CP vai demorar dez anos para “recuperar pontualidade”, diz ex-presidente

  • ECO
  • 27 Julho 2019

O ex-presidente da CP diz ter sido desrespeitado ao ser afastado da empresa antes de terminar o mandato. Diz ainda que na ferrovia, o país está "ao nível da Roménia e da Bulgária".

Está tudo por fazer na CP – Comboios de Portugal, diz o ex-presidente, Carlos Nogueira, afastado da empresa antes do fim do mandato. Agora, a empresa vai precisar de dez anos até voltar à normalidade, recuperando dos atrasos e a confiança das pessoas. Atualmente, disse em entrevista ao Expresso, na ferrovia, o país está “ao nível da Roménia e da Bulgária”.

Falando claro, eu não me demiti. A minha forma de estar não se compagina com deixar coisas a meio. Estava preparado para chegar ao final do mandato“, começou por dizer Carlos Gomes Nogueira, depois de ter sido afastado pelo Governo da liderança da CP, sendo substituído por Nuno Freitas. “Tenho a consciência tranquila de que ao longo destes dois anos fiz o melhor que podia e sabia, com uma dedicação integral para garantir a robustez e a sustentabilidade da CP”, continuou.

Dizendo-se “surpreendo” por essa decisão do Executivo, diz que, contrariamente ao que foi noticiado, não tinha “divergências estratégicas com o Ministério das Infraestruturas sobre a recuperação do material circulante”. Ainda assim, diz “concordar na íntegra” com a estratégia delineada pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

Questionado sobre quem tem a responsabilidade pelo desinvestimento na ferrovia, o ex-presidente da CP aponta o dedo aos “sucessivos Governos”. “Se se continuar a manter o foco e o investimento no setor ferroviário vamos demorar dez anos, pelo menos, a recuperar para bons níveis de pontualidade, regularidade e fiabilidade, mas ainda assim estaremos longe dos países desenvolvidos — estamos a anos-luz de Espanha” e “estamos ao nível da Roménia e da Bulgária, que é um nível baixíssimo”.

Olhando para trás, diz ter deixado a empresa com “tudo por fazer”. “Não se pode andar no faz e desfaz. A CP não é uma empresa, é uma organização indefinida. Porque tem um acio­nista que muda de acordo com o ciclo político, o que é bom, porque estamos em democracia, mas esses ciclos políticos alteram profundamente a estratégia da CP”.

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Governo mobiliza polícia e militares para greve dos combustíveis

  • ECO
  • 27 Julho 2019

Admitindo a hipótese de os motoristas não cumprirem os serviços mínimos, o Governo está a mobilizar forças de segurança como polícia e o exército para diminuírem o impacto da greve.

Com poucas esperanças quanto a uma desmobilização, o Governo está já a reforçar medidas para tentar minimizar o impacto da greve dos motoristas, agendada para 12 de agosto. Reforço nas escalas das forças de segurança e PSP e GNR prontas a atuar são alguns dos pontos que estão a ser estudados para garantir o abastecimento de combustível, caso os serviços mínimos não sejam cumpridos.

“A probabilidade de acontecer a greve é séria”, diz um responsável do Governo, ao Expresso, admitindo que “esta greve causará, seguramente, transtorno”. Embora continue a mediar o conflito entre ambas as partes, o Executivo acredita que as empresas não podem ceder mais do que aquilo que cederam na paralisação de abril. “Estamos a trabalhar para perceber se há alguma margem para ainda evitar a greve. É um caminho muito estreito e que leva o seu tempo”, diz a mesma fonte.

Perante este cenário, o Governo está concentrado num plano de emergência. Partindo do princípio de os motoristas podem não cumprir os serviços mínimos nem a requisição civil, a primeira preocupação é garantir que os camiões com combustível chegam mesmo aos 326 postos integrados na Rede Estratégica de Postos de Abastecimento (REPA).

Para isso, o papel das forças de segurança vai ser essencial, tanto para conduzir camiões-cisterna como para evitar ou desmobilizar bloqueios que os grevistas possam organizar à saída dos depósitos de combustível, nas bombas de gasolina ou nos trajetos entre um ponto e outro. Além disso, PSP, GNR e Exército estarão em prontidão para entrar em ação em qualquer destes cenários logo a partir dos primeiros minutos do dia 12.

As escalas do mês de agosto, escreve o Expresso, estão a ser feitas tendo em conta a necessidade de haver forças de segurança tanto para a manutenção da paz social como para garantir abastecimentos. Fonte oficial da PSP confirma que está já delineado um plano para, “em caso de necessidade”, prevenir “sabotagens, pilhagens ou desordens públicas”.

O objetivo vai ser “garantir” a segurança junto de piquetes de greve, “procurando garantir o livre exercício do direito à greve e o direito a exercer a atividade profissional para quem desejar trabalhar”. A polícia diz que não vai permitir cortes de estrada e vai fazer “escoltas de segurança a colunas de veículos automóveis pesados de mercadorias”. A Direção Nacional da PSP disponibilizou também ao Governo “polícias habilitados para conduzir veículos pesados de mercadorias” e uma “via­tura cisterna como apoio e reserva ao abastecimento”.

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Nestas empresas não se usa gravata, sai-se mais cedo e todos os dias são casual friday… Mas só no verão

Há empresas que permitem que os colaboradores deixem a gravata na gaveta, troquem as calças de fato por jeans ou os sapatos engraxados por ténis. E também há quem dê a tarde de sexta-feira.

As empresas estão a aproveitar o verão para transmitir uma mensagem de maior informalidade, proximidade e modernidade, aderindo às novas realidades laborais. As diferenças são mais visíveis ao nível do vestuário. Muitas organizações, nomeadamente o setor bancário, permitem que os colaboradores deixem a gravata em casa, troquem as calças de fato por calças de ganga e até os sapatos engraxados por ténis.

E esta atitude mais descontraída não atinge somente o código de vestuário. Também há quem opte por políticas de flexibilidade a nível de horário, de modo a facilitar um fim de semana prolongado ou uma ida à praia em qualquer dia da semana.

O ECO foi à procura das empresas que, no verão, adotam uma atitude mais descontraída. E descobriu que o setor bancário está a entrar nesta “onda”.

No verão, o fato é sem gravata

Na área da banca, um setor onde a gravata é uma imagem de marca, várias empresas estão a alterar o seu código de vestuário profissional, pelo menos durante os meses de verão. O EuroBic é um deles. O banco decidiu tornar o uso de gravata facultativo, tanto nos edifícios corporativos como também nas agências.

“A gravata é somente essencial nos momentos de visita aos clientes”, explica o banco em comunicado, acrescentando que a decisão foi tomada “em linha com as mais recentes práticas internacionais e acompanhando a tendência nacional”. “Trabalhar sem gravata inscreve-se numa tendência de modernidade e proximidade”, refere o EuroBic.

Para a banca, tirar as gravatas dos colarinhos das camisas é uma forma de reforçar a tendência de modernidade e proximidade.Pixabay

Mas, também há quem opte por alargar esta política ao ano inteiro. É o caso do Montepio, que tomou a decisão em pleno verão, mas quer estendê-la às 52 semanas do ano. “A sexta-feira passou a ser o dia de deixar a gravata na gaveta”, anunciou o banco em comunicado.

“Todos os colaboradores ganham em conforto, pelo vestuário mais casual e pelo espaço mais descontraído e informal”, continua, acrescentando que a decisão — que se insere no processo de transformação da instituição — poderá até ter outro tipo de benefícios. “[A decisão] vai possibilitar o menor uso de ares condicionados, com benefícios diretos na saúde e no meio ambiente”, diz o Montepio.

Quando o casual friday se alarga a todos os dias da semana

Já no banco francês BNP Paribas, o casual friday aplica-se, durante o verão, a todos os dias da semana. A empresa já tinha implementado esta política em alguns dos escritórios em Portugal, mas, no início do mês, decidiu alargá-la a mais colaboradores.

Está aberta a época “Summer Business Casual”, anunciou o BNP aos trabalhadores numa comunicação interna. Significa isto que, nos meses de verão, os trabalhadores podem vestir-se de forma mais informal como, aliás, já faziam durante todo o ano à sexta-feira. Ainda assim, a imagem mais casual (business casual) deve ser cuidada. “Aproveite o traje mais casual, mas evite as roupas demasiado informais. Lembre-se sempre de dar uma impressão profissional”, escreveu o banco no email que enviou aos seus colaboradores, ao qual o ECO teve acesso.

Há também uma espécie de guia de vestuário, com os “do” e os “don’t”. A nível do calçado, por exemplo, os chinelos e os ténis de desporto não são permitidos. Em vez disso, os colaboradores podem optar por ténis mais casuais. Já em termos de vestuário, nada de leggings ou calções, mas as calças de ganga fazem parte das opções permitidas.

Mais uma hora por dia, em troca da tarde de sexta-feira

A descontração característica do verão não passa apenas por alterações no código de vestuário profissional. A Landing.jobs, por exemplo, escolheu o verão para adotar políticas de flexibilidade ao nível dos horários dos colaboradores. “Durante os meses de julho e agosto, damos a sexta-feira à tarde”, conta Pedro Oliveira, cofundador da plataforma de recrutamento. Uma opção que é, contudo, facultativa, uma vez que, para ter a sexta-feira à tarde livre, é preciso trabalhar mais uma hora por dia ao longo da semana.

Na Landing.jobs, os colaboradores têm a opção de tirar a tarde de todas as sextas-feiras durante os meses de verão.

As tecnológicas, sobretudo, foram as empresas que deram o pontapé de saída para estas novas realidades laborais, que normalmente estendem a todo o ano. Vestuário informal (gravata nem pensar), pequenos-almoços gratuitos, sala de jogos, ginásio ou horários flexíveis são alguns dos exemplos.

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Lucros da Semapa crescem 24,3% para 73,5 milhões no semestre

  • Lusa e ECO
  • 26 Julho 2019

Melhoria dos resultados financeiros e a redução dos impostos sobre o rendimento permitiram à Semapa registar um crescimento de 24,3% nos lucros no primeiro semestre.

A Semapa registou nos primeiros seis meses do ano um resultado líquido de 73,5 milhões de euros, valor que representa mais 24,3% do que em igual período do ano passado, comunicou esta sexta-feira ao mercado.

O resultado líquido atribuível a acionistas da Semapa atingiu os 73,5 milhões de euros, crescendo 24,3% face a igual período do ano anterior”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com o mesmo documento, a contribuir para este resultado líquido estiveram não apenas a melhoria dos resultados financeiros líquidos em 18,8 milhões de euros, mas também a redução dos impostos sobre o rendimento em cerca de 700 mil euros. Já o resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) cedeu 1,8% para 264,5 milhões de euros.

Por sua vez, o volume de negócios consolidado do grupo que opera nos setores da pasta, papel e cimento fixou-se em 1.119,2 milhões de euros, o que reflete um crescimento homólogo de 4,7%.

as exportações e vendas no exterior ascenderam a 823,4 milhões de euros, o equivalente a 73,6% do volume de negócios.

De acordo com a informação remetida ao mercado, em 30 de junho a dívida líquida consolidada da Semapa totalizava 1.635,3 milhões de euros, o que representou um aumento de 83,7 milhões de euros face ao valor apurado no final de 2018.

Por área de negócio, destaca-se o setor da pasta e do papel com um volume de negócios de 854,1 milhões de euros, 4,6% acima do semestre homólogo.

“Com vendas de 611,1 milhões de euros, o segmento de papel representou 72% do volume de negócios, a energia 10% (82,8 milhões de euros), a pasta cerca de 9% (77,6 milhões de euros), e o negócio de ‘tissue’ cerca de 8% (65,7 milhões de euros)”, apontou a empresa.

Na sessão de hoje da bolsa, a Semapa caiu 0,16% para 12,48 euros.

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Ordem dos Enfermeiros sob investigação por apropriação de quantias. Bastonária fala em “vingança do Governo”

  • ECO
  • 26 Julho 2019

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) detetou diversos indícios de apropriação de várias quantias dentro da Ordem dos Enfermeiros, que podem levar à destituição dos membros.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) detetou diversos indícios de apropriação de várias quantias dentro da Ordem dos Enfermeiros (OE), que configuram a prática de vários crimes, avança o Jornal de Notícias. Crimes esses que poderão ditar a destituição da Ordem.

O relatório, que já está nas mãos da Polícia Judiciária (PJ), aponta diversas despesas, tais como pagamentos de quilómetros, cabeleireiros e roupas, que não têm base legal. São ainda referidos levantamentos diários no limite de 400 euros, refeições de seis mil euros e compras no estrangeiro de 5.500 euros. Segundo os inspetores, a atual gestão, liderada pela bastonária Ana Rita Cavaco, de viver “à custa” da instituição.

O mesmo documento concluiu que este cenário, detetado nos últimos três anos, justifica a destituição dos órgão da OE. Ao JN, a bastonária assumiu que “já esperava por este relatório da polícia do Governo” e que “as explicações para as despesas só serão dadas ao Ministério Público”.

Apesar de os inspetores denunciarem que se depararam com “atos de denegação” por parte da OE, no acesso a documentação e à contabilidade, o relatório sublinha que foram encontrados “fatos suscetíveis de indiciar e imputar aos órgão da OE”.

O relatório concluiu ainda que tantas despesas “sem fundamentação” indiciam “aproveitamento de vantagem patrimonial à custa do erário da OE”.

Resultado da sindicância é uma “vingança do Governo”

Em declarações à Lusa, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros disse que o resultado da sindicância é “uma vingança do Governo”, da qual já estava à espera. “É uma vingança do Governo, porque este Governo já demonstrou o que faz às pessoas de quem não gosta e que não gosta daquilo que dizem. Não sou caso único. O presidente da Câmara de Mação e o presidente de um sindicado da PSP, esta semana, são também caso disso. Este é o ‘modus operandi’ do Governo e está à vista de todos”, afirmou Ana Rita Cavaco.

A bastonária explicou ainda que a OE não foi notificada do relatório final da sindicância nem de um “parecer-informação que a IGAS tinha emitido na semana passada que falava nas mesmas questões”. “A única diferença entre o parecer-informação e o relatório final é que este conclui, na ótica da IGAS — que não tem poder nem competência para isso –, que nós deveríamos perder o mandato”, explicou, referindo que para isso precisam de “uma decisão judicial”.

“Também não é nada de que não estávamos à espera”, adiantou, frisando que “o objetivo do Governo era a perda de mandato”. Sobre a questão das despesas suscitadas no documento da IGAS, a dirigente salientou que “há três anos e meio” desde que o atual mandato começou, que está “a levar com este tipo de suspeitas, infundadas”.

“Todas estas despesas são correntes e normais. Olhando para aqueles valores, que são anuais, é absolutamente ridículo poderem configurar algum crime”, declarou, questionando: “Os inspetores [da IGAS] pensarão que vamos para os hospitais, centros de saúde ou congressos a nado?”.

Sobre os cartões de crédito, a bastonária garantiu que “não estão na posse de nenhum membro da OE”, mas “trancados num cofre” e “usados exclusivamente por um funcionário”. “Nem a bastonária nem qualquer elemento da direção tem os códigos dos cartões de crédito, nem os utiliza. São utilizados para comprar bilhetes de comboios e de avião ou reservar hotéis”, exemplificou.

Quanto às despesas de representação, Ana Rita Cavaco assegurou que “estão enquadradas legalmente” e rondam os “300 euros por ano, não é nada mais do que isso”. Sobre questões financeiras, a bastonária assinalou que “correm já processos no Ministério Público”, pois “é sabido, público e notório” que teve de “demitir o diretor financeiro e uma vice-presidente da ordem por irregularidades financeiras”.

Classificando a IGAS como a “polícia do Governo” a quem não deve satisfação nem deu ou dará documentos sem ordem judicial, a dirigente da OE escuda-se em pareceres jurídicos segundo os quais a inspeção “não tem competência legal” para tal. “A OE não está para a IGAS, mas está para o Ministério Público e para os jornalistas para mostrar os documentos todos”, adiantou, garantindo que vai continuar a apoiar as greves que “os sindicatos decretarem desde que sejam para defender a dignidade da profissão de enfermeiro”.

“Querem assassinar-nos o caráter, mas para isso já vêm tarde, porque o estão a tentar fazer há três anos e meio”, considerou Ana Rita Cavaco.

(Notícia atualizada a 27 de julho com declarações da bastonária da OE)

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Google e Starbucks levam Wall Street a máximos

Os principais índices dos Estados Unidos encerraram em máximos, impulsionados pelos resultados da Alphabet e da Starbucks.

Os lucros apresentados pela Alphabet e pela Starbucks levaram dois dos principais índices de Wall Street a níveis recorde. A impulsionar ainda mais os mercados norte-americanos estiveram os dados que mostraram que o ritmo de crescimento da economia dos Estados Unidos desacelerou menos do que o esperado pelos analistas.

O S&P 500 subiu 0,73% para 3.025,55 pontos, enquanto o Nasdaq valorizou 1,11% para 8.330,21 pontos, com os dois índices a baterem máximos. Pelo mesmo caminho foi o industrial Dow Jones que somou 0,19% para 27.191,3 pontos.

Duas semanas depois de ter arrancado a época de apresentação de resultados do primeiro semestre, cerca de 75% das 218 empresas do S&P 500 apresentaram lucros superiores aos previstos, de acordo com dados do Refinitiv, citados pela Reuters (conteúdo em inglês).

Exemplo disso foi a Alphabet que, esta sexta-feira, viu os lucros crescerem 32% para 16,6 mil milhões de dólares no primeiro semestre, com o volume de negócios a crescer 18% para 75,283 mil milhões. As ações da empresa subiram 9,62% para 1.245,22 dólares à custa destes resultados.

Mas a Starbucks também deu o seu contributo. As ações subiram 8,94% para 99,11 dólares — um valor recorde –, depois de a empresa ter registado o maior aumento de venda dos últimos três anos. O mesmo se diz do Twitter, cujas ações avançaram 9,65%, depois de ter visto as receitas crescido mais do que o esperado.

Além dos resultados empresariais, também os dados da economia puxaram pelos índices norte-americanos. O Departamento de Comércio norte-americano revelou que o crescimento do PIB dos Estados Unidos abrandou para um ritmo anual de 2,1% no segundo trimestre. Os analistas antecipavam um crescimento inferior a 2%.

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Hotelaria diz que greve dos motoristas tem “impacto em cascata violentíssimo”

  • Lusa
  • 26 Julho 2019

"Não podemos servir os hóspedes se não formos servidos. Isto tem um impacto em cascata violentíssimo", alerta a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) fez chegar ao Turismo de Portugal a preocupação com o impacto da greve dos motoristas, que será “em cascata violentíssimo”, apelando para que os serviços mínimos cheguem a todo o território.

Em declarações à Lusa, a presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, disse que a associação fez “chegar ao Turismo de Portugal, em devido tempo,” as preocupações e, antes de tudo, a “esperança de que possa haver um entendimento entre representantes dos trabalhadores e dos empregadores” para que a paralisação possa não ocorrer.

Há no setor “a grande preocupação que os serviços mínimos possam ocorrer, ao contrário do que aconteceu na Páscoa, para todo o país. Neste momento, temos dito ‘atenção: os serviços mínimos têm que cobrir todo o território nacional e também ser percentualmente mais elevados, os 30% a 40%, e cobrir todas as áreas'”, afirmou Cristina Siza Vieira.

“Sabemos que a saúde e segurança são os pilares, mas neste caso é preciso perceber que no mês de agosto há muitíssmo mais gente no território nacional. No ano passado tivemos mais de três milhões de hóspedes só no mês de agosto, do que é habitual, e, portanto, temos que ter atenção a este peso de pessoas que usam os serviços de saúde, de segurança e tudo o mais como é o abastecimento. Independentemente da ocupação hoteleira e do impacto que tem em toda a comunidade local em torno desta, como os fornecedores, etc.”, explicou a responsável.

“Nós não podemos operar se não tivermos víveres e frescos, mas também se não tivermos carrinhas que distribuem lençóis etc., etc. Não podemos servir os hóspedes se não formos servidos. Isto tem um impacto em cascata violentíssimo“, acrescentou.

A responsável lembrou ainda que faz parte do serviço de saúde ter hospitais privados no Algarve, por exemplo, e não apenas o serviço Nacional de Saúde nos hospitais públicos. “É um destino de famílias, de crianças e pessoas mais seniores e uma população até um pouquinho mais fragilizada porque são estrangeiros, não falam a língua, e temos que ter presentes estas necessidades mais especiais de muito mais população. Temos que acautelar”, reforçou.

A AHP refere alguma apreensão no Algarve porque, ainda em 2018, “estes receberam 15% dos hóspedes da região em agosto”. Mas não só, como mês forte, agosto é assim em todo o país. “No total do país, agosto representou 12% do total dos hóspedes e no Algarve 15%. Temos que compreender que há muito mais gente no país nesse mês do que os nossos habitantes habituais”, acrescentou, sublinhado esperar que “os serviços mínimos sejam cumpridos em razão disso e que sejam cumpridos”.

A greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que começa em 12 de agosto, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias. O Governo terá que fixar os serviços mínimos, depois das propostas dos sindicatos e da ANTRAM terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

O ministro adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, considerou que “todos” devem estar preparados para os “transtornos” da greve dos motoristas de mercadorias, enquanto o responsável pela tutela das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, assegurou que o Governo está “a trabalhar” naquela questão que os serviços mínimos “serão numa dimensão muito satisfatória”.

A greve do SNMMP iniciada em 15 de abril levou à falta de combustível em vários postos de abastecimento em todo o país, tendo o Governo acabado por decretar uma requisição civil e por convidar as partes a sentarem-se à mesa de negociações. O SIMM já veio dizer que as consequências desta greve serão mais graves do que as sentidas em abril, já que, além dos combustíveis, vai afetar o abastecimento às grandes superfícies, à indústria e aos serviços, podendo “faltar alimentos e outros bens nos supermercados”.

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Lucro da Sonaecom cai 65% para 17,5 milhões no primeiro semestre

  • Lusa
  • 26 Julho 2019

Entre janeiro e junho, a empresa viu o volume de negócios na área da tecnologia a subir quase 30% para os 92,8 milhões de euros.

A Sonaecom registou lucros de 17,5 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma descida de 64,9% face aos lucros de 49,8 milhões de euros registados no mesmo período do ano passado, anunciou esta sexta-feira a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com o documento, o EBITDA atingiu 24,5 milhões de euros, “ou 19,5 milhões de euros excluindo os itens não recorrentes que correspondem à mais-valia gerada pela venda da Saphety”. O volume de negócios consolidado da empresa, no primeiro semestre, atingiu os 100,5 milhões de euros, um aumento de 27,3% face ao mesmo semestre de 2018, de acordo com o comunicado enviado à CMVM. No entanto, a Sonaecom refere que “numa base comparável” a subida face ao primeiro semestre de 2018 se fica pelos 12,2%.

O comunicado assinala ainda que a Nos apresentou “um sólido desempenho das receitas de telecomunicações, com uma forte recuperação nos Cinemas e Audiovisuais” durante o segundo trimestre de 2019. A Sonaecom tem uma participação de 50% na ZOPT (que agrega as posições da Sonaecom e da empresária Isabel dos Santos), que por sua vez detém 52,15% na Nos.

Na área da tecnologia, o volume de negócios atingiu os 92,8 milhões de euros, um crescimento de 27,8% face ao primeiro semestre de 2018, ou 12,9% numa base comparável. Em termos de custos operacionais da Sonaecom, os valores registados no primeiro semestre de 2019 ascenderam a 102,9 milhões de euros, uma subida de 32,8% face ao valor registado no período homólogo de 2018.

De acordo com a empresa, este valor reflete “o aumento do número médio de colaboradores, também impulsionado pela consolidação da Nextel e da Excellium”. Dentro da rubrica dos custos, os comerciais aumentaram 36,0% para 47,4 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, algo justificado com o aumento do custo das vendas e subida das mesmas.

O ‘Capex’ (rubrica relativa a investimento), aumentou para 9,5 milhões de euros no semestre, um valor que representa 9,4% do volume de negócios da empresa, um aumento de 2,7 pontos percentuais face ao período homólogo de 2018. No ramo de media, a Sonaecom, dona do Público, assinala que as receitas do jornal aumentaram 4,1% no primeiro semestre de 2019, devido ao “desempenho positivo das subscrições online, vendas de jornais e publicidade offline”.

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França confirma Mário Centeno como hipótese para o FMI

  • ECO
  • 26 Julho 2019

O ministro das Finanças português é um dos nomes apontados para liderar o FMI, confirmou uma fonte oficial do Governo francês, a quem cabe a liderança do processo de seleção do candidato europeu.

Está oficialmente aberta a corrida à cadeira de Christine Lagarde no Fundo Monetário Internacional (FMI) e, de acordo com a Reuters (conteúdo em inglês), Mário Centeno é um dos nomes em cima da mesa.

A confirmação partiu de uma fonte oficial do Governo francês, citada pela agência de notícias, que diz que o atual ministro das Finanças de Portugal e presidente do Eurogrupo é um dos cinco nomes possíveis.

O governo francês ficou responsável por coordenar os trabalhos no seio dos países da União Europeia (UE) para que seja apresentado um único candidato à sucessão de Lagarde. De acordo com declarações do ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, no final de uma reunião do G7 em França, há acordo sobre o processo de seleção, o qual passa por encontrar “uma candidatura europeia de consenso, que seja sólida, credível e que permita à Europa continuar a liderar o FMI”.

Em cima da mesa estão também os nomes de Kristalina Georgieva, presidente da Bulgária e atual diretora executiva do Banco Mundial, o holandês e ex-presidente do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem, a ministra da Economia espanhola Nadia Calvino e o Governador do Banco Central da Finlândia, Olli Rehn.

Contudo, os Governos da UE continuam divididos: os países do norte da Europa preferem Dijsselbloem ou Rehn, enquanto os do sul preferem Nadia Calvino ou Mário Centeno.

O FMI anunciou esta sexta-feira que o processo de escolha para o próximo líder da instituição vai arrancar a 29 de julho e durará até o dia 6 de setembro, dia em encerrarão as candidaturas. O novo diretor-geral será escolhido até 4 de outubro.

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Canais da RTP ajudam Governo a resolver imbróglio da TDT

O Governo tem falhado os próprios prazos para ter dois novos canais privados na TDT e mantém o silêncio sobre o dossiê. Mas os canais RTP Açores e Madeira poderão ser o trunfo para a saída mais limpa.

O Governo prometeu mais dois canais privados na Televisão Digital Terrestre (TDT). Três anos depois, os dois espaços que ainda estão disponíveis continuam por preencher e o Governo tem falhado sucessivamente os próprios prazos para o lançamento dos concursos públicos para a atribuição das licenças. Mas, ao que foi possível apurar, o processo não está parado. E até poderá conhecer um revés.

O alargamento da oferta de canais na TDT tem sido uma das bandeiras do Governo de António Costa. Logo em junho de 2016, foi aprovado em Conselho de Ministros a colocação de mais quatro canais na grelha da TDT: dois canais públicos e mais dois canais privados. Os públicos, RTP 3 e RTP Memória, entraram na grelha logo no final desse ano, somente com publicidade institucional. Já em 2018, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) definiu que os dois canais privados terão de ser um de desporto e outro de informação.

Mas, desde que tomou posse, a ministra da Cultura tem protagonizado avanços e recuos neste processo. A 6 de novembro de 2018, Graça Fonseca disse no Parlamento que os concursos deveriam avançar até ao final desse ano. “Esperamos até ao final do ano ter isto resolvido, da abertura de concurso”, afirmou. Dias depois, garantiria, no entanto, que os cadernos de encargos seriam publicados, afinal, “no início de 2019”. “Está para muito breve a publicação”, afirmou, citada pelo Diário de Notícias.

Findo o primeiro semestre de 2019, o Governo continua sem dar qualquer sinal sobre o estado deste processo. O ECO remeteu várias questões ao ministério da Cultura acerca deste dossiê. Mesmo após várias insistências, todas as perguntas ficaram sem resposta.

Oficialmente, ninguém quer comentar este processo. Os cadernos de encargos ainda não foram publicados e, contactada, a ERC garantiu que a “bola” está do lado do Governo. Contudo, uma fonte conhecedora das intenções do Ministério da Cultura disse ao ECO que o Governo mantém todo o interesse em colocar mais dois canais na TDT — se possível, ainda antes do fim da legislatura.

O lobby dos privados

O Mux A, que é o sistema atual da TDT, emite para todo o território nacional os canais RTP 1, RTP 2, SIC, TVI, RTP 3, RTP Memória e Canal Parlamento. Mas já para não falar do quão ambicioso — senão impossível — ter dois novos canais privados na TDT até às eleições de outubro, a entrada de dois novos canais na televisão gratuita levantaria duas questões: uma de natureza técnica e outra de natureza comercial.

Comecemos por esta última. Na TDT, só quatro canais são explorados comercialmente com publicidade: os canais públicos RTP 1 e RTP 2 e os canais privados generalistas SIC (da Impresa) e TVI (da Media Capital). Ora, a entrada de dois novos canais vem fragmentar o mercado publicitário, o que não é bem visto pelos operadores privados. Esse problema não existiu quando entrou a RTP 3 e a RTP Memória na TDT, porque estes dois canais ficaram impedidos de explorar publicidade comercial (existem duas emissões diferentes por canal, uma para o cabo e outra para a TDT, sendo que esta última só exibe publicidade institucional).

Ao ECO, uma fonte do mercado falou mesmo num “lobby poderosíssimo” dos principais canais privados para que não sejam lançados os concursos. Até porque o concurso abriria espaço para a eventual entrada de um canal de um outro grupo privado, partindo do princípio que a Cofina, dona da CMTV, teria interesse em concorrer a uma licença. Recentemente, a então presidente executiva Rosa Cullell, disse ao ECO que o interesse da Media Capital em novos canais na TDT tinha arrefecido: “Neste momento, não sei se há mercado para mais TDT. Tenho grandes dúvidas sobre isso”, afirmou, quando questionada se o grupo iria concorrer se fosse lançado um concurso público.

Do lado da SIC, a Impresa também não dá como garantido que queira participar no concurso: a decisão dependerá do que estiver nos cadernos de encargos. E os responsáveis do novo “canal 11” da Federação Portuguesa de Futebol, que teria as características necessárias para ser o novo canal de desporto da TDT, já vieram a público garantir que não estão interessados em concorrer a essa licença. Um cenário que poderia criar o risco potencial de o Governo ter um concurso público sem concorrentes.

O ECO também sondou o interesse da Cofina, dona da CMTV e do Correio da Manhã, nos eventuais novos canais da TDT, mas não foi possível obter uma reação a tempo de publicação deste artigo.

A entrada de mais canais da RTP na grelha de TV livre poderá ser o trunfo do Governo para resolver o imbróglio da TDT.Pixabay

A saída limpa

A questão de natureza técnica prende-se com o facto de a TDT, no seu formato atual, só permitir a integração de mais dois canais na grelha. E estes dois espaços, como vimos, seriam para dois novos canais privados, atribuídos por concurso público. Mas, este mês, surgiu um novo dado para juntar à equação.

A ideia não é nova: as regiões autónomas querem a RTP Açores e a RTP Madeira na TDT, para que estes canais públicos, de âmbito mais local, cheguem a todo o território — e, eventualmente, aproximem o Continente dos Arquipélagos.

Em 2017, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira aprovou uma resolução que “recomenda ao Governo da República que, no prazo máximo de um ano, os canais regionais da RTP, nomeadamente a RTP Madeira e a RTP Açores, sejam totalmente integrados nas grelhas existentes da TDT”. Não aconteceu, como se sabe. E os apelos aumentaram de intensidade.

Em meados de julho deste ano, o PSD conseguiu aprovar por unanimidade um projeto de resolução para recomendar ao Governo a integração destes canais públicos na TDT. A medida foi promovida pelos deputados açorianos António Ventura e Berta Cabral. “O que nós consideramos correto e justo é que os canais da RTP Açores e RTP Madeira façam parte da TDT, para que possam ser de acesso geral nacional”, disse a deputada Berta Cabral, quando contactada pelo ECO. Reconhecendo que o documento aprovado é apenas “uma recomendação ao Governo”, a deputada sublinhou, no entanto, que, “normalmente”, o Governo “acata” as decisões da Assembleia da República (AR).

A questão de natureza técnica é um dilema que agora se coloca ao Governo: lançar o concurso público para os dois canais privados, o que não deixa margem para a entrada dos canais públicos, como pediu a AR; ou colocar os dois canais públicos e esquecer, para já, o concurso público da TDT. Esta foi uma das perguntas feitas pelo ECO ao Ministério da Cultura, colocada já mais tarde, numa nova tentativa, que também ficou sem resposta

Certo é que a colocação dos canais da RTP na grelha da TDT seria a saída mais limpa deste processo. Por um lado, agradaria aos principais canais privados, na medida em que não enfrentariam nova concorrência privada no mercado do free-to-air (canais de acesso livre). Por outro, o processo poderia ser mais célere, pois evitaria o lançamento de concursos públicos. E, no fim, o Governo ficaria com a marca de ter expandido a oferta da TDT em quatro novos canais durante a legislatura.

Para a RTP, os dois novos canais significariam uma despesa adicional com o licenciamento, mas também poderia ser um fator positivo para a gestão de Gonçalo Reis: a empresa passaria a controlar quatro dos sete canais da grelha de televisão livre. O ECO contactou a estação pública, mas não foi possível obter resposta.

De qualquer das formas, dois novos canais, independentemente de serem públicos ou privados, aliviarão o preço suportado por todos pelo serviço, que é atualmente prestado pela Meo. E ainda vem aí outro desafio: a Anacom vai ter de libertar as frequências onde funciona a TDT e passar a emissão para outra faixa do espetro. Isto porque essas serão as frequências que vão servir para o 5G, a nova era da internet móvel. Isso poderá acontecer já este ano, uma vez que o lançamento do 5G em Portugal tem sido apontado para 2020.

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Media Capital volta aos lucros. Trimestre salva contas do semestre

A dona da TVI, que tinha tido prejuízos nos primeiros três meses do ano, fechou o semestre com lucros de 5,9 milhões de euros.

A Media Capital fechou o primeiro semestre do ano com lucros de 5,9 milhões de euros, uma quebra face ao período homólogo. Os resultados líquidos encolheram, mas foram positivos, com a dona da TVI a conseguir no segundo trimestre mais do que compensar os prejuízos registados nos três primeiros meses do ano.

O EBITDA ajustado da Média Capital ascendeu a 14,9 milhões nos primeiros seis meses deste ano, “correspondendo a uma redução de 25% face ao mesmo período do ano passado, sendo que no segundo trimestre a redução foi menos expressiva (8%)”, diz a empresa em comunicado enviado à CMVM.

“Nos primeiros seis meses de 2019 os rendimentos operacionais recuaram 1% em termos homólogos, atingindo os 86,4 milhões, tendo a queda sido de 2% para o trimestre completado a junho”, nota, salientando que os custos, excluindo os de reestruturação, aumentaram 6% para 71,5 milhões”. Os custos de reestruturação dispararam 94% para 686 milhões.

As receitas de publicidade apresentaram um “crescimento homólogo de 1%”, cifrando-se em 59 milhões de euros. Esta evolução é explicada pelo segmento de Rádio & Entretenimento. “Também as receitas de publicidade do segmento Outros (que inclui a área do Digital) registaram uma subida de 10% face aos primeiros seis meses do ano”, enquanto as da TVI caíram 1%.

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Ginásios e hotéis reduzem prejuízo da Sonae Capital para 2,9 milhões no primeiro semestre

  • Lusa
  • 26 Julho 2019

O volume de negócios consolidado atingiu 95,8 milhões de euros entre janeiro e junho, destacando-se "o crescimento dos negócios de Energia, Fitness, Hotelaria e das Operações do Tróia Resort".

A Sonae Capital registou 2,9 milhões de euros de prejuízo no primeiro semestre, uma melhoria homóloga de 8,6 milhões de euros, indicou a empresa esta sexta-feira, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Fruto da melhoria da rentabilidade operacional, o resultado líquido consolidado registou uma melhoria de 8,6 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, totalizando um valor negativo de 2,9 milhões de euros”, indicou a dona dos ginásios Pump. Já o volume de negócios consolidado atingiu 95,8 milhões de euros entre janeiro e junho, mais 3,5% face a igual período do ano anterior, destacando-se “o crescimento dos negócios de Energia, Fitness, Hotelaria e das Operações do Tróia Resort”.

Por sua vez, nos primeiros seis meses do ano, o resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) consolidado avançou 58% para 16,6 milhões de euros. “A unidade de energia manteve uma forte tendência de crescimento do volume de negócios (+10,9%) e EBITDA (+15,6%), uma tendência verificada também na hotelaria, que aumentou o volume de negócios e EBITDA em 12% e 11,8%, respetivamente”, apontou a empresa.

Já a unidade de fitness terminou o semestre com mais cinco clubes, aumentando também o número médio de sócios ativos para mais de 104 mil. As operações do Troia Resort, por seu turno, registaram um volume de negócios de 4,5 milhões de euros no semestre em causa, mais 18,3% do que no período homólogo, enquanto o EBITDA se situou em 0,02 milhões de euros, valor que compara com – 0,8 milhões de euros alcançados em igual período de 2018.

“A Sonae Capital continuou a apostar no desenvolvimento dos seus negócios, tendo o investimento bruto no primeiro semestre de 2019 atingido 22,1 milhões de euros, traduzindo os investimentos em curso no segmento de energia, nomeadamente no projeto de desenvolvimento de uma central de cogeração alimentada a biomassa (no valor de 11,7 milhões de euros), assim como o investimento realizado no segmento de fitness, que inclui a aquisição da cadeia Urban Fit (no valor líquido de 3,4 milhões de euros)”.

No final do primeiro semestre, a dívida financeira líquida foi de 144,7 milhões de euros. “Os resultados que hoje reportamos evidenciam a manutenção e, em alguns casos, o reforço da tendência de crescimento que a Sonae Capital tem vindo a apresentar. Numa perspetiva consolidada, o EBITDA das unidades de negócio aumentou 12,8% face ao primeiro semestre de 2018, impulsionado por praticamente todos os negócios”, indicou, citado no mesmo documento, o presidente executivo da empresa, Miguel Gil Mata.

O responsável notou ainda que a Sonae Capital possuí um modelo de gestão de portfólio “cada vez mais robusto, que assenta na gestão ativa de um conjunto diversificado de negócios em constante evolução”, garantindo que, ao longo de 2019, vão continuar “muito empenhados em implementar” a estratégia da empresa, “gerando valor económico e social sustentável”.

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