, da Vodafone, que continua a ganhar expressão no setor.

“A Vodafone continuou a ser o prestador que mais aumentou a sua quota de subscritores de pacote de serviços (+0,4 pontos percentuais no primeiro trimestre de 2017 e +1,8 pontos percentuais nos últimos 12 meses) e o que registou a maior aquisição líquida de subscritores durante o primeiro trimestre de 2017 (+21 mil)”, acrescenta a Anacom.

Apesar de bater a Meo no que toca a clientes, a Nos continua atrás nas receitas. “Em termos de receitas, no primeiro trimestre 2017, a Meo era o principal prestador de serviços em pacote, com uma quota de cerca de 41,8%, seguindo-se o Grupo NOS (39,9%), a Vodafone (14,2%) e o Grupo Apax (4%)”, remata. Isto é explicado, em parte, pela maior fatia de mercado em 5P que é, também, a mais rentável para as operadoras.

Quanto a isso, as receitas conseguidas com o fornecimento de serviços em pacote cresceu 6% em termos homólogos, para 440 milhões de euros no total do trimestre. Cada subscritor valeu uma receita mensal de, em média, 41,57 euros, uma queda de 1,6% em relação aos três primeiros meses do ano passado. A mesma receita média mensal foi de 52,85 por agregado familiar com ofertas em pacote, sublinha a Anacom.

A Anacom refere, por fim, que o número de subscritores destas ofertas convergentes atingiu 3,55 milhões. São só mais 35.000 subscritores do que no trimestre anterior, um crescimento de 1% que “foi o mais baixo” desde 2011, altura em que a Anacom começou a publicar este tipo de informação. Além do mais, “os pacotes 5P”, os mais populares, “cresceram significativamente abaixo da média nos últimos anos”, desde 2014.

Meo presta esclarecimentos

Face a estas informações, a Meo emitiu um comunicado ao final desta terça-feira, onde garante que, no que toca ao mercado global de telecomunicações, “continua a ser líder absoluta”. “O relatório da Anacom que serve de base à interpretação que durante o dia de hoje os jornalistas fizeram refere-se exclusivamente aos serviços disponibilizados por ‘pacote’, não abrangendo a totalidade dos serviços prestados por cada operador”, justificou a empresa.

A Meo “é, pois, líder nos pacotes de maior valor e mais serviços incluídos (5P), por larga margem. A liderança de mercado é resultado de todos os serviços e não apenas daqueles resultantes da subscrição de ‘pacotes'”, acrescentou a operadora.

(Notícia atualizada às 22h13 com comunicado e esclarecimentos da Meo)

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Centeno responde a perguntas dos cidadãos nas redes sociais

  • Lusa
  • 6 Junho 2017

Tem uma pergunta para o ministro das Finanças? Coloque a questão no Facebook ou Twitter com o ‘hashtag’ "PS em diálogo".

O ministro das Finanças, Mário Centeno, responde na quarta-feira, durante uma hora, a partir da sede nacional do PS, em Lisboa, a perguntas formuladas pelos cidadãos através das redes sociais Facebook e Twitter.

Entre as 12:00 e as 13:00 de quarta-feira, Mário Centeno responderá por ‘livestreaming’ a perguntas formuladas pelos cidadãos que coloquem o ‘hashtag’ “PS em diálogo”.

“PS em diálogo” é o nome da iniciativa promovida pela direção dos socialistas, com a qual pretende preparar o debate sobre o “Estado da Nação” na Assembleia da República, no dia 12 de julho, que marca o encerramento da sessão legislativa.

Fonte da direção do PS adiantou à agência Lusa que o próximo convidado da iniciativa, depois do titular da pasta das Finanças, será o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, no próximo dia 21.

A iniciativa “PS em diálogo” foi lançada antes da Convenção Nacional Autárquica deste partido, que se realizou no passado dia 6 de maio em Lisboa, e que decorre em paralelo com o ciclo de conferências intitulado “PS de portas abertas”.

Segundo a direção dos socialistas, as duas iniciativas inserem-se no objetivo “de abrir e incentivar o debate político não só junto dos militantes, como também junto dos simpatizantes”.

Nas conferências “PS de portas abertas”, entre outros temas, já foram debatidas as questões da morte assistida ou das eleições presidenciais norte-americanas.

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Bitcoin renova máximos. Quase triplica de valor este ano

O frenesim das moedas virtuais continua. O valor da bitcoin atingiu novos máximos, para 2.900 dólares. Durante o ano, a escalada já vai nos 190%. Mas não é a única moeda em alta.

A bitcoin está a renovar máximos. Cada moeda já vale 2.900 dólares. É um novo recorde para a divisa virtual e descentralizada, que desde o início do ano já quase triplicou o seu valor, somando praticamente 190%.

Desta vez, a subida de quase 9% (depois da valorização de 9,57% da sessão anterior) é explicada, sobretudo, com um aumento da procura nos mercados chinês e japonês, depois de algumas das principais casas de bitcoin terem voltado a aceitar levantamentos — isto é, compra de dólares com a moeda virtual. Mas existem visões contraditórias sobre se a escalada é sustentável.

Enquanto alguns analistas falam de uma bolha, na medida em que a valorização tem sido acentuada e sem dar sinais de abrandamento, outros garantem que é apenas o início. Recentemente, um analista que antecipou com sucesso a passagem da barreira dos 2.000 dólares estimou que a bitcoin pode vir a valer 100.000 dólares no espaço de dez anos.

Recorde-se ainda que, no final do mês passado, decorreu em Nova Iorque a conferência Consensus 2017, que reúne os principais nomes da comunidade bitcoin. Uma vez que é uma moeda descentralizada, os entusiastas e investidores reúnem-se todos os anos desde 2015 para discutirem caminhos e o futuro da moeda. Para a edição de 2018, os bilhetes já custam 1.299… dólares (não chega a uma bitcoin).

Não é, no entanto, a única moeda virtual a viver um ano de ouro. O Ethereum, outra divisa virtual que já chegou a bater a bitcoin em montante total de transações, segue esta terça-feira a valorizar 4,7% para 260,28 dólares. É também um máximo histórico para a moeda mantida pela Ethereum Foundation, conhecida por permitir transações que só se efetuam caso cumpram certos requisitos.

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A defesa de Mexia em cinco pontos

Presidente da EDP diz que empresa não beneficiou com a revisão dos contratos energéticos que estão no centro das investigações. Afasta demissão porque iria criar dúvidas quanto ao seu papel no caso.

Para António Mexia, a EDP não obteve qualquer benefício com a revisão dos contratos energéticos. Na conferência de imprensa, o presidente da elétrica nacional rejeitou as acusações que levaram o Ministério Público a constituí-lo arguido no caso dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), juntamente com Manso Neto. Mexia descarta abandonar funções na companhia porque poderia criar dúvidas acerca do seu papel neste processo. Até porque também tem a solidariedade de todos os acionistas e porque acredita que as investigações em curso não vão afetar a gestão da empresa.

1. “EDP não obteve qualquer benefício”

Foi um dos pontos-chave da defesa de António Mexia perante o processo de renegociação dos contratos energéticos. O presidente da EDP começou por dizer que se trata de um caso antigo. “Tem décadas. É um processo que já foi muito escrutinado. Por muitos governos, parlamentos e Comissão Europeia. E que não resultou de nenhuma iniciativa da EDP, que se preocupou em defender os seus interesses dentro da lei e da ética”, frisou o responsável.

Em termos concretos, Mexia mostrou que a atualização de parâmetros de mercado em 2007 — ano em que entraram em vigor os CMEC, substituindo os anteriores CAE (contratos de aquisição de energia) — reduziu o valor da compensação financeira à EDP em 75%, dos 3.356 milhões de euros para os 833 milhões de euros. Por outro lado, a mesma revisão contratual com o Estado estabeleceu um aumento do valor económico do domínio público hídrico a entregar ao Estado em 56%, dos 1.356 milhões de euros para os 2.115 milhões de euros.

Neste enquadramento, Mexia descarta que a companhia tenha obtido qualquer benefício com a alteração aos contratos de energia que não foi sequer iniciativa da EDP. E é com base nestes números que o presidente da EDP rejeita as acusações de corrupção que o Ministério Público indica suspeitar. “A questão da eventual corrupção tem a ver com eventuais benefícios (…) Não vejo nenhum benefício”, considerou o CEO da elétrica.

2. Contratos auditados por independentes

O facto de os contratos terem sido alvo de intenso escrutínio também foi lançado por Mexia várias vezes durante a sua apresentação. Lembrou por mais do que uma vez que os contratos não são novos e que passou pela análise de vários governos, parlamentos e até pela própria Comissão Europeia. Adicionalmente, reforçou o presidente da EDP, os valores das compensações a pagar no âmbito dos CMEC resultaram de estudos de entidades especializadas.

Tendo em conta que o Estado era à data o maior acionista da EDP, a empresa apoiou-se em duas fairness opinions de reputadas instituições financeiras independentes e internacionais, concretamente, da Rothschild e da Deloitte. As avaliações efetuadas por estas entidades foram confrontadas com as realizadas por solicitação do Governo português que também se apoiou em entidades especializadas designadamente de foro legal”, explicou o presidente da EDP.

Disse ainda que está seguro em relação ao comportamento e atuação neste processo. “A demonstrá-lo está a validação reiterada de todo o processo (de adoção dos CMEC) pela Comissão Europeia. Acresce que em 2012, no âmbito de acusações infundadas da Secretaria de Estado da Energia sobre a existência de “rendas excessivas” no processo de transição de CAE para o regime de CMEC, três entidades independentes com competência reconhecida a nível nacional e internacional demonstraram a inexistência dessas alegadas rendas”, argumentou a empresa.

Outra investigação relacionada com a compensação paga pela EDP para a extensão das concessões de energia hidroelétrica foi encerrada por Bruxelas em maio de 2017, que concluiu que os valores pagos pela elétrica por estes ativos eram compatíveis com as condições de mercado. “A Comissão concluiu ainda que a metodologia financeira utilizada para avaliar o preço da extensão das concessões foi adequada e resultou num preço de mercado justo”, contrapõe Mexia.

3. EDP “confortável” com patrocínio de curso a antigo ministro

O patrocínio de um curso numa universidade dos EUA a Manuel Pinho, antigo ministro da Economia que estabeleceu a fórmula final para o cálculo dos CMEC, em 2007, também foi uma questão abordada por António Mexia.

O presidente explicou que não houve qualquer desconforto em fazê-lo na medida em que a EDP está altamente exposta ao mercado norte-americano e queria que o tema das energias renováveis fosse amplamente debatido e alvo de investigação académica. E a Universidade de Columbia, com quem assinou um contrato no valor de 300 mil dólares por ano durante quatro anos, surgiu interessada no momento certo.

“Fazia todo o sentido que se debatesse as alterações climáticas. Quando nos aparece uma universidade de topo mundial, achamos interessante fazer aquilo que outras elétricas fizeram também: um conjunto de iniciativas de lições, palestras, research, formação dos nossos quadros, bolsas, isto num mercado muito importante”, frisou Mexia, precisando que os EUA representam dois terços do investimento na companhia na área das energias limpas.

Momentos depois, o líder da EDP assegurou que não patrocinaria qualquer curso a Manuel Pinho se em algum momento estivesse intranquilo com o assunto dos CMEC. Frisou que em 2007 já a Comissão Europeia havia admitido que os contratos assinados não constituíam ajuda de Estado. Mais: a EDP relaciona-se com mais de 50 universidades em diversas geografias no sentido de desenvolver a investigação e educação nas áreas da energia e do ambiente, argumentou Mexia.

4. Demitir-se? Nem pensar, diz Mexia

O presidente da empresa afastou ainda a ideia de suspender o mandato ou abandonar as funções por causa desta investigação. Em primeiro lugar porque isso iria criar dúvidas num caso onde não há dúvidas, disse Mexia. E depois porque os acionistas, adiantou de seguida Eduardo Catroga, presidente do Conselho Geral e de Supervisão, estão solidários com a administração da empresa.

“Seria um erro para a instituição porque se poderia pensar que havia dúvidas. Suspender o mandato iria enfraquecer a EDP”, referiu Mexia.

Já Catroga garantiu que todos membros daquele conselho “manifestaram por unanimidade solidariedade com a comissão executiva da EDP”, tendo adiantado que alguns dos membros até defenderam que se averiguassem eventuais responsabilidades e a possibilidade de ações contra os responsáveis dessas denúncias anónimas. “Não se brinca com empresas cotadas”, frisou o representante dos acionistas.

Antes, o presidente da EDP havia dito que “não se pode aceitar com ligeireza que se ponha em causa o bom nome” da sua administração. João Manso Neto, presidente da Renováveis, também foi constituído arguido neste caso, tendo estado presente nesta conferência de imprensa.

5. Investigações não vão distrair gestão

Se os analistas tinham dúvidas acerca do facto de este caso poder vir a distrair a administração da EDP da execução do plano de negócios, Mexia rejeitou liminarmente essa ideia. As ações da EDP tombaram na sessão desta segunda-feira perante os receios dos investidores com as implicações deste caso na gestão da empresa. Hoje recuperam terreno depois de o líder da EDP garantir que se mantém focado na EDP.

“Perder o foco? Não. Gostava de ser claro para todos. Não perdemos o foco. Há muito trabalho para fazer”, salienta António Mexia. “Não há nada que nos faça perder o foco. Criar valor para os acionistas, para os consumidores, para o país. Não vamos perder o foco”, reforçou ainda.

A EDP tem em curso uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a EDP Renováveis. Para Mexia, o caso nada tem a ver com a oferta e por isso espera que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) aprove o prospeto “nas próximas semanas”.

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Banco de Portugal alerta para facilitismos no novo crédito

Carlos Costa teme os efeitos da subida dos juros de referência. Deixa, por isso, o alerta aos bancos para fazerem uma melhor avaliação do risco de forma a evitar uma repetição dos erros do passado.

O Banco de Portugal está preocupado com a nova concessão de crédito, alertando para o risco desta estar a ser feita com algum facilitismo pelos bancos. O alerta é deixado no Relatório de Estabilidade Financeira divulgado esta terça-feira pela instituição liderada por Carlos Costa, que chama a atenção para os efeitos negativos do elevado endividamento dos particulares, sobretudo num contexto em que os juros de referência venham a aumentar.

“Os bancos portugueses permanecem expostos à evolução das taxas de juro de referência, na medida em que as suas carteiras de crédito continuam a apresentar um peso significativo de empréstimos concedidos com taxas de juro indexadas [as Euribor] e caracterizados por maturidades longas. Deste modo, o atual ambiente de taxas de juro muito baixas, num contexto de condições monetárias extremamente acomodatícias na área do euro, continua a exercer pressão sobre a margem financeira, penalizando a rendibilidade do setor bancário”, diz o documento.

A entidade liderada por Carlos Costa teme que o cenário de juros historicamente mínimos constitua um incentivo para que os bancos assumam mais risco em termos da nova concessão de crédito, alertando para a necessidade de uma melhor avaliação de critérios.

"“É fundamental que as instituições financeiras avaliem corretamente e de forma prospetiva o risco inerente aos novos fluxos de crédito, principalmente a capacidade de crédito dos mutuários para além do colateral dado em garantia.”

Banco de Portugal

“Num ambiente prolongado de baixas taxas de juro e perante requisitos contabilísticos e regulamentares mais exigentes, poderão gerar-se incentivos a uma maior assunção de riscos por parte das instituições financeiras”, refere o relatório. Por isso, o Banco de Portugal considera que “é fundamental que as instituições financeiras avaliem corretamente e de forma prospetiva o risco inerente aos novos fluxos de crédito, principalmente a capacidade de crédito dos mutuários para além do colateral dado em garantia”.

O Banco de Portugal refere que face aos níveis de endividamento dos particulares, “uma eventual subida das taxas de juro de mercado, mesmo que gradual, poderá condicionar a capacidade de serviço da dívida” por parte dos devedores, referindo ainda que nesse cenário, “a qualidade de crédito das instituições financeiras nacionais poderá ser negativamente afetada, sobretudo se a recuperação económica em Portugal não acompanhar o desempenho da área do euro”.

O alerta do banco de Portugal acontece num período marcado pelo acentuado crescimento sobretudo do crédito à habitação, mas também do crédito ao consumo. Um aumento da concessão que está a ser acompanhado por um conjunto alargado de revisões em baixa dos spreads do crédito à habitação. A maioria dos bancos pratica taxas mínimas em torno de 1,5%. Os spreads chegaram perto dos 3% na crise, isto depois de terem sido de praticamente zero nos anos anteriores.

A nova concessão de crédito à habitação está em máximos de sete anos. Os últimos dados disponibilizados pelo Banco de Portugal, indicam que nos primeiros três meses deste ano, os bancos nacionais disponibilizaram 1,8 mil milhões de euros em empréstimos para a compra de casa, o que corresponde ao valor mensal mais elevado desde o ano de 2010. Ou seja, imediatamente antes da crise financeira.

No crédito ao consumo, também se têm vindo a registar níveis recorde na nova concessão. Também nos três primeiros meses deste ano, os portugueses disponibilizaram um total de 1,5 mil milhões de euros em créditos com essa finalidade, o que corresponde ao valor mais elevado desde o período homólogo de 2013.

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Banco Popular já vale menos do que os negócios à venda

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 6 Junho 2017

As ações do banco liderado por Emilio Saracho continuam a perder valor. Estão a cair há oito sessões, renovando mínimos históricos consecutivos. O valor em bolsa é menos de metade do BCP.

O Banco Popular vive dias difíceis. Está em queda acentuada em bolsa, renovando mínimos históricos consecutivos perante receios dos investidores quanto ao futuro da instituição. A desvalorização levou o valor de mercado para pouco mais de mil milhões de euros, o que é já menos do que os negócios que tem à venda, avança o El Economista.

As ações do banco liderado por Emilio Saracho já caem há oito sessões. Estão a perder 7,69% para um mínimo histórico de 0,311 euros. Neste curto período de tempo, o Popular perdeu mais de metade do valor em bolsa. Vale agora 1.368 milhões de euros, ou seja, menos de metade do BCP e ficando até aquém do BPI.

A valorização daquele que já foi dado como o banco mais rentável da Europa caiu para metade em pouco mais de uma semana, nota o El Economista, acrescentando que, no dia 25 de maio tocou os 2,8 mil milhões de euros. Agora, o valor de mercado fica abaixo da avaliação do WiZink, especializado em crédito e poupança, e TotalBank, unidades de negócio que está a tentar vender para obter liquidez.

No início do mês passado, o banco, acossado por um elevado volume de ativos tóxicos, deu conta de um novo plano para voltar à ribalta. Chama-se Sunrise e prevê nomeadamente a criação de um banco mau para “desintoxicar” a sua carteira. O Popular encerrou 2016 com prejuízos históricos de 3,5 mil milhões de euros e começou mal o ano de 2017, com prejuízos de 137 milhões no primeiro trimestre.

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Malparado continua a castigar a banca. Juros baixos também

Os empréstimos em incumprimento ainda pesam no balanço dos bancos. Isto apesar de todos os progressos feitos no setor financeiro português. O alerta é deixado pelo Banco de Portugal.

O crédito malparado continua a ser um dos riscos para os balanços dos bancos portugueses. No Relatório de Estabilidade Financeira, o Banco de Portugal refere que os níveis de crédito em risco ainda estão muito elevados, apesar de todos os desenvolvimentos no setor financeiro nacional. Um cenário que continua a pressionar a rendibilidade dos bancos, em conjunto com as taxas de juro muito baixas e exposição elevada ao soberano e ao imobiliário.

“O elevado nível de ativos não produtivos, a fraca rendibilidade e a exposição ao soberano e a economias de mercado emergentes com quebra de atividade tendem a agravar a perceção dos investidores acerca da qualidade dos ativos das instituições de crédito e, desta forma, a condicionar o acesso aos mercados financeiros internacionais“, de acordo com o documento revelado pelo banco liderado por Carlos Costa.

O elevado nível de ativos não produtivos, a fraca rendibilidade e a exposição ao soberano e a economias de mercado emergentes com quebra de atividade tendem a agravar a perceção dos investidores acerca da qualidade dos ativos das instituições de crédito e, desta forma, a condicionar o acesso aos mercados financeiros internacionais.

Banco de Portugal

“O aumento das imparidades deveu-se, em grande medida, ao elevado fluxo de imparidades para crédito e outros ativos registado pela CGD na sequência do exercício de reavaliação do valor dos seus ativos“, diz o regulador, notando contudo que este efeito é temporário. Ou seja, foi um reconhecimento de imparidades extraordinário.

O governador do Banco de Portugal já tinha afirmado que o crédito malparado deve ser absorvido pelos bancos de forma mais rápida do que no passado. Mas a solução não passará pela criação de um “banco mau”. Esta ideia já foi deixada pelo primeiro-ministro. António Costa salientou que está a trabalhar para criar uma plataforma que permita aos bancos conseguirem encontrar solução para estes créditos em incumprimento.

É de salientar a importância das medidas tomadas e que venham a ser reforçadas no âmbito da definição de planos de redução de NPL, em linha com as orientações sobre créditos não produtivos dirigidas às instituições de crédito publicadas pelo BCE”, sublinha, notando pela positiva que neste período se assistiu a um “aumento da cobertura por imparidades cria condições propícias para uma redução mais rápida dos ativos não produtivos”. Ou seja, o regulador está satisfeito com a crescente proteção assumida pelos bancos perante créditos em incumprimento.

Juros baixos é ameaça durante algum tempo

Mas além do malparado, a rendibilidade do setor também continua a ser penalizada pelas taxas de juro muito baixas, um cenário que se deve manter durante algum tempo. “O ambiente prolongado de baixas taxas de juro coloca pressão adicional sobre a margem financeira e a rendibilidade do setor bancário nacional, dada a relevância nas carteiras de crédito dos empréstimos concedidas a taxas de juro indexadas e maturidades longas”, afirma o Banco de Portugal.

Outro fator negativo é a elevada exposição ao soberano. “O elevado endividamento das administrações públicas constitui também uma importante vulnerabilidade da economia portuguesa, com potencial impacto direto sobre o sistema financeiro, potenciado pela sua significativa exposição direta ao soberano doméstico.”

Setor regista progressos

Apesar de estes empréstimos em incumprimentos e de as taxas de juro reduzidas continuarem a pesar na rentabilidade dos bancos, houve progressos no setor. O banco central português refere desenvolvimentos na banca como a recapitalização da CGD e a celebração do contrato tendo em vista a venda do Novo Banco, o que permitiu “aumentar a capacidade destas instituições para implementar soluções para o elevado stock de NPL, criando incentivos no mesmo sentido a outras instituições igualmente expostas a este tipo de ativos”, realça o Banco de Portugal.

O regulador refere ainda a entrada de um novo acionista e aumento de capital do BCP, diminuição da exposição do BPI ao BFA e aquisição de controlo do CaixaBank e ainda redução da incerteza associadas aos empréstimos concedidos ao Fundo de Resolução.

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May pede, Vodafone dá: novas regras para o discurso de ódio online

A primeira-ministra lançou o repto e a empresa britânica seguiu-o: a partir desta terça-feira, os anúncios publicitários da Vodafone deixarão de aparecer em sites identificados como nocivos.

“Enough is enough” – foi esta a expressão da primeira-ministra, após o atentado de sábado em Londres, num discurso em que criticou as empresas tecnológicas, pedindo mais controlo no mundo online. Esta terça-feira a Vodafone respondeu a Theresa May com o anúncio de novas regras globais com o objetivo de limitar o discurso de ódio e as notícias falsas. A medida mais direta é que a sua publicidade não apareça em canais digitais dominados pelo ódio.

O discurso de ódio e as notícias falsas ameaçam os princípios de respeito e confiança que mantêm as comunidades unidas.

Vittorio Colao

CEO da Vodafone

As novas regras que entram em vigor esta terça-feira terão como alvo as páginas online identificadas como bastante permeáveis a ter um conteúdo nocivo. A ideia principal é retirar a publicidade “automática” da Vodafone desses locais, retirando-lhes o possível lucro que viriam a ter. Indiretamente, esta será uma forma de cortar o financiamento a este tipo de organizações. A abordagem da Vodafone terá como base um sistema de controlo já utilizado pela Google e pelo Facebook também.

“O discurso de ódio e as notícias falsas ameaçam os princípios de respeito e confiança que mantêm as comunidades unidas”, afirmou o presidente executivo da empresa britânica. Vittorio Colao garantiu que vai assumir “um forte compromisso com a diversidade e a inclusão”, defendendo que a marca da Vodafone não pode estar “associada a este tipo de conteúdo abusivos”. Colao referiu que vai dar “muito valor” à integridade das instituições democráticas, que são os “alvos” das chamadas fake news.

Este avanço da Vodafone vai ao encontro daquilo que Theresa May pediu, nomeadamente ao nível de acordos internacionais para regular o ciberespaço. “Não podemos dar o espaço de que esta ideologia precisa para crescer. Para isso, temos de atingir acordos internacionais para evitar a proliferação desta ideologia através das redes sociais”, afirmou a primeira-ministra britânica no domingo que vai a eleições esta quinta-feira.

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